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terça-feira, 4 de abril de 2017

O que fazer quando os olhos lacrimejam sem parar?



Chorar sem motivo algum. Essa é uma queixa relativamente comum nos consultórios de oftalmologia. Epífora é o nome que se dá quando os olhos lacrimejam espontaneamente. Vale dizer que não tem nada a ver com choro ou com o estado emocional da pessoa. São lágrimas insistentes, que ficam escorrendo no canto dos olhos sem qualquer explicação aparente. Ao invés de todas as lágrimas serem drenadas para o sistema nasolacrimal, há algum bloqueio que induz a lágrima a escorrer pelo rosto. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, todos precisamos de lágrimas para lubrificar a superfície ocular – o que contribui para manter a saúde dos olhos e a clareza da visão. “Esse lacrimejamento espontâneo pode ser tratado com sucesso na maioria dos casos. Mas é preciso identificar a causa, que tanto pode ser o bloqueio de um ducto lacrimal, quanto uma excessiva produção de lágrimas”.

De acordo com o especialista, como os recém-nascidos geralmente não têm ductos lacrimais plenamente desenvolvidos, o diagnóstico de epífora é muito comum antes de o bebê atingir um ano de idade. Neste caso, o problema costuma desaparecer nas primeiras semanas de vida. “Em adultos, é mais comum encontrarmos ductos bloqueados ou muito estreitos. Neste caso, além do lacrimejamento espontâneo, e às vezes excessivo, o paciente fica mais suscetível a infecções oculares”.

Mas há também irritações que podem aumentar a produção de lágrima, como uma   tentativa de o corpo lavar e se livrar do que o está incomodando. “A conjuntivite alérgica ou infecciosa costuma aumentar a produção de filme lacrimal durante a fase crítica da doença. O mesmo ocorre quando a pessoa leva alguma bolada ou pancada no olho, e até mesmo quando entra em contato com químicos, fumaça ou cebolas – que são altamente irritantes por conta do gás liberado na hora em que se corta o alimento. Outra causa comum é a fotofobia (reação à claridade excessiva) e o crescimento de cílios no sentido oposto ao que deveria crescer, ou seja, eles nascem para dentro e acabam irritando os olhos, favorecendo o lacrimejamento”.

Neves afirma que há várias outras causas a serem investigadas, como ceratite (infecção da córnea), úlcera, terçol, e até mesmo o uso de certos medicamentos que favorecem a síndrome do olho seco. “A síndrome do olho seco provoca vários tipos de desconforto, desde uma leve irritação, até coceira em excesso, sensação de queimação e dor. Essas alterações também podem estimular a produção de lágrima, fazendo com que o paciente se queixe de lacrimejamento excessivo. Sendo assim, a primeira medida é avaliar cuidadosamente o olho do paciente, a fim de checar se o lacrimejamento ocorre em apenas um olho, se está associado a uma lesão, infecção, acidente, ou a qualquer outro fator. Com o diagnóstico em mãos, o oftalmologista pode dar sequência ao tratamento, que pode incluir a desobstrução do ducto lacrimal ou até mesmo a criação de um novo canal nasolacrimal”.





Fonte: Dr. Renato Neves - cirurgião-oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br





8 de abril - Dia Mundial de Combate ao Câncer



Médico alerta para rotina de saúde e monitoramento das mortes de câncer

A data do dia 8 de abril, Dia Mundial de Combate ao Câncer, foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para chamar atenção de todos para esta doença que vem atingindo altos índices.

Aqui no Brasil, é a segunda causa de morte. “Temos que usar a data para conscientizar a população da importância de se fazer o diagnóstico prematuramente ou com ações preventivas para garantir hábitos mais saudáveis”, relata Celso Massumoto, onco-hematologista e coordenador de transplante de medula óssea do Hospital Nove de Julho.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o INCA, os tipos de câncer mais incidentes no mundo foram pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão), intestino (1,4 milhão) e próstata (1,1 milhão). Nos homens, os mais frequentes foram pulmão, próstata, intestino, estômago e fígado. Em mulheres, a doença foi encontrada com maiores frequências na mama, intestino, pulmão, colo do útero e estômago.

