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terça-feira, 8 de setembro de 2020

Home office: é preciso desconstruir o pensamento dos gestores sobre o comando de controle, afirma diretora da Mazars

 Segundo Milena Bizzarri, diretora de Recursos Humanos, Marketing e Comunicação da empresa, esse é o primeiro passo para readequar os modelos de avaliações de desempenho online


Em função da pandemia do coronavírus, a forma de trabalhar mudou para muitos profissionais. A pesquisa "Os impactos da Covid-19 no mundo dos negócios", realizada pela Mazars, auditoria e consultoria empresarial, revela que, no Brasil, 86,07% das companhias mobilizaram suas equipes ou parte delas para o home office. Outro ponto relevante foi em relação à percepção dos dirigentes sobre a capacitação dos gestores de suas organizações para esse modelo de trabalho: 68,35% sentem que os gestores precisam aperfeiçoar o acompanhamento das tarefas remotamente. Diante desse cenário, uma dúvida que impacta muitas companhias é: como fazer a avaliação de desempenho de forma online?

"Antes de tudo, é importante desconstruir na cabeça dos gestores que eles precisam supervisionar o tempo todo se os colaboradores estão trabalhando. O que de fato é relevante, neste momento, é estabelecer as metas e os objetivos diários, deixar muito claro o que a equipe precisa cumprir", afirma Milena Bizzarri, diretora de Recursos Humanos, Marketing e Comunicação da Mazars.

A executiva ainda acrescenta que fiscalizar o horário de início e término das atividades dos colaboradores também não é importante. "Devido ao novo normal, com esse modelo de trabalho remoto, pode ser que outros compromissos apareçam. Seja no preparo do almoço ou numa ida ao supermercado ou farmácia, muitos colaboradores são pais e precisam dar um suporte aos filhos, ou seja, todos estamos vivendo a mesma situação. Assim, desde que as metas diárias sejam cumpridas, não importa se estão trabalhando das 8h às 18h".

O segundo aspecto importante para a área de Recursos Humanos, de acordo com Milena, é a remodelagem das avaliações de desempenho. "À distância, não tem como observar o comportamento dos colaboradores - se a pessoa é prestativa, se está se comunicando com os demais colegas da equipe -, portanto, o RH precisa se adequar à nova realidade, entender qual é o modelo que mais se encaixa agora. Também é preciso levar em consideração que não existe um padrão. Cada segmento de atuação precisa avaliar qual será o melhor modelo. No varejo vai ser de uma forma, para a indústria será outra".

Em relação ao feedback, antes realizado por reuniões presenciais e agora transmitido virtualmente, a executiva esclarece que tanto os gestores como os colaboradores precisam ter a habilidade de comunicação bem afiada. "Agora é só voz e rosto através do computador. Antes, quando todos estavam juntos na sala, existia a linguagem corporal, uma atmosfera que envolvia um café, um quebra gelo. Com as mudanças, as conversas são mais diretas. Por isso, exige que o líder seja assertivo, e o colaborador, na outra ponta, deve saber se expressar".

Quando o assunto é habilidade, mesmo que algumas empresas tenham voltado para o escritório ou tenham deixado essa etapa para o pós-pandemia, a nova realidade potencializa ainda mais a necessidade de saber se comunicar. "Essa é uma competência muito importante, pois é a mais difícil de encontrar. Outras competências essenciais são a adaptabilidade, os profissionais precisam se adaptar, pois os ambientes de trabalho podem mudar, também é crucial ter o espírito de colaboração e capacidade de automotivação", afirma Milena.

A pandemia também acelerou o processo digital das empresas. "Todo o investimento que estava programado para ser realizado em um ou dois anos foi feito em uma ou duas semanas. Portanto, mais do que nunca, os profissionais precisam ter conhecimento em tecnologias. Conhecer as ferramentas disponíveis no mercado, saber como elas funcionam, quais os recursos são importantes para a sua rotina de trabalho. Hoje há muitos aplicativos que podem ajudar. No novo normal, as pessoas vão se interligando através das ferramentas de reuniões. São muitos aplicativos que estão colaborando para ter uma rede dentro das corporações de comunicação e produtividade", finaliza Milena Bizzarri.


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