Os "pais" da matemática: quem criou
conceitos que estudamos hoje?
A matemática é uma ciência exata que relaciona
raciocínio lógico e conteúdos numéricos.
Não há exatamente uma data específica para a
criação da disciplina, mas é possível observar registros dos primórdios do
pensamento matemático por volta do ano 300 a.C.
Em todos esses séculos, muitos foram os nomes que
marcaram essa ciência. Alguns exemplos são Pitágoras e Fubini, responsáveis por
teoremas batizados em homenagens a eles e são usados para tantos objetivos,
como calcular a altura de um triângulo equilátero e resolver
integrais duplas, respectivamente.
Para além dos números e conceitos, quem foram essas
pessoas revolucionárias, que mudaram ideias estabelecidas, desafiando
estruturas, e que podem hoje serem consideradas os "pais" da
matemática?
O conteúdo abordará cinco de alguns dos homens mais
importantes para a área, apresentando um pouco sobre sua vida e
descobertas.
Pitágoras |
Registros históricos apontam que Pitágoras nasceu
na ilha de Samos, na Grécia, em 570 a.C.
Desde cedo, teve aulas com alguns dos filósofos
mais importantes da região, aproximando-se do estudo da aritmética, geometria e
astronomia. Além disso, também tocava lira e tinha grande interesse por poesia.
Foi o fundador da Escola de Pitágoras, que
valorizava a harmonia dos números, além de ter como base a crença de que o
cosmos seria regido por infinitas relações matemáticas.
Suas doutrinas flertavam com campos mais esotéricos,
enfatizando conceitos como o crescimento espiritual e a reencarnação de
almas.
Uma de suas maiores contribuições para a matemática
foi, sem dúvidas, a formulação do Teorema de Pitágoras, quando o matemático
tinha cerca de 20 anos.
A relação entre os lados de um triângulo retângulo
era um mistério para muitos pensadores da época. Foi Pitágoras que conseguiu
provar que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
hipotenusa.
Existem versões históricas que apontam que o
conceito já era conhecido entre os babilônios, porém foi o matemático grego que
conseguiu disseminar a teoria, carregando, assim, seu nome.
É importante salientar também que, na época, ainda
não existia o conceito de raiz quadrada - sendo a fórmula adaptada após o
descobrimento dos números irracionais.
Acredita-se que Pitágoras foi assassinado entre 500
a.C e 490 a.C em um ataque a sua escola. Porém, o matemático foi eternizado no
afresco de Rafael, 'Escola de Atenas', no qual aparece no canto esquerdo,
escrevendo um livro.
Hiparco |
Assim como Pitágoras, Hiparco também nasceu na
Grécia, por volta de 190 a.C.
Teve grande destaque na Escola de Alexandria, onde
era um grande matemático e cartógrafo. Atualmente, é considerado o fundador da
astronomia científica e da trigonometria.
Hiparco tinha grande paixão por admirar o céu. Não
à toa, muitas de suas invenções foram feitas para descobrir mais sobre esse
universo.
O Bastão de Tiago, por exemplo, foi uma régua
inventada pelo matemático e utilizada para tentar descobrir o diâmetro da Lua,
do Sol e determinar coordenadas de estrelas.
Acredita-se que o cientista tenha mapeado e
previsto diversos eclipses até 600 anos à frente de seu tempo.
Outra grande contribuição de Hiparco para a
matemática foram as
coordenadas polares.
O conceito refere-se a um sistema de coordenadas,
no qual cada ponto dado em um plano é determinado por uma distância e ângulo em
relação a um outro ponto fixo de referência.
Referências históricas apontam que o matemático
teria usado as coordenadas polares em mais uma tentativa de mapear o
posicionamento das estrelas.
O pensador morreu com cerca de 70 anos,
dedicando-se aos estudos da Lua e do céu até os últimos dias de vida.
René Descartes |
Descartes foi um importante filósofo, matemático e
físico francês, nascido em 31 de março de 1596.
A sua contribuição científica foi para muito além
do campo da matemática, tornando-se um dos pensadores ocidentais mais
relevantes da história.
"Cogito ergo sum" ou simplesmente
"Penso, logo existo" é uma de suas frases mais famosas.
Resumidamente, o que Descartes tentava dizer é que a busca por provar sua
própria existência já seria uma prova em si.
Por questionar teorias religiosas e duvidar do Deus
cristão, o pensador foi muito perseguido. Anos após sua morte, em 1667, a
Igreja Católica chegou a inserir seus livros na lista de obras proibidas.
Muitos estudiosos consideram que Descartes foi um
dos grandes responsáveis pela inauguração do racionalismo, durante a Idade
Moderna, principalmente pela criação do método cartesiano.
No método, buscava-se provar a existência de algo.
Para isso, seria necessário, portanto, verificar as evidências, analisar,
sintetizar as informações e, finalmente, enumerar as conclusões.
Já no campo matemático, seu trabalho foi
responsável também por grandes revoluções na área. Descartes propôs a junção da
álgebra com a geometria, que, até então, eram campos de estudos
separados.
A partir daí, nasce o conceito da geometria
analítica e o sistema de coordenadas.
Descartes morreu em 11 de fevereiro de 1650, devido
a uma pneumonia. Porém, seu pensamento segue extremamente relevante até os dias
de hoje.
Inclusive, muitas de suas teorias foram base para
novos conceitos criados por Isaac Newton e o próprio Gottfried Leibniz,
mencionado a seguir.
Gottfried Wilhelm von
Leibniz
|
Gottfried Leibniz nasceu na Alemanha em 1 de julho
de 1646 e foi uma figura de grande importância, tanto para o campo da
matemática quanto da filosofia.
Dentre as contribuições, estão a ideia do cálculo
diferencial e integral. Além disso, foi responsável pela inserção da
multiplicação e divisão à calculadora de Pascal.
Leibniz também foi responsável pela refinação e
aprimoramento do sistema de números binários - pensamento embrionário para a
criação dos computadores digitais atuais.
No que se refere à filosofia, o pensador ficou
marcado pelo seu otimismo. Segundo sua visão, o universo que vivemos seria o
melhor possível dentre as demais opções.
Além disso, como dito, Leibniz apoiou-se em muitas
teorias de Descartes e foi um defensor do racionalismo durante o século XVII.
Em 1700, o pensador organizou e presidiu a Academia
de Ciências da Prússia que, séculos mais tarde, seria atacada pelo governo
nazista.
Morreu em 14 de novembro de 1716. Relatos históricos
apontam que foi uma morte solitária, assim como seus últimos anos de
vida.
Guido Fubini |
Guido Fubini foi um matemático italiano, nascido em
19 de janeiro de 1879, em Veneza.
Desde cedo, ainda menino, mostrou aptidão e
interesse pela matemática, sendo ensinado pelo seu pai - que na época era, de
fato, professor da matéria.
Entrou na Escola Normal Superior de Pisa em 1896.
Lá se formou e tornou-se doutor, com uma tese sobre Geometria
Diferencial.
Durante sua época na Escola de Pisa, foi orientado
por Ulisse Dini e Luigi Bianchi, dois importantes matemáticos italianos.
No início do século XX, começou sua carreira como
professor, na Universidade de Catania, em Sicília. Depois, trabalhou também da
Universidade de Genoa e, em 1908, fixou-se na Universidade de Turin, onde
ficaria por algumas décadas.
Durante sua vida, pesquisou principalmente sobre
matemática analítica, focando-se em equações diferenciais, análise de funções e
análise complexa.
Uma de suas maiores contribuições para esse campo
de estudo foi o teorema que leva seu nome. Por meio dele, é possível calcular
uma integral dupla, graças à utilização de integrais iteradas.
Aos 60 anos, perto de se aposentar, Fubini decidiu
aceitar o convite de lecionar na Universidade de Princeton, nos Estados
Unidos.
Sua ida para a América foi uma tentativa de
proteger sua família, já que Fubini era judeu e, na mesma época, Mussolini
instaurava um governo fascista e antissemita na Itália.
Morreu, quatro anos mais tarde, em Nova York.
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