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terça-feira, 4 de novembro de 2025

Pesquisa revela que 67% dos brasileiros buscam informações em meios tradicionais de mídia

Dados foram apresentados durante o Encontro de Comunicação e Letras, realizado na Universidade Presbiteriana Mackenzie

 

A Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) promoveu a 20ª edição do Encontro de Comunicação e Letras, no campus Higienópolis, e trouxe para as discussões o tema Notícia em xeque: o que o brasileiro espera do jornalismo. O evento contou com uma mesa-redonda mediada pelo professor da UPM Vanderlei Dias e a participação dos sócios-diretores da Agência Virta, Lucila Lopes e Paulo Moura; da jornalista Alexa Salomão, da Folha de S. Paulo; e a líder da equipe de vendas do Instituto QualiBest, Graziel Sueiro. 

Durante a conferência, o Instituto QualiBest apresentou os resultados de uma pesquisa realizada em setembro de 2025, que buscou compreender as percepções do público sobre a credibilidade, o papel social e o futuro do jornalismo, além da influência das redes sociais e das novas tecnologias, como a inteligência artificial. 

O Instituto ouviu 837 brasileiros de todas as regiões do país, com idades entre 18 e 60 anos. Os dados revelam que 67% dos entrevistados afirmaram buscar informações em meios tradicionais, como televisão, rádio e jornais. Já entre os mais jovens, cresceu o consumo de conteúdo via redes sociais, podcasts e YouTube. O levantamento aponta ainda que 63% dos brasileiros consideram a credibilidade do jornalismo média, mas revelam também uma crescente preocupação com a imparcialidade das notícias e o impacto das fake news. 

Mediador do encontro, o professor Vanderlei Dias, da UPM, ressalta que a pesquisa trouxe preocupações em relação ao futuro do jornalismo, mas não exclusivamente aos profissionais da área: “A proposta da mesa em apresentar a pesquisa e, a partir dela, refletir sobre os caminhos possíveis para a profissão, chama a atenção por ter tido a participação de outros alunos, além daqueles do curso de jornalismo”, explicou o mediador, Vanderlei Dias. 

“Essa parceria conecta o acadêmico ao mundo real. Resumindo, a pesquisa traz uma reflexão sobre o que está acontecendo na cabeça do leitor de hoje”, pontuou Alexa, da Folha de S.Paulo, que completou: “Se as pessoas têm uma credibilidade média na imprensa, então não existe credibilidade”. 

Quatro em cada dez entrevistados acreditam que o maior desafio do jornalismo está justamente em informar com imparcialidade e combater a desinformação. De acordo com Lucila Lopes, a população deve se preparar para combater as notícias falsas geradas por ferramentas de inteligência artificial. “Não é apenas a função do jornalismo combater fake news, é função da sociedade eliminar e conviver com as vantagens e desvantagens de utilizar IA”, frisou. 

Outro destaque foi o papel dos influenciadores digitais. A maioria dos participantes reconhece que eles não substituem o jornalismo profissional, embora possam complementar a produção de informação. 

“O jornalismo tem de andar lado a lado com a tecnologia, seja por meio de Inteligência Artificial, seja por meio de influenciadores. Como todas as tecnologias, temos que vê-las como aliadas e não como substitutas. O melhor a se fazer é conviver e tirar proveito desses avanços”, destacou a executiva do Instituto QualiBest, Graziel Sueiro. 

O estudo também abordou o impacto da inteligência artificial na comunicação. Cerca de 44% dos entrevistados acreditam que a IA pode prejudicar a qualidade da informação, enquanto 26% acreditam que seja uma ferramenta capaz de melhorar a apuração e a produção de conteúdos. 

Além disso, o levantamento indica que o público vê com bons olhos a aproximação do jornalismo com a linguagem das redes sociais, desde que isso não comprometa a credibilidade. “As pessoas demonstram um claro cansaço de bolhas ideológicas. A partir da pesquisa, o que percebemos é um crescente interesse por notícias que estejam fora desses círculos, desse contexto”, afirmou Paulo Moura. 

O Mackenzie anunciou ainda uma parceria conjunta com a QualiBest e Virta, que permitirá aos alunos do curso de jornalismo realizarem visitas técnicas às empresas, conectando-os ainda mais com o mercado de trabalho.
 

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