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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Amamentação: um ato de amor e cuidado


Enfermeira e professora do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) fala sobre a importância do aleitamento materno e traz orientações para as mães


A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno exclusivo nos seis primeiros meses de vida do bebê, pois o leite da mulher é extremamente importante para o bom desenvolvimento biológico e imunológico da criança. Além disso, aumenta os laços afetivos entre mãe e filho, contribuindo positivamente no desenvolvimento emocional e social do bebê.

“Podemos perceber também o impacto da prática do aleitamento materno na saúde do adulto, quando reduz muitas das morbidades que hoje temos como problema de saúde pública, como hipertensão, diabetes e obesidade. A forma como nos alimentamos na primeira infância tem repercussão nos indicadores de saúde quando adultos”, explica a enfermeira Nayale Lucinda, professora da pós-graduação de enfermagem em neonatologia e pediatria intensiva do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE).

Com o passar dos meses, algumas mães começam a se preocupar com a hidratação das crianças e ficam em dúvida se podem passar a dar água aos seus filhos entre uma mamada e outra. Segundo a especialista, isso não é necessário, pois o leite humano é produzido de acordo com a necessidade do bebê. Caso o ambiente seja mais quente, ele virá mais rico em água e em locais mais frios, terá mais gordura. “O leite materno sempre estará pronto e adequado, de acordo com cada necessidade de cada criança”, completa a enfermeira.

Há uma compreensão de que algumas mulheres têm pouco leite, mas esses casos são raros e geralmente por algo associado. De modo geral, as mães possuem leite, sim. Para que haja uma produção contínua do leite, é essencial que haja uma boa sucção do bebê e que a mãe tenha o apoio do companheiro e toda a família neste processo. “Não é um momento fácil para muitas mulheres, é uma fase de transição, quando ela precisa de descanso, tranquilidade e compreensão”, conta a professora de enfermagem do IDE.

Existem casos em que mulheres deixam de amamentar por uma decisão delas, sendo muito importante compreender, apoiar e ajudar com informações fidedignas, mostrando os benefícios da amamentação e conversando sobre as dificuldades que elas enfrentam. “Para muitas mulheres, a amamentação não é fácil e elas precisam ser compreendidas e acolhidas. Também precisam ser respeitadas em suas decisões, sendo assim, informações e partilhas quanto à vivência da amamentação podem colaborar numa decisão consciente e, geralmente, numa decisão de amamentar seu bebê. Portanto, o esclarecimento é fundamental para qualquer mulher”, esclarece a docente.

Durante a amamentação, é importante que a mãe tenha uma alimentação variada e se mantenha saudável. Geralmente não é preciso fazer nenhuma restrição ou dieta específica, pois até o momento não há comprovações de alimentos que estimulem ou prejudiquem a produção de leite. Segundo a especialista, a mudança na dieta é feita apenas em casos em que a criança desenvolve alguma intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite de vaca, dentre outras patologias específicas, devendo ser feito com acompanhamento do nutricionista e do médico.

A professora de enfermagem do IDE conta ainda que não é preciso se preocupar com o tempo em que o bebê passa entre uma mamada e outra. A orientação que a enfermeira traz é do Ministério da Saúde e da OMS, que é a livre demanda, então não existe isso de horário de aleitamento não. “Bebê acordou e está com vontade de mamar, vai mamar. Depende muito de criança para criança e com o tempo a mãe vai percebendo que nem todo choro é fome, muitas vezes é necessidade de colo”, ressalta Nayale Lucinda.



PREPARAÇÃO – Ainda na gravidez, surgem muitas dúvidas com relação a preparação dos seios para quando chegar a hora de amamentar. Então, algumas mães buscam auxílio de produtos ou terapias que prometem preparar melhor as mamas para isso. “Não é necessário se preocupar com isso. No máximo banho de sol nos seios, mas não precisa está preparando o peito ou fazer uso de sutiã diferente, colocar bombinha ou concha. Nenhuma dessas alternativas recomendamos, pois acabam sendo dificultadores da amamentação”, alerta a professora da pós-graduação de enfermagem em neonatologia e pediatria intensiva Nayale Lucinda.

