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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Metodologia permite testar de forma remota a mobilidade e a força muscular de idosos com demência

  

Os 43 voluntários tiveram acesso aos testes no ambiente
domiciliar, por meio de uma plataforma on-line
 Freepik*

No protocolo desenvolvido na UFSCar, cuidadores treinados aplicam testes consagrados da fisioterapia no ambiente doméstico e são auxiliados virtualmente por profissionais de saúde. Objetivo é ampliar o acesso dessa população a tratamentos de saúde

 

Pesquisa conduzida na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) mostrou que é possível adaptar testes de mobilidade funcional e de força muscular para que sejam realizados no ambiente doméstico, de forma remota. A proposta é atender pessoas idosas com demência por telessaúde, a partir de um protocolo que envolve o treinamento de cuidadores e a supervisão on-line de profissionais de saúde.

Testes de mobilidade funcional e de força muscular são amplamente utilizados por fisioterapeutas e outros profissionais que atuam na área da gerontologia para avaliar o processo de envelhecimento, prescrever tratamentos ou exercício físico e avaliar o resultado de intervenções terapêuticas em pessoas idosas.

“Os resultados obtidos nos testes de modo remoto foram confiáveis. A grande contribuição deste trabalho está em conseguir acessar de modo mais amplo a população de idosos com demência, visto que a telessaúde traz facilidades práticas, tornando o atendimento mais frequente e o acompanhamento da pessoa idosa mais completo”, afirma Larissa Pires de Andrade, professora do Departamento de Fisioterapia da UFSCar e coordenadora do estudo publicado na revista Geriatrics, Gerontology and Aging.

Na avaliação de Andrade, fazer testes de mobilidade funcional e de força muscular por telessaúde pode ser uma alternativa para a avaliação dessa população, facilitando a prestação de serviço a indivíduos que não têm condições financeiras ou físicas de se deslocar até uma clínica. Também pode ser útil em situações que impedem as pessoas de saírem de casas, como ocorreu durante a pandemia de COVID-19.

O estudo, fruto do trabalho de doutorado de Carolina Tsen, faz parte de um projeto maior, liderado pelo Laboratório de Pesquisa em Saúde do Idoso (LaPeSI) da UFSCar e financiado pela FAPESP, que visa testar programas de telerreabilitação para idosos com demência.

“A confirmação de que é possível fazer esses testes, tão comuns na prática clínica, de maneira remota é o primeiro passo da nossa pesquisa, que envolve também a adaptação de processos de reabilitação desses idosos com demência por telessaúde”, explica Andrade.


Metodologia

Durante o estudo recém-publicado, 43 indivíduos com diagnóstico clínico de demência realizaram de maneira remota, com o auxílio de cuidadores, testes que avaliam a mobilidade funcional e a força muscular. Foram usados métodos consagrados da fisioterapia, entre eles a Short Physical Performance Battery (Bateria Curta de Desempenho Físico), uma série de avaliações para verificar fatores como velocidade de marcha, equilíbrio estático e força de membros inferiores.

Os pesquisadores também adaptaram outros três testes, dentre eles o 30 Seconds Sit to Stand (Sentar-Levantar 30 Segundos), que avalia quantas vezes nesse intervalo de tempo o indivíduo consegue sentar e levantar de uma cadeira, o que permite aferir a força e a resistência das pernas. Outros testes adaptados para o modelo remoto foram o Time Up to Go (TUG, sigla para “Levantar e Ir”), que consiste em levantar de uma cadeira, caminhar três metros de distância, virar, caminhar de volta e sentar-se novamente; e o Time Up Dual Task (TUG Dupla Tarefa), em que o indivíduo realiza a mesma movimentação do Time Up to Go enquanto responde a perguntas.

Os voluntários tiveram acesso aos testes no ambiente domiciliar, por meio de uma plataforma on-line. Antes disso, os cuidadores receberam uma capacitação para aplicá-los. As avaliações foram feitas com participação on-line e em tempo real de um profissional de saúde capacitado para esclarecer dúvidas.

Andrade explica que, no caso de pessoas com demência, a realização desses exames físicos, tanto na forma presencial quanto remota, pode representar um desafio, visto que os comprometimentos cognitivos, como prejuízos à memória e à atenção, podem resultar em dificuldades para entender o que está sendo solicitado.

“Por isso, além de todo o treinamento com os cuidadores e da preparação do espaço doméstico para as avaliações, foi preciso adaptar os comandos verbais. Eles ficaram mais simples, ditos de forma pausada e curta para que as pessoas idosas com demência pudessem compreender o que estava sendo pedido. Isso foi essencial para que houvesse um desempenho satisfatório nos testes”, diz.

O artigo Adaptation and reliability of tests of functional mobility and muscle strength using telehealth for older people with dementia pode ser lido em: https://ggaging.com/about-the-authors/1830/en-US.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/metodologia-permite-testar-de-forma-remota-a-mobilidade-e-a-forca-muscular-de-idosos-com-demencia/52528


Como cuidar do envelhecimento dental

Especialista alerta para os perigos do imediatismo no combate ao envelhecimento e orienta como preservar a idade funcional do sorriso na terceira idade 

 

Retração de gengiva, diminuição e amarelamento dos dentes, marcas de expressão como o temido ‘código de barras’, o ‘sorriso invertido’ e até as ‘olheiras’ provenientes da perda óssea na região buco maxilar, são sinais de que seus dentes estão envelhecendo. Por serem formados por células (chamadas odontoblastos), assim como todo o corpo, eles também sofrem com o impacto do tempo. 

