Não subscrevo manifestações de
hostilidade ao Brasil, tão comuns entre radicais e revolucionários a cada 7 de
Setembro. O que me move a este texto é um apelo aos bons brasileiros, aos que
amam a pátria que aniversaria e que se sentem responsáveis por ela. Escrevo
para muitos, portanto. Aproveitemos este dia para refletir sobre o que os maus
compatriotas estão fazendo com nossa gente. Sob nossos olhos, à base de
manobras "jurídicas", estão restabelecendo a impunidade e a casa de
tolerância. Há quem se empenhe nisso. Há quem busque fundamentos
constitucionais para assegurar nosso convívio com o gangsterismo político; há
quem aceite como algo natural que a população dos morros seja confiada ao
"zelo" e aos "bons modos" do crime organizado; há quem
conviva muito bem com o banditismo deslavado e sorridente de uma elite
rastaquera, que conta dinheiro e votos como se fossem a mesma coisa. Graças a
esse ambiente político, judiciário e legislativo são capazes de embolsar
comissão até nas compras para combate à covid-19.
Não lhes basta a própria corrupção.
Dedicam-se, há bom tempo, à tarefa de corromper o próprio povo, porque são
milhões e milhões que já não se repugnam, que já não reclamam, que já sequer
silenciam. Mas aplaudem e se proclamam devotos.
Não, não é apenas no plano da política
que a nação vai sendo abusada e corrompida. Também nos costumes, também no
desprezo à ética, à verdade e aos valores perenes. Também nas novelas, na
cultura, nas artes, nas baladas. Nas aspirações individuais e nas perspectivas
de vida. Incitaram o conflito racial numa nação mestiça desde os primórdios. À
medida que Deus vai sendo expulso, à base de interditos judiciais e galhofas
sociais, instala-se, no Brasil, a soberania do outro. E chamam fascista quem a
tanto rejeita.
Brasileiros! Recebemos de Deus e da
História um país esplêndido! Herdamos um idioma belíssimo que aprendemos de
nossos pais e no qual escreveram gênios como Bilac, Machado, Drummond,
Graciliano; fomos ungidos, desde os primórdios, na fé que animou São José de
Anchieta; nossas raízes remontam às mais nobres tradições da cultura e da
civilização ocidental. E nos mesclamos num cadinho de convivência onde se
conjugam, nos versos de Cassiano Ricardo, os filhos do sol, os filhos do luar,
os filhos da noite e os imigrantes de todas as pátrias.
Somos a nação de Pedro I, de Pedro II,
de Bonifácio, de D. Leopoldina, de Isabel. E de Caxias, Maria Quitéria,
Tamandaré, Osório, Rio Branco, Rondon, Mauá e tantos, (tantos!) grandes
conterrâneos. Neles podemos e devemos buscar proveitosas lições para iluminar
nosso compromisso como brasileiros neste 7 de setembro. Por força do vírus, ele
é diferente dos demais no plano dos homens, mas não menos credenciado ao amor
de seus filhos, sob as bênçãos de Deus. Que Ele nos conduza à rejeição do mal e
a um firme compromisso com o bem, a justiça, a verdade e a beleza.
Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras e
Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site
Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites
no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Integrante do
grupo Pensar+.
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