Observamos muito claramente que a maior parte do
foco dos estudos e pesquisas clínicas no mundo é nas doenças, distúrbios e
sintomas com suas consequências, levando pouco em consideração suas causas e o
estado fisiológico/metabólico que antecede tais manifestações. Um dos assuntos
que mais recentemente tem chamado a atenção de pesquisadores e terapeutas é
referente às alterações do nosso sistema nervoso autônomo, que é controlador de
mais de 90% das funções orgânicas e cujo desequilíbrio é causador de inúmeras
doenças.
O sistema nervoso autônomo é ligado às funções
automáticas do corpo como, por exemplo, batimentos cardíacos, digestão,
produção de hormônios, sudorese, pressão arterial, entre outras. Possui dois
ramos principais: o simpático, ativado nos momentos de estresse, e o
parassimpático, ativado nos momentos de relaxamento. E pode ser avaliado
através da variabilidade da nossa frequência cardíaca.
À medida que o coração bate, há sempre uma variação
de tempo entre uma batida e outra que, se ilustrada em um gráfico, pode
representar uma alta coerência da variabilidade cardíaca - refletindo um
equilíbrio do sistema nervoso autônomo - ou baixa, representando um certo
desequilíbrio.
O nosso estado de coerência cardíaca tem grande
influência em como o nosso córtex cerebral vai funcionar e no gerenciamento do
estresse. As fibras nervosas que comunicam o coração com o cérebro partem do
coração e "terminal" no tálamo, que é um dos mais importantes
terminais nervosos e sincronizador da função cortical. Portanto, se estivermos
experimentando emoções derivadas do medo, por exemplo, que sabidamente causam
baixa coerência cardíaca, vamos inibir a função cortical do cérebro. Se
experimentamos emoções derivadas do amor, geradoras de alta coerência cardíaca,
vamos ativar a função cortical, especialmente do córtex pré-frontal ligado à
criatividade, intuição, visão estratégica e articulação do conhecimento.
"Segundo a
Organização Mundial da Saúde, 90% das pessoas do mundo estão em níveis de
estresse crônico, ou seja, com desequilíbrio do sistema nervoso autônomo. Por
isso, são tão comuns as dores de cabeça, problemas digestivos, problemas de
pressão arterial e problemas de produção de hormônios. Uma vez que o estresse
acelera o eixo simpático do sistema nervoso autônomo, está desgastando e
desequilibrando-o em relação ao seu eixo freio, que é o parassimpático",
diz o Dr. Fabio Gabas, médico clínico, neurocientista e idealizador da medicina
do BEIN (medicina do bem-estar integral).
O estado de coerência cardíaca
(também pode ser chamada de coerência psicofisiológica), possui suas
assinaturas de acordo com o estado de humor e saúde de cada indivíduo e são
transmitidas e captadas a vários metros de distância do corpo, através do campo
eletromagnético gerado pelo coração, que é cinco mil vezes mais forte do que o
campo gerado pelo nosso cérebro. "O nosso campo interage com o de outras
pessoas, transmitindo essa nossa assinatura de estado, contagiando, através do nosso
estado de humor, o nosso meio", complementa Dr Fabio.
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