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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Comerciários vivem expectativa de maior valorização da categoria



Presentes em diversos ramos da economia nacional, trabalhadores do comércio, que tem seu dia comemorada em 30 de outubro, são apontados como propulsores do desenvolvimento  do país


A data de 30 de outubro marca a homenagem a um do ramos profissionais mais importantes para a economia brasileira e que envolve um dos maiores contingentes de trabalhadores do país. O Dia dos Comerciários, celebrado nesta segunda-feira (30), foi criado depois que uma determinação do então presidente da República, Getúlio Vargas, reduziu a carga horária da categoria de 12 horas diárias para 8 horas, em 30 de outubro de 1932.

A decisão, que acabou beneficiando também profissionais de outros setores, foi um marco histórico para os comerciários, hoje considerados um dos propulsores do desenvolvimento econômico no país. “O comerciário é um agente fundamental para a irrigação da economia. Se não tem comércio, não tem consumo, nem transformação, e a produção fica represada, gerando a crise", afirma o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que trabalhou como comerciário em Carazinho (RS), sua cidade natal, na década de 1980.

A importância do comerciário na economia brasileira pode ser sentida pelo número de trabalhadores envolvidos nas atividades do setor. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) conta hoje com 25 federações filiadas e mais de 800 sindicatos vinculados, representando 12 milhões de trabalhadores no comércio e serviços em todo o país.


Regulamentação - Em março de 2013, a profissão foi regulamentada pela Lei nº 12.790, que reconheceu a importância política, social e econômica da categoria comerciária. Passando a ter direitos, benefícios e segurança jurídica comuns a outras profissões, a atividade deixou de ser uma simples função e passou a ser uma profissão.

O comerciário atua como empregado em estabelecimentos comerciais dos mais diversos ramos. De álcool e bebidas em geral a distribuidora de produtos siderúrgicos, passando pelo comércio de bijuterias, gêneros alimentícios, máquinas, materiais de construção, tecidos, material de escritório e papelaria em geral – enfim, de feiras livres a lojas de shoppings ou de ruas, o vendedor, caixa, promotor, estoquista ou gerente de um estabelecimento comercial tem importância fundamental na economia brasileira.

Os setores de Comércio e Serviços respondem por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, aproximadamente 55%, o que implica também uma alta participação no total de empregos do mercado de trabalho.


Empregos – Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2016, divulgada neste mês de outubro pelo Ministério do Trabalho, na série de 2010 a 2016 houve um crescimento relativo e absoluto dos setores de Comércio e Serviços como principais empregadores. Juntos, eles ampliaram sua participação de 51,6% (2010) para 56,4% (2016), um incremento da ordem de 3,2 milhões de empregos no período. Segundo a Rais, o Brasil tinha 16,70 milhões de empregados formais em Serviços e 9,6 milhões no Comércio, em dezembro de 2016.

Os trabalhadores do comércio também estão encontrando uma nova realidade no mercado de trabalho, após os dois anos de crise de emprego que o país enfrentou. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou o Comércio como o segundo maior destaque no mês de setembro, com crescimento do emprego e saldo positivo de 15.040 postos de trabalho. Esse resultado refletiu o desempenho dos subsetores do Comércio Varejista (com saldo de +13.174 postos) e do Comércio Atacadista (+1.866 empregos).

Diante da retomada do crescimento econômico, a expectativa é de que a categoria seja cada dia mais valorizada. Segundo o ministro Ronaldo Nogueira, os comerciários são fundamentais para o sucesso de qualquer estabelecimento comercial, dando a cara e o jeito de uma empresa ou de uma marca no contato com os clientes e em todo o processo até que o produto ou serviço chegue ao consumidor final. “Se antes a atividade de comerciário podia ser vista por alguns como uma saída para quem não conquistou outra colocação profissional, hoje ser comerciário é uma escolha consciente, que pode levar ao reconhecimento e à conquista de metas e de satisfação na vida profissional”, enfatiza o ministro Ronaldo Nogueira.





