Pesquisar no Blog

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

No varejo de moda, a pandemia acelerou mudanças no atendimento ao cliente

Vendas digitais, relacionamento com clientes por meio de aplicativo de conversas e digitalização do ambiente são tendências acentuadas no varejo de moda com a pandemia.  Empresas que não conseguiram se adequar podem não sobreviver a este momento, mas crescem as oportunidades para novos negócios com boa integração entre ambiente físico e digital

 

Com a pandemia do novo coronavírus, muitas empresas do varejo de moda tiveram que se reinventar. Alternativas como a venda por aplicativos de conversas foi uma das saídas encontradas para acolher os novos consumidores digitais, menos acostumados com os ambientes tradicionais do e-commerce.

“Todo movimento de mudança deixa marcas profundas e mudanças de hábitos.  Ainda não sabemos exatamente quais ficarão e com qual intensidade, mas certamente mais consumidores se sentirão seguros de comprar online”, ressalta a professora e coordenadora do curso de pós-graduação em Negócios e Varejo de Moda da Faculdade Armando Alvares Penteado (FAAP), Marília Carvalhinha.

Segundo ela, o cenário incerto acelerou mudanças que já estavam em curso, como a humanização do relacionamento online e a digitalização do ambiente físico de vendas. “Já havia uma forte tendência de a relação com o cliente transitar além dos ambientes das lojas físicas e online, permeando também aplicativos de mensagem, principalmente em empresas menores”, explica a professora.

Mas, com a pandemia, ela lembra que mesmo as grandes varejistas começaram a buscar maneiras de abraçar esta tendência, apesar de ser algo mais complexo para controlar, uma vez que os altos volumes e os perfis dos clientes serem muito diversos.

“Por incrível que pareça, no aspecto do atendimento online humanizado, muitas empresas pequenas estão à frente das maiores, pois para elas não era problema ter um sistema de atendimento por WhatsApp, por exemplo.  Essa é uma questão que ainda está para ser delineada nas grandes companhias”, observa.

Outra tendência acelerada pela pandemia diz respeito à digitalização do ambiente físico das lojas, como meio de reduzir a necessidade de contato físico, a partir do uso de totens, displays e diversos outros aparatos tecnológicos. Essas interfaces também ampliam o potencial de utilização do espaço.  “A loja física vai se tornar cada vez mais um lugar de experiência, de apresentação de produtos junto aos conceitos”, diz.

Com o cenário de pandemia, conseguiram se adaptar melhor as marcas que já nasceram omnichannel, ou seja, desde o nascimento desenvolveram tecnologias e processos para atender ao cliente de uma maneira fluida entre o ambiente físico e o digital. Além disso, lembra a professora, existem empresas que já vinham investindo no digital, desenvolvendo jornadas de compra confortáveis para os clientes e transmitindo mais segurança. 


Pós-pandemia

Para a professora da FAAP, é possível que haja concentração de mercado no pós-pandemia, por conta da morte de empresas que não conseguiram sobreviver ao período do vale da crise por questões como dificuldade de adaptação de processos, tecnologias, maneiras de desenvolver produtos, quebra de caixa, entre outros fatores. 

“Quando acontecem grandes crises e cenários instáveis é difícil para muitos superar. Para outros, pode ser uma oportunidade de crescimento.  Então, o mercado concentra-se em menos empresas que, quando a economia retoma, têm grande oportunidade para se desenvolver, pois enfrentam menos concorrência”, diz.

A relação entre marcas e consumidores também será ainda diferente. “O consumo vai se tornar mais consciente para mais pessoas. A questão do conforto, do bem-estar e do autocuidado estão muito fortes.  A saúde física, mental e emocional também.  Por conta disso, creio que o consumidor tende a dar mais valor para produtos e serviços que tragam este acolhimento”, finaliza.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados