Da segunda metade do século 20 até hoje,
as mudanças têm se acelerado, o ambiente nunca é o mesmo. Se antes não era tão
urgente planejar porque as mudanças eram tão lentas que havia tempo suficiente
para as pessoas e empresas se adequarem, agora, com a pandemia restringindo a
atuação empresarial, é importante pôr a cabeça para funcionar e imaginar os
possíveis cenários e nos prepararmos para enfrentá-los com sucesso.
A diferença entre o simples
Planejamento e o chamado “Planejamento Estratégico” é que este olha a empresa
com uma visão de helicóptero, ou seja, analisando questões mais profundas e
abrangentes do que o dia-a-dia do negócio.
Tecnicamente, trata-se de mapear a
Situação Atual, definir a Visão de Futuro e as Ações Estratégicas para alcançar
os objetivos, definir a Missão que é a razão de existir da empresa, a Visão que
define onde pretendemos chegar (por exemplo em dois anos) e os
Valores que são as diretrizes para orientar as nossas atitudes e
comportamentos. Finalmente, as Ações Estratégicas que são o detalhamento dos
planos, momento em que definimos “quem” vai fazer “o que” e “quando”.
Para construir uma Visão de Futuro
eficiente e coerente com a empresa, é importante seguir alguns passos. A
princípio, é essencial que se comece pelo sonho, imagine-se no momento para o
qual você está fazendo o Planejamento e nesse sonho visite sua empresa, o
mercado, seus resultados financeiros. Em seguida, acorde dessa visualização e
reveja o que idealizou com os pés no chão, abandone as ideias mirabolantes, mas
tenha coragem de assumir as desafiadoras. Por fim, transforme tudo em dados
mensuráveis e, com isso, terá sua Visão de Futuro.
É importante lembrar que essa Visão de
Futuro não é aquele texto que você coloca na parede da recepção ou
no seu site. A frase na parede é um resumo apenas conceitual, sem números,
afinal estamos falando de estratégia e não queremos que a concorrência tome
conhecimento dos detalhes.
Para reforçar a importância de uma boa
Visão de Futuro temos um caso interessante de uma empresa brasileira,
contratada por uma famosa marca internacional para prestar serviços como
representante no Brasil. No estudo de riscos que fizemos, com a pergunta “e
se?” criamos um cenário em que esse contrato tivesse sido cancelado e, a partir
daí, estabelecemos ações para criar novos negócios, independentemente do
contrato. Um ano depois, quando, sem prévio aviso o contrato foi cortado, a
organização estava preparada e conseguiu sobreviver satisfatoriamente.
A objeção que muito se ouve ao
Planejamento Estratégico é que, tradicionalmente, os planos são engavetados,
pois o empresário acredita que tendo definido Missão, Visão e Valores já fez a
“lição de casa”, mas não é assim. As ações estratégicas devem ser desdobradas
até o nível de execução, ou seja, definir quais são as etapas a cumprir, quem será
responsável por cada uma e em que data serão cumpridas.
Porém, é importante saber que é
necessário monitorar o andamento das Ações Estratégicas pelo menos mensalmente,
para garantir que nada fique para trás e para promover as revisões necessárias
no plano porque sabemos que haverá mudanças de cenário no decorrer do tempo.
Para fechar estes pensamentos é
essencial também compreender que nesse período de pandemia é possível sim fazer
o Planejamento Estratégico de uma empresa mesmo sem a presença física do
consultor. Esse é um dos poucos projetos que conseguimos realizar à distância.
É hora de nos adequarmos aos “novos tempos” e, portanto, acelerar. Como temos
mais tempo atualmente, é o momento de prepararmos nossos negócios para uma
retomada de muito sucesso.
Mãos à obra!
Celso Estrella - Engenheiro Industrial
especialista em Técnicas Japonesas de Gestão e diretor da CriaCorp -
Desenvolvimento Empresarial
Nenhum comentário:
Postar um comentário