Energias renováveis: um grande potencial a ser explorado no Brasil



Especialistas sugerem a mescla de fontes renováveis e tradicionais na matriz energética em prol da segurança e da confiabilidade do sistema brasileiro


Em agosto de 2017, a energia eólica chegou a responder por 10% da produção de energia do país – é a primeira vez que a fonte atinge dois dígitos da geração brasileira, conforme informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica). 

Atualmente, a energia eólica e a biomassa aumentaram sua representação na matriz energética brasileira, podendo saltar de 5,3% e 8,8%, respectivamente, para 6,5% e 9%, na comparação entre 2016 e 2017, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME).

“O destino do Brasil é a energia renovável, é a nossa vocação. Solar e eólica, por exemplo, tem crescido enormemente”, afirmou o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Pedrosa, no XXIV Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE). De acordo com ele, as grandes obras estruturantes – geralmente hidrelétricas, acompanhadas pelas linhas de transmissão – devem ser substituídas pelas energias renováveis. “Estamos trabalhando com a redução do modelo de subsídios para dar transparência e informação adequada à sociedade”, ressalta Pedrosa.

Na opinião do gerente de Operação e Manutenção das Eólicas da Copel, Luiz Eduardo Linero, o apoio da administração pública é fundamental para o incentivo a esses projetos. “A sinalização do governo auxilia a todo o mercado. É importante continuar fomentando esses empreendimentos, que são mais rápidos e geram menos impacto ambiental que uma hidrelétrica”, afirma. No entanto, há consenso de que o país não pode sobreviver apenas à base de energia eólica, solar e biomassa e, sim, com uma mistura de diferentes fontes.

“É preciso haver casamento entre as energias renováveis e a capacidade de armazenamento desse tipo de energia. Como a eólica e a solar são intermitentes, é preciso manter outros tipos de fontes para atender o consumidor de forma segura”, explica Paulo Esmeraldo, vice-presidente da Xingu Rio Transmissora de Energia, um dos empreendimentos da State Grid. A empresa opera no Brasil com transmissão de energia, mas, na China, a companhia domina cerca de 80% do mercado, incluindo as energias renováveis.


Vantagens e desvantagens

A energia eólica, no Brasil, já é uma realidade. Segundo Linero, o fator de capacidade dos geradores eólicos no Brasil pode atingir 50%, enquanto na Europa ficam na ordem de 30% - esse termo representa o período em que os equipamentos estão, de fato, gerando energia. Os estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia, apresentam as melhores performances, assim como o extremo sul do Rio Grande do Sul.

Por outro lado, tanto a energia eólica quanto a solar têm uma dificuldade: a intermitência. Em outras palavras, o período em que não estão produzindo energia. Durante a noite, é impossível de as placas solares operarem, assim como um dia sem vento pode representar um problema no abastecimento do país. “É preciso focar na segurança e na qualidade da energia, investindo em estrutura para conceber grandes troncos de corrente contínua e na possibilidade de armazenamento para que o sistema não seja instável”, revela Esmeraldo.

Nesse contexto, há uma opinião comum de que é preciso interligar os diferentes sistemas de geração de energia e, embora seja um investimento pesado, pensar em mecanismos para estocar o que é produzido. “A armazenagem ainda é o grande desafio”, diz Linero.


Geração distribuída

A energia oriunda da luz do sol, embora ainda tenha uma representatividade pequena na matriz energética, apresenta um grande potencial por meio da chamada geração distribuída – a produção própria por residências e empresas.

 Estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que, até 2024, cerca de 1,2 milhão de pontos do país vão investir nesse tipo de prática.

 As baterias solares, neste caso, são uma tendência. Para os consumidores comerciais, existe a possibilidades de compensação de energia elétrica, que permitirá à unidade injetar a potência excedente na rede, recebendo desconto na tarifa ou abatendo o consumo de outra unidade com o mesmo CNPJ.

