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quinta-feira, 10 de maio de 2018

Desafios de começar a importar


No início, qualquer atividade pode ser desafiadora e com a atividade de importar não seria diferente. Empreendedores que nunca adquiriram produtos no exterior tem receio de dar o primeiro passo, mas ao mesmo tempo, estão limitando suas possibilidades e isso pode impactar, ou até inviabilizar, um produto ou projeto.

Em 2017, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), de 43.063 empresas que importaram algum tipo de produto, 10.107 não haviam feito nenhuma importação no ano anterior. Ou seja, mais de 23% das empresas estava iniciando, ou reativando, suas operações de importação no ano passado. Esse volume expressivo ocorre porque a oferta global de insumos, produtos acabados, equipamentos a preços competitivos com tecnologia avançada e qualidade de ponta é uma realidade.

Outro dado interessante é o aumento no volume de importações de insumos e produtos intermediários, aqueles destinados à produção ou revenda. Ao avaliarmos os produtos intermediários da indústria química, por exemplo, nos meses de janeiro e fevereiro de 2017 com os mesmos meses de 2018 identificamos, através de dados da Receita Federal, um aumento de, aproximadamente, 23,3% em valor de importação. O número deve-se a empresas importadoras que, com a retomada da economia, estão mais confiantes e investindo em sua produção ou estoque para revenda.

Já que isso é uma realidade para quem importa, deve ser encarado como uma oportunidade para quem ainda não começou a explorar essa modalidade. É importante lembrar que riscos existentes em compras locais também são uma realidade nas compras internacionais. É prudente em uma primeira aquisição de um fornecedor desconhecido fazer uma visita presencial, buscar referências de outros compradores ou mesmo comprar um lote inicial menor para testes.

Existem ainda mecanismos que um comprador internacional pode utilizar para não ter surpresas. Por exemplo, ao invés de efetuar um pagamento antecipado ao fornecedor, é mais interessante negociar uma Carta de Crédito para pagamento das mercadorias, ao menos, ao longo de um período de reconhecimento entre as partes.

Com essa modalidade, um banco é colocado como intermediário na operação e só libera o pagamento ao exportador (fornecedor) quando este cumprir requisitos pré-definidos pelo importador (comprador) e aceitos por ele próprio, tais como a apresentação de documentos que comprovam o embarque das mercadorias, o cumprimento do prazo limite para efetuar o embarque, se os embarques podem ser parciais ou não, entre outros. Nesse sentido, para que essa experiência seja produtiva e não traumatizante, é importante ter atenção a alguns aspectos:

·         Atenção ao cronograma: além do tempo de produção do insumo, produto ou equipamento, existe o prazo do trânsito internacional, seja aéreo, marítimo ou rodoviário, além do prazo de liberação das mercadorias na alfândega. Esse tempo deve ser adicionado ao trânsito total para que seja definido o momento correto de colocar o pedido junto ao fabricante, evitando atrasos e imprevistos;

·         Câmbio: a variação cambial talvez seja o item que mais assusta os empresários na hora de importar. A incerteza do custo final do produto importado impacta no planejamento como um todo. Quando a opção de importar é tecnologia e qualidade, esse fator fica menos relevante, mas se a motivação de importar é o custo baixo do produto, é importante que no momento da decisão exista uma folga para que, no caso de uma subida repentina do câmbio, o impacto possa ser absorvido. Vale lembrar que o câmbio também pode cair, gerando um resultado positivo na operação;

·         Impactos tributários e jurídicos: infelizmente, vivemos em um ambiente de alta insegurança jurídica e com um dos piores sistemas tributários do mundo, mas isso não é “privilégio” das empresas importadoras. Todas as empresas e empreendedores sofrem com isso. A importância de ter conhecimento em tributação, não somente na importação, mas também nas cadeias posteriores de venda, pode ser a diferença entre dar, ou não, resultado na operação.

·         Parceiro especializado: ter o suporte de profissionais experientes no comércio exterior é necessário para começar a importar. Existem diferentes prestadores de serviços como despachantes, tradings e empresas de transporte internacional que oferecem soluções para cada tipo de demanda e são parceiros fundamentais para o sucesso inicial e futuro das operações.


Ao longo dos últimos anos e principalmente por conta de questões internas, o Brasil ficou fora da cadeia global de fornecimento de produtos de valor agregado e boa parte da nossa indústria ficou defasada em relação à tecnologia e produtividade. Muitas vezes, a taxa de câmbio é apontada como a principal culpada desse processo, mas o fato é que para o país ser inserido como um fornecedor global de produtos acabados ou semiacabados, o empreendedor precisa de um ambiente mais favorável a investimentos de médio e longo prazos.

Ao menos, a taxa de juros real no Brasil entrou em um processo de redução, mas o país ainda precisa de um contexto mais completo, com custo de energia competitiva, mão de obra qualificada, taxa de câmbio estável, segurança jurídica e um sistema tributário mais simples e eficiente para que essa inserção se torne uma realidade.

Além disso, esses fatores não podem ser passageiros. Devem fazer parte de um Plano de Governo de longo prazo e sustentável, apesar das diversas vertentes políticas que convivemos em um ambiente democrático. Dentro desse contexto, existirá espaço para oportunidades, mas para aproveitá-las, o empreendedor precisa abrir os olhos (e a cabeça) para os benefícios que o comércio internacional pode gerar e aceitar os riscos (calculados) de comprar insumos, produtos acabados e equipamentos pelo mundo afora. Com certeza, o esforço inicial será recompensado.






Bio Dan Turkieniez - Sócio-Diretor da Razac Trading, empresa brasileira que atua no desenvolvimento de projetos personalizados na área de comércio exterior. Engenheiro de formação, pós-graduado em administração, empreendedor por vocação. Sólida experiência em Desenvolvimento de Negócios, Vendas, Planejamento Estratégico e Desenvolvimento Organizacional. Há 18 anos trabalhando com comércio exterior, tecnologia e negócios.

Conflitos conjugais podem causar danos às crianças, diz estudo


As crianças são muito mais sensíveis do que se possa imaginar. Por isso, brigar na frente delas pode ser uma péssima ideia, mesmo que seja uma discussão sobre quem vai lavar a louça ou tirar o lixo. E se você tem esse hábito, preste atenção nisso: crianças que presenciam brigas ou conflitos dos pais podem se tornar ansiosas, hipervigilantes e mais propensas a distorcer os sentimentos de outras pessoas.

Essa foi a conclusão de um estudo que acaba de ser publicado no Journal of Social and Personal Relationships. A mensagem dos pesquisadores foi clara: mesmo os menores conflitos conjugais podem causar danos nas emoções dos filhos e esses prejuízos podem ser piores em crianças com traços de timidez.


Crianças longe dos conflitos
 
Como não é possível eliminar 100% dos conflitos na vida a dois, os casais que têm filhos precisam ter consciência de que é preciso proteger os filhos do que acontece na vida conjugal.

Para Marina Simas de Lima, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, é importante que a criança perceba que os pais se importam uns com os outros e que resolver os conflitos é algo que faz parte da dinâmica do casamento.

“Por outro lado, esse entendimento por parte da criança não é tão simples e depende da faixa etária. Até por volta dos sete anos, a criança terá dificuldade em entender uma briga dos pais. Além disso, ela pode acabar sentindo o estresse gerado pela situação e interiorizar a tensão, ficando confusa e insegura”, diz Marina.


A culpa é minha!
 
“Dependendo da criança e do momento de vida desta criança, ela pode imaginar que a culpa é dela ou ainda que ela desapontou os pais. Embora até os cincos anos isso seja mais comum, isso pode acontecer em qualquer fase da infância ou da adolescência. Assim, os pais devem ficar atentos e evitar brigas na frente dos filhos sempre”, explica Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal.
 

Olha o exemplo!
 
As especialistas lembram ainda que há um outro problema associado às brigas conjugais na frente dos filhos: a imitação do comportamento. “As crianças podem imitar os comportamentos dos pais e adultos com os quais convivem. As relações que elas vão estabelecer com as pessoas que estão ao redor delas podem trazer mais ou menos segurança no ambiente familiar e nas relações que serão estabelecidas ao longo da vida” dizem Marina e Denise.

Ainda falando em exemplo, sabe-se que crianças que presenciam brigas dos pais com frequência podem apresentar uma dificuldade maior em desenvolver e em manter relacionamentos saudáveis, sejam de amizade ou amorosos.

“Por isso, os casais precisam ficar atentos e descobrir novas maneiras de colocar as diferenças dentro de um casamento, que não seja pela explosão, pela violência, pela desqualificação um do outro. Mas que seja pela negociação para mostrar aos filhos que é possível e saudável ter diferença de opiniões e que uma relação saudável é aquela em as diferenças são bem-vindas”, comenta Denise.


