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terça-feira, 6 de setembro de 2022

Reta final para o Enem: jovens relatam desafios na rotina de estudos

Professor afirma que será o mais difícil da história e revela como adotou novas estratégias para não perder a conexão com os alunos

 

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022 vai ser aplicado nos dias 13 e 20 de novembro em todo o país, mas para muitos jovens, organizar e seguir uma rotina de estudos tem sido desafiador. A pandemia causou um atraso devastador na educação brasileira e, certamente, os estudantes que farão o Enem este ano serão muito prejudicados pela interrupção das aulas por causa da emergência sanitária.


A situação piorou em 2022: a defasagem educacional se transformou em um abismo. Os alunos que farão esta edição do ENEM 2022 são as crianças do 9º ano do Ensino Fundamental, que ficaram em casa em 2020 e 2021 abandonadas aos próprios recursos educacionais e que agora se veem obrigadas a fazer a prova mais concorrida do Brasil.


Vinícius Oliveira, conhecido na internet como Profinho, foi o 1º Professor Nota 1000 no Enem, e hoje se dedica a preparar jovens para conquistar a pontuação máxima na prova. Mas, além das técnicas para melhorar e aprofundar a argumentação na redação, os alunos têm buscado apoio e orientação para lidar com o impacto dos momentos difíceis no foco e concentração para os estudos.


“O ENEM deste ano será o mais difícil da história justamente porque a prova será aplicada para milhares de estudantes, principalmente de escolas públicas, que, em tempos de escolas sem aulas presenciais, não tiveram acesso facilitado a um computador e à internet”, afirma o professor Vinícius Oliveira, que precisou adaptar seu trabalho voltado para vestibulares para se adequar às novas demandas dos alunos.


A aluna Beatriz, 27, conta que passou por situações complicadas de saúde, como depressão, transtorno de ansiedade e até fibromialgia, que se agravaram após o falecimento de sua mãe. Mas, com muita vontade de se dedicar nessa reta final para o Enem. “A minha dificuldade estava sendo a concentração, eu não conseguia focar nas aulas, não conseguia absorver e aproveitar o conteúdo. Eu faço tratamento e terapia toda semana, todo remédio para depressão e ansiedade. No início eu me questionava muito porque estava acontecendo tudo isso comigo. Essas doenças invisíveis são bastante complicadas”, explica Beatriz.


“Tive que reinventar as minhas aulas porque percebi que os alunos tinham dificuldades que iam além do conteúdo: eles traziam ansiedades, medos e, o mais grave, desinteresse pelos estudos”, afirma o professor.


“Eu comecei a estudar focada no vestibular de medicina quando estava fazendo o 3º ano do ensino médio, e me formei em 2019. No ano seguinte comecei a saga dos cursinhos, fiz 1 ano completo de presencial, até que no 2º ano veio a pandemia e aí vieram os maiores desafios. Com a pandemia, o primeiro desafio foi manter a saúde mental, conciliar o medo, a pressão de estudar sozinha sem saber se daria tão certo quanto em uma sala de aula, a questão do isolamento durante um bom tempo, e a disciplina de estudar em casa”, relata a aluna Esther Jacob, 20 anos.


A partir dessa nova realidade, o Vinícius adotou novas estratégias para não perder a conexão com os alunos, manter a aprendizagem e dar a estudantes de todo o Brasil a confiança necessária para continuar na busca do sonho de ingressar na faculdade:


·         Troquei o quadro pelas telas de computadores e redes sociais


·         Criei grupos no WhatsApp para entrega de conteúdo gratuito, como aulas gravadas, listas de exercícios e materiais em PDF sobre a redação do Enem. Além disso, os grupos tiveram um papel ainda mais importante: ouvir as dificuldades de cada um e manter um contato mais próximo.


·         Passei a fazer lives gratuitas toda semana para minimizar a defasagem dos alunos


·         Comecei a fazer encontros no zoom em que os alunos ficam livres para falar sobre seus medos e suas dificuldades.


·         Adaptei as aulas para adequar o conteúdo à defasagem decorrente da pandemia.


 “É muito triste ver alunos sem esperança de ter um futuro melhor. Minha missão é minimizar o déficit que a Pandemia causou no aprendizado e democratizar o acesso à faculdade, principalmente para os estudantes de escolas públicas que vão fazer o Exame Nacional do Ensino Médio”, finaliza Profinho.

 


 

Fonte:

Vinícius Oliveira – Profinho l 1º Professor Nota 1000 no Enem

Instagram: @profviniciusoliveira

Youtube: ProfViniOliveira

 

"Ouviram da Bahia as margens plácidas"

 “Ouviram da Bahia as margens plácidas / de um povo heróico, negro, indígena e cheio de mulheres o brado retumbante.” Quem dera o Hino Nacional Brasileiro trouxesse, entre suas palavras rebuscadas e seus instrumentos afinados, uma história mais parecida com aquela que o Brasil colônia realmente viu acontecer. Celebração da efeméride que rompeu os laços políticos da então colônia ibérica com sua metrópole, Portugal, o bicentenário do histórico 7 de setembro de 1822 é apenas parte do que devemos ao nosso passado repleto de heróis desconhecidos, que lutaram - e morreram - bravamente por um início de país.

Na Bahia, no Piauí, no Maranhão, no Pará, em Pernambuco e outros lugares, muito sangue de homens e mulheres negros e indígenas, tantos deles escravizados, precisou ser derramado para que Dom Pedro I pudesse, naquele início de setembro, erguer sua espada e gritar “Independência ou morte!”. Como de costume, no Brasil, os créditos ficaram com quem podia mais. Mas, longe de ser pacífico, nosso processo de independência teve envolvimento fundamental da população, principalmente a mais pobre e vulnerável. Ele também começou bem antes e terminou bem depois daquele único dia.

Desde a chegada da família real e da corte ao Brasil, em 1808, a fisionomia colonial foi gradativamente esmaecendo por um processo de “modernização”, que contou com a instalação do Conselho de Estado, da Corte Suprema, do Conselho Real da Fazenda, da Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação e do Banco do Brasil. A reboque veio a permissão para a instalação das primeiras tipografias, até então proibidas (vale lembrar que o primeiro jornal brasileiro, o Correio Braziliense, era publicado na Inglaterra). O desembarque da missão artística francesa, em 1816, que trouxe arquitetos, pintores, compositores, botânicos, zoólogos e outros cientistas, foi responsável pela criação de novos prédios e pelo registro da geografia, flora e fauna brasileiras. Um novo rosto, esse mais brasileiro do que português, ia se delineando.

