Procedimentos
como o congelamento de óvulos podem preservar a fertilidade de mulheres que
precisam passar por tratamentos oncológicos
Todos os anos cerca de 280
mil mulheres recebem o diagnóstico de câncer no Brasil, segundo o Instituto
Nacional de Câncer (INCA). Desse número, quase 60 mil casos são de câncer de
mama. Uma das complicações de passar por um tratamento de um tumor maligno,
especialmente no sexo feminino, é a perda da fertilidade. Estima-se que 50%
dessas mulheres podem enfrentar problemas para engravidar no futuro. Para elas,
as técnicas de reprodução assistida, mesmo não garantidas, representam uma
esperança de realizar o sonho da maternidade.
(Divulgação)
Alguns fatores são os
responsáveis pela infertilidade nas pacientes oncológicas. O especialista em
reprodução humana e coordenador do programa de Preservação da Fertilidade do
grupo Huntington de Medicina Reprodutiva, Maurício
Chehin, lista algumas situações que podem influenciar no sistema reprodutivo
feminino:
- Cirurgia para retirada do tumor - quando o procedimento mexe diretamente nos órgãos reprodutivos;
- Quimioterapia - o tratamento sistêmico que atinge as células tumorais também age nas células germinativas no ovário (responsáveis pela formação dos óvulos), reduzindo a reserva de óvulos da mulher rapidamente;
- Radioterapia - o procedimento na região pélvica ou corporal total também atinge as células germinativas, causando queda no número de óvulos.
O que vai determinar se a
mulher irá enfrentar a infertilidade depende de uma série de fatores como tipo
e dose do medicamento quimioterápico, dose da radioterapia, da idade da mulher
na época do tratamento oncológico e também do estoque de óvulos de cada uma. “O
papel do especialista nesse momento é avaliar essas questões em conjunto para
entender o risco de infertilidade de cada mulher”, explica o especialista.
Ainda não é possível evitar
que essas mulheres tenham a queda da reserva de óvulos, entretanto, algumas
técnicas de reprodução assistida permitem preservar a fertilidade. Entre elas,
estão:
- Congelamento de óvulos - é o procedimento mais procurado pelas pacientes oncológicas. Trata-se de uma técnica cirúrgica não complexa, realizada para retirada de óvulos saudáveis que serão preservados para serem utilizados futuramente quando a mulher decidir tentar engravidar;
- Congelamento de embriões – após a coleta dos óvulos e espermatozoides, no laboratório, ocorre a fecundação e o desenvolvimento dos embriões pelo método de fertilização in vitro (FIV).
- Congelamento de tecido ovariano – procedimento cirúrgico, ainda experimental, mas já com mais de uma centena de nascimentos pelo mundo, no qual se retira parte ou um dos ovários para congelamento de pequenos fragmentos do tecido ovariano, que poderão no futuro, serem transplantados de volta a pelve feminina para retomar a função ovulatória e hormonal.
“Um dos medos dessas
mulheres em tratamento do câncer de mama é o uso de hormônios, utilizados para
o amadurecimento dos óvulos antes do congelamento. Porém, é importante
ressaltar que esses medicamentos não agem diretamente na mama e uma série de
estudos atestam a segurança desse procedimento, sem oferecer riscos à mulher”,
ressalta Chehin.
A liberação para realizar a
técnica de reprodução humana após o término do tratamento oncológico deve ser
realizada pelo oncologista responsável, que deve avaliar o risco de recidiva,
entre outros fatores. Ao ser liberada pelo médico, a mulher pode iniciar o
processo para tentar engravidar e realizar o sonho da maternidade.
Proteger
Lançado no Brasil em 2016, o
Proteger, programa de responsabilidade social dos Laboratórios Ferring, visa
preservar a fertilidade em pacientes oncológicas. O projeto ajuda a viabilizar
a criopreservação de óvulos rápida e já auxiliou mais de 340 mulheres no sonho
da maternidade. A biofarmacêutica disponibiliza os fármacos para estimulação
ovariana gratuitamente e tem parceria com clínicas que fazem o tratamento sem
custo ou por valor reduzido.
Ferring Pharmaceuticals
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