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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Cuidado com a depressão pós câncer de próstata


 Apesar da cura, alguns homens podem sofrer com o mal se não buscarem ajuda para eventuais consequências da retirada da próstata, alerta especialista


No Brasil, sete em cada dez casos de câncer no homem é na próstata. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), anualmente são registrados 70 mil novos casos. Quando o diagnóstico é feito na fase inicial, a taxa de cura chega a 90%. Porém, mesmo com o sucesso no tratamento, é possível que apareçam algumas consequências da cirurgia, como a incontinência urinária - que segundo estudos é uma das condições mais degradantes para o homem, considerada o "câncer social".

Para o urologista Valter Muller, chefe do serviço de urologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, a condição pode causar até depressão. "O homem não consegue ter convívio social nem sexual. Acredita que está sempre cheirando urina, tem medo de sair de casa e passar por um sufoco. E essa situação pode sim causar uma depressão - porque ele acredita que aquilo não terá cura", explica o doutor.

O esfíncter - músculo em formato de anel que controla o ato de urinar - é muito próximo da próstata e pode ser comprometido durante a retirada da glândula, perdendo sua capacidade de reter urina. "Não existe uma pré-disposição para ser incontinente. O que nós percebemos no consultório é que quanto mais velho o paciente, mais chances de a musculatura do esfíncter ser afetada pela operação", explica o urologista.


Os tratamentos

Engana-se quem acredita que a condição não tem cura. Nos casos mais simples, é possível fazer fisioterapias com exercícios simples ou até com radiofrequência para ativar a musculatura do esfíncter. "Nos pacientes mais complexos, é possível substituir o esfíncter com uma operação, utilizando um esfíncter artificial ", explica o especialista.

A prótese fica totalmente contida no corpo e possui uma bombinha dentro do saco escrotal que permite ao homem liberar a urina quando tiver vontade. No restante do tempo, o esfíncter permanece fechado. A incontinência urinária grave atinge 10% dos pacientes com incontinência que, sem tratamento, precisam recorrer às fraldas. "As terapias devolvem o conforto e autoestima do homem", explica o urologista.

Família é “paciente oculto” e deve ser tratada junto com o doente, diz médico humanista


Em recente artigo publicado na revista mexicana “Archivos en Medicina Familiar”, o médico Vinícius Rodrigues da Silva conta como foi passar de paciente – depois do diagnóstico de um câncer na tireoide – a médico humanista. “Perceber a importância da equipe multiprofissional que tratou a mim e a minha família, que era um paciente oculto, me fez ingressar no projeto da Sobramfa – Educação Médica & Humanismo para me capacitar nesse tipo de atendimento que leva em consideração a história e as narrativas de cada doente. Ainda que possa existir uma doença igual a outra, não existe um paciente igual a outro. Cada um traz consigo recursos internos que o tornam um ser único”. Na opinião do jovem médico, tratar clinicamente pode até parecer uma tarefa desafiadora, mas é incomparável o resultado quando se trata o paciente com carinho, zelo e humanismo.

De acordo com Pablo González Blasco, fundador da Sobramfa que há 30 anos dedica esforços na formação médica humanista, a tecnologia substituiu parte da história clínica em medicina. “A genética permite predizer o risco de inúmeras doenças. Mas não está tão claro qual é o benefício real para o paciente. Ou seja, tudo está muito focado na doença, mas quem adoece é a pessoa. É preciso reforçar o objetivo principal do médico, que continua sendo o juramento hipocrático: curar, aliviar e/ou acompanhar o paciente. Mas não exatamente nessa ordem, como se confortar o paciente fosse um prêmio de consolação quando não se consegue a cura de sua doença. Confortar é algo que deve ser feito sempre, pela altíssima prevalência. O curar apresenta uma prevalência muito menor. Por isso, a educação médica deve contemplar essa proporção para produzir melhores médicos. Trata-se de um caso muito claro de que a ordem dos fatores altera o produto”. 

Blasco defende a tese de que o erro médico, por exemplo, é sobretudo uma insuficiência no campo humanístico. “O que protege o médico é a confiança do paciente, bem como da família do paciente.  Quando o profissional aparece como um técnico brilhante, mas se mostra incapaz de se aproximar do paciente e sintonizar com sua afetividade, o risco de enfrentar adversidades parece maior. Quando nos aprofundamos nas queixas do paciente – seja por imperícia, seja por falha técnica –, sempre encontramos insuficiência no terreno afetivo. Descobrimos, então, que todo aquele ‘erro médico’ começou porque ‘o médico nem me examinou’, ou porque ‘o médico não explicou nada para mim ou para minha família do que poderia acontecer’ e ‘nem prestou atenção no que estávamos falando’. O golpe que se acusa é sempre na alma, não na deficiência técnica; essa vem depois, para dar corpo ao processo”. 

