Fogos de artifício,
cornetas, vuvuzelas e mudanças na rotina da casa podem causar grande estresse
nos pets; saiba como evitar
Um
dos eventos mais esperados pelos brasileiros, a Copa do Mundo é sinônimo de
união e comemoração. Muita gente aproveita a oportunidade para reunir em casa
amigos e familiares e torcer pela seleção. Entretanto, se para nós esse é um
momento de celebração, para os nossos pets pode ser muito estressante. Isso
porque os estímulos sonoros comuns desses eventos, como fogos de artifício,
cornetas, vuvuzelas, buzinas e gritos, podem assustá-los e desencadear
respostas físicas de estresse.
Segundo
Marcio Barboza, médico veterinário e gerente técnico Pet da MSD Saúde Animal,
quando exposto a sons altos e diferentes do habitual, os pets tendem a correr
para se esconderem do barulho movidos pelo medo. Um simples grito de gol pode
representar uma ameaça ao animal, já que na maioria dos casos ele não está
acostumado a esses tipos de reações. Em alguns animais, o medo é tão grande que
pode causar tentativas de fuga, desorientação, agressividade e respiração
ofegante. Em casos mais raros, o animal pode até mesmo sofrer com náuseas e
convulsões.
“O
cuidado durante os jogos deve ser redobrado porque, além dos fogos e outros
ruídos, há uma mudança na rotina da casa, já que é comum a reunião de
familiares e amigos para o evento. Isso por si só pode deixar o animal mais
agitado e ansioso”, afirma Marcio, que complementa “é preciso redobrar a atenção
com as portas e portões da casa ou apartamento. Mantenha-os fechados para
evitar fugas. Quanto às janelas, assegure-se de que as telas estão firmes –
principalmente para quem tem gatos. Há casos de animais que se jogam de grandes
alturas diante do barulho de fogos”.
Os
animais tendem a reagir a essas situações devido a sua grande sensibilidade
auditiva. Os cães, por exemplo, chegam a ouvir até quatro vezes mais do que os
humanos, enquanto os gatos, por sua vez, ouvem em média seis vezes mais – tanto
que alguns se incomodam com sons habituais do nosso dia a dia, como TVs em
volume alto. “Quando incluímos um pet no nosso dia a dia, devemos ter
consciência que eles são mais sensíveis que nós a algumas situações –
principalmente aquelas que envolvem mudanças na rotina”, ressalta o
especialista.
Cuidados
Além
de redobrar a atenção às portas e janelas para evitar possíveis fugas – que
podem resultar em perda ou atropelamento do animal -, outros cuidados
preventivos podem ser adotados a fim de diminuir o estranhamento do PET a essas
situações:
·
Mantenha
o local de repouso do animal no lugar habitual, para que ele lá possa se
abrigar caso se assuste com os barulhos;
·
Se
o seu pet tiver histórico de reações negativas a fogos de artifício, peça a
compreensão da família e amigos quanto ao uso de cornetas e vuvuzelas. Esses
sons associados podem aumentar o medo do animal;
·
Não
tente segurar o animal caso ele se assuste com algum barulho. Isso pode
deixá-lo ainda mais ansioso e causar agressividade. Se ele preferir ir para
debaixo de algum móvel, apenas o observe para ver se ele terá mais alguma
reação aos barulhos;
·
Tente
acostumar o seu pet aos sons de fogos de artifício. Há alguns vídeos na
internet que podem ser usados para isso. Coloque o som próximo do animal alguns
minutos por dia, por algumas semanas, e veja se o estranhamento diminui com o
passar dos dias;
·
Há
uma técnica chamada Tellington Touch, que
consiste em amarrar uma faixa ao redor do pet a fim de estimular sua circulação
sanguínea e reduzir sua irritabilidade. Veja com o seu veterinário a melhor
maneira de utilizá-la para esse fim;
·
Se
o seu cachorro responder aos barulhos com latidos, não o repreenda. Isso pode
gerar agressividade no animal;
·
Caso
o seu animal já tenha apresentado algum comportamento bem extremo em situações
anteriores, consulte o seu veterinário para avaliar a necessidade do uso de um
ansiolítico ou sedativo durante essas ocasiões.
MSD Saúde Animal