Estudo apoia esforços
para determinar a limitação do tempo de tela recreativo e a promoção do
sono adequado visando o tratamento e a prevenção de distúrbios
relacionados à impulsividade
Crianças
em idade escolar que dormem mais cedo do que aquelas que ficam diante de seus
aparelhos celulares, noite adentro, podem estar mais preparadas para controlar
seu comportamento, sugere um novo estudo.
Os
pesquisadores descobriram que crianças de 8 a 11 anos que dormiam adequadamente
e tinham limites de tempo de tela eram menos propensas do que seus pares a relatarem
problemas com comportamento impulsivo.
A
impulsividade é geralmente descrita como uma tendência para agir sem pensar, ou
uma incapacidade de esperar por algo que você deseja. É um problema central no
transtorno de déficit de atenção / hiperatividade (TDAH).
Mais
tarde, em outras etapas da vida, a impulsividade também pode tornar as crianças
vulneráveis a outros problemas, como abuso de
substâncias e outras
formas de dependência.
Segundos os pesquisadores, o objetivo do estudo era aferir quais fatores podem
afetar essa tendência impulsiva: “agir antes de pensar”.
“Em
geral, as crianças eram menos propensas a relatar comportamento impulsivo se
cumprissem as recomendações de sono e de tempo de tela. Isso significava 9-11
horas de sono, a cada noite, e não mais de duas horas por dia dedicadas ao
tempo de tela recreativo (os trabalhos da escola não contam)”, afirma o
pediatra homeopata, Moises Chencinski.
No
entanto, os resultados apontaram apenas uma correlação. Eles não provam que
horários para dormir mais cedo e limites da tela realmente influenciam a
impulsividade. “Será que crianças impulsivas não cumprem as recomendações ou
será que crianças que não cumprem as recomendações se tornam mais impulsivas?”,
questionam os pesquisadores. O cenário mais provável, defendem os autores, é
que o relacionamento siga nos dois sentidos - criando uma espécie de ciclo
vicioso.
Por que o tempo de tela importa?
“A
equipe de pesquisadores aponta uma teoria: tempo demais nos dispositivos - que
geralmente exigem respostas imediatas, seja nas mídias sociais ou nos
videogames – pode afetar a capacidade das crianças de se auto-regularem. Mas, a
outra questão pode ser o que as crianças não estão fazendo durante essas horas
na frente da tela - como dormir. Essas coisas estão muito inter-relacionadas”,
afirma Moises Chencinski.
As
descobertas, publicadas on-line no Pediatrics, baseiam-se em
dados de mais de 4.500 crianças canadenses de 8-11 anos. Os pesquisadores
analisaram se as crianças cumpriam as recomendações de sono, tempo de tela e
atividade física (60 minutos de exercício moderado a vigoroso por dia).
As
crianças preencheram alguns questionários padrão sobre impulsividade – onde
foram questionadas até que ponto concordavam com declarações como: "Quando
estou chateado, geralmente ajo sem pensar" e "Termino o que
começo".
Em
geral, as crianças que dormiam pouco e passavam muito tempo nas telas tinham
escores de impulsividade mais altos. Os exercícios físicos, por outro lado, não
mostraram muita conexão.
Embora
o estudo não prove causa e efeito, os pais podem repensar algumas
práticas, sugere o pediatra homeopata Moises Chencinski, que lista, a seguir,
alguns pontos para reflexão:
01)
É importante definir um horário à
noite em que os dispositivos precisam ser desligados - o que deve ajudar as
crianças a dormirem;
02)
É importante pensar no contexto mais
amplo da questão: o tempo de tela substitui não apenas o tempo de sono, mas
também o de exercícios físicos, lição de casa ou o tempo presencial com amigos
e familiares?;
03)
O quadro geral – incluindo não
apenas a quantidade, mas o conteúdo do tempo de exibição das crianças – também
importa;
04)
Há também os hábitos dos pais. Os
pais podem ter que estar conectados em seus dispositivos, às vezes, por razões
de trabalho. Mas é importante estabelecer limites também.
Moises
Chencinski
Instagram:
@doutormoises
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