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quarta-feira, 24 de junho de 2020

A Covid-19 esvaziou meu caixa, e agora?



Cash is king. Sem caixa, não há empresa. Por isso, quando o horizonte não inspira confiança, é importante que os empresários considerem soluções capazes de fortalecer seus empreendimentos e sustentar sua liquidez.

Os reflexos econômicos decorrentes da pandemia da Covid-19 são sentidos em todo o mundo. Especialistas dizem, inclusive, que os obstáculos serão ainda maiores que os enfrentados no pós-crise de 1929. Nessa linha, muitas empresas vêm sofrendo com a queda vertiginosa de faturamento.

Para enfrentar esse cenário existem diversas alternativas, que vão desde a reinvenção do processo produtivo (com realocação de custos e corte de gastos) até processos de recuperação (extrajudicial e judicial). Contudo, de uma perspectiva imediatista, se o problema é falta de caixa, o remédio mais óbvio parece ser a captação imediata de recursos, para assegurar liquidez e auxiliar na solvência da empresa a curto prazo.

A obviedade da sugestão, contudo, não reflete a complexidade de sua implementação. Diversas questões orbitam ao seu redor: Qual a melhor fonte de acesso ao dinheiro? Qual o custo de remuneração do capital? Qual o risco de a solução se tornar um problema ainda maior? De que forma estruturar a captação desses recursos?

Nenhuma das perguntas acima deve ser lida ou respondida isoladamente. O entendimento deve ser sistemático, pois uma depende da outra. O risco depende da forma, que depende da remuneração, que pode depender da fonte. Apesar disso, para facilitar a leitura, elas serão tratadas abaixo de forma individualizada e resumida.


A fonte

Não há apenas uma fonte de recursos. Existem diversos investidores que, mesmo na crise, ampliam seus investimentos e aplicam recursos em empreendimentos privados de risco, sobretudo em período de baixa dos juros e de instabilidade na bolsa de valores. Os recursos podem vir, por exemplo, de instituições financeiras, de fundos de investimentos, de investidores profissionais, estratégicos ou anjos.

Conhecer o perfil do investidor é importante para entender o tipo de operação com a qual ele está habituado, porque tende a seguir uma estrutura jurídica e contratual que já conhece e com a qual se sente mais confortável. O ponto é que cada estrutura tem suas vantagens e desvantagens. O importante é que o empresário tenha clareza nas obrigações que estará assumindo e que tipo de reflexos a operação financeira pretendida trará para a sua empresa.

Por isso, é importante contar com assessoria especializada. Primeiro, para facilitar o acesso ao capital (networking). Segundo, e mais importante, para compreender a operação em sua totalidade, evitando os dissabores do amanhã, através de estruturas jurídicas compatíveis com as necessidades de cada caso.


A estrutura

Operações de captação de recursos se dividem entre operações de equity (participação no capital social) e de dívida (passíveis ou não de conversão em equity), realizadas por meio de contratos de mútuo, debêntures, bônus de subscrição e outros.

A estrutura depende de fatores financeiros, negociais e jurídicos. Do ponto de vista jurídico, a primeira análise que deve ser feita consiste na compreensão da natureza jurídica da empresa tomadora do crédito. Existem operações que são compatíveis com qualquer tipo de sociedade, mas existem operações que são compatíveis apenas com as sociedades anônimas.

Além disso, a estrutura jurídica da operação deve levar em conta também o conjunto das respostas para as perguntas formuladas neste texto. Isto é, sabendo a fonte do recurso, o risco da operação, o custo do capital e o tipo de empresa tomadora dos recursos, é possível traçar a estrutura mais adequada ao negócio e, assim, definir e elaborar os instrumentos contratuais necessários, delineando e prevenindo os riscos inerentes a cada caso.


O custo

Quanto essa operação vai custar à minha empresa? Essa é a pergunta que o empresário deve fazer, especialmente em momentos de contenção. O detalhe, neste caso, é que muitas vezes a resposta não é meramente financeira. Ela pode vir acompanhada também das consequências societárias e jurídicas resultantes da operação. Isto é, a partir da operação, que tipos de decisões dependerão da participação do investidor/credor e em qual nível essa participação será exigida?

De outro lado, do ponto de vista financeiro, o custo do investimento está condicionado a um rol extenso de variáveis que vão desde a inflação até a percepção de risco que o investidor tem sobre a empresa alvo da operação. Depende, ainda, de aspectos práticos da negociação. Por isso, é difícil quantificar o custo de remuneração do capital de maneira precisa ou mesmo determinar o tipo de estrutura mais cara ou mais barata de maneira genérica. Essa avaliação é multidisciplinar e o resultado dependerá das premissas adotadas pelos profissionais envolvidos, que variam em cada trabalho.

Por isso, também nesse aspecto, é importante que o empresário conte com assessoria especializada.


O risco

Seguindo as premissas básicas de qualquer investimento, quanto maior o risco percebido pelo investidor, maior será a remuneração exigida e, portanto, mais custoso será o capital para a empresa alvo da operação. Por isso, em uma organização bem gerida, com regras internas e políticas claras, organizada do ponto de vista decisório e com gestão profissionalizada, a percepção de risco tende a ser reduzida em comparação a outras empresas do mesmo segmento que não tenham o mesmo nível de governança corporativa.

Com efeito, a tendência é que o valor atribuído à sociedade alvo da operação seja superior, reduzindo a diluição dos sócios atuais (em caso de captação de recursos pela venda de participação societária) ou barateando a remuneração do capital investido (em caso de captação de recursos por emissão de dívida).

Vale dizer também que quando a captação se dá por meio de emissão de dívida, há também o risco de inadimplência frente ao credor. Nesses casos, o que era visto como solução, torna-se parte do problema, comprometendo ainda mais a solvência da empresa. Nesse sentido, a diluição no equity pode ser uma boa alternativa, já que o credor também assume o risco do negócio. Novamente percebemos a importância de contar com assessoria especializada para enfrentar esse tipo de questionamento.

Para superar as dificuldades econômicas anunciadas pela pandemia, encoraja-se que os empresários considerem, dentre as alternativas existentes, operações de captação de recursos. Porém, diligência é fundamental. À primeira vista, os contratos utilizados nessas operações podem parecer simples. Contudo, pelo fato de as empresas serem entidades vivas, em constante movimento e evolução, referidos contratos são sensíveis e complexos, pois regulam temas críticos como a forma de composição do preço final da operação e o tratamento conferido a eventuais contingências da empresa e/ou alteração substancial na forma de condução dos negócios. Portanto, recomenda-se que todos os passos sejam seguidos com critério, desde a negociação e mensuração do valor da operação à redação dos contratos e documentos acessórios. Num cenário repleto de incertezas, planejamento e disciplina são fundamentais.




Caio Cesar Corso Quincozes - advogado da Área Corporativa do Marins Bertoldi Advogados.


Festas juninas - tradição interrompida e novas ideias para não passar em branco



“Olha o Corona Vírus! É verdade!”

Este ano, devido à pandemia, muitas coisas em nossa rotina ficaram diferentes: nosso jeito de trabalhar, estudar, comprar, comemorar as datas que para nós são importantes e enfim, chegamos ao mês de junho e o que muita gente temia aconteceu, chegaram as festas juninas e o coronavírus ainda está aí.

Mas e agora, o que fazer, cancelamos nossas festas? Deixamos de lado a nossa tradicional festa junina?

De jeito nenhum! Brasileiro que é brasileiro tem jeito para tudo.

Que tal buscarmos alternativas para celebrar com alegria as nossas tradições que estão fortemente enraizadas à nossa cultura popular?

Vamos então nos vestir de alegria, com cores, tranças e chapéu de palha, vamos dançar um forró, uma quadrilha, um arrasta pé, um xote, não sei, o ritmo você escolhe, mas cada um na sua casa, quem tem par que pegue o seu, quem não tem, se apegue a Santo Antônio, quem sabe ano que vem?

Vamos encher a casa com aromas de festa? Pipoca, quentão, cachorro quente, canjica e bolo de fubá, não precisa muita coisa, o importante é partilhar, dizem que cozinhar é um ato de amor, então cozinhe com sua família, faça um bolo com suas crianças, divirta-se.

Aproveite a alegria, junte toda a família e convide a criançada, vamos cortar bandeirinhas de todas as cores e pendurar nas janelas, sacadas e mostrar para a vizinhança que na sua casa a tradição não morreu.

Solte o som, arraste o sofá, cores, cheiros e muita alegria, sua festa junina será positivamente inesquecível.

E que tal as brincadeiras? 

Separe algumas guloseimas ou pequenas surpresinhas fáceis de encontrar (não vale fazer aglomeração no mercado) e brinque de pescaria, tiro ao alvo, boca de palhaço e outros jogos tradicionais que possam divertir as crianças.

A sala da sua casa ou o seu quintal podem se transformar em arraiá e no final, você pode combinar com seus amigos e familiares distantes, uma reunião por uma plataforma on line para colocar o papo em dia e matar um pouco da saudade.

Então, mãos à obra! 

O coronavírus pode ter transformado nosso jeito de festejar, mas nós podemos tirar proveito da situação e provar que somos capazes de driblar a tristeza e trazer para nossa família um pouco de alegria em tempos difíceis, pedindo à São João que esta pandemia vá embora logo e tomando todos os cuidados necessários para que ninguém venha a conhecer São Pedro antes da hora.
Viva Santo Antônio! Viva São João! Viva São Pedro!






Florinda Cerdeira Pimentel - dá aulas de Linguagens Cultural e Corporal; e é professora do Curso de Licenciatura em Música do Centro Universitário Internacional Uninter. 


5 ações que pais e mães precisam de seus líderes agora



Com o retorno ao trabalho, além do aperto de ter que deixar os filhos aos cuidados de outra pessoa, soma-se ainda à preocupação das escolas permaneceram fechadas. A saúde mental, atrelada ao dilema de ter que escolher entre carreira e filho, é um tema que as empresas precisam estar de olho, sobretudo neste momento de transição do trabalho de casa para o escritório.
Entre mães millennials, 74% das entrevistadas relataram piora em sua saúde mental desde o início da pandemia do Convid-19, e 97% delas experienciando a síndrome de burnout em algum momento. É o que relata a Pesquisa Estado da Maternidade de 2020, administrada pela Motherly em parceria com a Edge Research, revelando que as mãe estão vivendo um momento agudo de esgotamento. A pesquisa escutou mais de 3.169 mulheres, entre 24 e 39 anos.
Isso deriva em grande parte da combinação do estresse externo com cuidar de filhos sem escola, de trabalhar de casa e do isolamento social. Portanto, auxiliar colaboradores a encontrar as ferramentas que precisam para superar e se adaptar a esses desafios será essencial nos próximos meses para manter a saúde mental dos colaboradores. 
Estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia mostra que 70% dos pais estão estressados em conseguir minimamente suprir as necessidades básicas de suas famílias nesse momento, com a educação remota sendo também uma grande fonte de estresse. 
“Com a realidade econômica atual e a pandemia, está mais difícil do que nunca para pais e mães encontrarem o suporte que precisam - especialmente pais e mães que trabalham "fora de casa" agora que o escritório está literalmente dentro de casa - e que passará a ser novamente “fora”, conforme algumas empresas já anunciaram”, diz Flavia Deutsch Gotfryd, CEO e cofundadora da Theia, primeira plataforma digital do Brasil que traz uma solução às necessidades de pais e mães que trabalham. 
Mãe de dois meninos, a empreendedora também passou e passa na pele a difícil missão que é conciliar vida familiar e carreira. Formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e MBA pela Universidade de Stanford, tem  passagens por instituições como JP Morgan, Merrill Lynch, Citigroup, e na startup de meios de pagamento Acesso.
Flavia reuniu algumas dicas abaixo do que ouviu das famílias como desafios.


