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sábado, 23 de fevereiro de 2019

Entenda como proceder com familiares que têm Alzheimer


Seconci-SP dá orientações sobre como lidar com o mal que afeta mais 1,6 milhões de brasileiros


Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), mais de 1,6 milhão de brasileiros sofrem com o mal de Alzheimer, um dos tipos de demência mais frequentes atualmente. A Organização Mundial de Sáude (OMS) alerta para a previsão de 135,5 milhões de casos no mundo até 2050. Neste Fevereiro Roxo, mês de conscientização sobre o Alzheimer, o Seconci-SP destaca a importância de orientar familiares a lidar de forma mais adequada com estes pacientes.

O dr. Clemente Soares, psiquiatra da entidade, explica que o envelhecimento cerebral acontece de forma natural a partir de nosso nascimento, e com a longevidade podem surgir algumas patologias, como o Alzheimer. O médico ressalta os quatro principais sinais de alerta que devem ser observados: "esquecimentos de como realizar ações cotidianas banais; perda de memória recente que leva a repetições, como esquecer o assunto durante uma conversa; desorientação nos casos em que o indivíduo não reconhece o lugar onde está; e alterações de comportamento (agitação, nervosismo, agressividade, irritação, ansiedade)", diz Soares.

A doença não tem cura, mas o diagnóstico precoce permite tratamentos para retardar sua evolução, exercícios de raciocínio e memória, além de terapias sintomáticas. "Apesar de o começo da doença já apresentar alguns sintomas e precisar de medicamentos, ainda não é considerado um estágio grave. Para os familiares, a indicação é ser tolerante, entendendo que o mal de Alzheimer é incurável e o paciente necessita de cuidados e atenção. Uma dica importante é realizar um rodízio entre os parentes para cuidar do paciente que precisa ser "vigiado" constantemente. A dinâmica familiar se torna cansativa fisicamente e emocionalmente, por isso o apoio e compreensão de todos ao redor se torna primordial", reforça o psiquiatra.

A família pode contribuir com o tratamento criando ambientes favoráveis, incentivando a visita de amigos e parentes, mantendo os gostos do paciente como ouvir música ou assistir ao futebol. A fase inicial ainda apresenta muitos momentos de lucidez, por isso é possível preservar parte de sua rotina ativa. "Após o diagnóstico, excluir o paciente do convívio social pode agravar o quadro e impulsionar outros distúrbios, como a depressão. Dar afeto e criar condições para que o indivíduo se sinta bem e confortável também faz parte do tratamento", alerta dr. Soares.

Nos momentos de alterações de memória, alguns pacientes preenchem esses lapsos com lembranças reais ou não de seu passado, fora as possíveis falhas de palavras durante a formação de frases, gerando um prejuízo de discurso. Em alguns casos, a falta de referências e sequências pode acontecer. Já no nível avançado, perde-se a lucidez e a consciência.

O dr. Soares completa com outra orientação para as famílias que estão lidando com esta condição no momento. "Compartilhar a situação com outros parentes e amigos e dividir suas experiências traz alívio e pode até contribuir com outras pessoas que passam pela mesma situação. Deve-se sempre buscar informações com fontes seguras, e em caso de dúvidas, conversar com um geriatra, neurologista ou psiquiatra. Vale lembrar que nos casos de qualquer alteração, mesmo que leve, deve-se buscar orientação médica. A equipe especializada do Seconci-SP pode auxiliar seus associados e familiares em relação ao diagnóstico e tratamento mais apropriados", conclui o especialista.


Novos casos de sarampo no Brasil alertam para importância da vacinação


Baixa adesão e movimento antivacina aumentam o risco de reaparecimento de doenças que já haviam sido eliminadas do Brasil


O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo montou uma ação em caráter emergencial para vacinar em torno de 10 mil pessoas contra o sarampo na última quarta-feira, 20 de fevereiro, no Porto de Santos (SP), para imunizar passageiros de desembarque e embarque no cruzeiro da MSC. A ação em caráter de urgência surgiu após tripulantes terem contraído a doença conforme exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz.

O sarampo é uma infecção que se dá pelo contágio de gotículas de saliva que são expelidas durante a fala, tosse, espirro e beijo. Entre os sintomas estão febre, tosse persistente, irritação nos olhos, coriza, mal-estar intenso, infecção no ouvido, coceira e manchas avermelhadas no corpo e no rosto

De acordo com Claudio Gonsalez, infectologista do Hospital Santa Paula, episódios como esse reforçam a necessidade de vacinação entre a população geral. A vacina tríplice viral estimula a produção de anticorpos contra sarampo, rubéola e caxumba. Já a tetra viral também afasta o risco de catapora (varicela).

Hoje o calendário de vacinação preconiza uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses (a tetra viral). Crianças de 5 anos a 9 anos de idade que não foram vacinadas devem tomar duas doses da vacina. Quem tem de 10 a 29 anos de idade deve tomar duas doses da vacina. Já a faixa etária de 30 e 49 anos só precisa tomar uma dose da vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).

“Adultos na faixa de 30 anos devem ficar atentos, uma vez que, no passado, a vacinação era feita aos 9 meses e em apenas uma dose. É melhor garantir a barreira imunológica caso a pessoa não se lembre ou não está com a caderneta em dia. O sarampo já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo e em 2016 o Brasil ganhou um certificado de erradicação da doença, mas o avanço das fake news ameaçam a vacinação no país e ressuscitam doenças. Esses ataques com informações infundadas virou um problema de saúde pública”, explica o médico.

