O envelhecimento é um processo natural, marcado por diversas mudanças que se iniciam logo na segunda década de vida. Dentre as inúmeras modificações, um dos primeiros marcadores visíveis durante este processo é o envelhecimento da pele. Com o tempo, a camada cutânea sofre o efeito tanto de fatores internos, em razão da própria degeneração estrutural da derme, mudanças hormonais e acúmulo de radicais livres; como também de fatores externos, devido a exposição aos raios ultravioletas, poluição e tabagismo.
Todas estas condições refletem diretamente no aspecto da pele, trazendo alterações como diminuição da espessura, extensibilidade e elasticidade, além do aumento da rigidez. Um dos principais motivos decorrente destas mudanças é a diminuição da produção de colágeno pelo organismo, que possui sua quantidade reduzida devido ao envelhecimento cronológico da pele e decréscimo das células responsáveis por sua síntese.
No geral, o colágeno é uma das proteínas mais abundantes do corpo humano, respondendo a quase 30% do conteúdo total de proteína no organismo. Sendo o principal componente da matriz extracelular, o colágeno exerce importante papel estrutural, fazendo parte da composição dos ossos, cartilagens, tendões, pele e demais tecidos conjuntivos. Além disso, contribui com a manutenção da força, estabilidade e integridade, fornecendo o suporte necessário ao longo de todas as estruturas celulares.
Basicamente, sua formação consiste em um aglomerado de aminoácidos (estruturas que formam as proteínas), onde em sua sequência primária podemos encontrar essencialmente 3 tipos de aminoácidos: glicina, prolina e hidroxiprolina ou hidroxilisina, este último em menor quantidade. Para dar origem a hidroxiprolina, que é primordial para a formação correta de colágeno, a prolina necessita passar por um processo de reação enzimática dependente de dois nutrientes muito importantes: a vitamina C e o ferro. Ou seja, sem o aporte adequado destes compostos, principalmente da vitamina C, a conversão da prolina em hidroxiprolina não ocorre e, consequentemente, a síntese de colágeno é prejudicada.
Nesse sentido, além do decréscimo natural relacionado a idade, uma alimentação deficiente em nutrientes também pode ser um motivo para a perda de colágeno. Nos casos mais graves, a deficiência de vitamina C pode inclusive levar ao desenvolvimento do escorbuto, uma doença caracterizada pela manifestação de sintomas como apatia, indisposição, irritação, lesões de pele e hemorragias nos estágios mais avançados.
Por isso, para evitar maiores danos, é importante manter uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, atentando-se especialmente aos níveis de ferro e vitamina C presentes nas refeições, além da correta ingestão de água ao longo do dia. Junto a isso, o consumo diário e variado de frutas, verduras e legumes fornece além de vitaminas e minerais essenciais, uma vasta gama de compostos antioxidantes que também colaboram com a manutenção de uma pele mais bonita e saudável no decorrer dos anos.
Daniel Magnoni - consultor da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV), diretor de Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do Hospital do Coração – Hcor, Mestre em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; especializado ainda em Clínica Médica, Nutrologia e Nutrição Parenteral e Enteral pela Associação Médica Brasileira – AMB / Conselho Federal de Medicina – CFM
Nenhum comentário:
Postar um comentário