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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Roubo de identidade: o que é e quais danos causa à vítima



O roubo de identidade é caracterizado pelo uso indevido de documentos, fotos e informações de contato da vítima sem a sua autorização. Os criminosos formam quadrilhas especializadas em extrair informações das pessoas e depois as usam para causar prejuízos financeiros, encobrir seus crimes e até vendê-las na Deep Web, por isso a Norton aconselha que os usuários fiquem atentos.

Como não percebemos os efeitos do golpe imediatamente, se comparado ao ransomware, por exemplo, alguns acreditam que ele é menos perigoso ou que não fazem parte do público-alvo dos criminosos. “Muitas pessoas não têm o costume de verificar suas contas bancárias com frequência e conferir o extrato de seus cartões de crédito. Porém, esses são práticas simples para identificar que a pessoa foi vítima deste golpe”, diz Nelson Barbosa, engenheiro de segurança da Norton.

A empresa listou abaixo o que os criminosos podem fazer usando identidades roubadas:

• Comprar ou contratar serviços: com o cartão de crédito da vítima, o criminoso pode comprar produtos e/ou contratar diversos serviços;

• Roubar as economias: com as credenciais de acesso do Internet Banking, cibercriminosos podem resgatar e sacar o saldo de investimentos ou da poupança;

• Solicitar cartões de crédito e abrir contas em bancos: para maximizar o ganho financeiro, é possível ainda solicitar cartões de crédito e abrir contas correntes usando os dados das vítimas. Basta confeccionar os documentos falsos e usar uma pessoa, chamada de “mula”, para comparecer pessoalmente ao banco;

• Comprar um celular: Obter um celular novo usando o nome e dados de outra pessoa é uma ótima forma de continuar cometendo crimes e não ser rastreado pela polícia;

• Comprar uma casa ou se candidatar para um emprego: Criminosos podem utilizar a identidade de alguém para comprar imóveis e até se candidatar a empregos, já que se costuma investigar a ficha do aplicante durante estes processos;

“Em casos piores, os criminosos podem cometer algum delito capaz de sujar o nome da vítima, sem ela saber.
Por isso, é recomendado que os usuários verifiquem suas contas bancárias com frequência, que fiquem atentos a cobranças e correspondências não esperadas e que nunca forneçam seus dados pessoais a pessoas ou sites duvidosos. Caso suspeitem ter sido alvo de um crime, devem reportar imediatamente à polícia”, explica Barbosa.

A lei do mais fraco



 O mundo continua terrificado com os ataques do terrorismo islâmico, como aquele do caminhão assassino matando gente satisfeita e inocente que numa avenida de Nice observava despreocupada o fim da feeria de fogos de artifício celebrando o 14 de julho comemorativo da Revolução Francesa.


Até agora, 84 pessoas mortas e 202 feridas. O Estado Islâmico reivindicou o ato terrorista e qualificou de “soldado” Mohamed Lahouaiej Bouhlel: O autor da operação é um soldado do Estado Islâmico. Executou a operação em resposta aos chamados para atacar cidadãos dos países da coalizão internacional que lutam contra o EI no Iraque e na Síria”.
 
Provavelmente haverá outros atentados suicidas nas semanas e meses pela frente. Foi essa, por sinal, a advertência de Manuel Valls, primeiro-ministro francês: “A partir de agora a ameaça terrorista é uma questão central, durável, outras vidas serão ceifadas. Devo a verdade aos franceses, o terrorismo fará parte de nossa vida por muito tempo. O risco zero não existe, afirmar o contrário seria mentir aos franceses”.

Pelas circunstâncias, aqui tem peso enorme o argumento de autoridade. Razões de natureza diferente vão na mesma direção. O Estado Islâmico está perdendo territórios, em especial depois que ataques demolidores da Força Aérea norte-americana estão desobstruindo os caminhos para a reconquista terrestre por tropas iraquianas. Já caiu Fallujah; não demora, Mossul será reconquistada. O califado, tudo o indica, tem seus dias contados. Mas não o movimento jihadista que o fundou; e ele precisa mostrar poder, energia, vida. É razoável supor que, para se manter no panorama, recorrerá cada vez mais a atentados suicidas.

Nesse particular, a França é escolha óbvia. Tem enorme população francesa muçulmana, de segunda e terceira geração, dispersa em periferias empobrecidas e de alta criminalidade, alvo fácil do proselitismo jihadista. Não são refugiados nem imigrantes, são cidadãos franceses, falam francês, despertam menos suspeitas. Houve ali oito atentados nos últimos meses. Outras escolhas óbvias: enxameiam em todo o Ocidente os soft targets: praças e ruas lotadas de gente, com pouca possibilidade efetiva de policiamento.

O Estado Islâmico quis matar os 84? Quis suas propriedades? Não lhe importa a vida e a propriedade das vítimas. Contudo, não é cega a violência, tem objetivo psicológico e moral: amolecer resistências aos fins visados por seus dirigentes. Modo diferente, criar insegurança, disseminar mentalidades derrotistas. Desorientada, abatida e dispersa, a maioria acomodatícia aceitará acordos calamitosos diante de forças fortemente minoritárias, organizadas e inescrupulosas, em geral com pouca capacidade de expansão.

É tática nova? Antiga, recorrente e atual. Está sendo aplicada, de momento com êxito, na Colômbia. Foi aplicada com razoável sucesso pelos líderes da Revolução Francesa, tornando viável a vitória da Gironda (a corrente de programa moderado), aceita ou tolerada por grandes setores da opinião aterrorizados com a aplicação do programa da Montanha (os setores radicalizados). 