Se, no papel e nas relações políticas, os embates eram mais diplomáticos que práticos, nos recônditos brasileiros houve guerra de verdade. Muita guerra. Um número incalculável de cidadãos comuns engrossou as linhas de frente para combater as tropas portuguesas, bem mais preparadas e com um arsenal bélico adequado. Enquanto isso, os brasileiros dispunham de facas, facões e outras armas que encontravam em suas próprias casas. Não à toa, as baixas eram muito mais frequentes entre os “soldados” daqui.

Conta a tradição oral que em Itaparica, na Bahia, um grupo de marisqueiras, liderado por Maria Felipa de Oliveira, ateou fogo em dezenas de embarcações portuguesas e foi capaz, ainda, de aplicar uma surra de cansanção - planta que provoca queimaduras na pele - em marinheiros falsamente seduzidos por elas. Se Maria Felipa foi ou não real, pouco importa. Porque ela é muito real, até hoje, no orgulho e na memória do povo que verdadeiramente fez a Independência acontecer.

E, se Maria Felipa tiver entrado para a história sem nunca ter existido de verdade, uma só heroína irreal ainda seria insuficiente para compensar a quantidade muito maior de heróis reais que entregaram suas vidas pelo “sol da liberdade”. Às margens do rio Jenipapo, no Piauí, numerosas covas sem identificação seguem “deitadas eternamente em berço esplêndido”, embora seus ocupantes jamais possam ser lembrados e celebrados. São, também, brasileiros que morreram lutando contra os portugueses, em uma das batalhas mais sangrentas daqueles anos. Que celebremos Maria Felipa, então, como símbolo desses tantos anônimos que pereceram.

Em janeiro de 1822, as Cortes portuguesas queriam que Dom Pedro I retornasse a Portugal, é verdade. E ele decidiu, influenciado por Dona Leopoldina e José Bonifácio, responder com um “fico!”. O episódio ficou conhecido pelo texto criado pelo Senado e atribuído ao príncipe regente: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico”.

Meses mais tarde, em setembro, D. Pedro retornava a São Paulo, vindo de Santos, quando, às 16 horas do dia sete, recebeu documentos e mensagens pelo correio da Corte. José Bonifácio lhe enviou carta solicitando seu imediato retorno ao Rio de Janeiro, com as seguintes palavras: “Senhor, o dado está lançado, e de Portugal não temos a esperar senão escravidão e horrores”.

Segundo o padre Belchior, que acompanhava a comitiva, D. Pedro, tomado de fúria, reuniu sua guarda e jurou, com espada empunhada: “Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil”. O sangue derramado, no entanto, sempre esteve longe de ser o dele.

 

Norton Frehse Nicolazzi Jr. - professor de História e coordenador do Núcleo de Evolução de Conteúdo do Sistema Positivo de Ensino

 

Lideranças inspiradoras criam equipes que geram melhores resultados

Para Karen Julliet Cartagena Rodriguez, especialista em gestão de talentos, esse tipo de cultura promove respeito e confiança entre gestores e colaboradores


Tipos de liderança são uma pauta frequente no mercado de trabalho e, consequentemente, na gestão de pessoas. Existem diferentes características que fazem de um profissional um bom líder e a questão mais debatida nos últimos anos é a inspiração gerada nas equipes por determinadas lideranças.

A liderança inspiradora pode trazer uma série de benefícios, especialmente quando é considerado que boa parte dos profissionais insatisfeitos no mercado atual estão em busca de trabalhos nos quais se sintam mais valorizados, bem remunerados e inspirados.

De acordo com Karen Julliet Cartagena Rodriguez, especialista em gestão de talentos, a liderança inspiradora energiza e empodera as pessoas e equipes, criando um senso de propósito com impulso para mudanças. “O líder tem a capacidade de dar inspiração com uma visão clara de futuro, garantindo assim, o alcance de um objetivo organizacional em comum”, relata.

A gestora acredita que líderes inspiradores são pessoas que geram uma cultura que promove pilares de respeito, confiança e comprometimento. “Para isso, eles contam com algumas características como autoconhecimento, confiança em si mesmo e na equipe, fidelidade ao discurso, empatia, humildade, comunicação assertiva e, sobretudo, um propósito muito bem definido, pois só assim será possível mobilizar as pessoas. O líder inspirador é apaixonado por sua missão e é capaz de compartilhá-la de forma com que os outros também se sintam da mesma maneira por esse objetivo”, pontua.

Para Karen, esse tipo de liderança é alcançada com treinamento e anos de vivência. “O único atributo não treinável é o caráter das pessoas, mas habilidades podem ser ensinadas ao longo do tempo e, ao vivenciar novas experiências, exercer a liderança é uma delas. Como tudo na vida, existem pessoas que têm mais facilidade em determinados aspectos. As pessoas mais extrovertidas e comunicativas, por exemplo, têm um ponto a seu favor. Isso porque o líder precisa garantir uma comunicação assertiva com todos os liderados”, revela.

Líderes que trazem ideias inovadoras são vistos com bons olhos por equipes e gestores, mas é necessário ter cautela ao apresentar essas propostas de inovação. “As organizações precisam se reinventar o tempo todo. Porém, o líder precisa entender que, antes de trazer sua ideia para a mesa, é necessário apresentar o contexto e agir se adequando a cada situação para ser reconhecido como uma pessoa assertiva. Ter ideias novas é sim um diferencial, mas a forma e o momento como elas são expostas irá fazer toda a diferença”, relata a especialista.

Um líder inspirador é seguido porque as pessoas querem segui-lo, não por poder ou autoridade adquirida pelo cargo. “Essas pessoas têm um senso de propósito que os conecta. Compreender as razões pelas quais fazemos o que fazemos é o que desperta a lealdade dos funcionários e faz com que esses gestores atinjam suas grandes metas”, declara Karen.

De acordo com a especialista em RH, para criar uma cultura corporativa de sucesso é necessário que os gestores impulsionem a carreira de seus colaboradores. “Com isso, a equipe irá impulsionar a empresa para frente. Os gestores podem promover ações que ajudem a aprimorar a aptidão dos colaboradores. Assim, a empresa ganha em produtividade, engajamento e, claro, faturamento”, finaliza.

 

Karen Julliet Cartagena Rodriguez - Com experiência em indústrias de base, Karen Rodriguez passou por grandes empresas como o grupo Votorantim, Nissan Motors Corporation e o setor de transmissão de energia da ISA CTEEP, sempre na área de RH. A profissional possui experiências nas áreas de gestão de talentos, recursos humanos, clima e cultura, experiência do colaborador, aprendizagem, aquisição de talentos, HRBP e diversidade no ambiente de trabalho.

https://www.linkedin.com/in/karencartagena/

 

TRABALHO, CARREIRA E PROPÓSITO


Dizem por aí que a principal diferença entre trabalho e emprego está no propósito de cada um: enquanto o emprego é uma fonte de renda, o trabalho é uma fonte de vida. Esse pensamento cabe perfeitamente para descrever minha trajetória no Ensina Brasil. Quando descobri que cumprir deveres e responsabilidades profissionais precisavam ser encaradas como ponto de partida e não como objetivo final, meu desempenho profissional passou a ter um propósito e isso transformou a minha vida.

 

Em qualquer profissão, existem demandas a serem atendidas e obrigações que precisam ser cumpridas diariamente. Só que, no fim das contas, o que vai fazer toda a diferença no desempenho profissional de qualquer pessoa é a motivação para realizar um projeto ou cumprir uma tarefa. Resolvi moldar minha carreira nesse pensamento e os dois anos que estive em Cuiabá, como professora em um dos pólos de educação do Ensina BRasil, foram importantes nesse sentido.

 

Aprendi a motivar os alunos e recebi de volta o reconhecimento de todos, o que me enche de orgulho e satisfação. Lecionar e compartilhar experiências com 380 jovens de diferentes personalidades, anseios e necessidades, foi um desafio e tanto, mas incrivelmente recompensador. Sou uma pessoa melhor e uma profissional melhor por isso, sem dúvida.


 

DESCOBERTAS E CONQUISTAS

 

Quando tinha 11 anos, meu sonho era ser historiadora. Saber o que acontecia no mundo e como tinha sido viver em civilizações antigas me fascinava. Não éramos uma família que passava as férias de verão na Disney, mas tive acesso desde cedo ao estudo de qualidade, o que fez toda a diferença na minha formação. Aos 17 anos, tive que enfrentar a primeira grande ruptura da minha vida e decidi então optar por uma carreira que fosse mais fácil de ser absorvida pelo mercado de trabalho. Fiz tudo que estava ao meu alcance para entrar em uma universidade pública e, graças ao meu esforço e muitas noites mal dormidas, passei em 2º lugar no curso de Administração de Empresas da UFRJ. Logo depois, consegui meu primeiro estágio e pude ajudar a sustentar minha família.

 

Na universidade, tive outro choque de realidade. Percebi que algo parecia muito estranho e minha chegada ao Ensina Brasil tem a ver um pouco com essa transformação, porque quando olhava para os lados, não via ninguém como eu. Até esse momento, não sabia o que significava ser uma mulher preta e não entendia minha identidade. Foi aí que o Ensina entrou na minha vida.

 

Quando fui selecionada para o programa, a alegria foi imensa. Sabe quando você percebe que aquilo que você está envolvido é realmente importante para você? É disso que estou falando. Durante dois anos, passei por todo o processo formativo e fiz minha complementação pedagógica, o que corresponde à licenciatura, paga integralmente pelo Ensina. Esse foi um dos presentes que ganhei. A primeira vez que saí do Méier foi para passar os primeiros 25 dias de Ensina em São Paulo, onde mergulhei de fato no mundo do ensino público brasileiro. Nesse período, aprendi a entender como se planeja uma aula e como funciona esse ecossistema, a partir de uma avaliação diagnóstica e vários encontros com autoridades da organização pública. 

 

Outro grande presente foi o summer job de 30 dias que fiz na Todos Pela Educação entre o primeiro e segundo ano no Mato Grosso. Trabalhei em um projeto que, mais tarde, se transformou em uma ONG do Terceiro Setor e, nesse mesmo ano de 2018, fui convidada para representar a Todos Pela Educação em uma mesa redonda sobre educação no Brazil Conference, em Harvard. Vocês conseguem imaginar o tamanho da festa que foi lá em Cuiabá com os alunos da minha escola? Foi incrível! Virei celebridade por algum tempo e comemoramos como nunca!


 

MISSÃO E RECOMPENSA

 

Segundo pesquisa realizada pela plataforma Glassdoor, o principal motivo dos brasileiros trocarem de emprego é a busca por um trabalho que esteja mais em sintonia com seus propósitos de vida. Para quase 30% dos entrevistados, os ideais de vida falam mais alto hoje do que uma oportunidade de crescimento dentro da empresa atual ou até um reajuste salarial.

 

Além da estabilidade financeira, os brasileiros valorizam cada vez mais a busca por um trabalho que signifique alguma coisa para si próprio e para os outros e isso reflete diretamente na motivação, produtividade e felicidade dos profissionais, segundo o estudo. Isso é muito a cara do Ensina. Nossa função como alumni é criar lideranças, capazes de identificar e preencher as lacunas para completar a jornada de evolução, com habilidade, orientação e capacitação.

 

Trabalhar com propósito é trabalhar mais feliz e fazer parte do Ensina é compartilhar valores e experiências em busca da felicidade de muitas pessoas, incluindo a minha própria. No Ensina, acreditamos que as habilidades de um excelente líder estão presentes em sala de aula. O Ensina Brasil me deu a oportunidade de transformar vidas e, hoje, retribuo com dedicação e eterna gratidão. Minhas turmas do 6º, 8º e 9º ano hoje estão chegando na universidade, o que me impressiona muito e me enche de orgulho! Me sinto recompensada e com a certeza de que minha missão está sendo cumprida.

 

Flávia Goulart - coordenadora de recrutamento e alumni do Programa Ensina Brasil.

 

Historiador relembra 7 de setembro que não foi contad

Na Bahia, Maria Felipa ainda é celebrada por sua luta pela independência.Créditos: Filomena Modesto / Arquivo Público do Estado da Bahia 


Além do grito de Dom Pedro I, momentos menos celebrados foram fundamentais para que o país se separasse de Portugal

 

Em 1823, às margens plácidas da Baía de Todos os Santos, uma mulher negra ergue seu braço e brada “Independência ou morte!”, decretando, de uma vez por todas, que o Brasil é um país livre, e não mais uma colônia de Portugal. Embora a história oficial contada nos livros não seja exatamente essa, a luta de mulheres e homens escravizados na Bahia e em outros cantos do país foi fundamental para que o “brado retumbante” de Dom Pedro I, às margens do Ipiranga, em São Paulo, tivessem efeito prático na vida dos brasileiros.

Colônia portuguesa desde a chegada de Pedro Álvares Cabral àquela mesma Bahia, em 1500, o Brasil era, na verdade, um apanhado de províncias que pouco tinham em comum entre si. O que as unia era, sobretudo, a geração de riquezas por meio da escravidão. “As duas questões estão intimamente ligadas, na verdade. Quando falamos em independência, falamos também de um processo político que envolvia fortemente as discussões sobre a manutenção da escravidão nessas terras”, explica o professor de História e coordenador do Núcleo de Evolução de Conteúdo do Sistema Positivo de Ensino, Norton Frehse Nicolazzi Jr.

Enquanto, no papel, Portugal e Brasil travavam uma disputa política acirrada, mas pacífica, pelos direitos sobre o território do lado de cá do Atlântico, na vida real o cenário era bem mais sangrento. Muitas pessoas que faziam parte justamente da multidão de escravizados africanos enfrentaram as tropas portuguesas com as armas que tinham à mão. As marisqueiras da ilha de Itaparica, na Bahia, foram algumas dessas pessoas. Uma delas, Maria Felipa de Oliveira, teria sido a líder de um grupo de mulheres que incendiou muitas embarcações portuguesas no início de 1823, contribuindo fortemente para a expulsão dos militares portugueses do Brasil. “Não há registro, em livros ou documentos, que provem que Maria Felipa realmente existiu, mas ela continua muito presente na história oral dos moradores de Itaparica. Como personagem real ou não, essa mulher é uma figura simbólica muito importante das nossas ‘guerras de independência’”, detalha o historiador.

Além dela, ainda na Bahia, as figuras de Maria Quitéria, que se disfarçou de homem para poder lutar contra os portugueses, e da abadessa Joana Angélica, morta no Convento da Lapa, em Salvador, são celebradas até hoje pelos feitos no processo de independência do Brasil. Na terra e no mar baianos, o grito de independência não se limitou ao 7 de setembro de 1822; a batalha durou de 19 de fevereiro de 1822 a 2 de julho de 1823. A data final é, ainda hoje, dia de comemoração por lá.

Além disso, houve ainda guerras muito importantes pela independência no Piauí, Pernambuco, Pará, Maranhão e até mesmo no Uruguai, que, na época, era território brasileiro. “Ouvimos falar muito sobre José Bonifácio, Dona Leopoldina, Dom Pedro I e outros nomes, que também são importantes. Mas o Brasil só se tornou um país independente de fato porque muitos brasileiros comuns, entre eles, muitos a quem o próprio Brasil negou e continua negando reconhecimento e dignidade, lutaram bravamente contra o domínio português”, finaliza Nicolazzi.

 

Sistema Positivo de Ensino 


Centro Paula Souza divulga listas para o Intercâmbio Cultural

 

          Embarque dos estudantes selecionados das Etecs e Fatecs está previsto para ocorrer em outubro

Foto: HelloDavidPradoPerucha on Freepik


Durante quatro semanas, 329 alunos das Etecs e Fatecs farão um curso intensivo de inglês na Irlanda ou Inglaterra com passagem e estadia pagos pelo Centro Paula Souza

 

A Assessoria de Relações Internacionais (ARInter) do Centro Paula Souza (CPS) publicou, na segunda-feira (5), a lista definitiva do programa de Intercâmbio Cultural 2022 para os estudantes matriculados nas Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) e nos cursos técnicos a distância das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). O resultado está disponível no site.

Para os alunos matriculados nos cursos presenciais das Etecs foi divulgado o resultado dos candidatos elegíveis ao programa. De acordo com comunicado, esta nova lista foi gerada para que todos concorram de maneira igualitária. Os inscritos têm até as 12 horas da próxima quinta-feira (8) para apresentar interposição de recurso ou dúvidas pelo e-mail mobilidade.arinter@cps.sp.gov.br, conforme previsto no Edital ARI 026.2022. Importante ressaltar que a lista definitiva, neste caso, só será divulgada após a análise de todos os recursos.

O Intercâmbio Cultural do CPS vai levar 329 estudantes de Etecs e Fatecs para a Inglaterra e Irlanda. Os alunos de cada unidade que apresentaram melhor aproveitamento acadêmico terão a oportunidade de estudar inglês, durante quatro semanas. O embarque está previsto para ocorrer em outubro.

As bolsas são disponibilizadas a 241 alunos de Etecs, sendo 3 vagas para alunos de cursos técnicos EaD, da segunda série dos Ensinos Médio ou Integrado ou no segundo módulo dos cursos técnicos, matriculados no primeiro semestre de 2022. Já para os estudantes das Fatecs foram 88 indicados, sendo 4 estudantes matriculados em cursos a distância, todos a partir do quarto semestre. No total, foram mais de 10 mil inscrições, sendo 7.002 válidas.

Além do curso intensivo de língua inglesa, com duração de quatro semanas, os estudantes terão as seguintes despesas pagas: passagem aéreas de ida e volta, hospedagem em casa de família, alimentação (café da manhã e jantar), traslado no país de destino, seguro-viagem e ajuda de custo.

A vivência em um outro país, que permite o aperfeiçoamento no idioma, é somada à experiência e o contato com culturas diferentes. “Acreditamos no poder transformador do Programa de Intercâmbio como um grande diferencial para os jovens talentos no momento do ingresso no mercado de trabalho”, ressalta Laura Laganá, diretora-superintendente do CPS.

Entre 2011 e 2015, o Programa de Intercâmbio Cultural do Centro Paula Souza levou mais de 2,5 mil estudantes e 400 professores de Etecs e Fatecs para Inglaterra, Estados Unidos, Nova Zelândia, Espanha, Argentina e Chile. Nesse período, o total de investimento do Estado superou R$ 44 milhões.

 

Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob supervisão de uma Etec –, em cerca de 360 municípios. As Etecs atendem mais de 226 mil alunos nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 96 mil estudantes.


Nova Lei 196/22 moderniza o cooperativismo de crédito no Brasil

Entrou em vigor em 25 de agosto de 2022, a Lei Complementar 196/22, que modernizou diversas regras do cooperativismo de crédito no Brasil, ao alterar a Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009. A Lei anterior já havia sido uma conquista muito importante, quando criou o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) e permitiu um expressivo crescimento do segmento.

Agora, a nova lei representa mais um grande passo em nossa jornada de evolução, pois aprimora a gestão e governança das cooperativas, fortalece os sistemas de crédito cooperativo e melhora o ambiente de negócios do cooperativismo de crédito, por meio de instrumentos inovadores.  


Avanços na governança

O avanço nas regras de governança das cooperativas foi um dos principais destaques, ao permitir mais autonomia, independência e profissionalização da administração. A nova lei impede, por exemplo, que o presidente de conselho de administração, vice-presidente, ou diretor executivo exerça o mesmo cargo em entidades similares (singulares, centrais e confederações), inclusive no Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCOOP). Também admite a contratação de conselheiro de administração independente não associado. 

