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quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Nutricionista aponta consumo exagerado de adoçantes por adolescentes



 Muitas meninas acreditam que o consumo de adoçantes ou de produtos com edulcorantes seja a opção mais saudável para perda de peso, mas a profissional alerta para os riscos desta escolha


Antes mais comum na mesa de adultos e de pessoas com mais idade, os também chamados edulcorantes estão sendo consumidos, atualmente, de forma exagerada por adolescentes que não querem engordar. No entanto, a substituição do açúcar para adoçar sucos, cafés, chás etc pode não ser a mais saudável. Os adoçantes artificiais podem provocar, por exemplo, alteração da flora intestinal, um fator de risco para doenças como obesidade e diabetes melittus. O alerta é da nutricionista Ana Poletto que, por meio das experiências em consultório, tem notado o aumento desenfreado no consumo desses produtos por parte dos jovens e sem qualquer orientação.

“Muitas adolescentes relatam que substituem o açúcar pelo adoçante quando querem perder peso, sem qualquer orientação profissional. Mas é preciso destacar que a quantidade utilizada para adoçar e a qualidade desses produtos devem ser levadas em consideração. Caso contrário, a troca pode sair cara para a saúde. Dados científicos mostram que o consumo de adoçantes artificiais pode provocar, por exemplo, alteração da microbiota intestinal ou flora intestinal. Esta alteração é um fator de risco para doenças metabólicas como obesidade e diabetes melittus, além de aumentar a vontade para o consumo de doces", afirma Ana. 

A profissional explica que uma alternativa, menos prejudicial, seria o uso consciente de adoçantes naturais derivados de planta mas, mesmo assim, o ideal ainda seria comer menos produtos acrescidos de açúcares e adoçantes e não adoçar os alimentos. “Conseguir identificar o sabor natural dos alimentos é o melhor caminho. Ou seja, o melhor é desembalar menos e descascar mais. Que tal optar por fontes naturais de açúcar, como as frutas? Cabe ressaltar que o ‘açúcar’ que se consome ‘escondido’ nos alimentos industrializados, muitas vezes na forma de xarope, pode elevar o ácido úrico”, ressalta.

Tipos de adoçantes 
Os adoçantes podem ser classificados, por exemplo, de acordo com o valor calórico. Edulcorantes nutritivos fornecem o mesmo valor calórico dos açúcares (frutose, glicose, maltose, entre outros), já os edulcorantes não nutritivos são pouco calóricos ou não calóricos (acessulfame K, ciclamato, sacarina, sucralose). Há também os adoçantes obtidos de extratos vegetais como estévia e taumatina considerados nutritivos.

Tipos de açucares
Há uma variedade presente no mercado: açúcar demerara, açúcar mascavo, melado de cana, açúcar de coco, açúcar refinado, entre outros. No entanto, Ana explica que a diferença entre eles não está no teor de sacarose, ou seja, no teor de açúcar, mas sim na qualidade nutricional. 

“As versões não refinadas, além de não terem adição de aditivos químicos, conservam a qualidade de micronutrientes como vitaminas do complexo B, magnésio, cálcio, cobre, entre outros. O açúcar refinado branco, além de receber adição de compostos químicos para o clareamento, perde boa parte de suas vitaminas e minerais. O açúcar de coco, por exemplo, é uma alternativa saudável, mas é importante destacar que não há dados suficientes na literatura científica que comprovem um menor índice glicêmico”.





Dra. Ana Poletto - formada em Nutrição pela Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná e possui mestrado e doutorado em Fisiologia Humana pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP). Atua como nutricionista clínica, palestrante em congressos e eventos e é docente em cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica, nas áreas de Genômica, Endócrino e Bioquímica. Possui trabalhos publicados em revistas internacionais e nacionais e participa ativamente de congressos no Brasil e no exterior.



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