Curioso, não vi ninguém chamar a atenção para o paradoxal da cena de Nice. Os comentários contrastavam “liberdade, igualdade, fraternidade” com o morticínio, mas silenciaram sobre os métodos que asseguraram a vitória do lema. Vou aproveitar e pôr pingos em cima de alguns is. 

Nenhum historiador sério esconde, a Revolução Francesa utilizou o terror maciço e de certa forma por meio dele se consolidou. Digamos, de 1789 até 1794, para firmar a Revolução, os revolucionários fuzilaram cerca de 30 mil, guilhotinaram perto de 20 mil, dizimaram centenas de milhares de franceses opositores. Só na Vendeia, mais de 200 mil. A carta do general Westermann à Convenção (o poder em Paris) celebrando a vitória contra oposicionistas ficou na História como macabra e elucidativa expressão da sinistra tática: “A Vandeia já não existe mais. Morreu debaixo de nossa espada livre, com suas mulheres e suas crianças. Acabou a Vendeia, cidadãos republicanos, acabei de enterrá-la nos pântanos e nos bosques de Savenay, seguindo as ordens que recebi de vós. Esmaguei as crianças debaixo das patas dos cavalos, massacrei as mulheres para que não mais deem à luz bandidos. Não tenho um prisioneiro a me pesar na consciência, matei todos”.

*       *      *

O terror continuou como meio de intimidação e conquista. O governo de Napoleão, no período de estabilização da Revolução Francesa. O Consulado, de forma ilegal e inescrupulosa, raptou na Alemanha e depois de julgamento sumário fez fuzilar em março de 1804 na fortaleza de Vincennes o duque d´Enghien, então com 31 anos, primo do rei exilado Luís XVIII. Para quê? Inibir reações. Parte da oposição, intimidada, passaria a aceitar acordos que ainda salvassem alguma coisa da ordem antiga.

Foi o que fez Lênin, de igual modo assim agiu Stalin, E também Hitler. Agora, cientes da utilização do terror em episódios históricos, temos diante de nós o terror sistemático do islamismo radicalizado. O efeito, com o tempo, diante do medo, desorientação e caos, poderá ser a disseminação muito ampla de mentalidade derrotista. Homens de mentalidade derrotista cedem facilmente para supostamente evitar o pior. É o ceder muito para não perder tudo. Isso aconteceu com efeitos desastrosos no passado. A fórmula correta aponta rumo oposto: o terror é arma chantagista dos mais fracos. Evitando concessões suicidas, a reação lúcida e enérgica é o único caminho de salvação.




Péricles Capanema é escritor e colaborador da Abim
Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


ABIA: "falta vontade política para adotar a PrEP na resposta à epidemia de AIDS no Brasil"



A Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA) recebeu com ressalvas a notícia anunciada pelo Ministério da Saúde sobre a implementação, até o final do ano, da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no Sistema Único de Saúde (SUS).

Lembramos que há anos o governo brasileiro promete adotar a PrEP como uma política pública no contexto da prevenção combinada.  E até agora só ouvimos promessas.

Países como Estados Unidos, França, África do Sul, Quênia e Austrália já adotaram a PrEP como política pública amparados por estudos que comprovaram a sua eficácia como método de prevenção ao HIV.

Há pelo menos cinco anos, o Brasil também tem sido um local para o desenvolvimento de estudos sobre a PrEP.

O modo pelo qual o Brasil pretende viabilizar financeiramente a entrada dos medicamentos antirretrovirais utilizados na implementação da PrEP ainda não está definido. Mas sabemos que depende de uma decisão política.

Nós, da ABIA, estamos convencidos de que o maior empecilho nestes anos tem sido a falta de vontade política para fazer da PrEP uma realidade em nosso país. 

Em concordância com outras instâncias do movimento social de AIDS brasileiro, a ABIA acredita que a única maneira para garantir a sustentabilidade financeira da PrEP é a adoção de uma política de baixo preço dos novos medicamentos.

A combinação tenofovir disoproxil fumarato e emtricitabina (TDF – FTC), conhecida pelo nome comercial Truvada, até o momento, vem sendo apontada por consensos científicos internacionais como o medicamento mais adequado para a PrEP.

A gigante farmacêutica internacional Gilead Sciences, quem comercializa o Truvada,deve desistir do pedido de patente no Brasil,conforme reivindica a sociedade civil organizada e diversos cientistas atuantes na resposta ao HIV e à AIDS em nosso país e no mundo.

Para a ABIA, a vida e a saúde de milhões de brasileiros não podem ser transformadas em moeda de troca para dar sustentabilidade à indústria internacional de medicamentos, princípio que parece nortear o sistema de patentes em nosso país.

Receamos que a aquisição do Truvada por altos preços possa significar remanejamento e redução de recursos já destinados às campanhas de prevenção, distribuição de preservativos ou outras ações estratégicas para uma resposta eficaz à epidemia de HIV e AIDS, o que seria inaceitável. A ABIA continua em alerta máximo sobre a chegada da PrEP no Brasil.

É hora do governo brasileiro agir sob a convicção de que saúde não é mercadoria e de que a PrEP é um direito a ser promovido e garantido a todos/as os/as cidadãos/ãs brasileiros/as.


Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2016.
Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS

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