Como brigar sem envolver os filhos
 
Com a ajuda das terapeutas, elaboramos 5 dicas para manter a DR entre quatro paredes e bem longe das crianças. Confira:
 
  1. Tudo passa: A briga escapou e a criança presenciou a cena? Tudo bem. Sente-se e explique que adultos às vezes precisam resolver alguns problemas. Mas que tudo passa e logo vocês farão as pazes.
  2. Não busque apoio na criança: Criança não toma partido, não deve ter que escolher entre o pai ou a mãe na briga. O ideal é que a criança nem fique sabendo que os pais brigaram, principalmente antes dos sete anos. Depois disso, ainda é bom evitar, mas o entendimento melhora e a criança desenvolve a capacidade de perceber que as brigas podem acontecer entre os pais. Ainda assim, evite ao máximo usar de violência física ou verbal se a briga a acontecer na frente da criança ou longe dela, claro.  
  3. Briga com hora e lugar marcados: Pode ser difícil planejar uma briga né? Afinal, muitas vezes os conflitos são imprevisíveis. Mas, se possível, organize-se para conversar ou para discutir os assuntos quando as crianças já foram dormir ou quando não estão em casa.
  4. A briga vai, o amor fica: Outro ponto fundamental é conversar com as crianças e mostrar que apesar da discussão, o amor está presente. E que é preciso um tempo para as coisas voltarem ao normal, mas irão voltar. Quando você explica o que está acontecendo, a criança pode se sentir mais segura.
  5. Treinando para negociar conflitos: O casal precisa treinar para negociar os conflitos, sem usar agressividade ou violência nas discussões. Isso pode se estender para ensinar a criança depois dos 10 anos a negociar também com os pais, sem brigar. Negociar dormir na casa dos amigos, negociar a compra de um brinquedo ou até defender uma opinião contrária. A criança pode aprender que ter opiniões diferentes sobre um assunto não significa algo ruim, mas que faz parte da vida.

“Essa pesquisa é importante e corrobora outros estudos que já mostraram os efeitos negativos das brigas parentais nas emoções das crianças. Assim, os pais podem procurar caminhos mais saudáveis para resolver os conflitos, levando em consideração o bem-estar da criança e o resgaste da harmonia na relação”, concluem as especialistas.


"Quem quer se suicidar não avisa" e "conversar sobre suicídio pode levar o adolescente ao ato" são mitos


Identificação de sinais e muito diálogo podem evitar finais trágicos 


A opinião é do psiquiatra Ziyad Abdel Hadi, médico Maia Jovens, unidade para atendimento exclusivo de crianças e adolescentes, da Clínica Maia, especializada em saúde mental e dependência química. De acordo com o especialista, alguns mitos podem impedir atitudes para auxiliar a criança ou o adolescente. "Muitos suicidas comunicam, sim, o desejo antes de cometer o ato e é necessário conversar abertamente sobre esse assunto, demonstrando interesse e preocupação com o jovem", explica.

Notícias alarmantes sobre o suicídio de estudantes a escolas particulares, em São Paulo, deixaram pais, professores e donos de instituições em alerta ao problema que, de acordo com o Ministério da Saúde teve aumento de mais de 30%, na faixa etária.

O alto padrão de desempenho exigido por escolas e pela família pode desencadear um também alto nível de frustração em adolescentes e jovens. Para Dr. Hadi, exigências familiares, somadas à convivência em um mundo cada vez mais competitivo, consumista, em detrimento de valores humanos e emocionais, são fatores que têm contribuído para que os jovens se tornem mais pressionados e ressentidos. "Eles se sentem derrotados se não alcançarem o padrão estabelecido pela sociedade", afirma.

Segundo o médico, ouvir e dialogar com o jovem permite mais facilidade na identificação de sinais que representam risco ao suicídio, como alteração de comportamento; perda de interesse; baixo rendimento escolar; isolamento social; baixa autoestima; bullying; uso de álcool, maconha e outras drogas; histórico de suicídio na família e pais com doença mental.

O especialista explica que a adolescência representa uma crise, uma fase de transição, mas o treinamento do diálogo desde as idades mais precoces pode ajudar o jovem a atravessar com mais tranquilidade essa fase turbulenta. "O córtex pré-frontal, estrutura nobre do cérebro responsável pela capacidade de julgamento, previsão de riscos, controle dos impulsos, só amadurece por volta dos 21 anos e por isso, é preciso que os pais "emprestem seus cérebros" aos filhos, por meio do diálogo, estabelecendo sempre um canal aberto de comunicação e de confiança".

O psiquiatra lembra que, fora o ambiente familiar, a escola é o local onde os jovens passam a maior parte de suas vidas. "Por isso, é fundamental que esses dois núcleos de convivência firmem parceria para apoiar o adolescente em seu desenvolvimento saudável, procurando identificar fatores de risco e, sobretudo, estimular o desenvolvimento de novos repertórios intelectuais e emocionais", reforça.

Além disso, Dr. Hadi alerta para o fato de que a maior parte dos adolescentes que tentam ou cometem suicídio apresentam associação a outros transtornos mentais e precisam de avaliação psiquiátrica e psicológica. "Família, escola, e profissionais de saúde devem estar alinhados na promoção da saúde do adolescente, reduzindo os fatores de risco e fortalecendo os fatores de proteção ao suicídio", conclui.




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