Somado a isso, além das condições fisiológicas, comportamentos como uso excessivo de medicamentos, ingestão de dieta ácida e o apertamento dos dentes, ocasionados pelo estresse do dia a dia, são fatores que aceleram esse processo de envelhecimento. 

 

Alerta para o imediatismo 

Marcelo Kyrillos, cirurgião-dentista do Ateliê Oral, alerta para os perigos do imediatismo na busca pela jovialidade. “Maquiar o envelhecimento dental não é uma opção. As pessoas estão se esquecendo de que vão viver mais 40, 50 anos, e irão precisar de uma boa mobilidade para a fala e a mastigação, um correto posicionamento entre arcadas e, inclusive, uma estrutura óssea fortalecida. Tudo isso para garantir uma terceira idade dental com funcionalidade”, explica Kyrillos, que percebeu nos últimos anos um aumento significativo de pacientes da faixa etária entre 45 e 65 anos no Ateliê Oral em busca de tratamentos estéticos. “A grande verdade é que a geração prateada atual está redefinindo o que significa envelhecer bem, se compararmos com as pessoas da mesma faixa etária de 30 anos atrás”, destaca.  

“Contudo, nosso esforço é combater um certo imediatismo de alguns pacientes e colocar para eles importância da funcionalidade em primeiro lugar. Antes de iniciar um tratamento para o uso de lentes de contato dentais, por exemplo, é preciso verificar se aquele paciente não tem um histórico severo de bruxismo que nunca foi tratado. Caso contrário, haverá um sorriso lindo e um paciente com problemas articulares, dores crônicas de cabeça e pescoço, entre outras queixas severas. Tratado isso, podemos pensar em estética.”, completa. 

"Já deixamos de atender solicitações como a de um paciente que pediu a extração de todos os dentes para que colocássemos novos. Isso não foi necessário, pois hoje a tecnologia permite salvar dentes que, antigamente, seriam perdidos. As alternativas modernas de tratamento possibilitam a recuperação e a preservação dos dentes naturais, evitando extrações que eram comuns no passado. Além disso, as técnicas atuais de restauração mantêm a estrutura original dos dentes e utilizam materiais que se assemelham muito à sensação e aparência dos dentes naturais. No caso de gengivas retraídas, existem técnicas que devolvem a gengiva perdida com a própria gengiva do paciente. A premissa é válida e obrigatória: a saúde e a função têm que vir em primeiro lugar, a estética deve entrar como uma aliada”, frisa o especialista do Ateliê Oral. 

 

Alguns sinais de que seu dente está envelhecendo:  

. Marcas de expressão ao redor dos lábios (até as ‘olheiras’ podem ser sinais, visto a perda óssea na região buco maxilar)

. Diminuição dentária 

. Retração da gengiva 

. Mobilidade dentária 

. Amarelamento dos dentes 

 

 Como preservar a idade funcional do sorriso na terceira idade 

.Dizer não ao imediatismo: antes de qualquer tratamento estético em busca de jovialidade, consultar um profissional que priorize a saúde e a função dos dentes. 

.Escovação: com o passar dos anos, perdemos nossa habilidade manual. Uma boa opção são escovas elétricas com sensor de pressão. Elas atuam em áreas difíceis de alcançar manualmente na escovação. 

.Periodicidade: exames preventivos com o dentista devem passar a ser semestrais, independentemente da idade. Porém, o especialista destaca que após os 60 anos, isso deve ser seguido à risca. A odontologia hoje possui tecnologias de escaneamento de dentes e de gengivas para a verificação de desgastes dentários e perda de gengiva. Significativamente evidentes no software, essas inovações permitem uma leitura do que está causando essas alterações, possibilitando a intervenção e o tratamento.  

.Cuidados para evitar ainda mais o desgaste do esmalte: a erosão do esmalte já é um resultado do impacto do tempo. Contudo, fatores externos aceleram esse desgaste, tais como:  

  1. A ingestão de alimentos e bebidas ácidas: por possuírem alto índice de acidez, fazendo com que o pH da boca passe de 6,4 para 5,5, esses produtos apresentam significativo potencial erosivo. Evite a ingestão dos mesmos antes de dormir, período no qual os efeitos protetores da saliva estão reduzidos. Espere também 30 minutos para a escovação, uma vez que a superfície do dente estará amolecida pela acidez. Escovar os dentes logo em seguida pode acelerar o desgaste.  
  2. O uso excessivo de medicamentos: além de acelerarem a corrosão dentária, promovem o amarelamento, que também é consequência do envelhecimento dental. 
  3. Bruxismo: caso suspeita, fazer exames para verificar a necessidade do uso de placas de proteção para evitar também o desgaste do esmalte durante a noite. 

 

Ateliê Oral


Agosto Dourado: especialista responde as principais dúvidas sobre amamentação

Benéfico para bebês e mamães, momento ainda gera muita insegurança e aflições 


A amamentação é uma fase de extrema importância para bebês e mamães. Além de suprir todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do recém-nascido, é também um forte momento de conexão. Pegando como gancho o Agosto Dourado - Mês de Conscientização sobre a Importância da Amamentação, a Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, convidou a Dra Flávia Gheller Schaidhauer, pediatra especialista em Amamentação e professora da UniSul, para responder às principais dúvidas das mulheres em relação ao aleitamento. Confira:
 

Quais os benefícios da amamentação para o bebê?

