Especialista orienta sobre limites, rotina e afeto
saudável na criação conjunta de cães e gatos 
Pexels
Ter um pet compartilhado pelo casal pode ser uma das experiências mais amorosas
da vida a dois, mas também pode trazer desafios quando o assunto é
comportamento, educação e favoritismos. Com a chegada de datas comemorativas,
como o Dia dos Namorados, a convivência entre tutores e animais de estimação
ganha ainda mais destaque, especialmente em lares onde cães ou gatos já fazem
parte da família.
Segundo
o professor Brener Amadeu, do curso de Medicina Veterinária da Una Catalão, os
animais são extremamente sensíveis à dinâmica emocional da casa e às diferenças
de conduta entre os tutores. “O pet não entende a hierarquia humana como nós,
mas reconhece quem alimenta, brinca, impõe limites e oferece segurança. A
partir disso, ele constrói vínculos e estabelece quem lidera em determinadas
situações”, explica.
Regras claras evitam confusão
Uma das principais armadilhas para casais que compartilham a guarda de um pet é a incoerência nas regras. Enquanto um tutor permite que o animal suba na cama, o outro pode proibir, por exemplo. “Essa inconsistência confunde o animal, que pode desenvolver ansiedade, testar limites e até assumir uma posição de controle. Em alguns casos, isso pode gerar desobediência ou comportamentos agressivos e possessivos”, alerta o professor.
Amadeu
orienta que o casal trate a criação do pet como um projeto em comum, com regras
alinhadas, divisão de tarefas e rotinas bem definidas. Isso inclui alimentação,
passeios, higiene, comandos e idas ao veterinário. “É importante agir com
coerência, mas também com empatia. O animal não deve ser usado como desculpa
para disputas ou desentendimentos entre o casal”, reforça.
Preferência por um dos tutores
Muitos tutores se perguntam por que o pet parece “preferir” um dos parceiros. Para o professor, isso geralmente tem relação com o tipo de interação. “O animal tende a se apegar mais a quem oferece estímulos positivos. Mas isso não significa rejeição ao outro tutor”, diz.
Entretanto,
quando o animal ignora, evita ou demonstra agressividade com um dos tutores, é
sinal de que há algo desajustado na convivência. “Nesses casos, é importante
observar a relação como um todo e, se necessário, procurar ajuda profissional”,
recomenda.
Comportamentos que sinalizam estresse ou conflito
Segundo o especialista, mudanças comportamentais podem indicar que o animal está sendo afetado por disputas internas no relacionamento. Entre os sinais estão: agressividade ou possessividade com um dos tutores, marcação de território dentro de casa, ansiedade, vocalizações constantes, mudanças de apetite e comportamentos compulsivos, como lamber as patas ou destruir objetos.
“Nesse
cenário, o ideal é que ambos os tutores participem do manejo comportamental,
mantendo uma postura firme, calma e evitando reforçar atitudes indesejadas.
Sessões de adestramento conjunto e uso de reforço positivo são estratégias
eficazes para restabelecer o equilíbrio”, afirma.
Rotina, disciplina e afeto na medida certa
Equilibrar amor e disciplina é fundamental. “Ter uma rotina estruturada, com horários para alimentação, descanso e brincadeiras, é essencial para a saúde física e emocional do animal. Isso oferece segurança e evita a confusão de papéis que a humanização excessiva pode causar”, pontua.
O
professor destaca que tratar o pet como um bebê pode parecer fofo, mas
prejudica o desenvolvimento emocional do animal, gerando ansiedade,
dependência, dificuldade de socialização e até distúrbios comportamentais. “A
melhor forma de amar um animal é respeitar sua natureza”, finaliza.
Una
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