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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Aumento de casos de intoxicação por interação medicamentosa acende alerta no Brasil

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Recente morte do músico Lô Borges colocou em destaque o debate sobre este risco; uso simultâneo de remédios pode provocar reações graves e até falência de órgãos, reforçando a importância da prescrição orientada

 

A intoxicação medicamentosa se consolidou como um grave desafio de saúde pública no Brasil, sendo os medicamentos a principal causa de envenenamento e intoxicação no país. A recente morte do ícone da Música Popular Brasileira Lô Borges, aos 73 anos, por falência múltipla de órgãos, trouxe o debate à tona com gravidade e urgência. 

A internação do artista, que tratava o quadro de intoxicação, é um alerta dramático sobre os perigos da interação medicamentosa, especialmente em pacientes que utilizam múltiplos fármacos, uma realidade comum entre a população idosa. O uso inadequado ou irracional de fármacos, a automedicação e a polifarmácia são fatores críticos que elevam o risco de eventos adversos, que podem variar de complicações leves a desfechos fatais. 

Erros de administração, embora minoritários, também contribuem para o cenário de risco, respondendo por 1,83% das notificações em um levantamento que contabilizou 596.086 casos de intoxicação por medicamentos entre 2012 e 2021¹. A complexidade do tratamento e a potencial letalidade desses eventos ressaltam a necessidade de um olhar sistêmico e especializado sobre a terapêutica do paciente. 

Para o Dr. Miguel de Lemos Neto, médico especialista em farmacologia e coordenador da pós-graduação em Medicina do Estilo de vida da Afya Educação Médica, o caso Lô Borges é um lembrete de que o uso simultâneo e sem orientação de diferentes medicamentos pode trazer consequências graves. 

“A automedicação é um hábito comum, mas perigoso. Mesmo medicamentos considerados inofensivos podem provocar reações adversas quando combinados entre si ou com outros tratamentos em andamento. Buscar orientação profissional é essencial para garantir a segurança e a eficácia da terapia”, explica o especialista. 

Algumas combinações são especialmente arriscadas e exigem atenção. O uso conjunto de anti-inflamatórios e anticoagulantes, por exemplo, pode aumentar o risco de sangramentos; a combinação de antibióticos com anticoncepcionais pode reduzir a eficácia destes; e o uso de ansiolíticos ou antidepressivos com bebidas alcoólicas pode causar sonolência intensa, confusão mental e até depressão respiratória. 

A correta orientação profissional é, portanto, um pilar fundamental para a segurança do paciente, prevenindo a escalada de um tratamento para um evento adverso grave e garantindo que o benefício do medicamento não seja anulado pelo risco da interação.



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Fonte: 1.DATASUS Link


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