R: Os benefícios para o bebê são inúmeros, especialmente em relação ao desenvolvimento cerebral e à prevenção de doenças. Logo após o nascimento, o contato pele a pele e a amamentação auxiliam na adaptação do recém-nascido ao ambiente externo, fortalecem o vínculo entre a família e o bebê e contribuem para a regulação da temperatura e da glicemia, além de favorecerem reflexos relacionados à amamentação. Crianças que são amamentadas têm maior proteção contra doenças diarreicas e respiratórias, incluindo bronquiolite. Elas apresentam menor risco de desenvolver alergias alimentares e, caso venham a desenvolvê-las, têm mais chances de cura, como é o caso da alergia ao leite de vaca.

O desenvolvimento cerebral é potencializado pelo leite humano, mesmo que este seja pasteurizado e proveniente de doadoras no caso de prematuros. Estudos indicam que crianças amamentadas possuem um Quociente de Inteligência (QI) mais elevado aos 5 anos de idade quando comparadas às crianças que não foram amamentadas. A longo prazo, o leite humano oferece proteção contra obesidade e doenças metabólicas, como diabetes mellitus e hipertensão.
 

E quais os benefícios para a mãe?

R: Os benefícios para a mãe começam já no pós-parto imediato. A amamentação nas primeiras horas após o parto reduz o sangramento uterino, favorecendo as contrações uterinas, e auxilia no retorno ao peso anterior à gestação. Além disso, a amamentação diminui o risco de depressão puerperal e de transtornos de saúde mental relacionados ao puerpério. A longo prazo, a amamentação por mais de três a seis meses reduz o risco de diabetes mellitus, hipertensão e doenças cardiovasculares em mulheres que tiveram transtornos relacionados à gestação, como diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, minimizando a probabilidade de essas condições se tornarem crônicas. Ademais, a amamentação está associada a uma menor incidência de câncer de ovário e câncer de mama. É importante ressaltar que todos esses benefícios são dependentes do tempo: quanto maior a duração da amamentação, maiores são os benefícios para a saúde da mãe.
 

Tem uma idade ideal para o bebê desmamar?

R: O mamífero humano, do ponto de vista evolutivo, desmama em torno de 3 a 4 anos. Não há um limite definido para a amamentação, e se a família optar por continuar, é possível amamentar em tandem, ou seja, amamentar mais de uma criança ao mesmo tempo, mesmo que tenham idades diferentes. Estudos mostram que não há desenvolvimento de problemas psicológicos na criança que continua a ser amamentada além do que a sociedade considera aceitável. Infelizmente, existe um estigma social quando vemos crianças maiores sendo amamentadas. Essa decisão é única e exclusiva da família, pois não há nenhum malefício e o leite continua com suas características nutricionais.
 

Quando o leite materno pode deixar de ser exclusivo?

R: A alimentação complementar deve ser iniciada a partir dos seis meses de vida em crianças nascidas a termo, quando elas apresentam sinais de prontidão, como a capacidade de sentar-se praticamente sem apoio, a perda do reflexo de extrusão da língua, a redução da salivação e o interesse pela comida. Em bebês prematuros ou com síndromes genéticas, é essencial avaliar o desenvolvimento neurológico e os sinais de prontidão para minimizar o risco de engasgo. Antigamente, a introdução da alimentação complementar ocorria aos quatro meses, o que resultava em muitos casos de engasgo. A mudança para o início da alimentação complementar aos seis meses, alinhada ao respeito pelos sinais de prontidão, é mais adequada para as crianças e reduz significativamente o risco de engasgo, um grande temor das famílias.
 

O bebê deixa de se desenvolver de forma saudável se, por qualquer motivo, não tiver acesso ao leite materno?

R: O bebê pode se desenvolver adequadamente, independentemente de ser amamentado ou não, na maioria dos casos. No entanto, ele não terá acesso aos benefícios protetores que somente o leite materno pode oferecer. Bebês que são alimentados com fórmula tendem a ficar mais doentes, apresentam mais episódios de diarreia e doenças respiratórias e têm um risco maior de obesidade na infância, além de estarem mais propensos a desenvolver alergias ao leite.
 

Qual outro tipo de leite mais se aproxima dos benefícios do leite materno?

R: Não há nenhum leite que se aproxime do leite materno. Todas as fórmulas infantis são feitas à base de leite de vaca, e muitas famílias desconhecem isso, uma vez que a propaganda da indústria induz a acreditar que as fórmulas são derivadas do leite materno ou elaboradas com compostos semelhantes. O leite materno é um alimento ativo e vivo, que modula o organismo da criança e educa o sistema imunológico. Nenhum leite industrializado consegue replicar essas propriedades. Além disso, uma questão importante sobre as fórmulas infantis é que elas podem potencializar as alergias alimentares.
 

A mãe deve fazer algum tipo de dieta para manter o leite materno nutritivo para o bebê? No que consiste?

R: As pessoas que amamentam precisam ter uma dieta balanceada, assim como aquelas que não amamentam. Essa dieta deve ser rica em frutas, verduras, gorduras saudáveis, como aquelas presentes nas castanhas e no azeite, e em proteínas de alto valor nutricional. Durante a amamentação, a mãe tem um gasto energético maior, por isso é necessário que ingira 500 calorias a mais do que sua necessidade nutricional basal. Devido à gestação e à lactação, que podem esgotar as reservas de nutrientes, a mulher que está amamentando deve considerar a suplementação de ferro, vitamina D e ômega-3 durante esse período. Se houver alguma doença pré-existente ou se a mulher tiver passado por cirurgia bariátrica, a suplementação deve ser individualizada. A composição do leite humano muda muito pouco em relação à dieta materna em termos de macronutrientes. Portanto, uma alimentação adequada e a suplementação vitamínica são essenciais para manter a saúde materna.
 

