O planejamento estratégico é um pensamento
sistêmico que ajuda na hora de definir e alcançar objetivos. Na
área da saúde, ele ajuda a identificar problemas e mensurar indicadores. Além
disso, orienta em relação à tomada de decisões, impedindo que os gestores tomem
resoluções equivocadas e acabem investindo em ações que não darão retorno no
futuro.
A área da saúde é muito complexa. Em virtude do
momento atual com a COVID-19, mais do que nunca, é preciso que as
operadoras de planos de saúde invistam em um planejamento estratégico, otimizando
o orçamento, garantindo medidas eficientes e ajudando a lidar com os desafios
da gestão em saúde suplementar.
Como exemplo de metodologia de planejamento
estratégico aplicado à área da saúde, podemos destacar a 5W2H.
Ela é uma ferramenta administrativa usada para definir ações necessárias para
alcançar determinado objetivo.
Seu nome vem do inglês e é uma espécie de
checklist. Significa uma série de perguntas que ajudam a mapear a elaboração de
estratégias: o que, por que, onde, quando, por quem, como e quanto custará (what, why,
where, when, who, how and how much).
Na área da saúde, a 5W2H atua, por exemplo, na hora
de criar um plano de ação para implementar estratégias que visam aumentar o
engajamento dos pacientes, melhorar a adesão a medidas preventivas etc.
Hoje, vamos ensinar tudo o que você precisa saber
sobre planejamento estratégico na saúde. Confira!
Identifique problemas e objetivos
O primeiro passo do planejamento estratégico na
saúde é identificar as carências. Para isso, avalie como e onde
os recursos (financeiros, materiais, equipamentos e pessoas) são distribuídos e
se são suficientes.
Alguns indicadores mensuráveis para as operadoras
de planos de saúde, que podem apontar falhas de processos, são:
- o número de novos contratos
fechados em determinado período;
- a taxa de sinistralidade ou
glosas médicas;
- o tempo médio entre o
acionamento do plano e o atendimento médico;
- a taxa de adesão às soluções
e melhorias propostas;
- o lucro da operadora.
Também é importante atentar-se aos processos
internos da entidade. Pergunte-se, por exemplo: os processos são eficientes? A
gestão de contas médicas é transparente? Se não, quais fatores estão
contribuindo para isso?
Por fim, é fundamental perceber se
a operadora está alinhada com sua missão. Entender o
posicionamento da entidade junto ao mercado e aos beneficiários — e como ela
reage em relação a fatores externos, ajuda a minimizar ameaças e posicioná-la
de forma a alcançar os objetivos.
Mensure indicadores no planejamento estratégico na
saúde
É muito importante nortear o planejamento
estratégico na saúde por meio de valores mensuráveis e quantitativos. Isso
impede a operadora de adotar ações genéricas e acabar investindo tempo e
dinheiro em soluções abstratas, que não têm impacto real nos problemas
levantados.
Por exemplo, vamos supor que o problema
identificado seja o índice elevado de sinistralidade e o objetivo estabelecido
seja reduzir em 30% a taxa em relação ao ano anterior.
O gestor poderá — por exemplo — promover ações
sobre o uso racional do plano de saúde, diminuindo a quantidade
de exames redundantes e/ou desnecessários. Para isso, a operadora poderá
estimular os agentes a olharem a validade dos exames médicos já realizados
antes de solicitarem novos. Ou, ainda, propor um canal de atendimento como
forma de triagem, a fim de reduzir o acionamento do serviço de emergência.
Um levantamento da Sharecare apontou que até 80%
dos pacientes que procuram a emergência poderiam ter seus problemas
solucionados por meio de um canal telefônico especializado em saúde.
Após o período pré-estabelecido, a operadora deverá
mensurar o quão efetiva a estratégia foi, observando se o índice de
sinistralidade de fato diminuiu em 30%.
