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quinta-feira, 31 de março de 2022

Recorde de inventários no país: “2020 foi um ano de muita tristeza”

Especialista comenta o número de processos abertos no Brasil em 2021

 

Em 2021, abriu-se mais inventários no Brasil do que jamais antes: o ano fechou com mais de 219 mil escrituras lavradas, em comparação com 156 mil em 2020, primeiro ano da pandemia -- um salto de cerca de 40% de acordo com os dados do Colégio Notarial do Brasil, entidade que representa os mais de 8 mil cartórios de notas que existem no país. 

Para a advogada e especialista em Direito de Família pela USP, Cláudia Stein -- sócia do Stein Pinheiro e Campos Advogados --, o fenômeno não é fortuito e tem relação com a pandemia. “Eu não tenho dúvidas quanto a isso. Em 2020, as pessoas estavam muito vulneráveis; houve muitos falecimentos sem a lavratura da escritura de inventário -- e isso acabou ocorrendo em 2021. 2020 foi um ano de muita tristeza. Não que 2021 não tenha sido também triste para as famílias -- mas elas já estavam, de certa forma, menos vulneráveis para a lavratura dessas escrituras. O Colégio Notarial nos dá o número de escrituras lavradas, mas não a informação dos anos em que os óbitos ocorreram; penso que vários são referentes a 2020.” 

Em 2021, as coisas mudaram um pouco neste cenário, segundo a advogada. “No ano passado houve também uma liberação um pouco maior para que as pessoas saíssem, fossem aos tabeliães, em meio à pandemia. No Brasil existe, sim, o e-notariado, um certificado digital em que você consegue lavrar escrituras -- mas, quando os cartórios estavam de portas fechadas, não conseguíamos emiti-lo. No ano passado a emissão desse e-notariado já ficou muito mais fácil. Hoje o Brasil tem um sistema de cartório fantástico: podemos fazer tudo à distância.” 

Cláudia Stein reitera que abrir o inventário é obrigatório no Brasil “no prazo de dois meses a contar do falecimento -- ou o judicial, no fórum, ou as pessoas fazem um acordo e lavram uma escritura -- porque as escrituras só podem ser lavradas se houver acordo entre os herdeiros”. Ela acrescenta que, “além disso, se houver menores, é necessária uma autorização judicial para que o inventário seja celebrado por escritura.” 

A advogada adverte que o atraso na abertura do inventário pode levar a multas, mas que elas dependem muito de cada estado. “O imposto sobre a morte é estadual e essa multa é colocada no cálculo do imposto. Mas não é preocupante. A multa pior é justamente do pagamento do imposto, porque o imposto tem prazo a depender do estado, novamente. Por exemplo, no Paraná, nós podemos pagar o imposto causa mortis até 30 dias depois de celebrarmos a partilha. No Estado de São Paulo, temos de pagar em 180 dias a contar da morte. Então, tem de olhar as legislações estaduais; o não pagamento do imposto dentro do prazo, sim, leva a sanções bastante pesadas. 

Outra variação a cargo de cada estado é o valor a ser pago sobre os bens deixados pelo inventário. “Cada Estado tem uma alíquota; por hora, uma das alíquotas mais baixas no Brasil é a de São Paulo: aqui, pagamos 4% sobre o valor dos bens deixados. Em outros estados, essa alíquota pode chegar até 8%. Quem fixa a alíquota máxima é o Senado. Mas acho que a qualquer momento isso pode aumentar.” 

A depender da legislação, este valor pode ser dividido entre os herdeiros. A especialista esclarece. “A Legislação de São Paulo, por exemplo, diz que cada herdeiro paga o imposto relativo àquilo que recebe. Mas e quando esses assuntos são levados a juízo? Olha, tem tanto decisão dizendo que quem paga é o herdeiro quanto decisão dizendo que quem paga é o próprio espólio: pega a totalidade do patrimônio, o espólio paga o imposto e depois fazemos a divisão. A priori, se nós formos seguir a legislação, o contribuinte é o herdeiro, jamais o espólio.” 

Cláudia Stein explica quais são os inventários que existem no Brasil atualmente. “Há o inventário judicial, no fórum; esses inventários são comumente para os casos em que os herdeiros não fazem acordo -- porque anteriormente a existência de um testamento era um impedimento para ter a escritura de inventário. A maior parte dos estados acabou com isso: basta conseguir uma decisão judicial de cumprimento daquele testamento -- e aí vai ao cartório lavrar a escritura, de acordo com o testamento. Há também o inventário no fórum que é litigioso -- mas pode haver inventários em que também as pessoas chegam a acordo mas querem fazer no fórum. Nos cartórios é tudo tão mais simples; isso dá um conforto naquele momento de tristeza. Mas pode-se fazer no fórum de uma forma mais célere: o arrolamento. Já na primeira petição, os herdeiros fazem a divisão, ou podem fazê-lo no fórum, com litígio; aí vai haver uma decisão judicial atribuindo a herança -- o monte-mor, o patrimônio deixado pelo falecido -- a cada um dos herdeiros. 

Cláudia Stein recomenda que um advogado seja convocado para facilitar o processo. “O ideal seria que as pessoas consultassem um advogado antes -- e aqui eu não tenho nenhum lobby --, porque pelo testamento é tão mais fácil deixar tudo organizado. No Brasil se tem aquela visão que só as pessoas muito ricas é que fazem planejamento, mas não: isso vale para quem tem uma casa, tem dois filhos. O inventário é um processo caro e, às vezes, as pessoas não têm dinheiro para, naquele momento, pagar imposto, advogado, eventual custo de escritura. O ideal é chamar o advogado o mais rápido possível, inclusive para salvaguardar o interesse dos herdeiros." 

Por fim, a especialista esclarece um fato quanto às dívidas deixadas pelo ente falecido. “As dívidas só serão pagas na proporção do patrimônio deixado. Se superar o patrimônio, o credor não recebe; nenhum herdeiro coloca a mão no bolso para pagar dívidas do falecido.” 

 

Fonte: Claudia Stein - mestre e doutora em Direito Civil pela Universidade de São Paulo (USP). Professora de Direito Civil no curso de Pós-Graduação da Escola Paulista de Direito (EPD), na Escola Brasileira de Direito (EBRADI) e em diversos outros cursos. Coautora das obras “Direito e Responsabilidade”, “A Outra Face do Judiciário”, “Direito Civil -- Direito Patrimonial e Direito Existencial”, todos sob coordenação de Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka; da obra “Separação, Divórcio, Partilhas e Inventário Extrajudiciais -- Questionamentos sobre a Lei 11.441/2007”, sob a coordenação de Antônio Carlos Mathias Coltro e Mário Luiz Delgado; da obra “Impactos do novo CPC e do EPD no Direito Civil Brasileiro”, sob a coordenação de Marcos Ehrhardt Jr.; coordenadora, juntamente com Águida Arruda Barbosa, e coautora, da obra “Direito de Família”, sob orientação de Professora Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka; coautora da obra “Transformações no Direito Privado nos 30 anos da Constituição -- Estudos em homenagem a Luiz Edson Fachin”, sob a coordenação de Marcos Ehrhardt Júnior e Eroulths Cortiano Júnior; coautora da obra “Coronavírus: impactos no Direito de Família e Sucessões”, sob a coordenação de Ana Luiza Maia Nevares, Marília Pedroso Xavier e Sílvia Felipe Marzagão. Sócia do Stein Pinheiro e Campos Advogados.

 

quarta-feira, 30 de março de 2022

Testagem rápida de IST’s implementa serviços médicos gratuitos do Caminhão da Saúde

Nos dias 2 e 3 de abril, a unidade móvel estará em Nerópolis para oferecer consultas médicas, ultrassonografias,  teste de glicose e aferição de pressão de graça para a população 

 

Em mais uma ação, o Caminhão da Saúde estaciona nos dias 2 e 3 de abril na cidade de Nerópolis, no bairro Alto da Boa Vista.   O projeto assistencial é da Associação Estadual de Apoio à Saúde (AAS) e leva acesso à saúde para população carente de periferias e zona rural há mais de 10 anos. Moradores da cidade metropolitana poderão contar com consulta médica, exames de ultrassonografia com laudo médico na hora, fazer exames rápidos de doenças sexualmente transmissíveis, aferir pressão e fazer teste de glicose.

 

O projeto assistencial tem iniciativa do  médico Dr. Cláudio Brandão, e oferece atendimento médico de graça e sem burocracia.  O trabalho começa às 7h da manhã com previsão de encerramento às 17h. Basta checar munido de documento pessoal, passar pela triagem e aguardar o atendimento. Depois da consulta, caso haja necessidade, o profissional realiza os exames, encaminhamentos e receitas.  

Uma das novidades do atendimento é a parceria com o Nuclaids - 

Núcleo de Pesquisa e Ações Interdisciplinares em Doenças Infecciosas com Ênfase nas IST/HIV/AIDS, ligado à Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (UFG), que junto com seus alunos, realiza a testagem rápida de Infecções Sexualmente Transmissíveis, ou DST’s, como são mais conhecidas. Para o Dr. Cláudio, esse novo serviço tem forte apelo social, já que a maioria das pessoas não tem acesso ou sabem como realizar exames para detectar sífilis ou mesmo Aids, que são doenças silenciosas. “É importante lembrar que caso o exame seja positivo, nós emitimos um pedido de exame completo para o paciente com suspeita de alguma infecção”. Além disso, ele ainda alerta para o trabalho de ajuda com as pesquisas da Universidade.  

 

Mais ajuda do Caminhão 

Uma das bandeiras do trabalho realizado é a prevenção dos cânceres de mama e próstata, doenças que se forem diagnosticadas precocemente, a probabilidade de cura aumenta imensamente.  Outras doenças como hipertensão e diabetes, que assolam a população brasileira,  também podem ser identificadas com o atendimento no Caminhão da Saúde. Para as doenças do coração, o suporte de cardiologia se dá através da realização de eletrocardiograma laudado por especialista.  

 

Sobre o Caminhão da Saúde 

Idealizado pelo médico Dr. Cláudio Brandão, que além de médico, é advogado e professor universitário, o Caminhão da Saúde surgiu do desejo de levar atendimento de qualidade aos menos afortunados e de uma inquietação e desilusão com o modelo existente de atendimento médico existente.  

A unidade móvel de saúde foi a ferramenta ideal para colocar a ONG Associação Estadual de Apoio à Saúde (AAS) em andamento, literalmente.  Para isso, uma carreta foi adaptada e transformada em um consultório e clínicas sobre rodas. Possui três espaçosos consultórios com mobiliário próprio, dando comodidade, aconchego e rapidez ao cuidar de pessoas em qualquer lugar. Basta estacionar e receber os pacientes.   Possui um consultório de oftalmologia, com todo o aparato para diagnosticar e tratar a maior parte das patologias visuais.  

 

 

Serviço 

Atendimento gratuito no Caminhão da Saúde 

Onde:  Nerópolis - Bairro Alto da Boa Vista 

2 e 3 de abril 

Horário: das 7h às 17h 

 

Exames de imagem gratuitos   

Ultrassonografia 

- Obstétrico

- Próstata 

- Abdômen Total 

- Urinário 

- Ginecológico 

- Eletrocardiogramas 

 

Aferição de pressão
Testagem rápida de glicose
Testagem rápida de IST’s 

 

Foto: acervo da AAS 


Dia da Nutrição: 5 dicas para uma alimentação saudável

Nutricionista cadastrada no GetNinjas elenca práticas para ter refeições mais balanceadas

 

No dia 31 de março é comemorado o Dia Nacional da Saúde e da Nutrição, data que enfatiza a relação entre longevidade e alimentação. Como a mudança de hábitos e a adoção de refeições saudáveis pode ser um grande desafio, sobretudo nas grandes cidades e com a correria do dia a dia a nutricionista Bárbara Ramires, que atende pelo GetNinjas, maior plataforma de contratação de serviços do país, elencou cinco dicas que ajudam a implementar uma rotina mais saudável. Confira: 

  • Evite o consumo de fast food, comidas congeladas ou alimentos pré-prontos. “Essas comidas são altamente calóricas e gordurosas e não contém nenhum nutriente, nem vitaminas e tampouco minerais”, explica Bárbara; 
  • Reduza o consumo de sal, açúcar e de carnes processadas; 
  • Nem toda gordura é ruim. Produtos como azeite, óleo de coco e gordura de porco, por exemplo, são opções de gordura boa e ótimas para manter um bom funcionamento dos hormônios e das vitaminas lipossolúveis que são solúveis em gorduras; 
  • Não faça dietas sem acompanhamento. “Não existe a dieta ideal, mas aquela que melhor se adequa à realidade do seu organismo e àquilo que você busca”, orienta a nutricionista. Para não prejudicar a saúde, procure ajuda de um profissional. 
  • Inclua frutas, legumes, verduras, sementes e grãos na sua dieta diária. “Além destes alimentos serem bem mais baratos que os alimentos prontos ou congelados, eles possuem os nutrientes necessários para te ajudar a manter uma alimentação mais saudável e equilibrada”, afirma.

DIA NACIONAL DA SAÚDE E NUTRIÇÃO

39 milhões de crianças são obesas no mundo, alerta OMS

 

No Dia da Saúde e Nutrição, celebrado nesta quinta-feira (31), o Instituto Opy de Saúde chama a atenção para os benefícios da alimentação saudável e reforça a importância dos bons hábitos alimentares na prevenção contra as DCNT'S.

 

Nunca foi tão importante a conscientização sobre o impacto da boa alimentação na saúde. Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde revelam que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo são obesas, sendo 650 milhões de adultos, 340 milhões de adolescentes e 39 milhões de crianças. A OMS estima que, até 2025, aproximadamente 167 milhões de pessoas -- adultos e crianças -- ficarão menos saudáveis por estarem acima do peso ou obesas. No Brasil, uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), entre fevereiro de 2019 e março de 2020, revelou que uma em cada dez crianças brasileiras de até 5 anos está acima do peso. 

Esse resultado deve-se, em parte, à insegurança alimentar. Uma análise realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, em 2021, mostrou que quase 116,8 milhões de brasileiros não se alimentavam como deveriam, com qualidade e em quantidade suficiente, onde 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome. “A pandemia de Covid-19 expôs - e continua expondo - um número muito grande de famílias à insegurança alimentar, ameaçando vidas e a saúde de gerações”, comenta Heloisa Oliveira, diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde. O excesso de gordura corporal aumenta os riscos para pressão arterial elevada, doenças do coração, enfarte, diabetes e outras doenças. 

Além de inserida no grupo de doenças crônicas não transmissíveis, a obesidade é considerada um dos importantes fatores de risco para outras complicações como: diabetes mellitus, hipertensão e doenças cardiovasculares. “A chave para prevenir a obesidade é agir cedo, antes mesmo do bebê nascer. Uma boa nutrição na gravidez, seguida de amamentação exclusiva até os seis meses de idade e continuada até dois anos ou mais, é o melhor para todos os bebês e crianças pequenas”, alerta Heloisa Oliveira. 

O Instituto Opy de Saúde, entidade filantrópica que foca na promoção da saúde em áreas estratégicas, como o cuidado nos primeiros 1000 dias de vida e na prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), é parceiro do projeto Experiências que Alimentam II, desenvolvido pelo Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN), que tem como objetivo favorecer a segurança alimentar de bebês e crianças na 1ª infância, através de ações de educação e conscientização para a importância de uma alimentação saudável junto aos Centros de Educação Infantil de DRE-São Miguel Paulista, em São Paulo. 

 

Heloisa Oliveira - diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde.


Autismo consciente

 

No dia 2 de abril, comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Esta data foi criada em 2007 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para conscientizar a população sobre esta condição que afeta milhões de pessoas em todo mundo. Estima-se que 1 a cada 59 crianças tenham autismo, o que representa cerca de 2% das crianças e adolescentes no mundo todo. 

Uma dúvida muito frequente entre os pais e familiares é: como saber se meu filho tem autismo? Eu, como mãe de autista, mesmo sendo geneticista e trabalhar com autismo há mais de 10 anos, passei pela mesma dúvida inicial que todos tiveram: será que é autismo? Com dois anos, meu filho ainda não falava. Procurei vários médicos que me informaram ser normal e que deveria esperar até os 3 anos. Porém, por conhecer os sintomas da doença, que envolvem principalmente dificuldade na interação social, falha na comunicação, movimentos estereotipados e rigidez na mudança de rotina, uma luz vermelha se acendeu para mim, mesmo verificando apenas falha na comunicação e uma estereotipia (flapping com as mãos) -- e pensei, é autismo. Para ser autista, a criança não precisa apresentar todas essas características e é claro que também o fato de ter uma característica não o enquadra como autista, podendo acontecer ainda que alguma característica esteja mascarada. 

Por isso, ao menor sinal de alerta: criança não olha nos olhos, não fala, não gosta de contato físico, não interage com outras crianças, tem movimentos repetitivos como balançar as mãos, balançar os troncos, bater a cabeça quando contrariado, muito apegado a rotinas e não ter um “brincar” muito funcional, é importante que um neuropediatra seja procurado para que seja iniciada a investigação clínica. 

Quando recebemos o diagnóstico de TEA, passamos por uma fase de luto, é normal, não se sintam culpados: eu tive, meu marido teve, muitos de vocês com certeza também vivenciaram isso. O luto é por todos os planos que foram feitos para o futuro do nosso filho, futuro este que neste momento nos parece tão incerto e nos sentimos tão isolados e desamparados. Se você está passando por essa fase, não se culpe e não desanime, vai passar e você vai ver que o futuro pode não ser como vocês planejaram, mas que pode continuar sendo maravilhoso; de uma forma diferente, seu filho continua ali, e você vê o quão especial ele e vocês são, quão adaptável a mudanças a gente é e como as conquistas diárias passam a ser muito mais valorizadas. Por isso não desanime. Viva o seu luto, mas siga em frente. Temos que correr atrás do futuro do nosso filho, tentar propiciar o tratamento recomendado pelo médico e fazer nossa parte neste tratamento também! O papel da família é fundamental para que seu filho tenha uma melhor qualidade de vida e independência no futuro. 

Estimular seu filho em casa em momentos de lazer, dar independência, interagir com os terapeutas, unir a escola às terapias, faz toda a diferença. Acreditem, por experiência própria, eu digo que dá certo. 

Compartilhar seu luto, suas dúvidas e sua angústia com outras mães e grupos de apoio é super válido, no entanto, jamais compare o tratamento do seu filho com o de outra criança e, ainda mais importante, não compare a evolução dele com outras crianças, mesmo que possuam o mesmo diagnóstico, pois o TEA tem uma ampla variação na manifestação de características. O tratamento de cada criança é personalizado, indicado pelo neuropediatra e seguindo um plano terapêutico específico para ele. 

E por fim, mais importante do que a conscientização da sociedade sobre o autismo, é a conscientização dos pais e familiares dos autistas sobre o quão especiais eles são e de tudo que eles podem fazer e se desenvolver, por isso não desista nunca!

 

 Liya Regina Mikami - doutora em Genética pela Universidade Federal do Paraná e University of Nebraska; mestre em Ciências Biológicas (Biologia Celular) pela Universidade Estadual de Maringá; graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Maringá. Realizou estágio pós-doutoral em Genética Molecular Humana no Centre de Recherches du Service de Santé des Armées (CRSSA), em Grenoble/França. Pós- doutorado em Ciências da Saúde pela PUC/PR, em andamento. Desenvolve projeto de pesquisa na área de Genética Humana em Investigação Clínica e Experimental de Doenças Humanas (Fibrose Cística, Autismo e Fissuras Labiopalatais). Tem experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em Genética, atuando principalmente nos seguintes temas: genética molecular humana, fissuras labiopalatais, mutações, autismo, tecnologia do DNA recombinante. Atualmente é professora da Faculdade Evangélica Mackenzie Paraná (FEMPAR).


Você sabe como prevenir a hipertensão?

Doença, que é popularmente conhecida como pressão alta, atinge cerca de 36 milhões brasileiros adultos

 

A hipertensão arterial, popularmente conhecida como “pressão alta”, foi a principal causa de morte no mundo em 2019, responsável por cerca 10,8 milhões de óbitos de diferentes faixas etárias. Os dados são do Estudo da Carga Global de Doenças (GBD, em inglês), que alerta, também, para os riscos e prevenção da hipertensão.  
 
Segundo a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), 36 milhões de brasileiros adultos convivem com a hipertensão, que é responsável por até metade das mortes por doenças cardiovasculares, totalizando cerca de 200 mil óbitos todos os anos no país.   
 
Além do risco de óbito por hipertensão arterial, a doença favorece o surgimento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e do ataque cardíaco (infarto). No primeiro caso, a pressão alta pode causar o entupimento e rompimento das artérias que levam sangue ao cérebro, causando sequelas motoras e cognitivas pelo “derrame”. 
 
Já no caso de ataque cardíaco, o aumento da pressão sanguínea nas artérias ligadas ao coração, leva o órgão a bombear sangue de forma mais rápida e intensa, o que engrossa as paredes das artérias, dificultando o transporte de sangue e oxigênio para o coração. Sem a compensação de oxigênio, o músculo cardíaco acaba sofrendo os primeiros sinais do infarto. 
 
“Por ser frequentemente assintomática, a hipertensão evolui sem que o paciente perceba, afetando órgãos como o coração, cérebro, rins e vasos. Sem tratamento, a doença é responsável por 65% dos infartos agudos e cerca de 80% dos casos de AVC no Brasil”, destaca Gisele Abudh, diretora Técnica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h da Zona Leste, em Santos, litoral paulista. 
 
A unidade, que pertence à rede pública de saúde da Prefeitura de Santos e é gerenciada pela entidade filantrópica Pró-Saúde, é referência no atendimento de casos de urgência e emergência, nas especialidades de Clínica Médica, Ortopedia, Pediatria e Odontologia, e recebe diversos casos de pacientes com suspeitas de AVC e derrame mensalmente.   
 
Alguns sinais de alerta da hipertensão são tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão. “Em casos agudos, onde o problema já começa a afetar os principais órgãos, o ideal é procurar ajuda médica o quanto antes, para evitar complicações”, explica a médica.  
 
Apesar de se manifestar em qualquer idade, a incidência da doença aumenta com o envelhecimento. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 65% dos indivíduos acima de 60 anos apresentam pressão arterial elevada, sendo a idade um dos fatores de risco.     
 
“Com a idade, as grandes artérias do corpo se enrijecem, perdendo sua capacidade em manter a pressão arterial controlada. Considerando o aumento da expectativa de vida do brasileiro, isso pode provocar um aumento da prevalência de hipertensão arterial na população idosa”, destaca Gisele. 
 
A especialista separou algumas dicas importantes que podem auxiliar na prevenção da hipertensão, confira:  
 
• Interrupção do tabagismo: É essencial parar de fumar. Além de evitar diversos malefícios a saúde, o fumo é o único fator de risco totalmente evitável da hipertensão e de mortes por doenças cardiovasculares. 
 
• Redução de sódio: Recomenda-se que o consumo de sódio seja limitado a duas gramas por dia. Para isso, evite o uso de saleiros, temperos prontos, alimentos defumados e enlatados. 
 
• Dieta saudável: Aposte no consumo de frutas, verduras, legumes, fibras e cereais. Uma dieta baseada nesses alimentos favorece o controle da pressão alta e contribuem para a saúde como um todo. 
 
• Atividade física: O sedentarismo é um dos fatores de risco para o desenvolvimento da pressão alta. Por isso, é recomendado praticar pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica por dia, como caminhada, ciclismo ou natação.  
 
• Controle do peso: A alimentação, aliada a realização de atividades físicas é importante para a redução do peso corporal, que permite um melhor controle dos níveis de pressão.  
 
Redução de bebidas alcoólicas: O consumo excessivo de álcool é responsável por cerca de 10% a 30% dos casos de hipertensão arterial. A ingestão de bebida alcoólica deve ser limitada a 30 gramas de álcool por dia, ou seja, uma garrafa de cerveja (5% de álcool, 600 ml), duas taças de vinho (12% de álcool, 250 ml) ou uma dose de destilados (42% de álcool, 60 ml). 
 
• Consumo de potássio: A suplementação de potássio apresenta um impacto significativo na redução da hipertensão. Seu consumo pode ser feito através de alimentos pobres em sódio e ricos em potássio, como feijões, ervilha, vegetais de cor verde escura, banana, melão, cenoura, beterraba, tomate, batata inglesa e laranja.  
 
• Suplementos Alimentares: Há evidências de que a suplementação de vitamina C, alho, linhaça, chocolate amargo, soja e ômega 3 atuam na redução discreta da pressão alta. 
 
Além da adoção de hábitos saudáveis no cotidiano, é essencial realizar o acompanhamento médico periódico para controle da pressão arterial. “Ao identificar qualquer alteração, apenas um profissional qualificado pode indicar qual a melhor forma de realizar o tratamento. Nunca use medicamentos ou suplementos por conta própria”, alerta a diretora da UPA Zona Leste.


Saiba os sintomas iniciais de alopecia areata, doença que acomete Jada Smith

A tricologista Viviane Coutinho fala também como é o tratamento do problema

 

Nos últimos dias, alopecia foi uma palavra que esteve em diversos noticiários devido uma polêmica entre Will Smith e Chris Rock na noite do Oscar 2022. O comediante fez uma piada de mau gosto com a mulher do vencedor da estatueta de Melhor Ator, Jada Smith que sofre de alopecia areata.   

A tricologista Viviane Coutinho tirou as principais dúvidas da doença. De acordo com a profissional, a alopecia areata acomete cerca de 1 a 2% da população e pode afetar ambos os sexos, todas as raças e surge em qualquer idade. 

“Porém, em 60% das pessoas a alopecia começa antes dos 20 anos. O mal também faz parte da genética familiar. Cerca de 40% dos diagnosticados, há outras pessoas na família com o quadro. Fatores ambientais como estresse ou presença de micro-organismo podem disparar uma resposta imunológica anômala que lesa o folículo. Cerca de 10% dos pacientes podem desenvolver formas graves de alopecia crônica", esclareceu. 

É importante salientar que essa inflamação torna inativo os folículos pilosos, fazendo esses fios caírem em falhas circulares. 

"Em pequenos números ou evoluírem para perda total de cabelos ou os pelos do corpo também", frisou. 

A alopecia é classificada por uma doença inflamatória que pode ser assintomática ou vir inicialmente de uma coceira e/ou queimação, entre outros sintomas. 

“Os pacientes com alopecia areata podem apresentar coceira no couro cabeludo ou uma sensação forte de queimação antes da queda de cabelo efetivamente acontecer. Pode haver também alterações nas unhas: pequenas alterações no relevo da superfície da unha, com aspecto de “furinhos”, chamados depitting”, explica Viviane. 

 A alopecia areata é mais frequentemente observada no couro cabeludo, mas também pode ocorrer na barba, sobrancelhas, nos pelos dos braços e pernas. 

 A tricologista diz que qualquer diagnóstico de disfunção capilar é necessário ser feito presencialmente e por meio de exames físicos, tricoscopia, e às vezes biópsia.  

A profissional destacou que é necessário procurar um profissional, ao perceber qualquer alteração na sua saúde capilar para ele prescrever qual será o tratamento. 

"Consiste desde injeções com cortisona, aplicações tópicas e terapias capilares que equilibram microbiotas, reduzem processos inflamatórios e automaticamente repelem os fios. Mas quando ela está atrelada a uma doença autoimune, é feito em conjunto com outros médicos. Nesse caso, podemos, por exemplo, trabalhar em conjunto com reumatologista para conseguir cuidar dos processos inflamatórios", pontua Viviane. 

Mas, infelizmente, nem sempre o problema pode ser solucionado. 

“É preciso avaliar se ainda há folículos capilares na região. Se o local tiver apenas tecido cicatricial , a alopecia é irreversível. Mas onde houver folículo piloso, há esperança. Neste caso da alopecia, o tempo é nosso inimigo. Então, ao perceber um afinamento ou se começar a visualizar mais facilmente seu couro cabeludo, não hesite em procurar um profissional. Assim, é possível inibir o processo de progressão da alopecia”, finaliza.


Dia 02 de abril- Dia Mundial de Conscientização do Autismo

Na Semana Azul Saiba da Importância do Diagnóstico Precoce do Autismo

 

Nesta semana iniciou-se a Semana do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado no dia 2 de abril. E neste ano de 2022 o tema da campanha é “Lugar de Autista é Em Todo Lugar” que tem como intuito promover a inclusão dos portadores de autismo em toda a sociedade.

Como bem sabemos o autismo tem como caraterísticas: a dificuldade na comunicação e interação social; apresentando padrões restritos e repetitivos de comportamento, atividades ou mesmo interesses. O atraso na fala, a dificuldade no contato visual, ou não responder quando é chamado são os primeiros sinais do TEA (Transtorno do Espectro Autista), prejudicando o desenvolvimento neuropsicomotor. As causas podem envolver vários fatores, desde a genética como a presença de outras anomalias.

Segundo o Dr. Marcone Oliveira, Médico Neuropediatra, especialista em transtornos do neurodesenvolvimento e Orientador de Pais diz:- Nesta semana, em que acontece campanha de conscientização do autismo, não podemos deixar de falar sobre o diagnóstico precoce. É um período ideal para se falar nesse tema e alertar a todos. A importância do diagnóstico precoce, segundo o que vários estudos mostram, é que quanto mais cedo se faz o diagnóstico e a intervenção, maior e melhor é o desenvolvimento da criança devido a capacidade de neuroplasticidade, e de maior potencial de aprendizado, além do período de adaptação da criança e do conhecimento da família – enfatiza Dr Marcone.

Só no Brasil, já foram diagnosticados 2 milhões de indivíduos com autismo, que são divididos em três níveis. O nível um é o mais leve, é quando a criança necessita de algum apoio para ajuda-la a superar as limitações na comunicação e na interação social. No nível dois, a criança necessita de um repertório maior de apoio, as limitações de comunicação verbal e não verbal são muito maiores, e a interação social é muito mais difícil. E para finalizar, o nível três é o que apresenta mais prejuízos, sendo o nível mais severo, com grandes obstáculos na interação com as pessoas, além dos grandes prejuízos na comunicação verbal e não verbal.

Uma outra coisa é que os pais sempre tem dúvida de qual a idade se consegue fazer o diagnóstico. É o mais precoce possível, mas os pais não entendem isso; muitas vezes os pais vão a profissionais que não tem conhecimento sobre autismo, e esses profissionais tentam tranquilizar os pais dizendo que a criança falará em breve pedindo para voltar meses depois, podendo nesse caso, atrasar a intervenção com o diagnóstico. E o diagnóstico mais precoce possível pode ser aos nove meses, pode ser com seis meses, com um ano e meio ou dois anos. Existe uma falsa ideia que de o diagnóstico deve ser feito depois dos três anos, e uma falsa ideia, de alguns profissionais que não conhecem o tema adequadamente, de que a criança vai falar até dois anos. É bem importante discutir esse tema nesse período para trazer esclarecimentos aos pais e a comunidade– alerta o Dr. Marcone Oliveira.

É preciso lembrar dos fatores de risco, ainda no pré-natal, que podem resultar no surgimento do transtorno, desde a exposição de drogas, como a cocaína ou de álcool em níveis elevados, a exposição de pesticidas e a associação com algumas doenças autoimunes. Há também os riscos da prematuridade, dos riscos ambientais, o contato com elementos químicos como o cádmium, níquel, mercúrio e outros, poluição do ar e a idade avançada dos pais.

O autismo é uma dificuldade de comunicação social, não só de fala, mas também dificuldade de contato visual, de apontar, de compartilhar brincadeiras. São crianças com movimentos repetitivos, estereotipias e alterações sensoriais, e quando presente essas alterações podem atrapalhar o desenvolvimento funcional da criança. Por isso se faz urgente discutir o tema do diagnóstico precoce, principalmente neste período - finaliza Dr. Marcone Oliveira. 

 

Dr. Marcone Oliveira - Médico Pediatra, com especialização em Neurologia Infantil pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. Possui também Graduação em Farmácia pela Universidade Vale do Rio Doce; é Mestre em Ciências Fonoaudiológicas pela UFMG. Atualmente é Diretor Clínico da Clínica Proevoluir - Médico Neuropediatra.

https://drmarcone.com.br

@doutormarcone

https://www.youtube.com/c/DrMarconeOliveiraNeuropediatra

 

Fenômeno que normalmente leva células humanas à morte parece ser vital para parasitas, aponta estudo

Exemplares de Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, em imagens de microscopia de fluorescência (foto: Marcelo Santos da Silva/Unesp)

 

Um fenômeno que normalmente é letal para as células – a quebra da dupla fita que forma o DNA – parece ser importante no ciclo de vida dos tripanossomatídeos, família de parasitas que infecta humanos e causa doenças como as de Chagas, do sono e leishmaniose.

A hipótese foi levantada em estudo apoiado pela FAPESP e publicado na revista Frontiers in Cell and Developmental Biology. Se confirmada, pode abrir caminho para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes que os atualmente disponíveis.

“O senso comum diz que as chamadas quebras de DNA na forma de dupla fita são danosas para qualquer tipo de célula. Mas, quando se analisa alguns tripanossomatídeos, vemos que isso não se aplica”, conta o autor do estudo, Marcelo Santos da Silva, pesquisador do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp).

As quebras de DNA na forma de dupla fita são lesões normalmente fatais para as células, causadas por uma ampla gama de condições. Podem ser geradas por complicações do próprio organismo, como falhas ocorridas durante a duplicação do DNA ou na tentativa de reparar a oxidação no código genético.

Também podem resultar de estímulos externos, como alterações químicas causadas por medicamentos ou por radiação ionizante – daí serem o mecanismo de ação de alguns tratamentos antitumorais.

No artigo, Silva faz uma revisão dos estudos existentes até o momento que mostram como os tripanossomatídeos dependem do fenômeno, mortal em outras células, para continuar seu ciclo de vida. Nenhuma dessas pesquisas, porém, se aprofundou na importância das quebras de DNA para os parasitas – conhecimento que pode levar ao desenvolvimento de novas terapias.


Diferentes funções

“O Trypanosoma brucei [causador da doença do sono, prevalente na África], por exemplo, depende de um processo em que um gene precisa ser trocado por outro para que ele escape do sistema imune do hospedeiro. Em algumas populações desse parasita isso ocorre por meio da quebra do DNA na forma de fita dupla. Assim elas conseguem driblar o sistema imune e se perpetuar”, explica Silva.

Causador da doença de Chagas, que afeta cerca de 10 milhões de pessoas principalmente nas Américas, o Trypanosoma cruzi é conhecido por se reproduzir de forma assexuada.

Estudos nas últimas duas décadas, no entanto, têm mostrado a existência de troca de material entre diferentes linhagens de T. cruzi, o que pode indicar a reprodução sexuada e o consequente aumento de variabilidade genética.

Para se reproduzirem dessa forma, os parasitas se beneficiam da quebra do DNA em dupla fita. Outra evidência dessa troca é que linhagens com material genético híbrido possuem uma expressão maior de proteínas ligadas à quebra de DNA.

Por fim, os parasitas causadores de leishmaniose – doença que pode apresentar as formas visceral ou cutânea, causando diferentes problemas de saúde – são conhecidos por apresentarem elementos repetidos no código genético. Essa característica é favorecida pela quebra de DNA em dupla fita e ocorre, sobretudo, em condições de estresse no ambiente e como forma de resistir aos medicamentos existentes contra as espécies de Leishmania.

“São três exemplos em que a quebra de DNA na forma de dupla fita parece beneficiar os tripanossomatídeos em vez de prejudicá-los. A visão de que esse processo é necessariamente danoso, portanto, precisa ser repensada, uma vez que pode ser um caminho para realizar abordagens novas para compreender o ciclo de vida desses parasitas e, quem sabe, realizar ações específicas para eliminá-los”, aponta Silva, que atualmente investiga a fundo o fenômeno.

Essas três moléstias cujos agentes foram alvo da pesquisa são algumas das 20 doenças tropicais negligenciadas (DTNs), que afetam mais de 1 bilhão de pessoas no mundo. As DTNs são caracterizadas pela ausência de tratamentos eficazes e por afetar majoritariamente populações pobres (leia mais em: agencia.fapesp.br/35136/ agencia.fapesp.br/37350/).


Veneno x remédio

Desvendar como a quebra de DNA em dupla fita ocorre nos tripanossomatídeos pode abrir caminho para o estudo de possíveis tratamentos para as doenças causadas por eles. Atualmente, os medicamentos usados contra as moléstias provocadas por parasitas são pouco eficientes ou causam muitos efeitos colaterais.

Dentre as muitas moléculas testadas em laboratório atualmente que apresentam potencial para se tornar novas drogas estão as fosfolipases, presentes nos venenos de serpentes.

Em outro artigo, assinado com uma equipe de pesquisadores de instituições do Brasil e da França, Silva faz um apanhado dos estudos envolvendo as fosfolipases e diversas famílias de parasitas. Além dos tripanossomatídeos, foram incluídos helmintos, Toxoplasma e Plasmodium.

Helmintos são parasitas mais conhecidos como vermes e respondem por boa parte das doenças tropicais negligenciadas. Já o Toxoplasma gondii é o protozoário causador da toxoplasmose (que não pertence ao grupo das DTNs) e pode atacar todos os órgãos, causar infecção generalizada e diversas deficiências. Os plasmódios, por sua vez, causam a malária e são predominantemente transmitidos por mosquitos.

Uma série de serpentes já teve suas fosfolipases testadas contra esses agentes, entre elas algumas dos gêneros Bothrops, das jararacas, e Crotalus, das cascavéis, presentes no Brasil, revela o estudo.

“Existe um potencial muito grande a ser explorado para os venenos de serpentes. Uma crítica que fazemos, porém, é que muitos desses trabalhos foram realizados com as fases dos parasitas que infectam os insetos e não os humanos. No entanto, os resultados dão uma boa ideia das possibilidades que essas moléculas oferecem. É preciso continuar avançando”, afirma o pesquisador.

O trabalho teve apoio da FAPESP por meio de projeto coordenado por Nilmar Silvio Moretti, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).

O artigo DNA Double-Strand Breaks: A Double-Edged Sword for Trypanosomatids pode ser lido em: www.frontiersin.org/articles/10.3389/fcell.2021.669041.

Já a publicação Panacea within a Pandora's box: the antiparasitic effects of phospholipases A2 (PLA2s) from snake venoms está disponível em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1471492221001690.

 

 

André Julião

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/fenomeno-que-normalmente-leva-celulas-humanas-a-morte-parece-ser-vital-para-parasitas-aponta-estudo/38260/


“Lente de contato dental é irreversível e deve ser bem indicada”, diz dentista

Doutora em Reabilitação Oral, Talita Dantas alerta que o desgaste dos dentes não pode ser desfeito e o paciente precisa procurar um profissional especialista para evitar intercorrências


Tratamentos estéticos estão sempre em alta na mídia e são muito bem-vindos para melhorar a autoestima dos pacientes, mas é preciso muito cuidado, principalmente quando se trata de procedimentos feitos na face, como é o caso da lente de contato dental. O que poucos sabem é que o tratamento é irreversível e precisa de manutenção. Há alguns anos, as lentes dentais caíram no gosto de artistas e anônimos e, pelo seu alto valor, atraiu também profissionais sem capacitação adequada para realizar os procedimentos. Agora, a demanda por retrabalho aumenta nos consultórios de especialistas para corrigir problemas ou dar manutenção adequada. 

Os dentistas capacitados para esses tratamentos precisam de formação em uma dessas três áreas: reabilitação oral, prótese ou dentística. Existe o perfil de paciente que busca pelo exagero e pelo que é mais artificial, e isso tem que ser respeitado, mas a busca exagerada pelo estético tem colocado em pauta a discussão sobre exagero de tratamentos também. Vemos dentes que às vezes precisam de um simples clareamento ou de um pequeno reparo com resina e passam por procedimentos extremamente invasivos, e até irreversíveis, na busca por estética”, explica a cirurgiã dentista e doutora em Reabilitação Oral, Talita Dantas. 

Segundo Talita, a popularização das lentes também trouxe problemas, como a qualidade técnica dos tratamentos, já que os consultórios de especialistas estão recebendo muitos casos de retrabalho. Existem riscos de colocar a lente de contato, principalmente a perda dental, que tem ocorrido com grande frequência. Ela conta que tem acompanhado casos de pacientes que colocaram lente de contato dental há pouco tempo e estão apresentando gengivas inflamadas até dentes com cáries que precisam desfazer e refazer tudo novamente. 

A lente de contato dental, na verdade, é uma prótese. Mas prótese é um nome feio e ninguém gosta de usar. Mas a verdade é que isso é o que tem acontecido: os pacientes abrem mão de seus dentes para colocar um material artificial para repor uma parte do corpo. Mas é preciso muita ética para realizar tratamentos em pacientes muito jovens. Vejo pessoas com dentes hígidos, que não possuem uma restauração sequer, passando por procedimentos de desgastes, preparos e colocação de uma lente de contato apenas por questões estéticas”, lamenta Talita Dantas. 

A cirurgiã defende que o paciente precisa estar atento a alguns detalhes na hora de buscar um profissional e a primeira delas é ter certeza de que se trata de um especialista em reabilitação oral, prótese ou dentística. Em segundo lugar, é preciso saber com qual laboratório o profissional trabalha, quem é a equipe e quem vai confeccionar as lentes de contato dele. 

É importante também perceber se o profissional está negligenciando outros procedimentos apenas para “vender” o que é mais caro. Cáries ou doenças periodontais não podem ser ignoradas antes da realização de um procedimento estético. “Pergunte sobre a qualidade dos materiais, ver se o profissional trabalha sem pressa, se fotografa os casos ou se usa microscópios e lentes de aumento para ter resultados mais precisos. Não é que os profissionais que não tenham isso não consigam ter resultados bons, mas os equipamentos ajudam muito”, pontua.

 

Qual a durabilidade das lentes e como é a remoção? 

Segundo estudos, a durabilidade das lentes é entre 10 e 20 anos, mas isso não dispensa a manutenção periódica, já que elas podem fraturar por mau hábito do paciente, infiltrar, manchar ou serem substituídas por materiais melhores e técnicas melhores. “A manutenção não muda, o paciente deve continuar indo ao dentista a cada seis meses pra fazer procedimentos normais de limpeza e de avaliação das lentes para ver se é necessário algum reparo”, explica Talita. 

“Existem opções de remoção a laser das lentes de contato, mas qualquer estrutura dental desgastada deixa de existir e não é possível devolvê-la. Tirar uma lente de contato dental é como trocar o piso de casa: quando tiramos o piso antigo a base estará destruída e é preciso preparar o terreno para receber outro piso, não dá pra deixar sem o piso. O paciente normalmente só vê a parte de fora e acha que está tudo lindo, mas odontologia é algo muito delicado e microscópico, então fica o alerta para conhecer os detalhes do procedimento, que vão muito além de foto bonita no Instagram”, finaliza a cirurgiã.


Massa muscular, o cálculo e a mensuração

 

Em primeiro lugar: massa magra e massa muscular não são a mesma coisa. A magra engloba os músculos, ossos, órgãos, fluidos e outras estruturas do corpo. A muscular são apenas os músculos. De modo geral, a composição corporal, se refere a dois importantes índices: a gordura presente no corpo e a massa magra. 

Dr. Walid Nabil Ourabi, especialista pela Sociedade Brasileira da Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) explica que essa massa muscular varia muito conforme o biotipo, da idade, do sexo e da prática (ou não) de atividades físicas. É ela que vai ajudar a manter a boa saúde, o equilíbrio e a mobilidade articular para realizar atividades diárias. Mas, afinal, como calcular a quantidade e saber se essa questão está em dia? 

“É importante saber que o ideal é que tenhamos 30% mais massa muscular do que massa gorda. E que a nossa gordura não ultrapasse 30% do nosso peso total. Assim, deixamos o risco da obesidade mais longe da gente”, explica Dr. Walid. 

O médico conta que essa mensuração é bem difícil, mas o exame clinico de avaliação das dobras cutâneas e da área muscular do braço pode ajudar, a além do exame de bioimpedância que pode descobrir massa magra, gordura corporal, água corporal total, e ainda revelar a quantidade e níveis de gordura que estão estocados no corpo e precisam ser diminuídos. “Para qualquer que sejam os valores, queimar gordura pode ser uma boa saída para essa conta fechar”, afirma o especialista. 

Para compreender isso de maneira mais simples, Dr. Walid deixa um parâmetro:
 

Homens:

De 18 a 35 anos: de 40 a 44% de massa muscular;

De 36 a 55 anos: de 36 a 40%

De 56 a 75 anos: de 32 a 25%

De 76 a 85 anos: menos de 31%

Mulheres:

De 18 a 35 anos: de 31 a 33% de massa muscular;

De 36 a 55 anos: de 29 a 31%

De 56 a 75 anos: de 27 a 30%

De 76 a 85 anos: menos de 26%
 

Por outro lado, e sem amarras a números, o médico lembra que ganhar mais massa muscular também garante perda de gordura. “Isso porque são os músculos que consomem energia e queimam calorias já que eles aumentam o metabolismo basal, isto é, a quantidade de combustível que o corpo precisa para manter as funções vitais básicas, como respirar; ou pelo aumento da capacidade de resistência do corpo em treinar mais para, consequentemente, também queimar mais”, finaliza.


 

Dr Walid Nabil Ourabi - CRM-SP: 160.902 / RQE: 83314. Título de Especialista pela Sociedade Brasileira da Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Membro da Sociedade Brasileira da Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Formado em Medicina pela Universidade Nove de Julho, Especialista em Medicina Esportiva -- Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE). Pós graduado em nutrologia pela ABRAN, pós em Bioquímica e Metabolismo e pós em Prevenção e tratamento de doenças relacionadas ao Envelhecimento -- (UNINGÁ). Especializado em Medicina Ortomolecular e em Metabologia do Esporte com aprimoramento em Terapia Injetáveis e Hipertrofia Muscular. Co-founder Enjoy Institute e diretor da Health Support Consultoria Médica.

@dr.walidnabil


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