Por quais motivos uma mãe deixa de produzir leite precocemente?

R: Há diversos motivos que podem levar à redução na produção de leite, que vão desde questões relacionadas à saúde mental até aspectos da gestação, parto e nascimento. É importante lembrar que nada é definitivo e a situação pode ser melhorada com um manejo clínico adequado por profissionais capacitados que apoiem a amamentação. Um dos grandes riscos para a amamentação é o uso de chupetas, que interfere na estimulação adequada da mama nas primeiras semanas e pode induzir o desmame antes do primeiro ano de vida.

Entre as causas que afetam a amamentação, destacam-se diabetes gestacional, hipotiroidismo sem tratamento adequado, cesárea, ausência da "hora dourada", violência obstétrica, transtornos de saúde mental, falta de apoio do parceiro e da família, cirurgias de mama (como próteses e reduções mamárias) e depressão pós-parto. Além disso, questões relacionadas ao bebê também influenciam a amamentação, incluindo o uso de chupetas, a falta de livre demanda, anquiloglossia, dificuldades de sucção associadas à prematuridade e síndromes genéticas. Diante de tantos fatores, é fundamental entender que a amamentação é um fenômeno biopsicossocial.
 

Existe leite materno “fraco”? Por que isso acontece?

R: Não existe leite fraco e esse é um dos principais mitos que causam desmame. Mesmo em condições de fome, como na África, o organismo irá manter a qualidade do leite materno, em detrimento da saúde materna; ele vai se manter rico e nutritivo. Vivemos numa cultura do desmame, onde a sociedade reduz a capacidade da mulher de nutrir seu próprio bebê, e quando o bebê chora ou quer ficar no colo, entendemos somente como “fome” e que o leite é insuficiente. A humanidade sobreviveu devido à amamentação; o advento da fórmula veio a partir dos anos 60 e 70, e essa indústria criou os mitos e nos fez acreditar que não somos capazes de nutrir adequadamente nossos filhos. Após a ciência mostrar os benefícios da amamentação e os malefícios das fórmulas, a sociedade e as famílias estão buscando amamentar e chegaremos novamente a uma cultura onde a amamentação será fortalecida. Por isso, o agosto dourado é tão importante.
 

Quando a amamentação deixa de ser recomendada para um recém-nascido?

R: São muito poucas as contraindicações absolutas ao leite humano. Entre elas, encontram-se doenças genéticas como a galactosemia, na qual nenhum tipo de leite, nem mesmo o artificial, é indicado. Outras contraindicações incluem algumas doenças infecciosas, como a infecção pelo HIV/HTLV, e situações temporárias, como a tuberculose em fase não tratada. Vale ressaltar que, no caso de uma mãe estar se submetendo a quimioterapia, a amamentação será suspensa. A grande maioria das medicações é permitida durante a lactação. Ademais, se uma medicação específica não for compatível com a amamentação, geralmente existe uma alternativa semelhante que pode ser utilizada sem riscos para o bebê.
 

A mãe pode transmitir alguma doença para o bebê com a amamentação caso esteja infectada/contaminada? Em quais casos isso acontece?

R: A única contraindicação relativa das doenças infecciosas são infecções pelo HIV, varicela ativa com menos de 3 dias de erupção das lesões e herpes com lesões na mama que não podem ser protegidas do bebê. Todas as demais doenças, com manejo adequado, podem permitir a amamentação. No caso de doenças respiratórias, a pessoa que amamenta pode usar máscara e lavar as mãos com frequência para evitar contágio. O benefício da amamentação ainda supera, em muito, os riscos de contágio de doenças infecciosas.
 

Por que o uso de chupeta e mamadeira não é recomendado? Eles prejudicam a amamentação de alguma forma?

R: O uso prolongado da chupeta pode ter diversos impactos no crescimento facial da criança. Quando a chupeta é utilizada de forma excessiva, pode interferir no desenvolvimento adequado da arcada dentária e na posição dos dentes. Isso se deve ao fato de que o hábito de sucção prolongada pode levar a alterações na forma do maxilar e da mandíbula, resultando em problemas como má oclusão dentária e alterações na estética facial. Além disso, o uso da chupeta pode contribuir para a alteração do padrão respiratório, levando a uma respiração bucal, o que pode afetar o crescimento adequado das estruturas faciais. A respiração oral não só compromete a saúde bucal, mas também impacta a formação dos músculos faciais e do palato, resultando em um crescimento facial desarmonioso. Isso acontece com todos os bicos artificiais, e quanto mais frequente o uso, maior será o impacto e as alterações relacionadas.
 

Qual especialista pode ajudar a mãe neste processo de amamentação?

R: Atualmente, a amamentação é uma área de especialização em saúde. Nos Estados Unidos, a Medicina do Aleitamento já se consolidou como uma especialidade médica que lida com as dificuldades de amamentação e questões relacionadas à baixa produção de leite, além de doenças da mama durante a lactação, como a mastite. No Brasil, é possível se especializar em amamentação por meio de programas de pós-graduação lato sensu. Existe também uma certificação internacional de qualidade para profissionais da amamentação, oferecida pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners), que confere o título de IBCLC (Consultora de Amamentação com Certificação Internacional). Esse título é reconhecido mundialmente e permite que profissionais estrangeiros exerçam suas funções em outros países sem a necessidade de recertificação. No Brasil, temos em torno de quase 400 profissionais com essa certificação, sendo menos de 20% médicos.
 

Quais dicas você daria para uma mãe que irá iniciar o processo de aleitamento?