            Para as mamães de primeira viagem, a enfermeira orienta buscar sempre informações em locais confiáveis e que partilhem informações baseadas em evidências científicas. “Procure relatos de mães, rodas de apoio, onde são compartilhadas histórias de outras mães que podem estar ajudando. Porque não existe um manual ou nada pronto, cada mulher vai desenvolvendo o seu jeito de cuidar e amamentar o seu filho. Além disso, orientações de profissionais capacitados e equipe profissional de bancos de leite humano podem ajudar muito”, comenta.



Desafios da prematuridade: decisões tomadas durante a internação neonatal são cruciais para a saúde e qualidade de vida da criança


Procedimentos realizados logo nas primeiras horas de vida merecem atenção pois apesar de tratarem problemas causados pela prematuridade, podem desencadear problemas no futuro


Quando uma criança nasce antes das 37 semanas de gestação, a medicina a enquadra como prematura1 e, a partir desse momento, são necessários avaliações e cuidados que variam de acordo com a idade gestacional do bebê. A família também necessita de uma atenção especial pois, independentemente do quão prematura a criança é, o medo e insegurança dos pais em relação aos próximos passos é imenso. Mas atenção! Justamente pela fragilidade da situação, é preciso que tanto médicos quanto familiares tenham em mente que as decisões tomadas na UTI Neonatal podem influenciar o futuro da criança por toda a vida1.

De acordo com a literatura médica, é utilizada uma classificação para identificar o grau de prematuridade da criança, que vai de prematuros extremos (com menos de 28 semanas de gestação) aos prematuros tardios (nascidos entre a 34ª e a 37ª semana)1.

Além da delicadeza, a maioria deles têm em comum problemas respiratórios, já que o pulmão não está adequadamente desenvolvido, pois costuma ser o último órgão a se formar. “O pulmão imaturo tem déficit de alvéolos e em sua formação vascular, por isso não consegue fazer a transição adequada do útero para o mundo, sente dificuldades de fazer trocas gasosas e falta surfactante para a respiração”, reforça a neonatologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco, doutora Jucille Meneses.

“Principalmente em prematuros extremos e muito prematuros a maturidade incompleta dos pulmões é a causa mais importante de admissão na UTI neonatal”, esclarece Jucille. Essas crianças podem apresentar apneia, síndrome de dificuldade respiratória (SDR) e até taquipneia transitória (pulmão úmido)1, por isso precisam passar por intervenções durante o período na unidade de terapia intensiva que auxiliam na sobrevivência.


Procedimentos que salvam mais do que a vida

Diversos países na Europa têm realizado técnicas minimamente invasivas para a administração de surfactantes (LISA/MIST). Essas têm como principal característica a não intubação do paciente, eliminando, portanto, as complicações que os outros métodos como o INSURE, que necessita da intubação, podem causar4,5.

“Não basta mantê-los vivos, temos que manter sua qualidade de vida. Estudos mostram que a técnica LISA pode eliminar a necessidade de intubação para a distribuição de surfactantes e reduzir a ventilação mecânica, com suas morbidades relacionadas a longo prazo”, explica o professor doutor Sérgio Marba, Diretor da Divisão de Neonatologia da UNICAMP.

“Pode ser que o paciente em questão não tenha indicação para o procedimento menos invasivo e necessite de intubação (INSURE), mas isso deve ser definido após uma avaliação. O especialista deve sempre que possível, escolher procedimentos menos invasivos que preservem a saúde e a qualidade de vida do paciente. Vale lembrar que a prematuridade não é doença, mas sim uma condição passageira”, complementa.





Grupo Chiesi




Referências
1.   Manual de neonatologia. Secretaria do Estado de São Paulo. Agosto, 2015. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3905402/mod_resource/content/1/manual_de_neonatologia.pdf. Acesso em 22/07/2018.
2.   Síndrome do desconforto respiratório agudo: definição. Barbas CSV, Matos. http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2011/n_01/01.pdf. Acesso em: 22/07/2018.
3.   Dargaville P et al. ADC F&N 2011;96:F243-F248. Aguar M et al. Neoreviews 2014
4.   Kribs et al. Pediatric Anesthesia 2007: 17: 364-369
5.   Wu et al. Pediatr Pulmonol. 2017; 52 844-54


Ginecologista e obstetra Erica Mantelli fala sobre a importância do pré-natal


Acompanhamento evita diversas doenças e complicações como parto prematuro e aborto


O pré-natal é um período de muitas mudanças físicas e emocionais para a mulher, e que influencia diretamente na saúde da criança. 

Para a ginecologista e obstetra Dra. Erica Mantelli, o pré-natal, mais do que um período, é uma medida eficaz para prevenir e identificar problemas de saúde da mamãe e do bebê. “ Um pré-natal bem feito, bem realizado, faz toda a diferença para a gravidez, para o parto e para o pós-parto também. Essa é a hora para tirar dúvidas, esclarecer mitos e explicar sobre os tipos de partos. Além de conferir todas orientações para familiarizar a gestante sobre o que vai acontecer”, pontua a ginecologista.

As idas periódicas ao médico permitem monitorar o crescimento da barriga e as alterações da pressão sanguínea da gestante.  Nestas consultas, exames básicos como grupo sanguíneo, hemograma, glicemia, toxoplasmose, rubéola, sífilis, fezes, urina, sorologias, dosagens hormonais, avaliação da tireoide, função renal, hepática, pesquisa de trombofilia e ultrassons são realizados para garantir que não ocorra nenhum risco à saúde.

Além disso é fundamental pesquisar se há insuficiência de vitaminas e minerais e fazer a suplementação adequada, se possível no período pré convencional e se estender além do pós-parto. 

“A realização desses exames permite a avaliação geral do quadro clínico da mulher e do bebê, além de identificar doenças, infecções ou disfunções. Dessa forma garantimos uma gestação saudável e a gestante pode se sentir mais segura ao receber os cuidados necessários”, afirma Dra. Erica, que frisa ainda a importância de colocar a carteira de vacinação em ordem (vacinas contra a gripe, difteria, tétano, coqueluche e hepatite B).

Inicialmente mensais, as consultas do pré-natal devem ser iniciadas no primeiro trimestre, assim que a gravidez for confirmada. A partir da 32ª semana, as consultas passam a ser quinzenais e após 37semanas, é indicado que essas visitas se tornem semanais. A frequência das consultas podes ser alterada confirme necessidade de cada caso. 

A ginecologista ressalta também a importância de um trabalho multidisciplinar entre os médicos, já que nesse período manchas na pele, estrias, queda de cabelo e aumento de peso são comuns.

Além de cuidar da saúde física, o obstetra deve estar atento e ter o máximo de cuidado com saúde emocional da gestante. Exercícios de respiração, relaxamento, musicoterapia e feedback positivo com o bebê promovem sensação de bem-estar materno e fetal. Além de aumentar a conexão da mãe com seu bebê, ajuda muito no controle de possíveis sintomas desagradáveis, diminui a ansiedade e deixa a gestante mais relaxada e preparada para todas as fases.

Avaliação da fisioterapia pélvica, suporte psicoterápico, acompanhamento nutricional, a participação da doula e equipe de enfermagem juntamente com o médico obstetra fazem parte de uma assistência adequada. 

A humanização da assistência começa desde a primeira consulta de pré-natal. A gestante e sua família precisam se sentir seguros e amparados com a equipe escolhida. Isso sem dúvida faz a diferença durante toda gravidez, parto e puerpério.





Dra. Erica Mantelli - graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute).


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