Vale destacar que o Sicredi já havia promovido ajustes na sua governança antes mesmo da nova lei, de modo que o exercício dos cargos de Presidente do Conselho de Administração e Diretor Executivo de Centrais e da Confederação já não tem mais sobreposição. 

A nova lei também prevê como regra a gestão dual nas cooperativas, por meio do conselho de administração e da diretoria executiva. Admite ainda a figura do diretor não associado e faculta a constituição de conselho fiscal nas cooperativas administradas por conselho de administração e diretoria executiva.


Avanços sociais

Outro ponto extremamente favorável da nova lei foi a definição de que o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES) agora pode ser utilizado em benefício de toda a comunidade da área de atuação da cooperativa, mediante previsão no seu estatuto. Anteriormente, os direcionamentos de recursos gerados pelo FATES eram restritos aos colaboradores, associados e familiares. Para este fundo, as cooperativas reservam pelo menos 5% dos resultados líquidos apurados no exercício, além do resultado positivo das operações eventualmente realizadas com não associados. 

A alteração reforça e potencializa o trabalho que as cooperativas estão fazendo nas comunidades e regiões onde atuam, destinando recursos para apoiar iniciativas promovidas por entidades privadas, sem fins lucrativos e legalmente constituídas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais próspera. O critério é que essas ações apoiadas sejam mensuráveis em esforço, tempo e impacto no desenvolvimento social.

Para se ter uma ideia do impacto, somente em 2021, foram investidos pelo Sicredi R$158,8 milhões em ações de benefício social por meio dos fundos das cooperativas, doações e lei de incentivo. Desse valor, o Fundo Social, que é uma iniciativa proativa do Sicredi para beneficiar as comunidades também a partir de destinação de resultados, foi fonte R$ 30,7 milhões investidos em 3.287 projetos sociais de interesse coletivo em educação, cultura, esporte, saúde, segurança, meio ambiente e inclusão social. 


Avanços em operações e negócios

Em termos de evolução nos negócios das cooperativas, a Lei Complementar 196/22 prevê a possibilidade de contratação de operações de crédito compartilhadas entre cooperativas de crédito do mesmo sistema, permitindo uma divisão dos riscos e recursos entre essas entidades e, consequentemente, o atendimento a um número maior de associados. 

Possibilita também a gestão de recursos oficiais ou de fundos públicos ou privados para a concessão de garantias em operações de associados, fortalecendo o papel das cooperativas de crédito como integrantes do Sistema Nacional de Garantias de Crédito. Outra inovação importante é a regra que torna impenhorável o valor do capital social colocado pelo cooperado na cooperativa de crédito (quota parte), trazendo maior estabilidade ao patrimônio das cooperativas.


Avanços na organização sistêmica

Já sob o aspecto da organização sistêmica, a nova lei permite que as cooperativas centrais e as confederações assumam a gestão temporária de suas cooperativas e centrais filiadas em situação de risco, desde que autorizadas pelo Banco Central, conforme regulamentação do Conselho Monetário Nacional.

Todos esses avanços são importantíssimos e aconteceram, em boa parte, graças a uma grande mobilização do segmento do cooperativismo de crédito no Brasil. Por meio desse movimento, muitos aprimoramentos puderam ser sugeridos e incorporados no texto final: realizamos uma verdadeira construção conjunta, cooperativa e exaustiva entre os sistemas cooperativos, cooperativas independentes e o Fundo Garantidor do FGCOOP, por meio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em conjunto com diversos departamentos do Banco Central do Brasil, que chegaram a um texto de consenso para a lei. 

A OCB teve papel fundamental na negociação e na criação desse consenso no SNCC, atuando na representação institucional do segmento frente ao Poder Executivo e Legislativo. Já os parlamentares da Frente Parlamentar do Cooperativismo (FRENCOOP) realizaram um trabalho importantíssimo para que a Lei fosse aprovada em apenas dois anos, um prazo considerado curto para uma Lei Complementar, e por unanimidade na Câmara e no Senado e sem nenhum veto pelo Poder Executivo.

 Hoje, o cooperativismo de crédito no Brasil conta com mais de 13,9 milhões de associados, de acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro. A expectativa é que esta lei auxilie no crescimento destes números e no aumento da participação econômica e social do cooperativismo de crédito no Brasil, sempre em linha com os direcionamentos e as metas da Agenda BC#: inclusão, competitividade, transparência, educação e sustentabilidade. 

Este é um esforço que valerá a pena. Quem ganha é a sociedade brasileira e o cooperativismo de crédito: uma forma de organização financeira que busca unir o crescimento econômico e a prosperidade social por meio de um modelo que coloca as pessoas sempre em primeiro lugar. 

 

Fernando Dall’Agnese - presidente do Conselho de Administração do Sicredi (SicrediPar).


Biossimilares são uma alternativa viável para atender a população

Medicamentos biológicos podem trazer uma economia de mais de 40% no tratamento de pacientes

Considerado o Dia Nacional da Luta por Medicamento, o 08 de setembro deve ser celebrado porque marca o acesso da população aos tratamentos e medicamentos disponíveis no país.

Nesse contexto cada vez mais complexo, onde o orçamento é finito, torna-se importante pensar em alternativas economicamente viáveis para atender aos pacientes, mantendo sempre é claro a oferta de tratamentos comprovadamente testados e aprovados que apresentam maior acessibilidade econômica. Neste sentido, o uso de biossimilares, medicamentos biológicos altamente similares aos de referência, podem contribuir para o equilíbrio da balança, mantendo os mesmos critérios de segurança, eficácia e tolerabilidade do medicamento de referência, porém com redução que pode chegar a mais de 40% do custo.

Utilizados tanto no setor público quanto no privado, os biossimilares têm causado reduções de custos e consequentemente melhorado os fluxos de caixa. Dessa maneira, permitindo a manutenção e maior acessibilidade aos tratamentos. Além é claro, de facilitar a disponibilização de novos tratamentos. Ao olharmos para a verba do SUS, por exemplo, em 2022 podemos identificar uma redução de cerca de 20% quando comparado com 2021, passando de R$200,6 bilhões para R$160,4 bilhões¹.

“Os biossimilares, assim como os medicamentos de referência, também oferecem alta tecnologia, qualidade, segurança e eficácia. Seu processo de registro é feito com base em estudos de comparabilidade, que garantem não haver diferenças clinicamente significativas, apresentando os mesmos resultados do medicamento original”, explica Michel Batista, gerente Sênior de Negócios da Celltrion Healthcare no Brasil.