R: A amamentação não começa apenas após o parto; na verdade, tem início antes mesmo da gestação. Para amamentar um bebê, não basta ter vontade; é fundamental contar com o apoio da família e de um parceiro que compartilhe as responsabilidades do cuidado. O casal precisa compreender o processo de ter um filho e amamentar, além de realizar consultas sobre amamentação durante o pré-natal. É essencial ter um manejo obstétrico de qualidade, livre de violência obstétrica, e garantir a chamada "hora dourada" após o nascimento. Também é importante que a maternidade siga políticas que incentivem a amamentação, além de fornecer apoio de profissionais capacitados para resolver eventuais dificuldades. Tenha uma consultora de amamentação e um pediatra que apoie a amamentação, assim reduz muito os riscos de desmame precoce.


Novas abordagens na Odontologia Infantil garantem saúde bucal sem medo

Especialista explica como técnicas modernas tornam a visita ao dentista mais confortável e incentivam hábitos saudáveis desde cedo

 

Ensinar as crianças sobre a importância da saúde bucal é um dos pilares para garantir o bem-estar geral e uma qualidade de vida elevada desde a infância. A introdução de uma rotina de cuidados bucais, que vai além da simples escovação, pode prevenir problemas comuns como cáries, gengivite e, a longo prazo, evitar complicações as quais podem afetar não apenas a boca, mas a saúde como um todo.



GBT- EMS: Transforma, para melhor, o atendimento odontológico para as crianças 

Inovações no campo da odontologia ajudam a tornar a figura do dentista mais “amigável” para as crianças. É o que explica a especialista e mestra em Odontopediatria, Ana Carla Robatto. Segundo ela, profilaxia dental, conhecida como limpeza, realizada com o Protocolo GBT (Guided Biofilm Therapy - Terapia Guiada pelo Biofilme), desenvolvido pela EMS, faz com que a criança não fique com medo de sentir dor, pois ela não sentirá mesmo. 

“Este método é moderno, composto por oito passos essenciais, que vai desde a avaliação inicial para identificar problemas até a comunicação final com o paciente. Ele utiliza um jato de água morna e um pó não abrasivo para uma limpeza profunda e eficaz dos dentes. Além da remoção delicada do biofilme e do cálculo, o protocolo enfatiza a motivação e instrução do paciente sobre a higiene bucal diária, usando técnicas que tornam o processo confortável, indolor e sem o barulho típico dos procedimentos dentários”, explica Robatto.  

Essa abordagem cuidadosa e detalhada é relevante para o cuidado dental das crianças por proporcionar uma experiência sem medo e incentivar uma atitude positiva em relação à saúde bucal desde cedo. Para os pais, que precisam convencer a criança a ir ao dentista, essa prática também torna-se uma aliada. Mais detalhes no GBT Passo a Passo. Vídeo


Como faço para que meu filho fique animado para escovar os dentes?

A saúde bucal das crianças começa com o aprimoramento das técnicas de escovação. A boa notícia? É fácil tornar a escovação divertida para elas, basta um pouco de criatividade. Tente fazer este momento em família, coloque uma música, conte uma história, observe se o pequeno(a) precisa de ajuda com os movimentos da escova, utilize técnicas que possam limpar sem causar danos, como a escovação com a escova inclinada a 45°, para limpar as áreas sensíveis ao redor das gengivas. Peça indicação ao dentista sobre a escova adequada para cada faixa etária.


Qual a importância da dieta para a saúde bucal do meu filho? 

Uma alimentação rica em vitaminas, minerais e fibras ajuda na prevenção de doenças bucais, enquanto o consumo limitado de açúcares e ácidos contribui para a diminuição do risco de cáries. Segundo a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), até os dois anos de idade a criança não deve ingerir alimentos com açúcar em nenhuma hipótese. 

Encoraje a criançada a consumir frutas, vegetais e grãos integrais, além da ingestão de bastante água e evite bebidas açucaradas artificialmente, são práticas que devem existir desde o início da introdução alimentar do bebê. Nesta fase, inclusive, a alimentação saudável beneficia a saúde dos primeiros dentes, que devem ser higienizados desde a erupção do primeiro, por volta dos seis meses de vida. A Associação Brasileira de Odontopediatria recomenda o uso de pastas de dentes em bebês na quantidade equivalente a um grão de arroz (0,1g), com concentração de flúor em torno de 1100 PPM. 

Lembrando que uma criança que apresenta problemas como mau hálito ou dentes danificados, pode ter suas relações sociais afetadas, não se sentindo confiante para interagir com outras crianças. Por isso, promover a educação bucal desde a infância não apenas prepara os pequenos para uma vida de hábitos saudáveis, mas, também, os ensina a importância do autocuidado e bem-estar.

 


EMS
Electro Medical System


Dra. Ana Carla Robatto - Graduada em Odontologia pela Faculdade de Odontologia - Universidade Federal da Bahia - Dra. Ana Carla Robatto é Especialista em Odontopediatria, Mestre em Odontologia, na área de concentração de Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia de Bauru - Universidade de São Paulo e Doutora em Ciências, pelo programa de Ciências Biológicas, na área de concentração de Microbiologia, pelo Instituto de Ciências Biomédicas II, pela Universidade de São Paulo e Speaker da EMS. Atualmente faz parte do corpo docente da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, participando dos componentes curriculares de Clínica da Criança I e Odontopediatria. Faz parte do corpo docente permanente do curso de Especialização em Odontopediatria da Associação Brasileira de Odontologia, Seção Bahia. É cirurgiã-dentista da Clínica Éfika Odontologia Digital, de Salvador (BA).