O sofrimento humano e a morte são realidades no quotidiano do médico. Por que, então, se vê um despreparo crescente do profissional em lidar com essas situações?  Na opinião de Blasco, o gerenciamento da morte implica em se perguntar a todo o momento sobre o que é melhor para o paciente, antes de tomar as medidas “de praxe”, como internações desnecessárias, transferências para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tratamentos ineficazes quando se trata do processo de morrer. “É fundamental que o médico, em determinadas situações, converse franca e carinhosamente com a família, embora sem dividir responsabilidades, assumindo a conduta com caráter profissional. O gerenciamento da morte implica diretamente no cuidado simultâneo do paciente e da família. A família coloca questões que têm pouco caráter técnico, mas de vital importância. Quer saber, por exemplo, se o paciente está sofrendo e se pode ser feita alguma coisa a mais. E sempre requer explicações do que está acontecendo”.

Quando o quadro do paciente é grave e pouco ou nada se pode fazer para revertê-lo, vale dizer que ele sabe mais do que o médico imagina que sabe. É um sentido a mais que a condição de moribundo lhe confere. Por isso, espera do médico realismo, conforto e acompanhamento profissional. Para ele e para sua família. Portanto, há que se preparar médicos cada vez mais aptos a vivenciar esse tipo de situação inerente à sua profissão. “Vivemos tempos em que a morte é elemento quase ignorado. Mas, na prática, há duas coisas infalíveis na vida de um ser humano: sua limitação e sua morte certa. Numa sociedade que foge sistematicamente da dor, que cultua o prazer como meta suprema, não é de se estranhar que o enfrentamento da morte se dê em inferioridade de condições. Saber morrer é, antes de tudo, saber viver, pois a morte é o último passo no caminho da vida. Essas considerações são de capital importância, independentemente da profissão que se desempenha. No caso do médico, cuja matériaprima de atuação é o ser humano, trata-se de uma condição imprescindível de competência, conclui Blasco. 





Fontes:
Dr. Vinícius Rodrigues da Silva - médico que integra o Projeto de Capacitação em Medicina Humanista da SOBRAMFA.


Prof. Dr. Pablo González Blasco - Doutor em Medicina e diretor científico e fundador da SOBRAMFA - Educação Médica & Humanismo, www.sobramfa.com.br
  

43% dos homens não realiza exames cardiológicos


 Durante o Setembro Vermelho, mês de conscientização para a saúde do coração, Instituto Lado a Lado pela Vida divulga números de pesquisa realizada com 2405 brasileiros de todos os Estados do País


Percepções e hábitos de saúde desconectados são os maiores entraves para que os homens brasileiros incluam na sua lista de prioridades a prevenção das doenças cardiovasculares. Isso é o que apontou uma pesquisa realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL) em julho deste ano, quando foram entrevistados 2405 homens de todos os Estados do País.

Ainda que o público demonstre conhecimento sobre hábitos saudáveis, existe uma nítida dificuldade em fazer sua transposição para a rotina. Isso é significativo em relação à atividade física, já que apenas 35% deles declararam se exercitar pelo menos três vezes por semana, e à alimentação: quase 80% relatam se exceder em açúcar, gordura, sal ou industrializados. O desafio também é significativo quando o assunto é controle da obesidade, já que metade da amostra se considera acima ou muito acima do peso e parcela expressiva não visualiza os quilos a mais na balança como um problema sério.

Ao serem perguntados sobre a frequência com que costumam fazer exames cardiológicos, 43% deles disseram não realiza-los. “Eles têm a ilusão de que não há necessidade ir ao médico porque se sentem bem. Porém, as doenças do coração são silenciosas e não ter sintomas não é sinal de saúde”, afirma Dr. Marcelo Sampaio, cardiologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Reforçando as palavras do cardiologista, entre os motivos que os impedem de ir ao médico com maior regularidade, 32% dos pesquisados disseram que não havia razão para ir ao médico justamente porque se sentiam bem; 42% apontaram  o alto preço das consultas e 36% apontaram a falta de agenda disponível no SUS, entre outras razões.

“Ao contrário das mulheres, que tem a essência do cuidar dentro delas, a maioria dos homens ainda não internalizaram tal atitude. Dificilmente eles procuram os médicos para fazer prevenção e, quando isso ocorre, a doença já está em estágio avançado. É preciso que haja uma mudança cultural e de comportamento, principalmente porque as doenças cardíacas representam 31% dos óbitos no planeta, sendo a primeira causa de morte no Brasil e no mundo”, afirma Dr. Sampaio. Ele lembra que a conscientização e criação de um ambiente propício a um estilo de vida equilibrado são cruciais para reverter achados como esses, da pesquisa.


Campanha Siga seu Coração busca alertar a população durante o Setembro Vermelho

Em sua 5ª edição, a campanha Siga seu Coração realizada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida realiza uma extensa programação por todo o Brasil, durante o Setembro Vermelho – mês de conscientização para as doenças cardiovasculares. A campanha busca estimular a população a adotar de um estilo de vida mais saudável. “A cada ano, intensificamos as ações e ampliamos o alcance do movimento Siga Seu Coração no intuito de estimulr as pessoas a incluírem bons hábitos em suas rotinas”, conta Marlene Oliveira, presidente do LAL.

Segundo ela, este é o segredo para melhorar sua qualidade de vida e a longevidade. “Entretanto, muitas pessoas hesitam em reconhecer que possuem uma doença crônica e não tomam uma atitude para melhorar seu estilo de vida. É isso que queremos mudar”, finaliza a empreendedora social.





Instituto Lado a Lado pela Vida 


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