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sábado, 5 de setembro de 2020

Veterinária: as dores e as delícias da profissão

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Setembro é o mês dos veterinários e a Nutrire preparou uma matéria especial sobre a profissão, revelando desafios e oportunidades para essa carreira tão especial. 


Ser veterinário é muito mais do que amar os animais, requer responsabilidade e agilidade nas decisões, paciência e resiliência, além de muito estudo e dedicação para se destacar diante da concorrência cada vez mais acirrada no país. 

 

O Brasil é um dos países com o maior número de veterinários no mundo, sendo que as mulheres representam mais da metade de profissionais registrados. São Paulo lidera a lista de profissionais em exercício com 33,6 mil médicos. Minas Gerais e Rio Grande do Sul também estão no topo com, respectivamente, 13,8 mil e 11 mil. 

 

A carreira é promissora, visto que já são mais de 132,4 milhões de pets no Brasil, sendo a segunda maior população de aves, cães e gatos do mundo. No entanto, conforme explica Luana Sartori, médica veterinária da Nutrire - indústria de alimentos de alta performance para cães e gatos, os desafios que acompanham a carreira também crescem a todo momento.

 

“Há um mito em torno da profissão, uma ideologia de que basta o diploma para conseguir oportunidades, o que não é verdade. Hoje em dia, e a cada dia mais, o veterinário precisa ter uma visão empreendedora em qualquer área que atue, compreender que a realidade é muito diferente dos sonhos que se tem antes da faculdade, além de muita paciência para lidar com situações onde nós ficamos de mãos atadas, como é o caso de profissionais que atuam em clínicas e atendimentos emergenciais”, explica Dra. Luana.

 

Para adquirir experiência, a especialista indica que o estudante faça o máximo de estágios que puder. “Isso é fundamental para que ele se forme com alguma noção do que vai enfrentar, independente do setor que escolher trabalhar. Profissionais sem experiência são muito facilmente devorados pelo mercado”, alerta. 


 

Cuidar da mente

 

Outro ponto fundamental para esses profissionais é investir no cuidado com o psicológico, visto que o suicídio entre veterinários é três vezes mais do que em qualquer outra profissão. Luana alerta para um estudo da American Veterinary Medical Association (JAVMA), que revelou os dados. A revista científica Journal of the, que publicou o resultado de 30 anos de pesquisa, destaca que a ansiedade e a depressão são frequentes na vida dos médicos veterinários. A especialista acredita que isso se deva às horas de trabalho em excesso e toda responsabilidade que a profissão exige. “Lidamos mais com notícias ruins do que boas e isso torna as jornadas mais complexas, onde os procedimentos de eutanásia, por exemplo, exigem muito preparo e equilíbrio emocional. Estamos lidando com vidas que nem sempre conseguimos salvar e essa frustração é muito difícil de superar”, lamenta. 


 

O mercado de trabalho

 

O veterinário pode atuar em diversas áreas, passando por clínicas de pequenos e grandes animais até na pesquisa e produção de vacinas e medicamentos. “O mercado oferece uma ampla gama de setores onde o profissional pode exercer a medicina veterinária. É possível trabalhar na inspeção de produtos, em laboratórios de controle microbiológico de alimentos, em centros de zoonoses, em indústrias como gestor técnico, em órgãos fiscalizadores, em zoológicos, além de atuar como consultores, peritos criminais, pesquisadores genéticos e por aí vai”, diz. 

 


Dicas

 

Para ter sucesso nessa profissão, além do amor incondicional aos animais, é preciso saber escolher a área certa. “O primeiro passo é estudar todas as possibilidades para avaliar qual vai satisfazer mais o profissional. Ir além do atendimento nas clínicas tem sido um fator comum hoje em dia, visto que muitos estudantes desejam trabalhar com grandes animais e focados na produção e reprodução dos mesmos. Há também aqueles que preferem os silvestres e vemos muitos jovens que desejam atuar na saúde pública para transformar a realidade em algo mais bonito para os animais em situação de abandono”, conta. 

 

Seja qual for o caminho escolhido, Luana indica estudo e muito trabalho. “É obrigatório estar sempre aprendendo, ler artigos científicos, buscar orientação com os mais experientes e se qualificar o tempo todo. Além disso, somente a experiência prática forma o veterinário realmente. É preciso colocar a mão na massa, enfrentar a rotina pesada da profissão”, completa.

 

Entre os prós e contras e todos os desafios ao longo do percurso, ser veterinário ainda é uma vocação. “Embora seja importante derrubar mitos e ideologias sobre o tema, um profissional que não sonha também não vai muito longe. A magia da carreira está em se apaixonar todos os dias pelo que se faz. Esse sim é o profissional de verdade”, finaliza Dra. Luana.

 

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