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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Sete dicas para ajudar o seu filho no vestibular



O apoio dos pais é fundamental na hora de se preparar para enfrentar essa prova e se sair bem
 
O vestibular chegou, e agora?! Como ajudar seu filho nesta fase? Será que ele vai conseguir entrar na universidade? Quanto tempo de estudo é necessário? São tantas as perguntas nesse momento, porém a coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano, Valéria Ribeiro, esclarece essas dúvidas.

"Os adolescentes ou jovens que estão prestes a fazer o vestibular já sofrem pressão durante os três últimos anos de curso do Ensino Médio, ou mais alguns anos fazem algum cursinho. A pressão se dá pela cobrança da quantidade de tempo que se estuda, na escolha da carreira, se já tem ou não uma namorada/namorado, se pratica ou não exercícios, como se alimenta etc. São inúmeras as pressões.

 Mas, talvez o grande monstro esteja no vestibular. É como se naquele momento ele estivesse decidindo entre viver ou morrer, entretanto é só uma etapa da vida de muitas que ainda virão", explica a especialista.

Quando o vestibular se aproxima, muitos pais querem que o filho se dedique mais ao estudo, que reveja tudo aquilo que não aprendeu ou aprendeu pouco nos últimos três anos. Isso não vai funcionar.
Estudar de última hora não irá adiantar, segundo Valéria.

Ela ressalta que "nas últimas semanas antes do vestibular os pais devem se preocupar muito mais com o estado emocional do filho, pois este sim, pode comprometer o resultado". Fazer com que o adolescente ou jovem se sinta seguro, confiante de si próprio, ajuda a suportar a pressão de fazer prova durante quatro ou cinco horas seguidas em dias consecutivos, afinal é isso que ocorre nos finais de ano, onde grande parte das universidades realizam seus vestibulares.

Portanto, Valéria destaca dicas importantíssimas para esse período:

Descanso: Nas semanas que precedem o vestibular é importante que este adolescente durma bem, pelo menos, oito horas por noite. Isso irá ajudar o cérebro a se organizar e preparar para as longas horas de prova.

Nada de se trancar no quarto: Também não é bom que ocorra isolamento social do jovem neste período, interagir com outras pessoas ajuda a relaxar, diminuindo a tensão. Ir ao cinema, encontrar os amigos para um bate papo, ir praticar um hobby (skate, futebol ou mesmo uma partida de vídeo game com amigos) pode auxiliar na obtenção de bons resultados no vestibular.

Pensamentos positivos: Na véspera do vestibular é importante que o vestibulando se conecte com coisas boas, assista filmes de comédia, vá tomar um sorvete ou fazer uma massagem relaxante, e nada de estudar, nem ficar assistindo filmes tristes ou verem seus pais brigando ou discutindo seja porque motivo for, isso prejudica seu estado emocional. Se precisar dizer algo que vai prejudicar o estado emocional do adolescente, deixe para fazer isso quando terminar os vestibulares.

Fazer a prova estrategicamente: Durante a realização da prova no vestibular, deve-se começar pelas questões que são mais difíceis para o vestibulando, pois mesmo que ele não saiba responder aquela questão naquele momento, deve seguir em frente, indo para as questões mais fáceis, pois enquanto ele vai respondendo às perguntas mais fáceis, o cérebro vai buscar, em segundo plano, respostas, conexões e memórias para resolver a questão que não sabia anteriormente. Esse é um procedimento que acontece com todos os seres humanos, as vezes temos certeza que sabemos fazer algo, mas não nos lembramos como, aí quando começamos a fazer outra coisa a resposta vem a nossa mente. 

Daí a importância de usar essa estratégia no vestibular.

A importância da água: Também é importante que o jovem se hidrate bastante no dia, beba bastante água, afinal nosso corpo é feito de 70% de água. O baixo consumo de água pode gerar dores de cabeça durante a prova, o que irá prejudicar o desempenho do vestibulando. É muito importante que levem água para a sala de prova e vá bebendo aos poucos.

