Com temperaturas mais amenas e o ar mais seco, a estação pede uma nova rotina para a pele, mesmo com mudanças climáticas sutis. Isso porque elas impactam no equilíbrio da barreira natural da pele, causando o ressecamento, a sensibilidade e até quadros de dermatite.
“As
oscilações típicas do outono, aliadas à queda da umidade relativa do ar,
enfraquecem a proteção natural da pele e aumentam a perda de água transepidérmica”,
explica a Dra Vanessa Noronha. O resultado é uma pele mais opaca, áspera ao
toque e, em muitos casos, com sensação de repuxamento. “A boa notícia é que,
com pequenas mudanças na rotina de autocuidado, é possível reverter esse
quadro. E o ponto de partida é simples: hidratar”, aponta.
Mais
do que aplicar um creme qualquer, é importante escolher fórmulas que realmente
ajudem a reter a umidade e restaurar a camada de proteção da pele. Ativos como
ácido hialurônico, ceramidas, pantenol, manteiga de cacau e óleo de amêndoas
são grandes aliados.
"No outono, a
hidratação deve ser feita em camadas: primeiro com ativos umectantes, como o
ácido hialurônico, que atraem água, e depois com emolientes, como as ceramidas,
que selam a hidratação. Essa dupla ação recupera a barreira cutânea e previne o
ressecamento”, explica Noronha, que além tem mais de 15 anos de experiência em
estética e é fundadora da Casa Biot, um espaço de cuidado global para a
saúde.
Além
dos cosméticos, a hidratação interna também precisa ser mantida. Com a
diminuição da transpiração, é comum que a ingestão de água caia sem que a
pessoa perceba — mas a pele sente. O consumo adequado de líquidos segue sendo
indispensável para preservar a elasticidade e o viço natural. E os cuidados sazonais
também passam pela alimentação: incluir peixes, sementes e castanhas no
cardápio garante uma boa dose de ômega-3, essencial para reforçar a função de
barreira. Frutas e vegetais alaranjados, como cenoura, abóbora e laranja,
trazem betacaroteno e antioxidantes que estimulam a renovação celular e
combatem os radicais livres.
"A pele é um reflexo
da nossa nutrição. Ômega-3 e betacaroteno fortalecem a barreira cutânea e
reduzem inflamações, enquanto a água mantém o turgor e a hidratação celular.
Cuidar de dentro para fora potencializa os resultados dos cosméticos",
pontua Dra Vanessa.
Com
a queda na oleosidade, o outono é uma boa oportunidade para renovar a pele com
esfoliações suaves. Ingredientes naturais como açúcar, argila e aveia ajudam a
remover as células mortas sem agredir a superfície, melhorando a absorção dos
hidratantes e devolvendo o brilho natural. É também um ótimo momento para
incluir máscaras faciais na rotina semanal. Ingredientes como mel, argila e
aveia têm ações complementares: enquanto o mel hidrata e tem efeito
antibacteriano, a argila ajuda a equilibrar e a aveia atua como calmante
natural. A combinação dessas substâncias funciona como um verdadeiro spa
caseiro.
"A esfoliação age na
remoção de células mortas e deve ser um processo suave, sem comprometer a
barreira cutânea, facilitando a penetração de ativos hidratantes. Para isso,
prefira fórmulas com grãos arredondados ou esfoliantes enzimáticos,
especialmente para peles sensíveis. E limite a periodicidade para até duas
vezes por semana", alerta Noronha.
As
regiões mais expostas, como rosto e mãos, sofrem diretamente com o vento frio e
a baixa umidade. Nesses casos, cremes mais densos ou balms são indispensáveis
para manter a hidratação ao longo do dia. Outro cuidado importante é evitar
banhos muito quentes, que removem a oleosidade natural da pele e agravam o
ressecamento. A recomendação é optar por água morna e aplicar o hidratante logo
após o banho, com a pele ainda levemente úmida, para potencializar a absorção
dos ativos.
"É preciso tomar
cuidado com a água quente pois ela remove o manto hidrolipídico, nossa barreira
natural de proteção, deixando a pele vulnerável ao ressecamento e irritação.
Isso agrava condições como dermatite e sensibilidade. O ideal é usar água morna
e aproveitar a porosidade da pele ainda úmida para aplicar hidratantes ricos em
ceramidas e óleos vegetais, que reconstroem essa proteção", explica Dra.
Vanessa.
A
pele madura, naturalmente mais seca e com menor capacidade de retenção de água,
tende a sofrer ainda mais com as variações do outono. As rugas ficam mais
evidentes, a elasticidade diminui e a necessidade de cuidados específicos se
intensifica. Nesses casos, além da hidratação intensa, é recomendada a inclusão
de ativos estimuladores de colágeno, como a vitamina C, E e os peptídeos, na
rotina diária, preferencialmente nanotecnologia. E mesmo nos dias nublados, o uso
do protetor solar continua sendo indispensável. A radiação UV permanece
presente e é uma das principais responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo
surgimento de manchas.
"Na pele madura, a
prioridade é repor lipídios e estimular colágeno. Invista em hidratantes com
ácido hialurônico, ceramidas e óleos nutritivos, além de ativos como vitamina C
e peptídeos para firmeza. E nunca pule o FPS, mesmo no outono, porque a
radiação UV acelera o fotoenvelhecimento e a perda de densidade", orienta
Noronha.
O
outono também é um convite para investir em tratamentos estéticos, por conta da
menor incidência solar. Por isso, Dra Vanessa Noronha orienta procedimentos
como peeling, microagulhamento e lasers com drug delivery isto é, entrega de
ativos com aproveitamento da permeação feita pela injúria na pele,
radiofrequência e ultrassom microfocado ganham espaço, por oferecerem bons
resultados com menor risco de complicações. O clima mais ameno contribui para
reduzir inflamações e otimizar os resultados, favorecendo a recuperação da pele
e a eficácia dos procedimentos injetáveis como bioestimuladores de colágeno e
skinbooster.
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