Pacientes internados minimizam distância com uso de
celular e videochamadas
O isolamento e distanciamento social necessário para
conter a pandemia de Covid-19 transformou o cotidiano de toda população. A
rotina no ambiente hospitalar foi alterada para se adaptar aos protocolos e às
medidas de prevenção e controle recomendadas pela Organização Mundial da Saúde
(OMS).
A psicóloga Raphaella Ropelato, coordenadora da
Psicologia do Hospital VITA, localizado na Linha Verde Norte, conta que as
visitas não foram proibidas, e que mesmo neste período de tantas restrições
foram mantidas com os devidos cuidados que o momento requer.
O VITA ajustou os horários de visita e reforçou os
cuidados quanto acompanhantes. “Houve uma preocupação da direção e da chefia de
UTI de não impedir que as pessoas estivessem próximas de seus entes queridos. A
gente acabou reduzindo o número de visitas de rotina e nosso atendimento tem
sido personalizado para cada paciente” relata Raphaella.
“Dependendo do quadro clínico e da fase em que o
paciente está, temos flexibilizado”, acrescenta a psicóloga. Segundo ela,
pacientes que não estão com Covid-19, que não estão sedados e que devido às
restrições de circulação os familiares não podem ir até o hospital, foi liberado
o uso de celular para que mantenham a comunicação com os parentes. Da mesma
forma é feito com os pacientes em isolamento, que não podem receber visitas.
“Desta maneira, mantemos a premissa de que o sucesso do tratamento e
recuperação dos pacientes estão diretamente ligados à humanização e ao ambiente
hospitalar. Vários estudos demonstraram que o clima dentro dos apartamentos e
nas Unidades de Terapia Intensiva pode influenciar positiva ou negativamente
nos resultados clínicos”, ressalta Raphaella.
“Fazemos questão que nossos pacientes não percam a
conexão com a família neste momento tão delicado que estamos passando. Da mesma
forma acontece com o suporte psicológico para pacientes que necessitam de
isolamento”, evidencia.
De acordo com a coordenadora de Psicologia, oferecer
apoio psicológico e disponibilizar atividades que possam ser realizadas dentro
deste ambiente têm como objetivo ampliar as estratégias de enfrentamento,
manter funções cognitivas e atingir uma resposta de relaxamento. “Sabe-se que o
momento do adoecimento e internação hospitalar é gerador de estresse e
ansiedade, situações estas que podem comprometer o restabelecimento da saúde”,
explica.
Raphaella conta que o psicólogo é um facilitador, deve
refletir sobre todos os pontos, para tudo tem um cuidado, não basta liberar o
celular e deixar uma comunicação ativa, deve avaliar o quanto é benéfico ou
prejudicial. “Liberar celular para um paciente que vai ser bombardeado com
notícias e mensagens, talvez seja prejudicial”, esclarece. Segundo ela, é dever
orientar o que é adequado, benéfico. Uma opção pode ser o uso de outro número,
que apenas pessoas mais próximas tenham acesso. Além do uso de celular para
realizar videochamadas e trocar mensagens com os familiares, Raphaella relata que
outro recurso que pode ser oferecido aos pacientes é o uso de leitor de livros
digitais.
Outro ponto destacado pela psicóloga, é quanto aos
cuidados com pacientes oncológicos. “Quando estão em fase avançada e restam
apenas os cuidados paliativos, deve-se primar com o máximo de atendimento
familiar, por isso, é necessário liberar visita e, inclusive, o horário de
permanência para a família”, conclui.
Rede VITA
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