Recrutar
talentos não é uma tarefa fácil. Para identificar os funcionários ideais para uma
empresa, um líder deve saber identificar os pontos fortes e fracos de cada um
e, acima de tudo, fazer o melhor uso deles para que o potencial máximo seja
alcançado. Esse é um ensinamento extremamente atual, porém, no século 7, já era
defendido pelo imperador Tang Taizong, um dos maiores governantes da história e
responsável por transformar a China no maior e mais poderoso país do mundo.
A
dinastia Tang foi marcada por um grande número de realizações inteligentes,
inovadoras e ousadas, fruto principalmente da sabedoria do imperador e de seus
conselheiros. Mas suas conquistas se devem, também, ao trabalho em equipe e à
sábia política de recursos humanos de Taizong, que soube recrutar os homens
mais habilidosos para a sua administração.
Para
o imperador, os líderes não têm de ser especialistas em todos os campos, mas
devem ter uma capacidade inata de avaliar pessoas. Eles também não precisam
buscar perfeição nos outros, mas ser capazes de identificar seus talentos e
dons. Essa era justamente uma das chaves para o sucesso de seu governo: o
julgamento perspicaz das habilidades e fraquezas dos subordinados.
Taizong
costumava dizer que a arte da liderança é a arte de alavancar, de dar espaço
para que os funcionários alcancem seu potencial. Por isso, o líder deve fazer
todos os esforços para encontrar as pessoas talentosas, já que elas tornarão a
sua vida mais fácil. “Não use homens de grande capacidade para tarefas simples;
não use homens de pouca capacidade para tarefas importantes. Se você colocar as
pessoas certas nos cargos certos, poderá conduzir o governo com tranquilidade”,
ensinava.
Na
hora de recrutar talentos, ele contava também com a ajuda de um dos seus mais
brilhantes ministros, Wei Zheng, que destacava que, antes de um homem alcançar
reconhecimentos, era preciso observar com quem ele estava associado e sua
postura perante as dificuldades. Já Taizong reforçava que pessoas em posição de
autoridade devem ser seguranças o suficiente para não ter ciúme dos talentos
alheios e, ao contrário, trazê-los à plena atividade.
Por
fim, mas não menos importante, ele dizia que os líderes devem possuir
autoconhecimento, a fim de formar uma equipe com a combinação certa de pontos
fortes capazes de compensar as deficiências do chefe. Os princípios de Taizong
mostram como são parecidos os caminhos de um imperador e de um administrador de
sucesso, tanto que seus ensinamentos sobre gestão de pessoas influenciam
empresários e governantes há mais de mil anos.
Chinghua
Tang - fez graduação na London School of Economics
e foi o primeiro chinês a conseguir um MBA em Harvard. É autor do livro “O guia
do líder”, lançado em 2017 pelo selo Planeta Estratégia, da Editora Planeta.
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