Os biossimilares também são considerados uma inovação na indústria farmacêutica, ajudando no tratamento e cura de diversas doenças, sendo uma das possibilidades disponíveis de acesso da população a serviços personalizados, além de que a presença destes medicamentos no mercado aumenta a concorrência e estimula o desenvolvimento de novas soluções na mesma diretriz, finaliza o executivo.

 

Michel Batista - gerente Sênior de Negócios da Celltrion Healthcare no Brasil.

Celltrion Healthcare

 www.celltrionhealthcare.com.br

 

Referências:

¹ Dados do orçamento do Ministério da Saúde e Ministério da economia (https://www.gov.br/economia/pt-br/assuntos/planejamento-e-orcamento/orcamento/orcamentos-anuais/2022 e https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2022/02/para-2022-ministerio-da-saude-perde-20-do-orcamento-de-2021-ckzn60gan008c015p17sn3f43.html)

 

Como a dupla contemporânea, "Diversidade e Inclusão", pode auxiliar a sua empresa

A diversidade no ambiente de trabalho pode ser conquistada com a contratação de colaboradores de diferentes culturas, religiões, etnias e entre outras características que possam trazer uma variedade de experiências e opiniões. A inclusão, por sua vez, vem como consequência do acolhimento da diversidade e significa respeitar e acolher diferentes pontos de vista, crescer com as opiniões diferentes e proporcionar oportunidades iguais para todos os colaboradores.

Uma pesquisa da McKinsey mostra que empresas com maior diversidade em seu quadro de funcionários é são capazes de atrair talentos, melhorar a satisfação de clientes, diminuir turnover e melhorar a tomada de decisão.  No entanto, a dupla contemporânea, “Diversidade e Inclusão”, vai além da atração e retenção de talentos, visto que um estudo em Harvard comprovou que os times com alto nível de diversidade e capazes de aprender com as diferenças de seus membros, são mais eficazes que os que não possuem essas características.

Para as empresas que adotam a diversidade nos times, há o entendimento de que os benefícios colhidos são tantos que diferentes pontos de vista não devem ser suprimidos em prol de uma suposta coerência de grupo. Essa compreensão dá liberdade para os colaboradores repensarem projetos e trazerem novas ideias para atingir os objetivos estratégicos organizacionais.

No mesmo sentido, uma pesquisa recente feita pela McKinsey comprova que empresas que possuem diversidade em seu quadro de funcionários têm entre 15% e 35% mais chances de terem retornos financeiros acima da média de empresas do mesmo ramo da indústria, mas sem variedade de colaboradores.

Além de maior eficácia, atração e retenção de talentos, a diversidade é capaz de fomentar a tomada de decisão mais rápida e eficaz. Pessoas com perfis diferentes do habitual na empresa são capazes de enxergar outras implicações e soluções para os problemas que surgem. Além do que, um ambiente de trabalho com a dupla contemporânea promove o respeito e a empatia, aspectos essenciais para a satisfação de clientes e colaboradores.

Apesar de trazer uma série de benefícios, fomentar essa dupla pode não ser uma tarefa simples. Isso porque aumentar o nível de disparidade e integração implica muitas vezes em uma transformação cultural da empresa, o que pode trazer resistência por parte de membros com pensamento mais tradicional.

Assim, para que seja possível ocorrer esse aumento na empresa é necessário colocar o crescimento da diversidade como meta empresarial. Para isso é importante o envolvimento da alta gestão desde o início do projeto, deve-se estabelecer metas e comparar os avanços periodicamente, além disso, é essencial estabelecer políticas e treinamentos para a promoção do respeito em relação a diversidade e um canal de denúncias é essencial para corrigir e combater atitudes contrárias à diversidade. Todas as atividades aqui elencadas fazem parte de um Programa de Integridade alinhado à diversidade.

Dessa forma, não restam dúvidas de que a diversidade e inclusão são fatores de extrema importância para atrair e reter talentos, aumentar eficácia nos times, melhorar a tomada de decisão, promover um ambiente empresarial mais saudável e aumentar a produtividade. No entanto, como o aumento da diversidade pode ser desafiador, a empresa deve se munir de ferramentas para implementar a mudança cultural, daí a importância de estabelecer um Programa de Integridade alinhado à diversidade.      

 

Gabriela Diehl - advogada, pós-graduada em Direito Empresarial pela FGV-SP, com especialização em direito empresarial internacional pela Université Montpellier e Direito Internacional e Direitos Humanos por Harvard. Especializada em Proteção de dados, com certificação CIPM pelo IAPP (International Association of Privacy Professionals). Atualmente cursando MBA pela University Canada West e Cofundadora da Be Compliance.

 

Como reverter um carrinho abandonado no e-commerce?

Um carrinho abandonado é um dos piores sonhos de todo negócio no e-commerce. Quanto mais frequente se tornar, piores serão os danos financeiros à marca e sua consequente prosperidade. Em um cenário econômico instável, cada vez mais lojistas estão se deparando com desistências frequentes de seus consumidores — mas, não é preciso se desesperar. Qualquer comércio pode reverter esses carrinhos abandonados com uma taxa de sucesso enorme, desde que se preocupem em adotar algumas ações cruciais para reter estes usuários e satisfazê-los em sua jornada de compra.


Quais as principais causas de um carrinho abandonado?

Segundo um levantamento feito pela Opinion Box, cerca de 78% dos clientes têm o costume de desistir de suas compras na reta final de pagamento. Fora questões econômicas, existem diversos motivos que impactam esses dados, com destaque para um problema muito comum em qualquer empresa online: o frete. Taxas de entrega elevadas são um dos maiores motivos de abandono de diversas compras, gerando desâmino para muitos consumidores em adquirir um produto mesmo diante de um preço atrativo.

Agora, engana-se quem pensa que o abandono de carrinho ocorre apenas nesta etapa final. Qualquer má experiência do usuário ao longo de sua navegação — desde um site complexo para encontrar seus produtos desejados ao preenchimento de extensos formulários de cadastro — também pode levar à desistência do consumidor. E pior: uma má imagem que poderá ser repercutida para possíveis futuros compradores.


Como reverter um carrinho abandonado?

Uma vez abandonado, a reconquista deste cliente deve ser uma medida prioritária pelo comércio, por meio de ações que precisam ser colocadas em prática desde o início de sua jornada de compras. Seu perfil e comportamento devem ser estudados a fundo, reunindo a maior quantidade possível de dados sobre seus desejos e necessidades para, a partir disso, estabelecer as melhores estratégias para trazê-los de volta.

