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sexta-feira, 21 de junho de 2019

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EXIGEM ATENÇÃO REDOBRADA NO INVERNO


Especialistas do Hospital Leforte apontam o que deve ser levado em conta nesta época do ano


Os vírus respiratórios circulam o ano todo, porém nos meses de outono e inverno sua ocorrência se torna mais frequente devido a manutenção das pessoas em locais fechados e com pouca circulação do ar. O inverno começa oficialmente no próximo dia 21 de junho e fica o alerta: quais os cuidados necessários quando se fala em doenças respiratórias? Para a redução do risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias, o Ministério da Saúde recomenda a adoção de medidas denominadas “etiqueta respiratória”.


Etiqueta respiratória

“A etiqueta respiratória são algumas ações facilmente aplicadas pela população como: higienização das mãos frequente com álcool em gel ou água e sabão; utilizar lenço descartável para a higiene nasal; cobrir o nariz e a boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar as mucosas dos olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; evitar o contato próximo a pessoas com sinais ou sintomas respiratórios.

Além destas medidas, as pessoas que apresentam sintoma de gripe devem evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas); restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação; evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados; adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos”, destaca a Dra Emy Akiyama Gouveia - Coordenadora Corporativa Médica de SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) do Grupo Leforte.


Vacinas

Especialistas do Hospital Leforte são unânimes quando o assunto são as vacinas. “Estamos falando de mecanismos comprovadamente eficazes na defesa do organismo humano contra agentes infecciosos virais ou bacterianos. Daí a importância de estar com a carteira de vacinação em dia, não só as crianças, mas os adultos”, ressalta a Dra Emy.

Para a prevenção das doenças respiratórias temos disponível a vacina contra o vírus da influenza (reforço anual) e a vacina antipneumocóccica que possuem indicações específicas.


Influenza

A especialista também aponta que, no caso da vacina da gripe, é importante fazer o reforço todos os anos, devido às mutações do vírus influenza e pelo fato de que a imunidade que cai ao longo dos meses: “o tempo de manutenção dos anticorpos é variável, em média dura apenas de 6 a 12 meses”.  O serviço público oferece a vacina trivalente (H1N1, H3N2 e o influenza do tipo B Victoria). No setor privado, no entanto, é possível encontrar a versão tretavante, que inclui o tipo B Yamagata. “Temos os grupos mais suscetíveis como crianças, idosos e doentes crônicos, mas  o ideal é que todos estejam protegidos”, destaca.


Bronquiolite

A bronquiolite é uma doença infecciosa viral causada pelo VSR (vírus sincicial respiratório) e acomete principalmente crianças até os 2 anos de idade. Suas complicações podem ser pneumonias e insuficiência respiratória aguda. Em alguns casos, há necessidade de internação. Não há vacina específica.

Para as crianças prematuras menores de 34 semanas, existe o Palivizumabe, que é um anticorpo monoclonal que a criança começa a tomar em fevereiro e segue até junho para a prevenção da bronquiolite.

“É bom que os pais saibam que ela é fundamental para prematuros e crianças com problemas respiratórios nesta faixa etária ou mesmo cardiopatas, a fim de se evitar a bronquiolite”, destaca  coordenador da UTI Pediátrica do Hospital, Dr Evandro Salgado.  


Bebê chiador

Tecnicamente chamado de lactente sibilante, o bebê chiador (que tem chiado no peito) é visto com um potencial asmático, mas o diagnóstico definitivo da doença só ocorre após os dois anos. “Até esta idade, o que chamamos de lactente sibilante é bebê com uma alergia que pode ser causada pela poeira do ar, ácaro ou alergias alimentares, entre outras causas. São pacientes mais propensos a contrair um quadro gripal e vírus”, explica o Dr. Salgado. “Neste caso, indicamos que os pais procurem um médico, até mesmo para evitar uma possível confusão com outra doença que é a bronquiolite”.


Como cuidar das alergias respiratórias, gripes e resfriados

A ida ao pronto-socorro também deve ser ponderada diante do risco de se contrair uma infecção. Por isso, é sempre bom ter, se possível, um médico de confiança e também atuar na prevenção, como o simples cuidado em lavar as mãos ou usar máscaras, em alguns casos.

“A diminuição das chuvas e da umidade do ar facilita a disseminação de partículas irritantes da via aérea, como a poeira, ácaros e poluentes como a fuligem, além de vírus e bactérias. Como pessoas também tendem a ficar mais juntas e em lugares fechados, com pouca ventilação, este cenário proporciona um risco maior de ter uma gripe ou um resfriado”, destaca Dr. Elias Lobo Braga, coordenador da otorrinolaringologia do Hospital.

Segundo ele, o resfriado é uma infecção normalmente das vias aéreas superiores, causada por vírus. O mais comum deles pertence a subtipos do rinovírus, que provoca sintomas como obstrução nasal, espirros, indisposição, dor de garganta e de cabeça leves, geralmente sem febre.

O resfriado é autolimitado e dura até 7 dias. A gripe, por sua vez, é causada pelo vírus influenza, com sintomas muito parecidos ao resfriado, embora mais intensos, com febre alta e desconforto respiratório, com duração de até 15 dias. “Com esses sintomas mais fortes e com maior duração, é aconselhável buscar uma unidade médica para fazer o tratamento adequado”, reforça o Dr. Elias.

Já em relação à alergia, o ideal é buscar se distanciar das suas causas e fazer acompanhamento com o especialista.