Boa alimentação: Levar algo para comer durante a realização do vestibular também é bom (barra de cereal, barra de chocolate, fruta, bala, chiclete). O açúcar ajuda a manter a energia da pessoa em alta. Como pai e mãe não vai ficar dizendo que tem que levar só o que é saudável. Neste momento comer algo que gere prazer pode ajudar na melhoria do resultado. Claro, que não vai levar um hambúrguer, sorvete ou outras coisas que possa atrapalhar a concentração na realização da prova. Devem ser alimentos fáceis de abrir e que façam pouco barulho, pois este pode atrapalhar outros alunos.

Manter a tranquilidade: Fale com seu filho da importância de respirar. A respiração ajuda a manter a mente alerta e oxigenada, o que facilita que os neurônios façam mais conexões e encontre respostas mais  rápidas.

Apoiar e trabalhar a autoestima: E, finalmente, diga a seu filho: "vai lá e faça o seu melhor, eu confio em você e independente de qualquer coisa nós vamos continuar a te amar".

"Pronto! Agora é só esperar o resultado. Boa sorte a todos os vestibulandos", finaliza a coach.





Valéria Ribeiro - Coach familiar, especializada em psicologia e desenvolvimento humano





Dois séculos de contradições na abordagem do ensino e Magistério



No mês no qual se comemoraram o Dia do Professor no Brasil (15 de outubro) e no mundo (5), é oportuno analisar o significado dos mestres para a educação e as dificuldades que eles enfrentam em nosso país.
 
O Dia do Professor no Brasil é alusivo ao Decreto Imperial que instituiu o Ensino Elementar, assinado por D. Pedro I, nessa data, no ano de 1827, há 190 anos. O histórico ato supria a necessidade de oferecer educação fundamental a um país que há apenas cinco anos tornara-se independente de Portugal. O documento enfatizava o aprendizado da leitura, da escrita e dos cálculos.

É lamentável constatar, quase dois séculos depois, que a Educação Básica (da Infantil ao Ensino Médio, passando pelo Fundamental) continua deixando muito a desejar em nosso país, tanto no tocante à qualidade, quanto nas estatísticas referentes à evasão escolar. Em leitura e matemática, prioridades constantes do decreto imperial, assim como em outras disciplinas, a posição brasileira nos rankings internacionais é constrangedora, e temos quase três milhões de jovens fora da escola.

Cento e noventa anos após o ato de D. Pedro I, o Brasil ainda não consegue fornecer de modo adequado uniformes e materiais escolares a todos os alunos das redes públicas. Fraudes em licitações e atrasos nos processos são recorrentes, assim como a resistência de numerosos governos estaduais e municipais ao Cartão Material Escolar, solução antifraude e atrasos e que atende ao poder de escolha dos próprios alunos, que podem comprar nas papelarias de suas cidades os produtos integrantes da lista relativa a cada ano letivo. Em desarmonia com a nossa própria história, a taxação tributária média de cadernos, réguas, fichários, lápis, canetas, agendas e outros produtos decisivos para o aprendizado ultrapassa a 40%.

Embora todos esses problemas sejam muito graves, a maior contradição brasileira em relação ao ato do imperador refere-se justamente ao Magistério, homenageado, com plena justiça, na data em que se instituiu o sistema de ensino no País. Falta-lhe reconhecimento por parte do Estado, que lhe oferece condições precárias para exercitar uma das mais importantes profissões, que é ensinar. É muito importante, no mês em que se comemora o Dia do Professor, refletir sobre seu trabalho, sobre a carência de infraestrutura em numerosas escolas públicas, sobre sua renda e até a insegurança e ameaças que alguns enfrentam no dia a dia de sua atividade.

No tratamento dispensado aos mestres, base essencial da educação, o Brasil está na contramão do mundo. A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em mensagem referente ao Dia Mundial dos Professores, também comemorado em outubro, no dia 5, defendeu salários mais justos para educadores e criticou a precarização da carreira. Além disso, reiterou seu apoio à liberdade intelectual e pedagógica de docentes em todos os níveis de ensino. A data refere-se à assinatura da Recomendação da OIT/UNESCO de 1966 relativa ao Estatuto dos Professores.

