A covid-19 é uma doença grave que tem se alastrado e contaminado pessoas pelo mundo todo, incluindo o Brasil. Com isso, diversas populações necessitam de um cuidado maior, como é o caso dos indígenas brasileiros, que exigem diversos esforços, controle, análises e monitoramento da disseminação do vírus.
Para contribuir com esses
estudos, evidenciamos projetos que buscam realizar o monitoramento da covid-19
nessa população, utilizando as Geotecnologias.
As Geotecnologias compreendem
um conjunto de tecnologias que permitem realizar a coleta, o processamento, a
análise e disponibilização de informações com referência geográfica. Dessa
forma, são capazes de dar subsídio ao monitoramento, análise, desenvolvimento
de modelos e estabelecimento de suscetibilidades de questões como por exemplo,
o avanço do coronavírus em terras indígenas no Brasil, demonstrando
geograficamente o panorama dessa doença, em uma população muito vulnerável,
como os indígenas; permitindo também estabelecer tribos indígenas em
determinadas localidades que são mais vulneráveis, aquelas que possuem maior
incidência da doença, maior taxa de cura e de óbitos; proporcionando a
instituição de medidas de contenção a doença, como resultado das análises
proporcionadas pelas geotecnologias.
Nesse sentido, convém
destacar o projeto disponibilizado por uma empresa de tecnologia em Sistemas de
Informações Geográficas, titulado como “Painel COVID-19 – Povos Indígenas”,
atualizado diariamente com dados do Boletim Epidemiológico da SESAI (Secretaria
Especial de Saúde Indígena) e do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena),
que disponibiliza informações, mapas, dados consolidados e análises geográficas
a respeito do avanço da pandemia em populações indígenas brasileiras.
Essa iniciativa nos permite
verificar que até o momento, na população indígena brasileira que totaliza 762
mil pessoas, temos uma taxa de letalidade de 2% com 23.717 casos confirmados.
Esse painel permite também identificar que algumas regiões apresentam uma
situação mais crítica, como por exemplo, o Centro-Oeste que possui uma maior
taxa de letalidade, com 3%, 119 óbitos do total de 392 em todo o Brasil.
Convém destacar o site da
SESAI, que também apresenta de forma online o boletim epidemiológico,
espacializado de acordo com os 34 Distritos Sanitários Especiais (DSEI). As
geotecnologias têm sido empregadas também pela FUNAI principalmente para o
planejamento e logística de acesso as comunidades indígenas.
Sabemos que a questão
indígena é algo muito sério, e que carece de muito investimento e projetos,
porém essas iniciativas são vistas como positivas ao proporcionar esse nível de
detalhamento e análises dos dados disponibilizados à população como um todo, e
também às partes interessadas como o poder público, o privado e também o
terceiro setor.
Franciele Marilies
Estevam - especialista em Gestão de Projetos. Atua na área de Geociências, é
professora nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Geografia e Ciências
Biológicas do Centro Universitário Internacional Uninter.
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