Além dos tipos citados, no Brasil, o Linfoma de Hodgkin e não-Hodgkin e leucemias também fazem parte da estatística. “O linfoma de Hodgkin, por exemplo corresponde a 30% de todos os linfomas, com maior pico de incidência na faixa etária de 20-30 anos e um menor pico após os 50 anos”, relata Massumoto. Já o linfoma de não-Hodgkin acomete pessoas com mais de 60 anos. Os linfomas atingem homens e mulheres e ainda não se conhece a causa exata.

O médico alerta que maus hábitos como beber, fumar e obesidade podem enquadrar a pessoa num grupo de risco de ter câncer futuramente, além das causas como a pré-disposição genética. Embora mudanças de hábito possam ajudar ao combate de neoplasias malignas, ainda não é possível prevenir (com raras exceções) o surgimento do câncer.

“Diante desses altos índices, é fundamental que se incorpore na rotina de saúde um monitoramento das mortes por câncer, pois só assim teremos um instrumento essencial para estabelecer ações de prevenção, controle da enfermidade e os fatores de risco para a população”, finaliza Massumoto.




Celso Massumoto (CRM 48392) - Diretor clínico da Oncocenter, coordenador de transplante de medula óssea
do Hopistal Nove de Julho e membro da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).






Especialista brasileiro em reprodução humana analisa teste pelo celular, criado nos EUA, para fertilidade masculina



De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os homens são responsáveis por 40% dos casos de infertilidade, problema que atinge mais de 45 milhões de casais no mundo.
A menos de uma semana, a revista "Science Translational Medicine" publicou um artigo sobre um teste para a fertilidade masculina, que pode ser feito em casa com a ajuda de um smartphone.

O novo produto foi desenvolvido pelos especialistas do Brigham and Women´s Hospital (BWH) e do Massachusetts General Hospital em Boston. O acessório conectado ao celular quantifica a concentração de espermatozoides, sua mobilidade e mostra o resultado em segundos.
De acordo com Dr. Edson Borges Jr., especialista em reprodução humana, essa avaliação seminal caseira tem dois aspectos muito importantes que devem ser observados. 

“A grande vantagem é dar mais acesso às pessoas sem a necessidade de uma visão médica mais direta para analisar a quantidade de espermatozoide e se, potencialmente, existe um problema ou não. A universalização dessa ferramenta pode interferir o quanto antes em um tratamento de infertilidade”, ressalta Borges.

O ponto negativo, segundo o diretor do Fertily Medical Group – uma das principais clínicas do segmento no Brasil - é que a produção espermática é uma análise biológica, muito variável, isto é, se realizarmos dez espermograma, teremos dez resultados diferentes. Dessa forma, essa visão imediatista também pode trazer em casos de sêmen normais, durante o teste caseiro, resultados não necessariamente reais e que precisam de uma investigação mais detalhada.

“Mesmo em homens considerados férteis, até 50% da população de espermatozoides do ejaculado pode apresentar alterações de motilidade e até 96% na morfologia, entre outras variáveis analisadas. O espermograma também é bastante útil para fornecer informações sobre o estado das glândulas acessórias, como próstata e vesículas seminais. O grande risco é do paciente se autodiagnosticar e não ter uma avaliação mais criteriosa”, explica o especialista.

Para finalizar, Borges diz que, além da minuciosa análise seminal, outros testes podem contribuir para o tratamento da infertilidade – que às vezes é cirúrgico – e até mesmo para definir a técnica mais apropriada de reprodução assistida. É o caso da avaliação hormonal e da avaliação genética. Os três fatores genéticos mais frequentemente relacionados à infertilidade masculina são: aberrações cromossômicas, mutações gênicas e microdeleções do cromossomo Y – sendo que, na população de homens inférteis, a incidência de alterações cromossômicas é de 7%, em média.





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