A definição desse organismo da ONU é referencial e deveria receber mais atenção das autoridades brasileiras: "Ser um professor empoderado significa ter acesso a formação de alta qualidade, salários justos e oportunidades contínuas para o desenvolvimento profissional. Também significa ter liberdade para apoiar o desenvolvimento dos currículos nacionais e autonomia profissional para escolher as abordagens e os métodos mais apropriados e que possibilitem uma educação mais efetiva, inclusiva e igualitária". Quaisquer diferenças com a realidade brasileira não são meras coincidências... cento e noventa anos depois, falto-nos uma política pública eficaz para a educação e o Magistério!




Rubens F. Passos - economista pela FAAP e MBA pela Duke University, é presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (ABFIAE) e presidente do Conselho da Enactus Brasil.





Sete pessoas morrem assassinadas a cada hora no Brasil, mostra Anuário Brasileiro de Segurança Pública



• 11a edição da publicação revela 61.619 mortes violentas intencionais em 2016, o maior volume já registrado de pessoas assassinadas no País;
• Houve aumento em todos os indicadores nacionais de criminalidade, como latrocínios, estupros e crimes contra o patrimônio;
• Em 2016, houve crescimento acentuado tanto de policiais mortos no Brasil (+ 17,5%) quanto de mortes decorrentes de intervenção policial (+25,8%);
• Anuário também traz dados inéditos sobre feminicídio, desaparecidos e o perfil de policiais mortos e de pessoas mortas pela polícia.

 
No ano passado, sete pessoas morreram assassinadas no Brasil a cada hora, aponta a 11ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, apresentada na manhã desta segunda-feira, em São Paulo. A publicação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) compila e analisa dados de todas as unidades da federação e da União sobre violência e segurança. Ao todo, foram 61.619 mortes violentas intencionais no período, o maior número já registrado pela série histórica do Anuário, e que só encontra similaridade na comparação com grandes tragédias, como a explosão da bomba atômica que devastou a cidade japonesa de Nagasaki durante a 2ª Guerra Mundial. “É como se o Brasil sofresse um ataque de bomba atômica por ano. São dados impressionantes, que reforçam a necessidade de mudanças urgentes na maneira como fazemos políticas de segurança pública no Brasil. Não é possível aceitar que a sociedade conviva com esse nível de violência letal”, avalia Renato Sérgio de Lima, diretor presidente do FBSP.

A taxa nacional de mortes violentas intencionais em 2016 foi de 29,9 assassinatos para cada 100 mil habitantes, mas em alguns estados esse número é ainda maior. Sergipe, por exemplo, registrou taxa de 64 mortes a cada 100 mil habitantes; Rio Grande do Norte, de 56,9, e Alagoas, de 55,9. Em reforço ao fenômeno de interiorização da violência que vem sendo observado em outros estudos, nas capitais houve redução de 4,3% no número de mortes violentas intencionais, com 14.557 vítimas. No entanto, alguns dados revelam cidades com altas taxas: Aracaju, com 66,7 mortes para cada 100 mil habitantes; Belém (64,9) e Porto Alegre (64,1).


Dados inéditos

Nesta edição, a publicação incluiu pela primeira vez dados sobre feminicídio, que é uma nova modalidade de homicídio qualificado, caracterizado quando há crime contra a mulher. Em 2016, 4.657 mulheres foram assassinadas, mas somente 533 casos foram classificados como feminicídio. “Isso é um indício de que há uma dificuldade das autoridades na aplicação dessa classificação em seu primeiro ano de implementação”, explica Samira Bueno, diretora executiva do FBSP. Segundo ela, o levantamento revela a necessidade de melhorar os registros, que ainda estão longe do ideal. Ainda sobre violência de gênero, foram registados 49.497 estupros, sendo quem em mais de 90% dos casos a vítima é mulher.

O número de policiais civis e militares mortos em confronto teve alta de 17,5%, com 437 assassinatos no período. Neste ano, foi possível traçar um perfil desses profissionais: a maioria é negra (56%), está na faixa etária de 30 a 49 anos (63,6%) e é majoritariamente do sexo masculino (98,2%).