A confiança com a marca e seus serviços deve ser reconstruída e fortalecida — transmitindo segurança ao usuário por meio de informações claras e o acesso a um canal de atendimento contínuo para qualquer solicitação. Em um primeiro momento, invista no desenvolvimento de uma plataforma simples e amistosa de navegar, com uma política de frete objetiva e um meio de relacionamento aberto para toda dúvida que possa surgir. Ofereça sempre a possibilidade de devolução do produto e a maneira pela qual esse processo será feito.

Em todas as ações adotadas, a escolha do estilo de comunicação fará toda a diferença para a reconquista deste usuário. Se tratando do consumidor digital e de sua crescente conectividade, a integração dos canais comunicacionais se fará essencial nessa tarefa, permitindo que o cliente escolha o meio de sua preferência para se relacionar com a marca. Os agentes virtuais se mostram como excelentes opções nessa missão, disponibilizando um atendimento 24 horas por dia e capazes de solucionar a grande maioria das dúvidas mais usuais do público-alvo.

Mas, para enviar mensagens mais direcionadas e personalizadas, o SMS e o RCS (Rich Communication Service) se destacam em suas funcionalidades mais completas. Com eles, as marcas podem oferecer benefícios de reconquista aos usuários baseados em sua jornada de compra — enviando, como exemplo, cupons de desconto voltados para os produtos buscados, fretes gratuitos a partir de uma determinada quantia ou promoções relacionadas para outros itens no site.

Junto a todas essas ferramentas, sempre ofereça a possibilidade de se comunicarem com um atendente humano. Todas essas estratégias devem andar juntas, como forma de transmitir a máxima credibilidade aos usuários e contribuir para que se sintam importantes, ao invés de apenas mais um dentre tantos.

Uma boa reputação no mercado é a chave para evitar o aumento do abandono de carrinho em todo comércio. Estude a fundo o comportamento de seu consumidor na plataforma, identifique as etapas nas quais essa desistência costuma ser vista e, com esses dados em mãos, invista em ações personalizadas que reconquistem suas atenções. Quanto mais valorizados se sentirem, maior a chance de recuperar estes carrinhos e elevar a satisfação de seus clientes.


Marcos Guerra - Revenue Director na Pontaltech, empresa de tecnologia especializada em comunicação omnichannel.


Parceria público-privada oferece capacitação gratuita para auxiliares e técnicos de enfermagem

Por meio do PROADI-SUS, BP -- A Beneficência Portuguesa de SP abre as portas da instituição para receber e qualificar profissionais de todo o país na área de Suporte Básico de Vida

 

Por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), a BP -- a Beneficência Portuguesa de São Paulo, em parceria com o Ministério da Saúde, oferece um curso de Suporte Básico de Vida (SBV) para mais de 1,7 mil técnicos de enfermagem e enfermeiros de todo o país. A qualificação é dividida em duas etapas, sendo que a primeira é teórica e acontece na modalidade de Educação à Distância (EaD), com média de 10 horas de duração. Posteriormente, os participantes realizam oito horas de treinamento prático na própria instituição. 

A enfermagem no Brasil é composta por um quadro de 75% de técnicos e auxiliares atuantes em todos os municípios e em setores fortemente ativos no SUS. Promover a capacitação e treinamento em SBV é um compromisso que temos com a saúde pública e impacto social, uma vez que formamos equipes ainda mais conscientes de seu papel e qualificadas a exercer o cuidado à população”, afirma Renato José Vieira, diretor executivo de Desenvolvimento Médico, Técnico e Educação e Pesquisa da BP. 

Os treinamentos são oferecidos a profissionais dos serviços de emergência pré e intra-hospitalares, pronto socorros, unidades de terapia intensiva e unidades de internação, e estarão aptos a reconhecer, identificar e tratar precocemente pacientes em emergências por meio de vídeo aulas, e-books autoinstrucionais e simulações realísticas. Todos os meses, mais de 90 técnicos e auxiliares serão selecionados pelo Ministério da Saúde para participar das aulas que, em seguida, serão divididos em turmas de até 32 alunos. Cada profissional será capacitado presencialmente no método da simulação realística, por meio de cenários pré-definidos e validados com a equipe técnica do Departamento de Atenção Hospitalar Domiciliar e de Urgência (DAHU). Ao final do curso, os participantes receberão um certificado de conclusão oferecido pela BP e pela American Hearth Association

“O desenvolvimento de habilidades técnicas e comportamentais é o foco desse projeto. Nos cenários de urgência e emergência, as habilidades comportamentais são essenciais para toda a pressão e agilidade na atuação desses profissionais. Proporcionar a experimentação e, com isso, a reflexão sobre a atuação, proporciona um grande aprendizado”, conta o diretor da BP.

Após a conclusão da qualificação, 160 profissionais serão selecionados para o programa de multiplicadores do projeto, qualificados por mais 20 horas em um workshop oferecido nas instalações da BP, em São Paulo, e, posteriormente, serão responsáveis por replicar as práticas aprendidas em estabelecimentos de Saúde do SUS.
 

Qualificação em Suporte Básico de Vida (SBV):

Público-alvo: Auxiliares e técnicos de enfermagem.

Modalidade: Híbrida.

Carga horária: 18h.

Para inscrições e mais informações, acesse o site da BP - A Beneficência Portuguesa de S. Paulo.

 

Documentos assinados manualmente por uma parte e digitalmente por outra possuem segurança jurídica?

 

Quando falamos em formalização de documentos, lembramos de dois mundos distintos. O primeiro deles é o mundo físico ou mundo papel, o mais antigo, cuja formalização consiste na assinatura manuscrita, aquela realizada de próprio punho. O outro mundo, bem mais novo, é o mundo digital. Ele consiste na aplicação de assinatura digital (aquela que exige a utilização de um certificado digital para assinar) e/ou assinatura eletrônica (aquela que não exige a utilização de um certificado digital para assinar).

Sob esse ponto de vista, pairam dúvidas se a formalização de documentos, combinando assinaturas do mundo papel e digital, seria tecnicamente possível e se possuiria segurança jurídica.

Antes de tudo, é necessário conceituar e diferenciar o documento eletrônico e um documento físico. Nesse sentido, o documento eletrônico é aquele criado totalmente de forma eletrônica, ou seja, sua origem se dá por meio de programas e aparelhos eletrônicos. Por sua vez, o documento físico é aquele originado em papel.

Dito isso, questionamos duas especialistas sobre o tema a fim de esclarecer sobre a segurança jurídica na formalização de documentos, onde uma parte assina digitalmente e a outra manualmente.


Há segurança jurídica em um documento de origem eletrônica onde um signatário assina digitalmente e o outro imprime e assina manualmente?