1. Apoio começa pelo RH (e pelos gestores)
As lideranças precisam assumir um papel ativo em prover suporte para os pais. Isso significa capacitar os seus gestores para serem abertos e empáticos para as necessidades dos pais agora, e fornecer as ferramentas que precisam para isso. Há muitas fontes de treinamentos disponíveis. Se os seus líderes forem pais, faça com que adotem melhores práticas como comunicar abertamente quando suas horas mudam e manter seus calendários atualizados.

2. Horários flexíveis são importantes 
Cada família tem uma necessidade, portanto é preciso dar alçada aos gestores para desenharem individualmente o que funciona para cada um. Grandes chances, inclusive, de sua empresa já ter implementado algumas medidas nesse sentido: 73% das organizações começaram a oferecer horários flexíveis para acomodar as necessidades de seus colaboradores, mostra pesquisa americana realizada pela Willis Towers Watson, empresa global líder em consultoria.
Dar autonomia para pais escolherem as horas de trabalho possibilita que consigam performar melhor e sem distrações que uma rotina estrita de horário em casa com filhos não permite.

3. Licença parental é mais essencial do que nunca
Muitos colaboradores aumentaram suas famílias durante a pandemia, e relatam a dificuldade que é estar com uma rede limitada de apoio. Muitos dos recursos e benefícios que estavam disponíveis pré-crise não estão mais. Portanto, tornar esse início mais fácil é muito importante para os colaboradores, inclusive para auxiliar no seu retorno ao trabalho. 
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças - CDC, 92% das mulheres relataram ter algum grau de dificuldade na amamentação no terceiro dia pós-parto, assim para novas mães ter apoio profissional para a amamentação é muito importante. Novos pais também buscam apoio de pediatras e ginecologistas, consultoras de sono, psicólogos para ansiedade e depressão pós-parto, coaches de carreira e outros.

4. Auxílio é crítico dado que o acesso a creches e escolas está limitado
A principal fonte de estresse para pais agora é onde e com quem deixar seus filhos. Com escolas e creches fechadas e ainda sem previsão de abertura, empresas podem apoiar suas famílias oferecendo subsídios e indicações - onde ainda estiverem disponíveis - de lugares seguros para deixarem os filhos. O orçamento de muitos pais não comporta gastos adicionais com cuidadores e/ou saúde, e as empresas podem pensar em novas formas de apoio financeiro (como "auxílio-babá") e de acesso a profissionais de saúde para cuidar das crianças e dos pais. Ter esse desafio equacionado é uma forma de aliviar estresse, aumentar produtividade e, também, fonte de motivação. 

5. Pais saudáveis são chave para crianças saudáveis
Mesmo com todos os benefícios que você pode oferecer ao time durante o expediente, às necessidades dos pais vão além disso. Quando pais têm acesso ao apoio que precisam, eles conseguem cuidar melhor de seus filhos. Isso significa cuidar dos pais tanto quanto eles cuidam dos seus filhos. 
Ainda há muito incerteza em relação a como será o "novo normal". Por isso, é importante mostrar aos seus colaboradores que você está escutando e avaliando as melhores opções para atender suas necessidades, afinal, colaboradores rendem mais e trabalham melhor quando o ambiente favorece essa troca positiva para ambos os lados.

A economia solidária pós-Covid-19



O calendário gregoriano, de origem europeia, mas utilizado oficialmente pela maioria dos países na atualidade, foi promulgado pelo Papa Gregório XIII em 24 de fevereiro de 1582 e divide a história da humanidade em Antes de Cristo e Depois de Cristo (A.C. e D.C.). Podemos profetizar que o comportamento humano também poderá ser dividido pelas mesmas siglas A.C. e D.C., que significarão “antes da Covid-19” e “depois da Covid-19”.

Com efeito, muitos hábitos – de consumo, de tratamento, de relacionamentos interpessoais, de viagens, de trabalho, de educação, de entretenimento e tantos outros de origem comportamental – sofrerão mudanças drásticas e irretrocessíveis após a Covid-19 e suas possíveis primas imundas (Covid-20, 21, 22...) que, certamente, ainda perturbarão a nossa existência e nossa fugaz passagem por essa aventura terrena.

As liberdades, garantias e direitos individuais serão relativizados, notadamente, no que se refere à geolocalização das pessoas em tempo real. O “Big Brother” de Houxley será definitivamente implantado.

“Nada mais será como antes no quartel de Abrantes”. As pessoas e as empresas terão de se reinventar para sobreviver, viver e conviver no novo normal que se instalará em nosso mundo.