Perigos e riscos da automedicação por meio do "Dr. Google"


O Dr. Gustavo Eder Sales, cardiologista do Hospital Albert Sabin, explica os riscos de se automedicar com "dicas" da internet.
 
Atualmente, 3,2 bilhões de pessoas acessam diariamente a internet no mundo. A grande maioria utiliza a ferramenta de busca Google como forma de acesso a informações sobre os mais diversos assuntos e interesses, e muitos desses internautas procuram respostas sobre variadas doenças.

Um recente levantamento realizado pelo Google, com o objetivo de saber como os brasileiros pesquisam e consomem conteúdo de saúde na própria plataforma e no YouTube, mostrou que o índice de pessoas que utilizam esses recursos como primeira fonte de informação em casos de problemas de saúde, chega a 26%, próximo aos que buscam imediatamente um médico, com 35%.

“É sabido que a internet possui muitas inverdades para diversos assuntos, sendo esse o principal risco a que se expõe a pessoa que procura orientação no "Dr. Google" ou até mesmo em sites confiáveis, porém, a coleta e interpretação das informações não serão eficazes como as feitas por profissional médico.”, adverte o cardiologista do Hospital Albert Sabin, Dr. Gustavo Eder Sales.

Como principal risco da utilização de tais informações está a automedicação, sempre gravíssima, pois, pode-se desenvolver intoxicações, prejudicar diagnósticos e ainda lesionar órgãos, não acometidos até o momento, pelo uso indevido de fármacos.

“Como exemplo, cito um fato ocorrido recentemente na UTI do nosso hospital. O paciente apresentava um quadro de cefaleia (dor de cabeça) e se medicava em domicílio por meio de “dicas” adquiridas na internet e outras fontes. Após dois ou três dias de automedicação procurou o hospital, pois, não apresentava melhora do quadro e, pior, havia evoluído. Foi então diagnosticado com meningite bacteriana, insuficiência renal aguda e outras patologias que culminaram com o óbito em menos de 24 horas de internação. Se este paciente procurasse atendimento médico no início dos sintomas, fosse diagnosticado e medicado adequadamente, certamente teria sua vida salva” desabafa o Dr. Sales.

Muitas vezes, o paciente faz a busca pelos sintomas e, de imediato, encontra o suposto diagnóstico. Porém, não leva em consideração que um mesmo sintoma pode estar associado a diferentes patologias e que cada pessoa é única. A coleta de informações a respeito de doenças em sites confiáveis não deixa de ser válida, contudo, desde que seja por pura e tão somente fonte de conhecimento, deixando o diagnóstico e a prescrição de remédios sempre a cargo de um médico.

“Quando o paciente nos procura trazendo informações de suas pesquisas na internet, em nada nos atrapalhará, pois, detendo o conhecimento adequado e específico, não nos influenciaremos. Porém, se o indivíduo se utiliza de tais informações para modificar o tratamento, colocará sua saúde e até sua vida em risco”, finaliza o Dr. Gustavo.




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21 de Junho - Dia Nacional de Combate à Asma


Doença atinge mais de 6 milhões de brasileiros, 60% deles mulheres. Atividades físicas e cuidados especiais contribuem para amenizar sintomas.


Dia 21 de junho é o Dia Nacional de Controle da Asma, doença inflamatória crônica das vias aéreas que afeta os brônquios, responsáveis por levar o ar para dentro dos pulmões. A condição atinge 6,4 milhões de brasileiros acima de 18 anos, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (Ministério da Saúde/IBGE).
A principal característica da asma é a dificuldade de respirar quando a pessoa é exposta a agentes alergênicos, o que varia muito de pessoa para pessoa. O pulmão de pessoas asmáticas é mais sensível, fazendo com que fatores que disparam a alergia causem falta de ar (ou dificuldade para respirar), sensação de aperto no peito, chiado e tosse.

Cerca de 3,9 milhões de mulheres brasileiras são acometidas pela enfermidade, em comparação com 2,4 milhões de homens (prevalência de 39% a mais entre o sexo feminino). De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), atualmente há mais de 235 milhões de pessoas com asma no mundo. Mais de 80% das mortes relacionadas a ela acontecem em países em desenvolvimento.
Questões genéticas, ambientais e biológicas influenciam no quadro. Poeira, ácaros, mofo, pelos de animais, infecções, gripes, resfriados, sinusites, viroses, mudanças no clima, fumaça, poluição, frio, medicamentos e aspectos emocionais podem todos engatilhar crises.

Portanto, é importante que travesseiros, camas, estofados, carpetes, tapetes, estantes de livros e cortinas estejam sempre limpos, principalmente nos locais onde o alérgico fica a maior parte do tempo. Além disso, atividades físicas também melhoram consideravelmente o quadro, contribuindo para tornar os pulmões mais resistentes, os sintomas mais amenos e as reações alérgicas menos recorrentes.

A doença tem tratamento para diminuir a inflamação, de acordo com o grau da crise. No Brasil, o SUS oferece tratamento integral a pacientes com asma. É importante a constância e atenção plena nos cuidados, ainda que os sintomas sejam fracos, ou ausentes por períodos mais prolongados.




Marcus Vinícius Vaz Cavalcante - Pneumologista do HSANP, graduado pela faculdade de medicina de Jundiaí, desde 1989. Atua também como médico pneumologista preceptor na enfermaria do Conjunto Hospitalar do Mandaqui 



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