É
tão triste quanto espantoso o número de policiais mortos no cumprimento do seu
dever, em confrontos com o crime, para proteção da sociedade e manter ainda
tremeluzente a chama da supremacia da lei. Sucedem-se os fatos, passam-se os
dias, e cai sobre cada óbito o soturno silêncio da banalização. Nenhum
porta-voz da esquerda local vai aos microfones condenar a brutalidade criminal,
solidarizar-se com familiares dos mortos. Nenhum cronista bate dedos o teclado
do computador para expressar sua compaixão pelos agentes da lei. Nenhum
sociólogo de plantão, nenhuma ONG promotora de direitos humanos diz algo a
respeito. No entanto, com quanta freqüência se lê sobre a “brutalidade das
ações policiais”!
Não passa pela cabeça de quem quer que
seja – surpresa minha! – indagar quais os materialmente mais desfavorecidos
nesses confrontos. Os policiais ou os bandidos? Quem tem mais dinheiro no
bolso? Quem porta a arma mais sofisticada? Quem é mais “oprimido”? Quem está do
lado da sociedade e quem está contra ela?
A brutalidade criminal ocorre todo dia,
toda hora, com requintes de crueldade, não respeitando criança, menor, mulher,
pobre, rico, juiz de direito ou policial. No entanto, quando um destes últimos,
no arriscado exercício de seu dever, sob fogo dos bandidos, dispara sua arma,
matando ou ferindo algum deles, logo sai para a rua o bloco dos pacifistas
seletivos, pronto para condenar a "truculência" dos agentes da lei. E
eu já não me surpreendo mais com isso. Portanto, chega de brutalidade criminal! Policial também é gente e tem direitos
humanos!
Que fique claro. Toda pessoa é detentora
de direitos inalienáveis. O criminoso decai de alguns direitos civis, mas não
perde sua condição humana e não deve ser objeto de maus tratos. Mas é
inaceitável demasia atribuir-lhe, no choque com as forças da lei, prerrogativas
e zelos que a estas se recusa. Tal mentalidade entrega ao crime parcelas cada
vez maiores de nossas cidades. Olhe à volta, leitor, e saiba: tem gente por aí
que, sob motivações ideológicas, acha tudo muito conveniente e joga o jogo da
tolerância para com o crime e da intolerância para com a ação policial. Use seu
voto para afastá-los do poder.
Percival Puggina - membro da Academia
Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org,
colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do
Brasil. integrante do grupo Pensar+.
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