Vídeos
produzidos pela coalizão Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável
evidenciam a urgência de um novo modelo de rotulagem nutricional para conter o
avanço de doenças relacionadas à alimentação não saudável
Vídeos produzidos pela coalizão Aliança
pela Alimentação Adequada e Saudável evidenciam a urgência de um novo modelo de
rotulagem nutricional para conter o avanço de doenças relacionadas à
alimentação não saudável
A Aliança pela Alimentação Adequada e
Saudável, coalizão composta por mais de 30 organizações da sociedade civil,
como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a ACT Promoção da
Saúde, o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva
(Abrasco) lança no dia 9 de novembro, durante a programação do horário
nobre das emissoras de televisão, uma campanha com histórias reais de
brasileiros que enfrentam dificuldade para entender os rótulos dos alimentos.
A campanha apresenta depoimentos de
médicos, pacientes diagnosticados com doenças relacionadas à alimentação não
saudável e pessoas que se preocupam com o que consomem. O objetivo é alertar
para o fato de que com rótulos mais compreensíveis e informação adequada, as
pessoas podem fazer escolhas alimentares mais conscientes e, consequentemente,
mais saudáveis.
Dentre as histórias contadas, está a de
Fabiano Luder, 42 anos, portador de diabetes tipo 2, que sofreu quatro
amputações em decorrência do desenvolvimento da doença. Fabiano afirma que sua
alimentação contribuiu para a sua condição. "Com informações mais claras
sobre os rótulos dos alimentos, talvez minha vida fosse diferente", conta.
Outro ponto importante da Campanha, é o
slogan “Anvisa, nós temos o direito de saber o que comemos”, que tem como
finalidade pressionar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e
demais formuladores de políticas públicas sobre a urgência da aprovação do novo
modelo.
Rotulagem nutricional no Brasil
A proposta de rotulagem defendida pela
Aliança foi desenvolvida em parceria com pesquisadores em design da
informação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e com base em sólidas
evidências científicas. A proposta inclui a inserção de um triângulo preto na
parte da frente das embalagens de produtos processados e ultraprocessados com
os dizeres ‘’alto em’’ ou ‘’contém’’, indicando de forma clara o excesso de
nutrientes que podem ser prejudiciais à saúde, como açúcar, sódio e gorduras
totais e saturadas, além de gorduras trans e adoçantes, conforme imagem abaixo.
Esse modelo de rotulagem nutricional,
em formato de advertência, também é defendido e recomendado por organizações
internacionais de saúde pública, como a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
“A informação mais importante, que
são os ingredientes, atualmente é escrita em letras pequenas e termos técnicos.
Ninguém pode saber o que contém um alimento industrializado, a menos que essa
informação esteja claramente colocada no seu rótulo’’, explica o professor
da faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), Carlos
Augusto Monteiro, um dos especialistas convidados pela campanha.
Líder do Programa de Alimentação Saudável do Idec, Ana Paula Bortoletto,
reforça que esta campanha, além de conscientizar novamente a população sobre a
importância da rotulagem de advertência, faz um apelo à Anvisa.
‘’Precisamos, com urgência, finalizar o processo regulatório com uma
consulta pública sobre o tema para que a população possa opinar. Acreditamos,
com base nos estudos científicos que realizamos, que o modelo de
advertências contribuirá para conter o avanço acelerado de doenças como a
obesidade, garantindo o direito à informação de forma clara à população’’,
enfatiza.
Sobre a Aliança pela Alimentação
Adequada e Saudável
A Aliança pela Alimentação Adequada e
Saudável é uma coalizão composta por mais de 30 organizações da sociedade civil
como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a ACT Promoção da
Saúde, a Abrasco, o CFN (Conselho Federal de Nutricionistas), além de
profissionais, associações, movimentos sociais e pessoas físicas, incluindo
pesquisadores das maiores universidades do País, com o objetivo de desenvolver
e fortalecer ações coletivas que contribuam com a realização do Direito Humano
à Alimentação Adequada por meio do avanço em políticas públicas para a garantia
da segurança alimentar e nutricional e da soberania alimentar no Brasil.
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