 

O tempo seco e as alergias


Com o tempo seco as alergias respiratórias ganham força. Asma e rinite estão entre as mais prevalentes. A redução da umidade do ar, que geralmente fica abaixo dos 30% nessa época do ano, aliada a condições de menor dispersão atmosférica de gases e de materiais particulados, irritam as vias aéreas, predispondo a quadros infecciosos. No Brasil, o padrão de sazonalidade varia entre as regiões, sendo mais marcado naquelas com estações climáticas mais bem definidas, como no Sul, Sudeste e Centro Oeste.

 

A Dra. Maria Cândida Rizzo, membro do Departamento Científico de Rinite da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), explica abaixo quais as doenças mais recorrentes nessa época do ano, os tratamentos disponíveis e como prevenir as alergias de inverno.

 

Quais doenças são mais recorrentes nesses períodos?

 

A gripe é o exemplo típico da maior transmissibilidade nos meses de inverno, e por isso as campanhas de vacinação se iniciam nos meses de outono. Além do vírus influenza, todos os outros vírus de transmissão respiratórias incluem-se neste contexto, como os rinovírus, adenovírus, coronavírus, bocavírus, metapneumovirus e outros.


 

Qual a faixa etária mais suscetível a essas doenças?

 

São os as crianças e os idosos. Na criança há uma imaturidade imunológica proporcional à faixa etária e no idoso as respostas tendem a ser mais lentas e, muitas vezes, insuficientes. Isso tem se aplicado à maioria dos agentes infecciosos virais e bacterianos com exceção do novo coronavírus, onde se observou um menor número de agravos em crianças saudáveis. A explicação advém do fato de que a criança apresenta uma boa resposta imunológica inata (que já está pronta desde o nascimento), importante na defesa ao coronavírus. Quanto aos imunodeficientes (primários ou secundários a tratamentos), trata-se de um grupo extremamente vulnerável a complicações clínicas quando infectados, por falta de defesas imunológicas.


 

E doenças respiratórias alérgicas, quais podemos ressaltar?

 

Ressalto a rinite e asma. A rinite alérgica é mais comum após os 2 anos de idade e atinge cerca de 26% das crianças brasileiras. Em adolescentes, esse percentual vai a 30%, de acordo com dados do ISAAC (Estudo Internacional de Asma e Alergias na Infância), aplicados em vários estados brasileiros.


 

Os sintomas da Rinite são caracterizados por coceira frequente no nariz e/ou nos olhos, espirros seguidos, principalmente pela manhã e à noite, coriza (nariz escorrendo) frequente e obstrução nasal, mesmo na ausência de resfriados.

 

Ressalto também a asma, que acomete cerca de 10% da população brasileira e é a causa de morte de aproximadamente duas mil pessoas por ano. É uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias que pode ser causada ou intensificada por diversos fatores como ácaros da poeira, mofo, polens, infecção respiratória por vírus, excesso de peso, rinite, refluxo gastroesofágico, medicamentos e predisposição genética. Da criança até o adulto jovem, as alergias são fatores importantes como causadores de crises de asma.


 

É possível prevenir essas doenças respiratórias de Inverno?

 

A forma mais eficaz de prevenção é estar com a carteira vacinal atualizada. Também podemos prevenir das infecções tentando evitar ambientes mal ventilados e com muitas pessoas.

 

Outra recomendação importante é o controle de doenças crônicas, respiratórias ou não. Como exemplo a asma e a rinite, que tendem a apresentar maior agravo nas épocas frias do ano e se não estiverem sob controle, os vírus e bactérias certamente causarão um maior processo inflamatório, levando, muitas vezes, a quadros respiratórios graves.

 

Outras doenças crônicas como a hipertensão arterial e o diabetes também devem estar controladas para evitar o agravamento dos processos infecciosos respiratórios. Durante a epidemia no novo Coronavírus, este fato foi evidenciado e muitas mortes ocorreram nestes pacientes com comorbidades, em especial os não controlados. 



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Perda dos dentes afeta mais de 36 milhões de brasileiros

imagem de senivpetro para o Freepik
Visitas periódicas ao dentista, beber bastante água e alimentação saudável estão entre as medidas para uma boa saúde bucal, de acordo com o especialista 

 

Segundo levantamento realizado em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 36,6 milhões de brasileiros com mais de 18 anos perderam 13 dentes ou mais, e 16 milhões de pessoas perderam toda a dentição. A pesquisa apontou ainda que apenas 88 mil pessoas consultaram um dentista nos 12 meses anteriores à pesquisa.

O problema da ausência dental pode atingir pessoas de todas as idades e as principais causas são: má higiene bucal, periodontite, cárie não tratada a tempo, excesso de açúcar, consumo exagerado de álcool, doenças e acidentes, dificuldade de acesso a tratamentos e fatores de risco como o hábito de fumar, descuido com a gengiva, uso dos dentes como ferramenta para atividades como abrir tampas, quebrar nozes e soltar nó, bruxismo, problemas de saúde como diabetes e artrite reumatoide, idade avançada e histórico familiar.

“Perder um ou mais dentes deixa um espaço vazio na boca e obriga os dentes vizinhos a se adaptar à falta de apoio, causando um desequilíbrio na mastigação. Com isso, os alimentos não são devidamente triturados, sendo engolidos em pedaços maiores”, explica o Dr. Alexandre Ravani, dentista e CEO da PróRir, rede de clínicas odontológicas. “Além de contribuir para o sobrepeso, causa uma sobrecarga no estômago e intestino, provocando uma sensação de má digestão, já que o processo digestivo começa na boca”, completa.