A vacinação é contraindicada para gestantes, pacientes imunodeprimidos, crianças e adultos expostos ou infectados pelo vírus HIV com sintomatologia grave, histórico de alergia grave após aplicação de dose anterior das vacinas ou a algum de seus componentes.

Para ajudar a combater as “fake news”, o Ministério da Saúde disponibilizou um número de WhatsApp para envio de mensagens da população e um site com as informações virais apuradas pelas áreas técnicas. Qualquer cidadão pode participar gratuitamente pelo telefone (61) 99289-4640. O site é http://portalms.saude.gov.br/fakenews .

O Estado do Pará registrou 62 casos da doença até o dia 28 de janeiro, segundo informações do Ministério da Saúde. No total, são 10.302 casos confirmados da doença em 11 estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Rio de Janeiro.





Hospital Santa Paula
Av. Santo Amaro, nº 2468 - Vila Olímpia - (11) 3040-8000


Câncer de próstata: doença silenciosa e perigosa


 preconceito está entre os maiores entraves para diagnóstico


No mês de fevereiro o Dia Mundial do Câncer relembra a importância de realizar os exames de prevenção, doença que está entre as principais causas de morte no mundo. Mas não apenas nesse período ou nos meses de outubro e novembro, que marcam o câncer de mama e próstata, respectivamente, o monitoramento da saúde e o diagnóstico devem ser realizados com frequência.
Conversamos com o Dr. Sebastião Zanforlin, professor do Cetrus, e tiramos as principais dúvidas sobre o câncer de próstata.


Dados Brasil

Dentre os mais letais, no Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de 75% dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.


O que é o câncer de próstata?

A próstata é uma glândula que só o homem possui e se localiza na parte baixa do abdômen. É um órgão pequeno, que tem a formação que lembra uma maçã e está localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). Há alguns tipos de câncer de próstata que podem crescer e se desenvolver, uns de maneira rápida outros bem lentamente. Muitas vezes acaba sendo identificado durante a investigação de outra doença.


Como é feito o diagnóstico? E quais são os sintomas?

Há algumas técnicas que permitem identificar a doença, como o exame de sangue, exame de toque, além de exame de imagem, especialmente ultrassonografia transretal e ressonância magnética. Nos casos iniciais o paciente não apresenta nenhum sintoma, apenas em casos avançados é possível apresentar sangue na urina, disfunção erétil, dores no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos, fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.
Outros sintomas relacionados ao aumento benigno da próstata podem mascarar a presença de um câncer, como micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido e vontade frequente de urinar à noite. A doença é, portanto, silenciosa, e seus eventuais sintomas são tardios e muito pouco específicos, daí a enorme importância de visitas frequentes ao médico.


Há fatores de risco?

Existem condições que podem aumentar as chances de doenças, tais como:
  • Idade: muito raro em homens com menos de 40 anos, mas aumenta rapidamente após os 50 anos. Cerca de 60% dos diagnósticos são em homens com 65 anos;
  • Etnia: é mais frequente em homens de ascendência africana, ocorrendo um pouco menos em homens asiáticos, hispânicos/latinos, do que em brancos não hispânicos;
  • Histórico familiar: possuir parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de próstata mais do que duplica o risco de um homem desenvolver a doença;
  • Genes: alterações genéticas hereditárias que aumentam os riscos como a síndrome de Lynch;
  • Dieta: é sabido que dietas ricas em gorduras aumenta a probabilidade da doença;
  • Vasectomia: embora existam pesquisas em andamento, não há indícios de que a cirurgia seja relevante como causa desta doença.

Existe tratamento?

Hoje existem diversas alternativas de tratamento. Uma avaliação minuciosa é necessária, pois as opções dependem da idade, do estado de saúde do paciente, dos efeitos colaterais possíveis e principalmente do estágio do tumor. É uma decisão que deve ser tomada em conjunto com o paciente e sua família, levando em consideração todas as nuances.


Em termos mundiais, como o Brasil está em casos de câncer de próstata?

É o tipo de câncer mais comum em homens nos Estados Unidos, país em que é a segunda maior causa de mortes masculinas por câncer, atrás somente do câncer de pulmão. Apesar do Brasil não estar na lista dos maiores incidentes, aqui esse tipo de câncer mata bastante gente e as razões estão ligadas à falta de diagnóstico precoce, pela resistência ao exame.





Dr. Sebastião Zanforlinprofessor do CETRUS – Centro de Treinamento em Ultrassonografia de São Paulo, e coordenador dos cursos de ultrassonografia de próstata.Graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP e Graduado e Especializado em Ginecologia e Obstetrícia pela USP. O Dr. Sebastião é Mestre em Obstetrícia pela Universidade Federal de São Paulo, Especialista em Ultrassonografia Geral pela AMB e Colégio Brasileiro de Radiologia. Possui Pós-Graduado em Ultrassonografia pela Faculdade de Medicina de Valência, na Espanha, Habilitação em Avaliação de Risco Cromossômico por Ultrassom pela Fetal Medicine Foundation, Membro Titular do Colégio Brasileiro de Radiologia, Membro Associado ao American Institute of Ultrasound in Medicine and Biology.




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