Imagem do protótipo |
Depois de ter sido
aprovado em vários testes, expectativa é de que o equipamento seja homologado
pela Anvisa já nos próximos dias; ventilador pulmonar vai atender primeiramente
hospitais e órgãos públicos com preços subsidiados
Determinados em preservar vidas e evitar um
possível colapso no sistema de saúde do país, provocado pela falta de
respiradores nos hospitais, os sócios da Tacom, sediada em Belo Horizonte,
utilizaram a expertise tecnológica da empresa para desenvolver, por meio do
projeto social Inspirar, um ventilador pulmonar inteligente, voltado
especificamente para a recuperação de pacientes infectados pelo novo
coronavírus. Depois de ter sido aprovado em vários testes, o equipamento
aguarda a homologação da Anvisa para ser produzido em larga escala.
Com a homologação, a empresa pretende fabricar, em
90 dias, 10 mil equipamentos. “Estabelecemos uma política de custos bancados
pelas empresas parceiras para que o primeiro lote da Fiemg chegue sem ônus para
os hospitais e a preço de custo para o Estado. Nossa política também prevê que
antes de atender qualquer pedido de empresas revendedoras, vamos atender
primeiramente hospitais e órgãos públicos com preços subsidiados”, afirma o
diretor comercial da empresa, Marco Antônio Tonussi. Os primeiros
equipamentos serão enviados para a cidade de Itajubá, no Sul de Minas, em
uma fábrica erguida especialmente para finalização da montagem. “Estamos fazendo
os testes em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Em paralelo a isso, nossa
fábrica em Itajubá já está pronta para atender a demanda, onde temos um
parceiro que monta equipamentos eletrônicos que vai nos ajudar”, completa.
O diretor conta que mobilizou engenheiros,
programadores e desenvolvedores na criação do aparelho que, em apenas vinte
dias, saiu do papel e se tornou realidade. “Foi um projeto muito diferente do
normal. Eu estava inquieto em casa querendo participar efetivamente do combate
à doença e pensando como poderíamos aproveitar a tecnologia que desenvolvemos
na empresa para isso. A questão da falta de respiradores é grave e fui estudar
ventilação mecânica para entender o que poderíamos fazer. O esforço deu origem
a um equipamento de base tecnológica avançada e baixo custo, que superou todas
as minhas expectativas”, explica.
Entre os apoiadores do projeto estão a Fiemg e a
Rede Mater Dei de Saúde, que cedeu profissionais para o desenvolvimento do
equipamento e a estrutura para os testes do novo respirador. “Prontamente
disponibilizamos médicos, engenheiros clínicos, técnicos de engenharia clínica
e fisioterapeutas respiratórios para o projeto. O que nos foi solicitado foi
expertise prática para que esse equipamento fosse efetivo no tratamento do
Covid-19. É um apoio intenso e quase contínuo. Nos vimos na obrigação de
apoiar. É difícil mensurar em valores. Em outro cenário seria tudo muito mais
caro e demorado”, pontua o presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador.
Com uma interface simples e custo aproximado
de R$ 15.000,00, os ventiladores são significativamente mais baratos que os
respiradores importados existentes no mercado, cujo preço médio é US$ 30 mil. E
outras vantagens colocam o ventilador à frente dos respiradores comuns. O
equipamento evita o vazamento de ar contaminado, expirado pelos respiradores
convencionais. Além disso, o uso do aparelho possibilita que profissionais da
saúde especialistas em ventilação mecânica possam se dedicar a casos mais
graves, já que os ventiladores pulmonares são controlados remotamente, bastando
apenas um profissional para controle de até 50 equipamentos simultaneamente.
Os primeiros 1.300 equipamentos já foram
encomendados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg),
que fará a distribuição para hospitais e prefeituras selecionadas. O governo do
Estado também já sinalizou a compra de outros 1.500 respiradores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário