Lançado neste mês de novembro pelo
Instituto Natura e a Avon, Índice de Conscientização sobre Violência contra as
Mulheres mostra ainda que quatro em cada dez brasileiras não reconhecem
espontaneamente como violência contra mulher as agressões vividas
Apesar dos esforços de governos, veículos de comunicação e instituições para conscientizar a população sobre a gravidade da violência contra a mulher, apenas 38% dos brasileiros acreditam que têm “alguma” informação sobre leis, tipos de violência doméstica (física, sexual, patrimonial, moral e psicológica) e canais de denúncia e apoio para ajudar uma mulher em situação de violência. O dado faz parte do Índice de Conscientização sobre Violência contra Mulheres, ferramenta inédita lançada pelo Instituto Natura e a Avon neste mês de novembro para apontar o nível de conscientização da população sobre o tema no Brasil, entre outros países da América Latina.
O Índice, desenvolvido a partir de levantamento realizado pelo Instituto Natura com o apoio da agência especializada Quiddity entre junho e agosto de 2025, mostra que quatro em cada dez brasileiros não se recordam de ter visto alguma campanha de conscientização sobre o tema nos últimos 12 meses - o que confirma que os esforços do governo e da sociedade civil em divulgar informações essenciais para proteger meninas e mulheres não está sendo efetivo. Além disso, quatro em cada dez mulheres não declararam espontaneamente que já sofreram violência contra mulher, mas depois identificaram que sofreram situações descritas pelos entrevistadores como tal.
“A conscientização é parte da solução do problema social que é a violência contra mulheres e meninas. É por isso que o Instituto Natura desenvolveu o Índice. Não se trata de uma pesquisa pontual, mas uma ferramenta perene, um instrumento de acompanhamento da conscientização sobre a violência contra as mulheres, que nos ajuda a compreender se estamos evoluindo enquanto sociedade na forma como percebemos, compreendemos e reagimos em relação à violência contra a mulher. E é ele que passará a nortear todas as nossas ações no tema e poderá ajudar a promover a transformação social no país pela qual trabalhamos”, afirma Maria Slemenson, superintendente do Instituto Natura Brasil.
Do
total de entrevistados no Brasil para a criação do Índice - 4.224 homens e
mulheres acima de 18 anos em todo o País -, somente 29% demonstraram
conscientização “alta” ou “muito alta” sobre violência contra mulheres,
enquanto 28% demonstraram conscientização “baixa” ou “muito baixa”. Os níveis
classificados como “alto” e “muito alto” correspondem a um conhecimento
satisfatório e capacidade de ação sobre os diferentes tipos de violência
doméstica, maneiras de ajudar uma mulher em situação de violência, leis a
respeito e serviços de apoio e proteção.
“Embora
tenhamos a impressão de que este seja um assunto em evidência na sociedade, a
maior parte de nossa população não conhece informações fundamentais a respeito
das leis e políticas públicas de proteção e apoio. Esse cenário contribui para
que a violência contra a mulher, em especial a doméstica, seja mantida na
esfera privada, e não tratada como um problema social mais amplo”, diz Beatriz
Accioly, antropóloga e líder de Políticas Públicas pelo Fim da Violência Contra
Meninas e Mulheres no Instituto Natura. “Enfrentar a violência contra a mulher
é uma responsabilidade do Estado, mas também de toda a sociedade”, afirma a
especialista.
Discurso
x Ação: 98% das mulheres dizem que tomariam uma atitude ao sofrer situação de
violência, mas somente 73% das que já sofreram de fato o fizeram
O Índice de Conscientização revela que há contradição entre o discurso, considerando cenários hipotéticos, e a tomada de atitude em casos reais de violência contra mulheres. Das brasileiras que participaram da pesquisa, 98% afirmaram que tomariam uma atitude, em especial o acionamento da polícia, se sofressem algum tipo de violência contra a mulher. No entanto, somente 73% das que apontaram que já sofreram violência doméstica de fato buscaram ajuda e a maioria o fez na esfera privada, sem acionamento da polícia ou formalização de denúncia ao agressor.
Ao
mesmo tempo, 96% dos homens e mulheres reconheceram que têm alguma
responsabilidade, enquanto sociedade, diante do problema, mas 60% afirmaram que
o que acontece entre um casal deve ser resolvido apenas pelo próprio casal e
15% disseram que não ajudariam a mulher porque “não acha que seja da sua
conta”.
Cenário
latino-americano
O
Índice de Conscientização sobre a Violência contra as Mulheres será lançado nos
6 países da América Latina em que o Instituto Natura atua - Argentina, Brasil,
Chile, Colômbia, Peru e México - e mostrou que a dificuldade em converter
intenção e preocupação em ações práticas e conscientização não é um desafio
local. Em todos os países considerados pela ferramenta, a maior parte dos
entrevistados consideram importante intensificar as leis e ações de
enfrentamento à violência contra a mulher, mas demonstram pouco conhecimento
sobre o tema.
Todos
os países têm mais de um terço dos participantes da pesquisa que se consideram
com pouca ou nenhuma informação para ajudar uma mulher em situação de
violência. Como uma das iniciativas para reforçar essa conscientização, o
Instituto Natura e a Avon lançaram a campanha “Chame Pelo Nome” em agosto deste ano e farão uma segunda tomada agora em
novembro no movimento dos “16 dias de ativismo”, período que marca a realização
de ações globais de articulação em prol do tema por pessoas, instituições e
organizações para prevenir, enfrentar e eliminar a violência contra mulheres e
meninas.
Sobre
o Índice de Conscientização sobre a Violência contra as Mulheres
O
Índice de Conscientização sobre a Violência contra as Mulheres é uma ferramenta
perene criada pelo Instituto Natura e a Avon para mensurar o nível de
conscientização das populações do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Peru e
México - países em que as instituições atuam - sobre a violência contra as
mulheres. Assim, pretende apoiar políticas públicas e ações de transformação
social. A intenção é que os dados do índice sejam atualizados anualmente.
Para
este lançamento, foram escutados somente no Brasil pelo Instituto Natura, com o
apoio da agência especializada Quiddity, 4.224 homens e mulheres acima de 18
anos. As entrevistas aconteceram de forma presencial e online entre junho e agosto
de 2025 e respeitaram os recortes de região e gênero recomendados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de recortes de
classe social, de acordo com renda familiar e escolaridade do entrevistado.
O
questionário da pesquisa foi aplicado a partir de metodologias quantitativas de
pesquisa social. Ele considera três dimensões complementares: conhecimento
(cognição; o que se sabe sobre o problema), atitudes (ação; como reagimos
diante dele) e valores (percepção; o que sentimos e acreditamos).
Avon
www.avon.com.br

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