Para prevenir uma eventual perda de dentes é fundamental uma escovação frequente e eficiente, pelo menos três vezes ao dia. A língua também deve ser incluída, assim como o uso de fio dental. Prefira creme dental à base de flúor e fique atento se há sangramento da gengiva, se houver, procure imediatamente um dentista.

“É importante compreender que a saúde bucal vai além dos cuidados diários. Visitas periódicas ao cirurgião-dentista a cada seis meses são essenciais para uma avaliação profissional abrangente, detectando precocemente problemas e prevenindo complicações futuras. Além da escovação e uso do fio dental, é preciso adotar hábitos que promovam a saúde dos dentes, como beber bastante água para estimular a produção de saliva, e também evitar roer unhas e usar palitos de dente. Com uma boa higiene bucal e hábitos alimentares saudáveis, é possível prevenir problemas e manter os dentes sadios ao longo da vida”, finaliza Ravani.



Mulheres Com TEA: Desmitificando Os Mistérios da Identificação

Por Que O Diagnóstico De Autismo Em Mulheres É Tão Complexo? Quais As Características? O Que Diferencia Da Condição Em Homens? 

 

Muito tem se falado do Autismo em Mulheres e suas Complexidades. Então, vamos hj tentar desmitificar esse fato?

Quem vai nos ajudar é a Dra. Gesika Amorim, neuropsiquiatra, expert no assunto.

O autismo é um transtorno onde se tem características próprias e níveis de suporte. Nos níveis 2 e 3 de suporte as diferenças, as características do espectro, são mais marcantes tanto em homens como em mulheres. Existe a dificuldade na comunicação, o prejuízo na socialização, além da preferência por rituais e rotinas rígidas. A grande dificuldade do diagnóstico e a maior diferença, entre homens e mulheres, se dá no nível 01, que é o autismo com menor necessidade de suporte; antigamente chamado de Síndrome de Asperger.

A diferença de diagnóstico entre homens e mulheres é que, nas mulheres, a dificuldade do diagnóstico é mais aparente. Geralmente as meninas são mais falantes, pode se encontrar pacientes mulheres que não tem dificuldade na construção da linguagem, mas pode se observar uma dificuldade na compreensão do que é dito, ou seja, na compreensão do discurso.

Essas pacientes não conseguem compreender piadas de duplo sentido, metáforas. Elas não conseguem compreender e se inserir bem nos jogos sociais. Isso é muito visto principalmente na adolescência; inclusive essas meninas, quando sofrem bullying na escola, elas nem sabem que estão sofrendo bullying porque não conseguem entender a piada, não conseguem entender o motivo ou porque elas não são bem aceitas – diz a Dra. Gesika Amorim, Mestre em Educação Médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, com especialização em Tratamento Integral do Autismo, Saúde Mental e Neurodesenvolvimento, entre outros.

O autismo de nível 01 é o que apresenta maior dificuldade de realizar o diagnóstico, principalmente em mulheres. As mulheres por si só, tem uma necessidade de agradar e de se sentir acolhida, e isso é inerente no sexo feminino.

Eu costumo dizer que uma das características principais, o que chama mais atenção nessas mulheres dentro do espectro autista, é a capacidade de vestir várias máscaras para se sentir acolhida nos diferentes grupos sociais, nas diferentes tribos. Conversando com minhas adolescentes, descobri que se você tiver na escola tribos que falem, por exemplo, sobre música sertaneja, elas vão se esforçar ao máximo para serem aceitas naquele grupo. E se essa adolescente sai desse grupo e entra em um outro em que os indivíduos gostam de rock, ela vai mudar de personagem para ser aceita no novo grupo. Ela passa por diferentes grupos tentando ser aceita nessas diferentes características – Explica a Dra. Gesika Amorim.

E essa necessidade de ser aceita passa por uma maior probabilidade de envolvimentos abusivos. Essas mulheres tem dificuldade de serem assertivas nos relacionamentos e de dizerem não. Elas costumam se envolver em relacionamentos ruins, que acabam trazendo prejuízo. E essa necessidade de aceitação acaba levando essas mulheres a um esgotamento emocional e psíquico.

É comum que essas mulheres passem pela vida inteira com muitos diagnósticos de transtornos psiquiátricos, quando na realidade o que se tem é uma mulher dentro do espectro autista, mas que não foi diagnosticada e não consegue se inserir socialmente, não consegue se entender e nem se aceitar como ela é, porque no fundo ela não sabe quem ela é. E ela é considerada depressiva, histérica, bipolar, Borderline, quando na realidade ela é autista, mas está tentando vestir essas diferentes fantasias para tentar se encontrar. Mas na verdade, ela não tem uma doença, mas uma condição que a faz tentar agir dentro de uma normalidade que não é a delaRessalta a especialista.

A demora do diagnóstico é porque, como já foi falado, na maioria das vezes essas mulheres, na infância, passam pelo TDAH, pelo TOD, pelo transtorno de ansiedade, pelo transtorno bipolar, depressão entre outros transtornos. E assim passam por diferentes diagnósticos, tomam inúmeros medicamentos e não conseguem se tratar. Para um diagnóstico assertivo, a pessoa precisa passar por um profissional especializado e com experiência em autismo.