Conte com ferramentas tecnológicas
A tecnologia pode ser uma grande aliada no
planejamento estratégico, atuando na identificação do problema — cruzando
informações e levantando dados mais confiáveis na mensuração dos indicadores e
até mesmo ajudando a implementar a solução (por exemplo, atuando na gestão da
operadora de saúde).
A Sharecare desenvolve soluções
de gestão em saúde, ajudando a reduzir os custos por meio da tecnologia,
integrando a saúde digital (high tech) e a saúde humanizada (high touch).
O programa de monitoramento e gestão de pessoas
com doenças crônicas, por exemplo, atua oferecendo um tratamento
personalizado aos pacientes, buscando minimizar fatores de
risco e evitar o agravamento do quadro. Em longo prazo, a medida
estratégica melhora a qualidade de vida e diminui a demanda por cuidados em
relação a esses pacientes.
Defina um plano de ação
Depois de identificar os problemas e estabelecer os
indicadores, é hora de definir quais ações serão tomadas pela operadora de
planos de saúde. Para isso, é interessante criar um plano de
ação que englobe diversas facetas do problema, integrando
os processos em vez de apenas tomar medidas isoladas.
Nesse sentido, o Balanced ScoreCard
(BSC) pode ser bastante útil. A ferramenta de planejamento
estratégico atua traçando ações sob a ótica de 4 perspectivas diferentes:
- financeira;
- de clientes (beneficiário
e/ou redes credenciadas);
- de processos internos;
- de aprendizado e crescimento.
Aposte na gestão por processo
A gestão por processos ressalta
a importância de integrar não apenas as soluções, adotando uma série de medidas
em relação ao problema, mas também de assumir um olhar integral em
relação à operadora, entendendo que todos seus setores são
interligados e precisam atuar em conjunto.
Na prática, a gestão por processos mapeia os
procedimentos por meio de um fluxograma, descrevendo as tarefas
realizadas em cada etapa e identificando obstáculos e/ou dificuldades.
Levante um diagnóstico estratégico
Uma forma eficiente e sistemática de entender mais
sobre a operadora e os agentes envolvidos em suas atividades é por meio
do diagnóstico estratégico.
Com ele, a operadora deve analisar qual é sua
posição em relação ao mercado, considerando tanto questões controláveis (como
valores e pontos fortes e fracos), quanto questões não controláveis (como
riscos externos, oportunidades e concorrentes).
Ferramentas como SWOT —
conhecida como análise FOFA, em português —
podem ajudar nesse processo de identificação. A ferramenta propõe uma avaliação
das forças, oportunidades, fraquezas e ameaças da
entidade, levando em consideração o ambiente interno (como a gestão de
contratos e de contas médicas) e externo (como a relação com beneficiários,
redes credenciadas e prestadoras de serviço), oferecendo mais embasamento na
hora de tomar decisões.
Alinhe as metas à visão da operadora
Vale destacar a importância de adotar ações que
ressaltem a missão e os valores da operadora. Além de ditar como a instituição
de saúde se comporta em relação aos beneficiários, às empresas prestadoras de
serviço e às instituições credenciadas, os valores internos também devem
nortear as ações tomadas pelos gestores.
Considere o uso de recursos financeiros
Também é interessante destacar a importância
de otimizar os recursos financeiros. A área da saúde é
muito suscetível a sofrer oscilações, o que reflete diretamente no caixa
interno da operadora — e, consequentemente, na sua estabilidade no mercado.
Por isso, é essencial que o planejamento
estratégico na saúde também busque proteger a economia da entidade,
utilizando os recursos financeiros de forma inteligente, pensando no retorno em
curto, médio e longo prazo.
Ao longo do post, você entendeu que o planejamento
estratégico na saúde é fundamental para alcançar os objetivos das operadoras de
planos de saúde. Também viu que, para aplicá-lo, é importante identificar os
problemas, mensurar os indicadores, adotar medidas integradas e utilizar os
recursos da tecnologia.
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