Em contraposição, 4.224 pessoas foram mortas em decorrência de intervenções de policiais Civis e Militares, um crescimento de 25,8% em relação ao ano anterior. Desse total, 81,8% têm entre 12 e 29 anos, e 76,2% são negros. “Esse é um problema de grande relevância, que não vem sendo enfrentado de maneira adequada pelo Estado brasileiro. O que observamos é que os governos têm legitimado de várias formas o uso da força, mesmo quando ela não é necessária, o que acirra a violência”, observa Renato Sérgio de Lima. Entre 2009 e 2016, o Anuário contabiliza 21.897 pessoas mortas em ações policiais.

Outro dado inédito é o número de desaparecimentos. Apenas em 2016, os órgãos de segurança receberam 71.796 notificações de pessoas desaparecidas. 

Segundo o levantamento realizado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram ao menos 693.076 pessoas dadas como desaparecidas nos registros policiais no decorrer da última década, uma população maior que a de nove capitais do país. “O problema é que os registros não trazem muitas informações e não há acompanhamento adequado dos casos. Não raramente uma pessoa que já foi dada como morta, ainda permanece na lista de desaparecidos’, outras são encontradas e assim por diante. A ausência de investigação nos impede de saber o número exato de desparecimentos forçados, que podem estar relacionados por exemplo com tráfico de pessoas, violência sexual e homicídios cometidos pelo tráfico de drogas e por grupos de extermínio”, esclarece Samira Bueno.


Latrocínio dispara em sete anos

Os latrocínios, que são o roubo seguido de morte, totalizaram 2.703 ocorrências em 2016, um crescimento de 50% na comparação com 2010. As maiores taxas estão em Goiás, com 2,8 mortes por 100 mil habitantes, e dois estados da região Norte, o Pará, com 2,7, e o Amapá, com 2,4. O Anuário também aponta que um carro é roubado ou furtado a cada minuto no país, num total de 1.066.674 veículos.

Em meio a tudo isso, chama a atenção que tenha sido registrada uma queda nos gastos com Segurança Pública em 2016. Juntos, União, Estados e municípios despenderam R$ 81 bilhões com o setor, uma queda de 2,6% em relação a 2015. Os cortes promovidos pelo Governo Federal foram os mais significativos, com 10,3% a menos do que o montante utilizado em 2015. Os recursos destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública caíram 30,8% e os do Fundo Nacional Antidrogas, 64,8%. A exceção foi o Fundo Penitenciário Nacional, que teve acréscimo de 80,6% em 2016.


Outros dados que merecem atenção são os seguintes:

- 112.708 armas apreendidas

- Aumento de 292% do efetivo da Força Nacional

- 24.628 adolescentes cumprindo medidas educativas; sendo 44,4% por roubo e 24,2% por tráfico de entorpecentes, mas com o destaque para a demora do Governo Federal em atualizar tais dados, referentes somente até 2014

- 40% das escolas não possuem esquema de policiamento no entorno; 70% dos diretores e professores presenciaram agressão física ou verbal entre alunos

- Notou-se, por parte das Unidades da Federação, um grande esforço no aperfeiçoamento da qualidade e fidedignidade dos seus sistemas de informações policiais/criminais, o que precisa ser reconhecido.

O Anuário se baseia em informações fornecidas pelos governos estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civil e militar, entre outras fontes da Segurança Pública. A publicação é uma ferramenta importante para a promoção da transparência e da prestação de contas na área, contribuindo para a melhoria da qualidade dos dados. Além disso, produz conhecimento, incentiva a avaliação de políticas públicas e promove o debate de novos temas na agenda do setor.

A íntegra do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, já pode ser conferida no link http://www.forumseguranca.org.br/atividades/anuario/ .





Sobre o FBSP
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi constituído em março de 2006 como uma organização não-governamental, apartidária e sem fins lucrativos, cujo objetivo é construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área de atividade policial e na gestão de segurança pública em todo o País. Composto por profissionais de diversos segmentos (policiais, peritos, guardas municipais, operadores do sistema de justiça criminal, pesquisadores acadêmicos e representantes da sociedade civil), o FBSP tem por foco o aprimoramento técnico da atividade policial e da governança democrática da segurança pública. O FBSP faz uma aposta radical na transparência e na aproximação entre segmentos enquanto ferramentas de prestação de contas e de modernização da segurança pública.





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