De acordo com o Fórum Econômico Mundial de
2017, realizado em janeiro, na Suíça, a desigualdade na distribuição de renda é
o maior risco para a economia global já neste ano. Para se ter uma ideia da
importância dos debates sobre o tema, os oito homens mais ricos do mundo
acumulam uma riqueza equivalente à dos 3,6 bilhões mais pobres, segundo
levantamento divulgado recentemente pela ONG Oxfam, confederação com 20
organizações em 94 países que luta pelo fim da pobreza e desigualdade.
Durante o evento, a diretora do Fundo
Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, destacou que, quando há crise
econômica em um país, a principal e a mais óbvia medida a ser tomada para
reduzir a desigualdade é a redistribuição de renda. Porém, eu acredito que a
responsabilidade de reverter esse quadro vá muito além dos governantes. As
empresas podem e devem contribuir!
Mas quais são as atribuições das companhias
para ajudar no combate à desigualdade? Elas precisam ter um olhar transversal
para toda a cadeia de valor, o que significa que devem pensar em toda a
pirâmide – ou seja, aliar os aspectos econômicos à responsabilidade social e
ambiental.
Um caminho a ser observado para repensarmos
o progresso é a economia circular, que busca reconstruir capital, seja ele
financeiro, manufaturado, humano, social ou natural, para garantir fluxos
aprimorados de bens e serviços. Esse conceito consiste em um ciclo de
desenvolvimento positivo contínuo que preserva e aprimora o capital natural,
otimiza a produção de recursos e minimiza riscos sistêmicos com
administração de estoques finitos e fluxos renováveis. Ela funciona de
forma eficaz em qualquer escala e garante um futuro próspero e sustentável.
Para permitir a inclusão socioeconômica em
todos os elos, os avanços tecnológicos não podem estar desassociados da
responsabilidade social e ambiental. A inovação deve ser equilibrada com a
geração de emprego e renda, e toda companhia deve compreender quão importante
ela é nesse contexto. Isso é fundamental para que, em um futuro próximo, o
mundo tenha uma distribuição mais equilibrada dos recursos financeiros.
Wellington Rodgério - diretor
financeiro do Grupo Sabará, empresa especializada no desenvolvimento de
tecnologias, soluções e matérias-primas de alta performance, voltadas aos
mercados de tratamento de águas, cosméticos, nutrição e saúde animal e à indústria
de alimentos e bebidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário