Ter uma boa noite de
sono. Essa é uma orientação comum quando se pensa em levar uma vida mais
saudável. Entretanto, a dificuldade de dormir está presente no cotidiano de
muitos e acaba comprometendo a qualidade de vida.
A insônia afeta 40% dos
brasileiros adultos de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e é de
alta prevalência entre a população brasileira, variando de 30 a 50%. A
condição é um distúrbio persistente que prejudica a capacidade de uma pessoa
adormecer ou de permanecer dormindo durante toda a noite.
Doença ou
sintoma. Essas são as duas maneiras nas quais a insônia é capaz de se
manifestar. Ela pode aparecer como patologia quando existe um perfil genético
familiar e a dificuldade em dormir já é percebida desde jovem. Porém, o mais
comum é a condição derivada de situações clínicas como estresse, depressão,
ansiedade, dor crônica, transtornos do sono, entre outros.
Existem
alguns fatores de predisposição que auxiliam no desencadear da doença.
Transtornos de humor, transtornos mentais, quando há o envelhecimento ou
surgimento de doenças clínicas, causando dor ou limitações crônicas, são alguns
exemplos.
O gênero
feminino parece ter maior risco de desenvolver insônia por questões hormonais.
Ela pode se manifestar em qualquer faixa etária, sendo mais comum a partir da
adolescência e, principalmente, nos idosos com doenças crônicas, mentais ou
degenerativas.
“O trabalho em
turno, principalmente em horários alternados ou não habituais, também pode ser
um aspecto. Idosos aposentados, inativos e viúvos estão no grupo de maior
risco”, comenta Clélia Franco, doutora
em Neuropsiquiatria e coordenadora do Departamento Científico de Sono da
Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
SINAIS
A presença da insônia
pode ser indicada pela queixa de insatisfação do indivíduo com o sono, em
relação à qualidade e/ou quantidade, mesmo havendo oportunidade para dormir.
Mas, Clélia alerta que nem sempre poucas horas de sono é sinônimo da doença “Se
o paciente não tem insatisfação com o sono, mesmo dormindo pouco ou, se
trabalha durante a noite, isso não é considerado insônia”.
Para caracterizar a
condição é preciso preencher alguns critérios como dificuldade para iniciar o
sono, demorando mais que 30 minutos, ou dificuldade para mantê-lo com
despertares noturnos ou precoces na madrugada, não conseguindo voltar a dormir.
De acordo com a
especialista, a privação do sono pode acarretar repercussões diurnas como
prejuízo na performance acadêmica, social, laboral e cognitiva, apresentar
fadigas, distúrbios de humor, desatenção e redução da imunidade. “Pode trazer
danos em praticamente todo o equilíbrio dos sistemas, no funcionamento físico e
mental do indivíduo”, completa.
PREVINA-SE
Podendo ser sintoma de
diversas doenças, o tratamento da insônia varia de acordo com o fator causal.
Para evitar o aparecimento da condição, existem alguns cuidados que podem ser
seguidos.
Segundo Clélia, são boas
medidas “Fazer uma boa higiene do sono, procurar tranquilidade no ambiente
físico e psíquico no momento de dormir, não se automedicar, evitar tabagismo e
uso de psicoestimulantes, fazer atividades físicas regulares, fugir do estresse
e tratar doenças identificadas”.
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