No entanto, os preços desse tipo de equipamento ainda são considerados caros no Brasil - um país considerado por muitos como um dos mais palpáveis para a disseminação desse tipo de energia, com um período de insolação superior a 3 mil horas por ano -, tornando-se um impeditivo para a rápida disseminação nas residências do país. Uma das motivações apontadas para isso está na alta carga tributária do Brasil, que encarece os painéis solares.

Por fim, a crise econômica, que diminuiu a demanda por energia elétrica nos últimos anos, dificultou a expansão das fontes renováveis, reduzindo a realização de leilões e outros mecanismos por parte do governo federal para incentivar esse tipo de prática.


O exemplo da biomassa

A Copel, em parceria com o Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás (CIBiogás), desenvolveu um projeto para o aproveitamento de biogás proveniente de resíduos animais para a geração de energia. Com investimento de R$ 17 milhões, o projeto vai interligar 19 propriedade suinocultoras da região de Entre Rios do Oeste por meio de uma rede coletora de biogás, com 22 quilômetros de extensão. O biogás será canalizado para uma Micro Central Termelétrica (MCT), com capacidade de 480 kW.

Prevista para ser entregue ao longo de 2019, o principal benefício da iniciativa está em aproveitar os dejetos animais - eventualmente desperdiçados e que se tornavam lixo orgânico - em biogás e biofertilizantes. O uso da biomassa é vantajoso ao meio ambiente, pois evita que o gás carbônico e o metano decorrentes da degradação dos resíduos cheguem à atmosfera.

Estima-se que somente a quantidade de esterco produzida pelos rebanhos suínos do Brasil seria capaz de gerar 1 milhão de MWh, o suficiente para atender uma cidade com 5 milhões de habitantes.





Companhia Paranaense de Energia (Copel) 





domingo, 29 de outubro de 2017

Campanha Novembro Azul 2017



Avanços em testes genéticos para o diagnóstico de síndromes de predisposição hereditária ao câncer, propiciam melhor seleção de homens para o rastreamento do câncer de próstata


“Novembro Azul” é uma campanha de conscientização, realizada por diversas entidades no mês de novembro, sendo dirigida à sociedade e, em especial, aos homens, para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata.

O câncer de próstata é o câncer mais comum e a segunda maior causa de morte por câncer nos homens. Conforme informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1.201.619 novos casos e 335.643 óbitos são previstos no mundo pela doença, o que corresponde ao aumento em relação ao ano de 2012 de 9,7% e 9,2%, respectivamente.

No Brasil, a estimativa para este ano é de 61.200 casos novos e cerca de 13.772 óbitos (Segundo tumor que mais mata os homens. O primeiro é o câncer de pulmão). É o câncer mais comum no Brasil (excluindo-se os cânceres de pele) e representa cerca de 4 em cada 10 cânceres que atingem a população masculina brasileira com mais de 50 anos de idade.

Segundo o oncologista, coordenador do Serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas da UFMG e diretor clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada, André Márcio Murad, os principais indicadores de um estágio avançado do câncer de próstata são os problemas para urinar, sensação de que a bexiga não se esvazia completamente e sangue na urina. Dores ósseas, principalmente nas costas, sugerem a presença de metástases, fase em que a doença já é incurável. “O diagnóstico sempre deve ser obtido antes que os sintomas surjam, para que o tratamento tenha altas chances de cura”, explica.

Vários estudos sugerem que maus hábitos alimentares, como uma dieta rica em gordura e proteína de origem animal, alimentos industrializados, enlatados, adocicados e embutidos artificialmente conservados elevam os índices de substâncias potencialmente cancerígenas no organismo, como a nitrosamina e o IGF, que é um fator similar à insulina, com propriedades estimuladoras do crescimento de células tumorais. A obesidade e o sedentarismo igualmente aumentam os riscos. Portanto, uma dieta saudável, rica em verduras, legumes, frutas, grãos e peixes, além da prática regular de atividades físicas e manutenção do peso ideal, seriam as principais medidas preventivas.

De acordo com o médico André Murad, não existe consenso entre as organizações de saúde a respeito do rastreamento do câncer de próstata, como o que utiliza as dosagens periódicas do PSA (antígeno prostático específico) e a realização do toque retal. Aquelas contrárias argumentam que não existem evidências conclusivas de que a detecção precoce tenha influência na mortalidade específica pelo tumor, além do fato de pacientes em rastreamento, estarem expostos às complicações e aos efeitos colaterais de um possível tratamento cirúrgico ou radioterápico desnecessário. Aquelas a favor da prática argumentam que existem evidências de que o rastreamento é responsável pelo declínio da mortalidade em determinadas áreas. As Sociedades de Urologia Americana, Europeia e Brasileira indicam o rastreamento, baseadas em estudos randomizados de grande porte e longo seguimento.

O rastreamento universal de toda a população masculina (sem considerar idade, raça e histórico familiar) não parece ser a melhor abordagem. “Apesar de associado ao diagnóstico precoce e diminuição da mortalidade, pode trazer malefícios a muitos homens, como cirurgia ou radioterapia desnecessárias, com todos as suas complicações inerentes a estes procedimentos, como a incontinência urinária e a disfunção erétil”, ressalta, André Murad.

Em outubro de 2011, o US Preventive Services Task Force (USPSTF) publicou uma modificação de suas recomendações para o rastreamento em câncer de próstata, sugerindo a sua não realização pelo menos de forma indistinta, para todos os homens. Por isso, a recomendação atual é a de se individualizar a abordagem, realizando-a apenas em homens considerados como de alto risco para desenvolver a doença. Embora indivíduos obesos e de descendência africana tenham maior risco de desenvolver o câncer de próstata, hoje, através dos mais recentes estudos genéticos sobre a doença, sabemos que o principal fator de risco é o hereditário e ocorre devido a mutações herdadas em genes como o BRCA-1 e o BRCA-2 (menos frequentemente o ATM e o RAD5).

Estudos de grande porte demonstram que o câncer de próstata hereditário é responsável por até 57% dos casos e tendem a ser mais agressivos e a surgir em idade mais jovem (abaixo dos 50 anos). O risco de câncer de próstata é 4 vezes maior nos portadores de mutação no gene BRCA-1 e 9 vezes maior nos portadores de mutação do gene BRCA-2. As mutações destes genes aumentam também o risco de cânceres de mama (inclusive nos homens), ovário, pâncreas e pele (melanoma).

As técnicas mais modernas de sequenciamento genômico tem tornado estes exames cada vez mais precisos e acessíveis, inclusive com custos menores e a possibilidade de realização de painéis com múltiplos genes ao mesmo tempo. O exame é feito com material da saliva ou sangue.

Recomenda-se a pesquisa destas mutações quando houver histórico de câncer de próstata com escala de Gleason maior ou igual a 7 (esta classificação é feita em função das características celulares e histológicas que constituem o tumor, de acordo com seu grau de agressividade: Gleason igual ou maior que 7 corresponde a tumores de agressividade alta ou intermediária) e mais as seguintes situações: 1) pelo menos um parente de primeiro grau com histórico de câncer de mama, ovário ou próstata com diagnóstico feito em idade abaixo dos 51 anos, 2) pelo menos 2 parentes com histórico de cânceres de mama, ovário ou próstata em qualquer idade.

Para Murad, o ideal é que se faça o teste genético primeiramente em um paciente que teve o câncer. Uma vez detectada uma mutação específica, esta alteração deve ser também pesquisada nos familiares consanguíneos, visando o planejamento de um rastreamento ativo com dosagens seriadas de PSA e mesmo outros exames para a detecção precoce também dos demais tumores que compõem a síndrome, com início idealmente em idade abaixo dos 40 anos (recomenda-se o início do rastreamento na idade 5 anos, abaixo daquela em que foi diagnosticado o câncer no familiar cujo diagnóstico ocorreu em idade mais jovem). “Todas estas condutas e exames, bem como o aconselhamento genético pré e pós testes devem ser realizados por especialistas com larga experiência em Oncogenética”, finaliza o oncologista André Murad.






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