Promotora de justiça que trabalha há 20 anos na área
aponta temas e causas que devem se destacar no ano
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Com mais de 20 anos de trabalho em
defesa aos direitos da mulher, a Dra Gabriela Manssur, promotora de Justiça e
coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher da Região da Grande São Paulo, aponta temas e causas que devem se
destacar no feminismo em 2016. Ouvindo vítimas de violência, ativistas e o
poder público, ela destaca uma lista de oito tópicos que devem atrair a
atenção pública durante o ano:
Feminismo e feminilidade 2015 foi o ano de o tema "feminismo" ganhar visibilidade no Brasil. Porém, velhos estereótipos ainda precisam ser desfeitos. Um bom exemplo é a antiga percepção de que as feministas não podem ser femininas: o movimento atual busca justamente mostrar que a mulher pode ser como ela quiser. Isso inclui usar salto alto ou tênis, o que ela preferir. É o momento de desfazer padrões. Feminismo e moda O conceito de unissex deve ganhar maior amplitude nesse ano com o apoio de grandes marcas. A grife francesa Louis Vuitton, por exemplo, optou por ter o ator e músico Jaden Smith, filho de Will Smith, como modelo de sua campanha feminina de Verão 2016. Fatos como esse demonstram que mulheres e homens estarão mais livres para se expressarem através da moda e essa fluidez entre os gêneros é excelente para criar um diálogo mais amplo entre os sexos. Empoderamento da mulher através do esporte Em ano de Olimpíadas, as mulheres mostrarão todo o seu potencial no esporte. Modalidades como luta olímpica terão um maior número de atletas do sexo feminino, e diversos nomes ganharão destaque por seus talentos, como: Fabiana Murer - principal nome do atletismo brasileiro, Allysson Felix - velocista americana com o maior número de medalhas na modalidade, e a ginasta russa Margarita Mamun, que já soma 15 medalhas de ouro nos últimos dois anos em campeonatos mundiais e europeus. Mulheres em cargos de liderança Mais da metade das empresas no Brasil não possuem mulheres em cargos de liderança, segundo a pesquisa "Women in Business 2015", da Grant Thornton. Contudo, essa realidade deve começar a mudar no futuro: um levantamento divulgado no início do ano demonstrou que empresas que incentivam a diversidade de gênero nas posições de liderança costumam ter melhores resultados financeiros. A pesquisa foi feita pelo Peterson Institute for International Economics, com 21.980 empresas em 91 países. Violência cibernética e a importância da palavra da vítima No início do ano, o bar Quitandinha, em São Paulo, se envolveu em uma polêmica nacional ao se posicionar na internet após ser acusado de ter sido conivente com uma tentativa de assédio e agressão a duas clientes, por parte de outros dois frequentadores. Apesar do enorme apoio às vítimas por parte dos internautas, o estabelecimento e alguns outros usuários das redes sociais preferiram duvidar do depoimento das duas mulheres. O resultado foi uma enxurrada de críticas ao bar, mostrando que é urgente a necessidade de dar voz às mulheres vítimas de violência, sem criar empecilhos ou constrangimentos em seus relatos, no mundo real ou virtual. Projetos voltados aos homens autores de violência Na campanha "Eles por Elas", lançada no ano passado, a ONU fez um convite aos homens para mostrarem que também defendem direitos iguais para ambos os sexos. Cerca de 640 mil de homens no mundo todo já assinaram o marco, sendo que o Brasil está em quarto lugar entre os países com mais assinaturas, somando 21 mil adesões. O Projeto Tempo de Despertar - Ressocialização do Agressor também age nesse sentindo trazendo para perto da causa feminista os condenados por violência, em encontros que abordam assuntos como ciclo da violência, responsabilização, evolução dos direitos da mulher, Lei Maria da Penha, além de aulas de culinária com o programa "Lugar de Homem também é na cozinha". Direito ao aborto Com a recente epidemia do vírus Zika e os casos de microcefalia, o direito ao aborto vem sendo novamente discutido pela sociedade brasileira. O movimento feminista é uma importante ferramenta ao reforçar que mulheres e homens têm o direito de tomar decisões que digam respeito aos seus corpos. Essa é uma discussão urgente, que integra a agenda dos direitos individuais e da saúde pública e que deve acontecer com a aproximação dos poderes executivo, judiciário, legislativo e ministério público para enfrentamento à violência contra a mulher. Tratamento humanizado das mulheres vítimas de violência nas delegacias de polícia As mulheres que têm a coragem de denunciar uma agressão, muitas vezes, passam por situações constrangedoras em uma das unidades da Delegacia de Defesa da Mulher. O tratamento precisa ser mais humanizado e acolhedor, diminuindo o impacto que a mulher já sofre ao expor o seu problema para amigos e familiares. Dra. Gabriela Manssur - Com mais de 20 anos de trabalho em defesa dos direitos da mulher, Gabriela Manssur é promotora de Justiça, coordenadora do Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Região da Grande São Paulo. Idealizadora do projeto Movimento pela Mulher, ela defende a corrida (seu hobby), como um dos meios de empoderamento e recuperação da autoestima da mulher. A corrida Movimento Pela Mulher está sem sua segunda edição e acontecerá em São Paulo no dia 20/03, com o objetivo de arrecadar verba para subsidiar projetos de empoderamento da melhor e combate à violência doméstica. Também fomenta outros projetos, como o pioneiro Tempo de Despertar, com foco na ressocialização do autor de violência contra a mulher; Educa-Ação, voltado para os/as adolescentes e Maria Linda, para capacitação e empoderamento das mulheres. Em 2015, foi vencedora da Medalha Ruth Cardoso e da Medalha Laurita Ortega Mari, além de ter sido reconhecida pela revista Marie Claire como um das 24 Mulheres que Fazem a Diferença, e pelo site "Think Olga" como umas das mulheres mais influentes no tema Empoderamento da Mulher. Foi uma das idealizadora da Lei Municipal No. 2229/2015, que torna obrigatório o curso de ressocialização do autor de violência contra a mulher em Taboão da Serra. Participou da elaboração do projeto que deu origem à Lei Estadual No. 15.425/2014, que institui o procedimento de inserção, nos sistemas de informação da Secretaria de Segurança Pública, das medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha. Site: www.justicadesaia.com.br Instagram: @justicadesaia
2ª Corrida Movimento Pela Mulher
Data: 20/03/2016 Local: em frente à Assembléia Legislativa de São Paulo, Ibirapuera Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n Largada: 7 da manhã Inscrições: www.movimentopelamulher.com.br, até 16/03 ou término das vagas Modalidades: individual corrida (5K ou 10K) e caminhada (5K) Valor: R$ 80 (idoso R$ 40). Atenção: R$10 do valor de cada inscrição será revertido para as ONGs e associações parceiras. |
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segunda-feira, 7 de março de 2016
Pauta: Dia da Mulher - Lista revela tendências no feminismo para 2016
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