Para Edna Mazon, Advogada especializada em contratos, sócia da Varela & Glessler Advocacia, não há validade jurídica nesse tipo de situação. “Imagine um contrato feito de forma eletrônica, que já possua todas as assinaturas digitais. Neste caso, se você imprimir o contrato, isso não o tornará um documento físico válido, não sendo possível atestar a validade das assinaturas já inseridas. Isso porque a certificação digital foi criada para o meio eletrônico. Imprimir um contrato que foi assinado totalmente de forma digital pode ter sua validade alterada”.


Existem legislações ou jurisprudências acerca da mescla de assinaturas (digital e manuscrita) em um mesmo documento?

Maria Arrais, Digital Innovation Advisor da QualiSign, empresa especializada em formalização digital, responde que: “Com relação às Assinaturas Digitais e Eletrônicas, essas possuem base em legislações próprias como a Medida Provisória 2.200-2 de 24/08/2001, Art. 10º § 1o e § 2o e a Lei 14.063 de 23/09/2020. Além disso, há ampla orientação jurisprudencial pelos Tribunais brasileiros confirmando a validade jurídica desses tipos de assinaturas. Por outro lado, a assinatura manuscrita, realizada de forma manual em um documento impresso não possui a segurança jurídica necessária, como também, não há uma legislação específica voltada a esse tipo de assinatura. Contudo, para maior segurança em uma negociação entre partes, as mesmas podem optar pelo reconhecimento de firma por autenticidade, ou seja, os autores das assinaturas devem comparecer pessoalmente ao Tabelionato, munidos de seus documentos de identificação para que diante do Tabelião realizem suas assinaturas e haja o reconhecimento por autenticidade, onde o Tabelião declara por escrito que determinada assinatura é, de fato, da pessoa que o documento menciona”.


A mescla da assinatura digital e manuscrita em um mesmo documento, seja ele de origem física ou eletrônica, pode invalidar as assinaturas?

A advogada Edna Mazon explica que essa mescla de assinaturas em um mesmo documento pode acarretar na invalidação. “Se você imprimir um contrato que foi assinado totalmente de forma digital, isso vai alterar a sua autenticidade, pois a assinatura digital (realizada com Certificado Digital) é formada por algoritmos e recursos criptográficos que tornam impossível a sua adulteração. Qualquer tentativa de mudança no conteúdo assinado ‘quebra’ a assinatura aposta. O documento físico, por sua vez, só existe juridicamente naquele papel assinado de forma manuscrita e confirmado por via notarial – reconhecimento de firma em cartório. Caso este papel seja perdido, será necessário recomeçar todo o processo de emissão, impressão e assinaturas. Portanto, para que haja segurança jurídica, recomendo que o documento seja: 1) assinado totalmente de forma manual, no papel; ou 2) assinado totalmente de forma digital/eletrônica”. 

Por fim, com os esclarecimentos expostos, conclui-se que documentos eletrônicos devem ser formalizados com a aplicação de assinatura digital ou eletrônica. Já os documentos físicos devem ser formalizados com assinatura manual. Portanto, cada mundo possui as suas regras de formalização, integridade e autenticidade.


Os impactos positivos que a previsibilidade financeira pode trazer para clínicas e hospitais

Para Éber Feltrim, CEO da SIS Consultoria, o conceito traz mais segurança e assertividade na tomada de decisões


Gerenciar uma clínica médica engloba uma série de responsabilidades financeiras, como o desenvolvimento de relatórios administrativos, pagamento de salários, compra de materiais e medicamentos, entre muitos outros. Porém, quando não há estabilidade no faturamento, todas essas atividades causam incertezas e prejudicam o bom fluxo do negócio.

No entanto, com um planejamento assertivo, é possível alcançar a previsibilidade financeira, o que facilita as tomadas de decisão e melhora o fluxo de caixa por diminuir os gastos.

De acordo com Éber Feltrim, especialista e consultor de negócios na área da saúde e CEO da SIS Consultoria, a previsibilidade financeira é capaz de diminuir os riscos ao auxiliar na administração das clínicas. “Assim, será possível tomar melhores decisões em relação ao futuro e mensurar todos os dados financeiros, como receita, despesas, custos e lucratividade, além de analisar e verificar a real situação de cada um desses tópicos, facilitando as decisões relacionadas ao futuro do negócio e seus investimentos”, revela.

Para o consultor, os principais desafios para desenvolver esse tipo de metodologia estão relacionados à organização. “É importante anotar todos os dados financeiros em planilhas ou em um sistema de gestão. Sem essas informações, as decisões do gestor ficam mais vulneráveis a erros do que acertos. Com isso, projetos futuros podem sofrer com os impactos de ações executadas sem uma base sólida”, relata.

Feltrim alerta que a inadimplência no pagamento dos pacientes é um fator determinante e deve ser levada em consideração nessa previsão. “Caso a empresa tenha um grande número de clientes inadimplentes é mais difícil prever como acontecerão as entradas financeiras e isso impede uma projeção de organização. Realizar o fluxo de caixa projetado deixa de ser uma tarefa certeira, uma vez que não existem garantias de quando esses pagamentos ocorrerão”, pontua.

A partir da análise de dados históricos de adimplência é possível estimar a probabilidade do cliente ser um bom pagador. Algumas ferramentas e ações preventivas são importantíssimas para controle e redução da inadimplência:

- Consulta de CPF;

- Rating de crédito do cliente;

- Automação de cobranças;

- Sistema de gestão de clientes;

- Régua de comunicação;

- Bom relacionamento;

- Negociação de dívidas;

- Políticas claras de pagamento;

- Benefícios a bons pagadores;

- Emissão de nota fiscal.

A assertividade que os dados oferecem é um dos principais benefícios da previsibilidade financeira. “Saber quanto seus custos irão crescer frente ao faturamento pode ser a chave para planejar ações futuras com mais precisão. Assim, fica mais fácil acertar na hora de planejar medidas para aumentar as vendas, contratar novos colaboradores ou mudar os canais de distribuição”, declara o CEO da SIS Consultoria.

De acordo com Feltrim, a utilização de um software especializado pode auxiliar na aplicação desse tipo de metodologia. “Com a adoção da tecnologia é possível incluir todos os dados financeiros a fim de saber detalhes não só de todas as contas e despesas a pagar, mas também das receitas futuras que a clínica irá receber”, finaliza.

 

Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde, começou a sua carreira em Assis (SP). Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria especializada em desenvolvimento e gestão na área da saúde.


SIS Consultoria
https://www.sisconsultoria.net/
instagram @sis.consultoria

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