Conforme a
psicóloga Fernanda Tochetto, o sucesso passa pela decisão, organização e
planejamento
Trabalhar por conta própria pode significar abrir
um negócio. O número de pessoas que buscam se tornar microempreendedores
individuais (MEIs) no país demonstra isso. De acordo com o Portal Empreendedor
do Governo Federal, em cinco anos, o número de MEIs cresceu mais de 120% no
país, chegando, em maio, a mais de 8 milhões de cadastrados. Tal situação,
porém, não deve ser encarada apenas do ponto de vista negativo. Para a
psicóloga Fernanda Tochetto, abrir uma empresa – mesmo que formada por apenas
um indivíduo - traz mais liberdade e autonomia para desenvolver o trabalho,
pois a pessoa atua como chefe de si mesmo e pode estabelecer horários mais
flexíveis, que conversem melhor com sua realidade.
Contudo, conforme a psicóloga especialista em
carreiras, não se trata de tarefa fácil. Ainda mais em casa. “Para que a
empreitada seja bem-sucedida é preciso que a pessoa entenda suas habilidades e
as potencialize a um ponto que consiga uma grande concentração e transformação
de energia em foco e produção”, diz a psicóloga. De acordo com Tochetto, tal
resultado é obtido levando-se em conta três pontos: decisão, organização e
planejamento.
Antes de tudo, segundo a psicóloga, a pessoa
precisa ter clareza do seu objetivo, por exemplo, que negócio pretende vender,
que serviço pretende entregar etc. Em segundo lugar, necessita buscar
conhecimento, desenvolver habilidades, que a tornem melhor naquilo que deseja
fazer. Outro ponto interessante e que não deve ser esquecido por quem pretende
ser um empreendedor é o desenvolvimento de um bom plano estratégico de
negócios. Quando tudo estiver pronto e a decisão tomada, a pessoa deve
estabelecer regras claras com a família, para que o trabalho em casa não seja minado
por tarefas que nada tem a ver com a parte profissional.
“Ao iniciar o processo, muitas pessoas descobrem,
porém, que pequenas situações são inimigas dessa modalidade de trabalho”,
destaca a psicóloga. Nesse sentido, cuidados devem ser tomados, para que os
objetivos sejam alcançados da melhor maneira possível. Tochetto sugere algumas
dicas com o intuito de superar os obstáculos que podem surgir ao trabalhar em
casa. São elas:
- Criar uma rotina: as horas
dedicadas ao trabalho não podem se misturar com as horas dedicadas ao lar, onde
a pessoa guarda a intimidade. Conforme Tochetto, é necessário um ambiente
exclusivo para realizar as tarefas profissionais. Assim, ao acordar, a
psicóloga sugere que a pessoa inicie um ritual, como se fosse sair de casa
mesmo: tire o pijama, coloque uma roupa como se fosse ir trabalhar e ao longo
do dia tente não desfocar das atividades propostas
- Criar uma agenda: a pessoa
não pode confundir flexibilidade com tempo livre. “O que acontece com alguns
profissionais em modalidade ‘home office’ é que acreditam poder resolver
qualquer problema a qualquer instante do dia, afinal não têm patrão e podem
dispor do tempo da maneira que desejarem”, relata Tochetto. No entanto, agir
dessa forma pode minar a produtividade.
Por isso, a importância de fazer uma agenda semanal
e nunca se desviar dela. Segundo a psicóloga, é possível até abrir espaço para
atividades que não estejam atreladas ao trabalho profissional (almoçar, lavar a
roupa, pegar os filhos na escola etc.), mas elas devem ter horários
pré-estabelecidos. “Coloque horário fixos, siga sua agenda e não deixe
situações externas interferirem o tempo todo na sua produtividade. Não abra
exceções”, diz.
- Classificar informações: com a
agenda em mãos e ciente de suas atividades diárias e de seus objetivos
profissionais, a pessoa que trabalha na modalidade “home office” deve
classificar as informações que chegam até ela, levando em conta o que pode
impulsionar o negócio e o que não fará diferença alguma para o empreendimento.
Dessa forma, a psicóloga sugere que a pessoa classifique as informações como:
urgente; importante; e irrelevante (que precisa receber não).
Não estabelecer uma separação bem definida entre
profissão e família, quando se trabalha em casa, traz anseios desnecessários,
baixando a produtividade. Conforme Tochetto, a falta de organização e a falta
de foco em relação às horas dedicadas ao trabalho podem gerar um acúmulo das
atividades laborais, acarretando uma execução de baixa qualidade ou prejudicando
a entrega. “Em longo prazo isso pode gerar frustração e desistência”, conclui.
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