Praticamente todos os setores da economia serão afetados. Talvez o de turismo, sobretudo no que concerne à lazer, hotelaria e gastronomia, venha a ser o mais prejudicado, fechando milhões de postos de trabalho e sepultando dezenas de milhares de CNPJs.

As empresas, especialmente as de transformação, abandonarão os modelos ‘just in time’ para o modelo ‘just in case’. As fortes dependências de mercados internacionais serão repensadas. Os Estados Unidos voltarão a ter chão de fábrica para depender menos da China e de outros tigres orientais. Há uma forte tendência para uma ‘ocidentalização’ de nossas parcerias e adoção de um pensamento político nacionalista e protecionista.

O mercado segurador deverá passar por uma drástica transformação. Os esforços hercúleos e corporativos para ‘preservar a longevidade sustentável dos modelos tradicionais e conservadores’ não serão suficientes ante a força transformadora do mercado que exigirá novas práticas e novos conceitos. Nada provoca mais transformações nos mercados e nas pessoas do que uma guerra ou uma pandemia. Após tais eventos desastrosos e catastróficos, as pessoas tendem a uma economia solidária e reconstrutiva. Nessa senda de mudanças, os seguros do tipo ‘peer to peer’, ‘pay per use’, ‘clubes de P&I’ e mutualistas deverão se sobrepor às matrizes e matizes atuais do mercado segurador como um todo.

Os modelos solidários e participativos, como o cooperativismo, o associativismo e o mutualismo deverão se robustecer e se consolidar no mercado brasileiro.
Bem-vindos, novos humanos, ao novo mundo que se desenha.




Raul Canal - presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), é advogado, especialista em Direito Médico, Securitário e da Saúde, escritor e apresentador de TV. É ainda presidente do Supremo Conselho Internacional Acadêmico da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas, membro da Associación Latinoamericana de Derecho Médico (San José de Costa Rica) e membro da World Association of Medical Law (Los Angeles, Califórnia, EUA).

Por um novo mindset na governança corporativa



Os instrumentos para regular conflitos de agência; a dispersão dos modelos de sociedade; a organização de regras para o acesso ao mercado de capitais e minimizar conflitos de interesses. A governança corporativa vem atravessando uma jornada centenária. 

No Brasil, a partir dos anos 90, as práticas de governança vêm sendo amadurecidas, principalmente por empresas que buscam o acesso ao mercado de capitais. Passados 30 anos, vemos conselhos formados, documentos preenchidos e acordos negociados. A rotina dos agentes de governança corporativa tem sido estimulada e amplamente divulgada por escolas de negócios, instituições e consultorias.

Porém, no centro da governança não estão os documentos e protocolos, mas o mindset da liderança, que dá o tom e o direcionamento à mentalidade organizacional voltada aos seus próprios princípios.

Diante de mudanças significativas na velocidade do mercado, na volatilidade das economias e pelas transformações dadas tanto pela tecnologia quanto pelo perfil do consumidor, competências do futuro também são requeridas na governança corporativa.

O Fórum Econômico Mundial tem destacado novas necessidades transformacionais voltadas à inovação, aprendizagem, tecnologias, solução de problemas complexos, influência social, inteligência emocional e atenção ao ecossistema. Como estas competências se traduzem em mudanças para o mindset da governança corporativa?

Ao considerarmos que a governança está intimamente ligada ao mindset da liderança empresarial, tomamos aqui três elementos de força, ou valores, identificados no estudo Mindset da Liderança Estratégica (2019), para elencar com novas práticas de governança corporativa.

O primeiro elemento é a Presença. Para Peter Senge, a Presença é a capacidade essencial requerida para acessar o campo do futuro. Significa que a governança precisa estar condicionada ao futuro e não ao passado, como ainda é recorrente.
O segundo elemento do mindset da liderança é a Verdade. Nas palavras de Schutz, “a verdade me permite continuar na minha evolução; ser o que é.” Ao considerar a queda nos níveis de confiança nas instituições nas últimas décadas, pode-se sugerir que a verdade ainda não está de maneira tão consistente na pauta da governança. O excesso de tato e diplomacia, informações privilegiadas, além da própria vaidade, inibem discussões abertas e o reconhecimento das reais vulnerabilidades nas mesas de reunião.

O terceiro valor é a Coragem, que carrega em si a emoção, a disposição ao risco e uma atitude de enfrentamento das adversidades. A nova realidade empresarial exige uma governança com maior prontidão para mudanças, capacidade para decisões complexas e imediatas e estratégias novas.

A Presença, a Verdade e a Coragem no mindset da liderança empresarial levam a recriação do modelo de governança corporativa, no qual:

- as competências sejam acessadas a qualquer tempo;

- os rituais de governança sejam ampliados e mais ágeis;

- os power points sejam substituídos por acessos on-line e a qualquer tempo;

- a diversidade e a independência sejam premissas;

- o diálogo com as partes interessadas seja constante;

- a tomada de decisão seja compartilhada com diversos públicos;

- a organização esteja mais integrada ao seu próprio ecossistema.

Assim, a capacidade para tomada de decisão, como premissa da governança, deve levar em consideração os interesses dos stakeholders. Práticas mais ágeis, simples e sistêmicas são necessárias para que haja efetividade e se reconheça o valor e a relevância das instituições na vida social. O caminho talvez seja justamente institucionalizar menos e praticar mais.




Léia Wessling - psicóloga, consultora organizacional e autora da obra “Mindset – Liderança Estratégica”.  


Se não está no Google, não existe



Uma coisa é fato: o consumidor está empoderado!


Sabe por quê? Vivemos na era da informação. Antes de comprar algo, contratar um serviço ou até mesmo fazer uma receita, a ação é a mesma: pesquisar no Google, maior buscador do mundo. Todas as vezes que um usuário faz uma busca, o GoogleBot (robô indexador do Google) faz uma varredura em todos os conteúdos disponibilizados na internet e, em questão de microssegundos, estão na sua tela os melhores resultados que ele encontrou, por grau de relevância.

A grande questão é que quase ninguém vai até o fim da página de resultados, quanto mais para as outras páginas. Por isso, costumam dizer na internet que se quiser esconder algo, é só colocar na segunda página do Google. Poucos sabem, mas a maior parte dos cliques vai para os dois primeiros sites. Mas como ter o site ou rede social (já que o Google também indexa conteúdos das redes) em uma boa posição desse ranking tão disputado?

O Google lista na primeira página, os resultados de sites que são mais relevantes à pessoa que pesquisa naquele momento. E então, como ser relevante?

Como explico em meu livro “SEO de verdade: se não está no Google, não existe”, um SEO de verdade é feito por três grandes pilares: conteúdo, técnica e experiência do usuário. Muita coisa, relacionada a essas grandes temáticas pode influenciar para que seu site tenha maior chance de um bom posicionamento no ranking, como o site se adaptar em multitelas (ser responsivo), ter um carregamento ágil, conteúdo frequente e atualizado e até mesmo a quantidade de palavras que tem um texto no blog.

Utilizar técnicas de SEO (Search Engine Optimization) é a forma mais efetiva de ter um site ou uma página de rede social, que é interessante ao público em destaque no buscador. O segredo é: querer agradar o usuário para consequentemente agradar ao algoritmo.

Tudo no marketing é sobre pessoas, então não faz sentido focar o trabalho pensando em agradar a um robô, não é mesmo? Isso porque o SEO, na tradução livre, é Otimização de Mecanismos de Busca, e significa que é um conjunto de otimizações necessárias em um site para que ele seja bom aos olhos do usuário e do algoritmo do Google. Não adianta concentrar suas energias em agradar o algoritmo para que seu site seja considerado relevante. Pense em deixar o seu site da melhor forma para quem vai acessar, e como consequência, os algoritmos vão perceber que ele é relevante. Foco sempre nas pessoas.

Para considerar um site relevante, o GoogleBot (lembra dele? É o algoritmo Google que lê todas as páginas disponíveis na internet) avalia mais de 200 critérios. Basicamente, se sua página estiver dentro desses critérios que são analisados, terá mais chances de ter uma boa posição no ranking. Entre esses critérios, algumas questões são importantes: gere conteúdos com frequência, e para isso é importante que seu site tenha um blog. Já que tudo começa com o usuário fazendo a busca por uma palavra-chave, se seu site não tiver um conteúdo de qualidade, o usuário não encontrará. Além disso, lembre-se que seu site precisa necessariamente ser responsivo (se adaptar em multitelas) e ter um carregamento ágil. Se seu conteúdo for muito bom, ele pode ter uma boa posição no ranking do Google mesmo que tenha sido publicado em uma página de rede social.

É preciso considerar que existem dois tipos de buscas: as abrangentes e as com palavras-chave de cauda longa. As abrangentes são as que não mostram a intenção do usuário que buscou, como por exemplo “calçados”. Essa pessoa pode querer ver fotos de calçados, podem ser femininos, masculinos, de qualquer tipo de material. Já as palavras-chave de cauda longa demonstram especificamente o que o usuário quer, como por exemplo “bota preta de couro de tal marca”. No segundo caso, existe um menor volume de buscas, mas mostra claramente a intenção do usuário. Por isso, lembre-se que se quiser disputar o ranking com palavras muito abrangentes, vai depender de um trabalho que traz um resultado a longo prazo.

Em resumo, SEO é uma estratégia que visa fazer com que o site esteja dentro dos mais de 200 critérios que são analisados pelo Google quando verificada a relevância das páginas disponíveis na internet. Se o site estiver de acordo com o que é analisado como critério de qualidade, ele tem a possibilidade de ter uma melhor posição no ranking de resultados.

O profissional de SEO é um profissional que precisa entender de marketing e conhecer todos esses critérios analisados pelo Google, além de ficar sempre por dentro das atualizações nas funcionalidades dos algoritmos. É considerada uma profissão emergente, e seu grande ponto positivo é não depender de recursos financeiros, apenas o conhecimento de um profissional.





Maria Carolina Avis - autora do livro “SEO de verdade: se não está no Google, não existe” e professora de Marketing Digital no Centro Universitário Internacional Uninter.



COVID-19 é um MBA para qualquer gestor


A chegada de uma mudança sempre tira algo que não pode ser mais mantido. 

Mexe, puxa e engatilha um novo significado para àquilo que estava sendo feito. Toda alteração de percurso visa uma transferência de valor de algo para outro. O ano de 2020 é um período atípico para a história, tanto financeira, como pessoal e só confirma que o mundo não se encaixa mais no mesmo caminhar de alguns anos atrás.  

O novo coronavírus é a referência de mudança de um século, de transição de pensamentos e gestão de serviços, que antes já vinham sendo feitos, porém de forma muito tímida. Há dez anos poucas pessoas tinham acesso à tecnologia. Hoje, grande parte da população tem celular, consegue conexão com redes de WiFi, as empresas têm soluções de tecnologia em nuvem e de SaaS, que é utilizada também para automatizar processos, reduzir custos. Ou seja, tudo isso deixou de ser um desejo, para ser a necessidade de uma nova era. 

O “novo normal”, termo mais recente criado para significar o que será vivido pós-pandemia, é muito relativo se analisarmos a geração mais nova, que já está acostumada a trabalhar remotamente. Porém, ainda assim, poucas empresas tinham seus serviços dessa forma e, com a chegada da pandemia, muitos CEOs e empresários tiveram de aprender à força como se encaixar no novo mundo. 

Para a minha equipe, com a operação indo para um atendimento home office, houve um engajamento muito forte do time. O NPS (índice que mede o grau de lealdade dos consumidores) subiu e bateu recorde. O árduo trabalho para garantir uma cultura interna focada nos clientes, com a intenção de inovar o mercado financeiro, inconformados com o não emprego dos recursos tecnológicos na gestão financeira das empresas, garantiu este aumento em meio à pandemia.  

Portanto, as principais lições que a COVID-19 trouxeram para a empresa é que trabalhar remotamente não dificulta a comunicação, ao contrário, a ampliação deste campo é evidente, ágil e boa. Manter a produção em home office é a melhor opção, no momento. Mas não todos e nem todos os dias, já que a responsabilidade social é grande com os estabelecimentos e pequenos negócios que estão ao redor das empresas.  

E, felizmente, estamos nos preparando faz anos com nosso departamento de Desenvolvimento Humano. Portanto, planejamento a longo prazo faz sentido sim. Antes da pandemia começar, tínhamos acabado de implementar ações estratégicas que estavam em planejamento desde o ano passado, como o lançamento da Veragi, que é uma plataforma de crédito saudável, onde fez total sentido para a situação de crise que estamos vivendo. Além da cultura organizacional que teve a sua implementação há dois anos e já está começando a ser enraizada nos colaboradores como um todo, por isso também o engajamento de todos, mesmo à distância, está tendo alta performance. 

Afirmar que o COVID-19 é um MBA para qualquer gestor, reforça a ideia de que, neste momento, a prática da matéria “como ser um bom empresário”, ganha espaço. O bom gestor será o que conseguiu se preparar e manter o negócio ativo. 




Celso Sato - presidente da Accesstage - uma das principais empresas de tecnologia integradora de soluções e serviços para a gestão de pagamentos, recebimentos e tráfego eletrônico de informações financeiras do país. 


Com retorno dos torneios de futebol em estádios vazios, nova ferramenta reproduz sons de torcida para fãs acompanharem jogos


"Controle da Torcida" possibilita que torcedores sintam a emoção de acompanhar uma partida de futebol com sons do estádio


A Betfair.net está acompanhando a retomada gradual dos campeonatos de futebol, como La Liga e Premier League, promovendo análises de seus embaixadores, como os craques Rivaldo e Dimitar Berbatov. Agora, a empresa está anunciando uma nova ferramenta para que o amante do futebol tenha uma nova experiência ao ver seu time em campo.

Por medidas de saúde, as partidas de futebol estão acontecendo em estádios sem torcida, a fim de evitar aglomerações enquanto o mundo se recupera da pandemia do novo coronavírus. Quem acompanha futebol sabe que a emoção dos torcedores é fator essencial para a experiência de ver seu time na disputa pelo título, inclusive nas transmissões.

Pensando nisso, a Betfair.net criou uma ferramenta que simula os sons e reações das torcidas. Na página Controle da Torcida os amantes do futebol podem selecionar uma reação para acompanhar o desenvolvimento da partida. Enquanto a partida está acontecendo, sons característicos de um estádio de futebol são apresentados com a possibilidade de selecionar as reações para complementar sua experiência. 

Entre as opções de sons disponíveis o torcedor pode selecionar, por exemplo, o pontapé inicial, uma falta, vaias ao time ou ao juiz e perda de bola. Também há sons para jogadas perigosas, marcação de faltas, comemoração de gol e o apito final. No total são doze sons diferentes que podem ser acionados pelo torcedor ao longo da partida.

Para acessar o Controle da Torcida da Betfair.net, basta acessar https://www.betfair.net/br-controle-da-torcida/


APOSENTADO QUE CONTINUA TRABALHANDO DEVE CONTRIBUIR COM A PREVIDÊNCIA SOCIAL


  É constitucional a cobrança de contribuição previdenciária, por força do princípio da solidariedade 

Em decisão unânime, a 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) decidiu que o aposentado que retorna à atividade deve contribuir com a Previdência Social, segundo o princípio da solidariedade.  
Na decisão, o relator do processo, desembargador federal Cotrim Guimarães, explicou que a legislação previdenciária prevê o aposentado que retorna ao trabalho como contribuinte obrigatório da Seguridade Social (parágrafo 4º do artigo 12 da Lei 8.212/91). 
O magistrado ressaltou, ainda, que “as contribuições para a seguridade social não possuem apenas a finalidade de garantir a aposentadoria dos segurados, pois se destinam também ao custeio da saúde, previdência e assistência social, justificando plenamente sua cobrança, ainda que o beneficiário não possa usufruir de uma segunda aposentadoria”. 
 O autor da ação pretendia a suspensão do recolhimento de contribuição incidente sobre o seu salário por estar aposentado. Alegava que por estar nesta situação, não fazia jus a qualquer contrapartida previdenciária. Em primeira instância, a Justiça Federal julgou improcedente o pedido. Inconformado, ele recorreu ao TRF3 solicitando a reforma da sentença. 
 Ao analisar o caso, o relator afirmou que “conforme entendimento sedimentado no STF, a pretensão do autor colide com orientação jurisprudencial firme adotada pelo Supremo que, por força do princípio da solidariedade, é constitucional a cobrança de contribuição previdenciária sobre o salário do aposentado que retorna à atividade”.   
Por fim, a Segunda Turma do TRF3, por unanimidade, decidiu que é exigível o recolhimento das contribuições previdenciárias para o aposentado que permanece em atividade ou a ela retorna após a inativação.
   
