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segunda-feira, 14 de março de 2016

Dermatite atópica já atinge até 15% da população





Apesar de não ter cura, doença pode ser controlada. A dermatologista Livia Pino selecionou algumas orientações e dicas


Dermatite Atópica é uma doença crônica que causa inflamação da pele, levando ao aparecimento de lesões e coceira. Em geral começa na infância e PODE durar até a fase adulta. É muito comum a presença de casos familiares (genética) e pode acompanhar outras doenças alérgicas como asma, bronquite e rinite. Acomete cerca de 10% a 15% da população.
“Na infância, as lesões de pele são mais avermelhadas, e localizam-se na face, tronco e superfícies externas dos membros. Nas crianças maiores e adultos, as lesões localizam-se mais nas dobras do corpo, como pescoço, dobras do cotovelo e atrás do joelho, e são mais secas, escuras e espessadas. Em casos mais graves, a dermatite atópica pode acometer boa parte do corpo e acredita-se que fatores ambientais estejam envolvidos”, esclarece a dermatologista Livia Pino, professora da Faculdade de Medicina de Valença.
 
Pessoas com dermatite atópica são mais suscetíveis a contrair infecções causadas por fungos e vírus, já que sua imunidade não é satisfatória, como por exemplo: herpes, verrugas, etc.
“A pele do atópico é muito seca e isto tende a se manter até a fase adulta. E esta pele seca é muito sensível a substâncias irritantes, como cosméticos, tecidos, materiais de limpeza, etc. Em geral, começa no rosto e depois pode se espalhar para todo corpo. Mais comumente, as lesões se localizam próximo as dobras; como pescoço, atrás dos joelhos, pálpebras, ao redor da boca, tornozelos, glúteos”, revela a dra. Livia Pino.

De tanto coçar a pele pode engrossar, ferir, e formar até cicatrizes. Alguns fatores internos e externos podem agravar a dermatite tais como estresse emocional, exposição a alergenos, condições que ressequem mais a pele, poeira, lã e tecidos sintéticos, infecções, frio intenso e baixa umidade, produtos de limpeza e detergentes.

Infelizmente não existe cura, mas existe controle da doença e em alguns casos controla espontaneamente com o passar dos anos. O tratamento não é simples e envolve mudança de hábitos de vida. Pode ser feito com antialérgicos, hidratantes, algumas vezes antibióticos, corticoides e imunomoduladores. Algumas vezes indico um suporte psicoterápico para o paciente e as vezes para a família também.

A dermatologista Livia Pino, separou algumas dicas de cuidados que são importantes para quem tem dermatite atópica:

1) Evitar banhos quentes, pois ressecam mais a pele.
2) Banhos com sabonetes em todo corpo só 1 vez ao dia.
3) Usar sabonetes menos abrasivos, hidratantes, sem muito perfume e cor.
4) Evitar uso de buchas e sabonetes esfoliantes.
5) Hidratantes. Esta é uma das regras mais importantes para peles que sofrem com dermatite atópica! De preferência 2 a 3x ao dia. A melhor hora para hidratar o corpo e logo após o banho (regra dos 3 minutos), pois a pele unida é capaz de absorver melhor o hidratante.
6) Evitar usar qualquer medicamento e receita caseira que não seja prescrito pelo seu médico! Muitas ervas, usadas pela população, podem agravar a doença.
7) Afastar do paciente bichos de pelúcia, animais domésticos com pelos, tapetes, cortinas, e tudo que possa acumular poeira, ácaros.
8) A casa deve ser limpa com pano úmido evitando usar vassoura, para não levantar o pó.
9) Colocar o travesseiro e colchão no sol quando possível.
10) Arejar bem a casa.
11) Evitar uso de perfumes.
12) Evitar contato com substâncias que possam causar alergias, ou irritar mais a pele como materiais de limpeza, cosméticos não adequados.
13) Dar preferência a roupas de algodão e evitar tecidos sintéticos.



Livia Pino - médica dermatologista, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ, tem pós-graduação em Dermatologia pela Policlínica Geral do Rio de Janeiro. Livia atua ainda como professora da Faculdade de Medicina de Valença e Preceptora do ambulatório de Pós-Graduação em Dermatologia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro.

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