A Dra. Gesika Amorim faz um alerta: Hoje se fala muito em autismo, porém, existem muitos pseudoespecialistas. É preciso buscar um profissional qualificado, passar por uma avaliação neuropsicológica com um neuropsicólogo com referência, de preferência com um psiquiatra. Autismo em adultos é um transtorno comportamental. Neurologistas pouco experientes em TEA podem não conseguir dar conta desse diagnóstico. Então procure um psiquiatra experiente, com referência, ele vai indicar uma neuropsicóloga e ela vai reiniciar uma testagem longa para esse diagnóstico ser bem fundamentado.

Sobre o tratamento, após a avaliação neuropsicológica, se identifica os diagnósticos e as comorbidades para daí entender o que é passível de tratamento. O que é tratado no TEA são as comorbidades, não existe medicamento para o TEA. Então é tratado a ansiedade, a depressão entre outros transtornos. Essas mulheres realmente tem comorbidades comportamentais, psiquiátricas, que precisam ser tratadas.

O mais importante é você acreditar nessa paciente. Eu trabalho e convivo com autismo há vinte anos e o que eu tenho visto hoje são mulheres e pacientes que muitos profissionais não acreditam nesse diagnóstico. O mais importante é fazer um diagnóstico com profissional sério e competente. É necessário procurar profissionais, psiquiatras e neurologistas, sérios e competentes para poder fazer e dar sequência nessa abordagemFinaliza a doutora e especialista em autismo  



Dra Gesika Amorim - Mestre em Educação médica, com Residência Médica em Pediatria, Pós Graduada em Neurologia e Psiquiatria, com formação em Homeopatia Detox (Holanda), Especialista em Tratamento Integral do Autismo. Possui extensão em Psicofarmacologia e Neurologia Clínica em Harvard. Especialista em Neurodesenvolvimento e Saúde Mental; Homeopata, Pós Graduada em Medicina Ortomolecular - (Medicina Integrativa) e Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil.
https://dragesikaamorim.com.br
Insta: @dragesikaautismo


Saúde bucal precária pode aumentar risco de doenças cardíacas e diabetes

A falta de cuidados com os dentes traz consequências para todo o corpo 

 

A saúde bucal é frequentemente vista como um aspecto isolado da saúde, mas pesquisas mostram que a condição da boca pode influenciar diretamente o bem-estar geral do corpo. A interconexão entre saúde bucal e condições como doenças cardíacas e diabetes é um tema cada vez mais discutido na comunidade médica.

Um estudo recente examinou a relação entre a presença de bactérias causadoras de periodontite e o espessamento da parede dos vasos sanguíneos, um fenômeno comumente observado em doenças cardíacas. Após analisar mais de 650 participantes, os pesquisadores concluíram que as paredes dos vasos mais espessas estavam associadas à presença das mesmas bactérias que causam a periodontite. 

Segundo o Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental e membro da International Federation of Esthetic Dentistry (IFED), a inflamação crônica nas gengivas pode facilitar a entrada de bactérias na corrente sanguínea, desencadeando processos inflamatórios em outras partes do corpo. “A boca é a porta de entrada para o corpo e qualquer infecção na cavidade oral pode ter efeitos em outros sistemas. As doenças periodontais, por exemplo, podem predispor ao nascimento de bebês prematuros ou de baixo peso ”, afirma.


Saúde bucal e doenças

A relação entre a saúde bucal e as doenças sistêmicas está cada vez mais evidente. O diabetes, por exemplo, pode ser tanto uma causa quanto uma consequência de problemas bucais. A alta concentração de glicose no sangue dos diabéticos cria um ambiente propício para o desenvolvimento de infecções na gengiva, que, por sua vez, dificultam o controle da glicemia. 

O Dr. José Todescan Jr. aponta que infecções bucais crônicas podem elevar os níveis de inflamação no corpo, aumentando os riscos de complicações. “Pacientes com diabetes precisam redobrar os cuidados com a saúde bucal, pois as doenças gengivais podem piorar a condição, dificultando o controle do açúcar no sangue”, explica. Segundo ele, a prevenção de problemas bucais é essencial para evitar complicações maiores em pacientes com condições já existentes.


A importância da higiene bucal regular

A manutenção de uma boa higiene bucal vai além de evitar cáries e mau hálito. Práticas simples, como escovar os dentes após as refeições, usar fio dental diariamente e realizar visitas regulares ao dentista podem prevenir uma série de complicações. Essas ações ajudam a manter a boca livre de bactérias prejudiciais, que podem migrar para outras partes do corpo e agravar condições como doenças cardíacas e respiratórias.

O Dr. José Todescan Jr. diz que a chave para evitar complicações como estas pode estar, literalmente, nas mãos dos pacientes: a escova dental. “A prevenção é a melhor estratégia para manter tanto a saúde bucal quanto a saúde geral. Visitas regulares ao dentista e uma rotina de higiene bem executada são fundamentais para garantir que problemas bucais não se transformem em questões graves”, lembra o especialista.

A interconexão entre saúde bucal e saúde geral ressalta a necessidade de uma abordagem integral na prevenção e no tratamento de doenças. Mantendo uma rotina de cuidados bucais, é possível proteger não apenas os dentes e gengivas, mas também a saúde do corpo como um todo. 




José Todescan Júnior - Atuando com excelência na área de Odontologia há mais de 33 anos, José Todescan Júnior é especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia pela USP. Membro da IFED (International Federation Esthetic Dentistry) e da Associação Brasileira de Odontologia Estética e membro da ABOD (Associação Brasileira de Odontologia Digital), ele acredita que o profissional que se aperfeiçoa em diversas áreas pode escolher sempre o melhor para os pacientes.


Clínica Todescan
clinicatodescan.com.br ou instagram.com/todescanjrodontologia


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