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quarta-feira, 24 de junho de 2020

Após anúncio de retomada, escolas da capital comentam como deve ser a educação pós-pandemia



O governo de São Paulo anunciou, nesta quarta-feira (24), que as aulas vão ser retomadas a partir do dia 8 de setembro, com um plano que estabelece combinação de aulas presenciais e virtuais.

Boa parte das escolas já se preparam para esse retorno, considerando um novo cenário para a educação básica. Diretoras de três colégios da capital paulista, Escola da VilaEscola Viva e Camino School, comentam sobre como deve ser a educação após o período da pandemia.


ESCOLA DA VILA


 












Fernanda Flores, diretora geral da Escola da Vila


“Como se trata de uma projeção, há a parte mais imediata e tangível, por exemplo, já há consensos de que haverá maior incorporação de práticas digitais na vida das escolas, na relação das escolas com as famílias, e mesmo na maneira de conceber os planejamentos das aulas e uma maior diversificação de estratégias de aprendizagens mescladas, com trabalho a distância e ação presencial para cooperação intelectual e construção de novas aprendizagens. Vejo como o tema da cidadania digital passará a ser central e estruturante nos projetos pedagógicos, pela relevância de se considerar a formação para a crítica e o discernimento no campo das ideias que circulam nos meios digitais, a necessidade de colocar as crianças e jovens produzindo virtualmente. Vejo ainda que temos de aprender algumas lições com a pandemia e colocar ao centro dos projetos a valorização da cultura científica e seu papel crucial na vida no planeta, bem como a importância de tornar estrutural em todas as etapas da escolaridade a questão da sustentabilidade socioambiental, ou seja, assumir como emergencial questões sobre como estamos cuidando do clima, de nosso planeta e todos os seus habitantes.”



ESCOLA VIVA




 






Camilla Schiavo, Diretora pedagógica da Escola Viva


“Neste momento de tantas incertezas, projetar como será a Educação daqui para frente é algo complexo e, talvez, a única certeza que tenhamos é que, definitivamente, a Educação não será mais a mesma após este período. A pandemia tem trazido inúmeros desafios para a Educação, junto a eles a necessidade de adaptações, reflexões, ressignificações, mas, ao mesmo tempo, tem permitido oportunidades de aprendizagens em diferentes sentidos. Não há dúvidas de que a Educação terá muito a ganhar quando tudo isso acabar, pois de um modo rápido, criativo e competente conseguiu, “da noite para o dia”, reinventar seu trabalho presencial, tão repleto de interações sociais, de relações próximas, “do olho no olho”, transformando-o em algo virtual, mediado por computadores, tablets e celulares. E deu conta disso, por todos os lugares há escolas funcionando na modalidade online. Dentre os principais legados que serão deixados após este período e, certamente, trarão impactos importantes destaco: a imersão na cultura digital, o uso de novas tecnologias, somadas à possibilidade dos professores ampliarem suas estratégias de ensino, criando aulas interessantes e atrativas, bem como, o planejamento de novas e diferentes possibilidades de interação, capazes de garantir o seu protagonismo e de seus alunos, adicionadas à construção de uma relação ainda mais próxima entre e educadores e famílias. Junto a eles, claro, virão novos desafios, especialmente quando pensamos em como nos reconectaremos com as pessoas depois de tanto tempo de isolamento, como organizaremos nossos espaços físicos no retorno às aulas, como cuidaremos das questões emocionais e dos sentimentos que uma situação tão preocupante como esta traz. Acredito muito que as mudanças serão para melhor e todo este período, por mais intenso e doloroso, colocará a Escola em outra condição em seus processos de ensino, de aprendizagem e, principalmente, no modo como as relações e interações acontecerão daqui pra frente.”



CAMINO SCHOOL












Letícia Lyle, diretora da Camino School


“A pandemia trouxe uma transformação profunda para os professores e estudantes - o espaço de interação da escola e da aprendizagem teve que sair das restrições físicas e ganhar o espaço virtual. Apesar de muita coisa ainda levar tempo para ser absorvida por todos, as discussões de educação partirão de um novo lugar, não mais a partir da educação afastada da tecnologia, mas a partir de um repertório comum constituído, pois já foi utilizado por todos. A chance de aprofundarmos a nossa discussão sobre aprendizagem desses novos patamares pode nos ajudar a incorporar novas soluções para problemas antigos da educação. Todos estão ouvindo falar de aprendizagem ativa, de competências socioemocionais, de ensino híbrido - termos não mais tão distantes assim e que passaram a fazer parte da nossa gramática. Essa nova dinâmica de interação entre professor - estudante - tecnologia é desafiadora, mas também uma oportunidade para o educador se reinventar, incorporar uma visão coletiva, sistêmica e complexa a todo o conhecimento já existente. Imagino que teremos uma educação composta de indivíduos que tiveram que construir novos repertórios, novas conexões, novas parcerias e as nossas narrativas de aprendizagem têm chance de serem expedições mais ricas e generativas. ”



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