Especialista fala sobre riscos, segurança e cuidados
Recentemente, o caso da jovem Letícia Paul, de 22 anos, que morreu após sofrer um choque anafilático durante uma tomografia com contraste em Rio do Sul (SC) trouxe à tona dúvidas e medos sobre o uso dessas substâncias. Enquanto eventos como esse são tragicamente raros, é importante separar o que é mito e o que é fato no uso de contraste em exames diagnósticos.
Verdades
- Reações adversas são raras
A maioria dos pacientes tolera bem os contrastes — iodados (utilizados em tomografia) ou gadolíneos (em ressonância). Reações graves, como choque anafilático, são extremamente incomuns.
- Histórico alérgico importa
O acompanhamento prévio deve incluir uma anamnese detalhada — questionamento sobre alergias, uso de medicamentos, doenças renais ou outras condições de saúde que possam aumentar o risco de reação.
- Uso controlado sob indicação
médica
O contraste somente é empregado quando necessário para realçar tecidos ou vasos e melhorar a visualização, auxiliando no diagnóstico de doenças que não seriam visíveis em imagens simples.
- Protocolo de segurança
Em hospitais bem estruturados, existe monitoramento antes, durante e após o exame. Profissionais treinados estão prontos para lidar com emergências, e há protocolos claros em caso de reação.
Mitos
- “Contraste sempre causa alergia”
Falso. A grande maioria dos pacientes não apresenta reações, e muitas vezes essas substâncias são bem toleradas.
- “Quem tem alergia leve não pode
fazer contraste”
Não necessariamente. Dependendo do tipo de alergia, pode-se usar protocolos de pré-medicação ou considerar alternativas. A decisão é individual e depende da avaliação médica.
- “Contraste causa dano renal irreversível”
Em pessoas saudáveis, o risco de nefropatia induzida por contraste é muito baixo. Porém, é importante alertar pacientes com insuficiência renal ou predisposição — nestes casos, a avaliação prévia é essencial.
O ponto de vista técnico
Segundo Marcela Padilha, enfermeira PhD
e Coordenadora de Desenvolvimento de Produtos e Suporte Clínico da ALKO do
Brasil, “o contraste é uma ferramenta fundamental para o diagnóstico por
imagem, mas como qualquer agente farmacológico, exige respeito técnico e preparo.
A anamnese rigorosa, o consentimento informado e a prontidão para manejo de
reações são pilares da segurança”.
Ela reforça que o exame com contraste
não deve ser temido, mas sim compreendido dentro de um contexto de risco
calculado. “Quando bem indicado e executado em ambiente qualificado, os
benefícios superam amplamente os riscos”, afirma Marcela.
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