Apelação Cível 5003836-74.2018.4.03.6100  



Já é hora de planejar o pós-pandemia


Para o CEO da Prime Talent, David Braga, empresas precisam iniciar a segunda etapa da quarentena e buscar os novos caminhos, mesmo diante de um cenário ainda incerto.


A melhoria contínua, seja no âmbito pessoal seja no ambiente empresarial, é fundamental para o crescimento. E uma das lições desse período de isolamento social é que, daqui para a frente, as mudanças serão ainda mais constantes. Novos produtos e serviços, desejos diferentes dos consumidores e um outro tipo de consumismo surgiram e estão se consolidando. Isso exige que as empresas comecem, de imediato, a se remodelar para o pós-pandemia, apesar de ainda não se saber, ao certo, quando será este momento.

Sendo assim, a hora é de iniciar a segunda etapa da quarentena. Em uma primeira fase, foi preciso criar condições para que as empresas seguissem funcionando, como implementar medidas de prevenção ao contágio pelo coronavírus, colocar equipes em home office, ampliar o uso da tecnologia, dar suporte aos colaboradores dentro e fora do ambiente de trabalho, entre outras iniciativas. Para o CEO e headhunter da Prime Talent, David Braga, agora é necessário ir além. “É fundamental inovar e repensar o business. Como será a volta? As lideranças precisarão encontrar um ponto de equilíbrio entre a saúde das pessoas e a economia da empresa. Deve-se pensar no digital, na disrupção do mercado, na eficiência, nos custos, sem falar na importância de ampliar o foco no empreendedorismo social, entre outros aspectos”, destaca.

Braga argumenta ainda que, além de revisar os planos estratégicos e as estruturas organizacionais, as lideranças precisam criar ações para os funcionários que retornarem do isolamento social. “Muitos estarão ansiosos, angustiados ou mesmo depressivos. Há, ainda, aqueles que já se acostumaram às novas rotinas do home office, o que impactará diretamente na performance”, observa o executivo. Também serão atitudes relevantes valorizar os profissionais que despontaram durante a pandemia e não perder capital intelectual, mesmo que a empresa precise passar por uma restruturação.

O grande desafio é que todas essas transformações têm que começar a acontecer agora. “Citando Napoleão Bonaparte, ‘a grande arte é mudar durante a batalha’ e buscar as soluções assertivas, mesmo em um cenário totalmente sem previsibilidade. Lembrando que, em um mundo VUCA, ou seja, volátil, incerto, complexo e ambíguo, as decisões não cabem apenas ao líder. Todos participam, com sugestões sobre business, mercado, tendências e o que pode ser mudado”, conclui David Braga.

Após anúncio de retomada, escolas da capital comentam como deve ser a educação pós-pandemia



O governo de São Paulo anunciou, nesta quarta-feira (24), que as aulas vão ser retomadas a partir do dia 8 de setembro, com um plano que estabelece combinação de aulas presenciais e virtuais.

Boa parte das escolas já se preparam para esse retorno, considerando um novo cenário para a educação básica. Diretoras de três colégios da capital paulista, Escola da VilaEscola Viva e Camino School, comentam sobre como deve ser a educação após o período da pandemia.


ESCOLA DA VILA


 












Fernanda Flores, diretora geral da Escola da Vila


“Como se trata de uma projeção, há a parte mais imediata e tangível, por exemplo, já há consensos de que haverá maior incorporação de práticas digitais na vida das escolas, na relação das escolas com as famílias, e mesmo na maneira de conceber os planejamentos das aulas e uma maior diversificação de estratégias de aprendizagens mescladas, com trabalho a distância e ação presencial para cooperação intelectual e construção de novas aprendizagens. Vejo como o tema da cidadania digital passará a ser central e estruturante nos projetos pedagógicos, pela relevância de se considerar a formação para a crítica e o discernimento no campo das ideias que circulam nos meios digitais, a necessidade de colocar as crianças e jovens produzindo virtualmente. Vejo ainda que temos de aprender algumas lições com a pandemia e colocar ao centro dos projetos a valorização da cultura científica e seu papel crucial na vida no planeta, bem como a importância de tornar estrutural em todas as etapas da escolaridade a questão da sustentabilidade socioambiental, ou seja, assumir como emergencial questões sobre como estamos cuidando do clima, de nosso planeta e todos os seus habitantes.”



ESCOLA VIVA




 






Camilla Schiavo, Diretora pedagógica da Escola Viva


“Neste momento de tantas incertezas, projetar como será a Educação daqui para frente é algo complexo e, talvez, a única certeza que tenhamos é que, definitivamente, a Educação não será mais a mesma após este período. A pandemia tem trazido inúmeros desafios para a Educação, junto a eles a necessidade de adaptações, reflexões, ressignificações, mas, ao mesmo tempo, tem permitido oportunidades de aprendizagens em diferentes sentidos. Não há dúvidas de que a Educação terá muito a ganhar quando tudo isso acabar, pois de um modo rápido, criativo e competente conseguiu, “da noite para o dia”, reinventar seu trabalho presencial, tão repleto de interações sociais, de relações próximas, “do olho no olho”, transformando-o em algo virtual, mediado por computadores, tablets e celulares. E deu conta disso, por todos os lugares há escolas funcionando na modalidade online. Dentre os principais legados que serão deixados após este período e, certamente, trarão impactos importantes destaco: a imersão na cultura digital, o uso de novas tecnologias, somadas à possibilidade dos professores ampliarem suas estratégias de ensino, criando aulas interessantes e atrativas, bem como, o planejamento de novas e diferentes possibilidades de interação, capazes de garantir o seu protagonismo e de seus alunos, adicionadas à construção de uma relação ainda mais próxima entre e educadores e famílias. Junto a eles, claro, virão novos desafios, especialmente quando pensamos em como nos reconectaremos com as pessoas depois de tanto tempo de isolamento, como organizaremos nossos espaços físicos no retorno às aulas, como cuidaremos das questões emocionais e dos sentimentos que uma situação tão preocupante como esta traz. Acredito muito que as mudanças serão para melhor e todo este período, por mais intenso e doloroso, colocará a Escola em outra condição em seus processos de ensino, de aprendizagem e, principalmente, no modo como as relações e interações acontecerão daqui pra frente.”



CAMINO SCHOOL












Letícia Lyle, diretora da Camino School


“A pandemia trouxe uma transformação profunda para os professores e estudantes - o espaço de interação da escola e da aprendizagem teve que sair das restrições físicas e ganhar o espaço virtual. Apesar de muita coisa ainda levar tempo para ser absorvida por todos, as discussões de educação partirão de um novo lugar, não mais a partir da educação afastada da tecnologia, mas a partir de um repertório comum constituído, pois já foi utilizado por todos. A chance de aprofundarmos a nossa discussão sobre aprendizagem desses novos patamares pode nos ajudar a incorporar novas soluções para problemas antigos da educação. Todos estão ouvindo falar de aprendizagem ativa, de competências socioemocionais, de ensino híbrido - termos não mais tão distantes assim e que passaram a fazer parte da nossa gramática. Essa nova dinâmica de interação entre professor - estudante - tecnologia é desafiadora, mas também uma oportunidade para o educador se reinventar, incorporar uma visão coletiva, sistêmica e complexa a todo o conhecimento já existente. Imagino que teremos uma educação composta de indivíduos que tiveram que construir novos repertórios, novas conexões, novas parcerias e as nossas narrativas de aprendizagem têm chance de serem expedições mais ricas e generativas. ”



Faturamento do e-commerce cresce 56,8% neste ano e chega a R$ 41,92 bilhões


Estudo do Movimento Compre&Confie em parceria com ABComm também mostra que houve alta de 65,7% no número de pedidos no período


O e-commerce brasileiro faturou 56,8% a mais nos cinco primeiros meses de 2020 em comparação com igual período do ano passado, segundo pesquisa realizada pelo Movimento Compre&Confie em parceria com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Embora o valor do tíquete médio tenha caído 5,4% – de R$ 420,78 para R$ 398,03 –, o aumento do faturamento foi possível porque houve crescimento de 65,7% no número de pedidos, de 63,4 milhões para 105,06 milhões.

As três categorias que registraram as maiores variações de crescimento foram Beleza e Perfumaria, que apurou alta de 107,4%, com faturamento de R$ 2,11 bilhões no período; Móveis, com alta de 94,4% e faturamento de R$ 2,51 bilhões; e Eletroportáteis, com 85,7% e faturamento de R$ 1,02 bilhão.

O desempenho das demais categorias pesquisadas ficou assim: Eletrônicos, alta de 68,4% e faturamento de R$ 3,93 bilhões; Esporte e Lazer, 66,8% e R$ 1,57 bilhão; Telefonia, 52,2% e R$ 7 bilhões; Eletrodomésticos, 51% e R$ 4,21 bilhões; Informática, 46,7% e R$ 4,20 bilhões; Moda e Acessórios, 34,9% e R$ 4,1 bilhões; Ar e Ventilação, 17,2% e R$ 1,22 bilhão.

André Dias, diretor executivo do Compre&Confie, afirma que os resultados refletem a mudança de comportamento do consumidor ao comprar na internet, que deve permanecer mesmo com o fim da pandemia. “Os consumidores deverão ficar cada vez mais engajados nas compras à distância e movimentar de forma significativa o consumo de categorias relacionadas às necessidades básicas do dia a dia e ao esforço de prevenção da Covid-19”, acrescenta.

A região brasileira que registrou proporcionalmente o maior aumento no faturamento foi a Nordeste, com alta de 60,9% sobre o desempenho de 2019. Mesmo com o incremento, o local respondeu por 15,3% da receita no período de janeiro a maio de 2020. Em segundo lugar, com crescimento de 54,9%, ficou o Sudeste; que respondeu por 62,2% do faturamento total do comércio eletrônico no período. Em terceiro lugar, a Centro-Oeste teve alta de 47,1% e participação de 6,6% no faturamento deste ano, seguida pela Sul, que registrou evolução de 39,2% e participação de 13,2% no faturamento deste ano. Finalmente, a Norte teve alta de 44,1% e participação de 2,7%.

O presidente da ABComm, Mauricio Salvador, afirma que empresas com operação restrita ao ambiente físico estão em uma situação de desvantagem ampla e correm sérios riscos de sobrevivência. “É preciso correr pela presença digital. É possível começar a vender on-line de forma rápida e simples, sem a necessidade de grandes investimentos”, finaliza.





Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm)


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