Você sabia que possui dentro
do seu cérebro um detector de ameaças? Esse radar recebe o nome de amígdala,
grupo de neurônios cuja estrutura implica na manifestação de reações
emocionais. Sendo o responsável pelo nosso modo de defesa, de lutar ou fugir,
está intimamente relacionado com nossas reações, e é o ponto de disparo para
emoções como raiva, medo ou impulso.
A amígdala funciona mais ou
menos assim: ao detectar uma ameaça, ela entra em alerta e domina o resto do
cérebro, principalmente nosso córtex pré-frontal, região onde residem as
capacidades de resolver problemas, controlar nossos impulsos e nos relacionar
bem com os outros. É o que os cientistas chamam de “sequestro da amígdala”.
Quando entramos nesse modo de
interação cerebral dominada, todos os nossos recursos estão focados em avaliar
o que é mais importante para superar essa ameaça. Para todo o resto, sobra
apenas baixa velocidade cognitiva: perdemos a concentração, nos tornamos
reativos, os fatos parecem distorcidos e ficamos mais limitados em nossas
ações. Fugir de um tubarão em alto mar é uma questão de sobrevivência. Mas se
você tem um colega de trabalho que vive te sabotando, sua amigdala entende que
ele é uma ameaça.
Um dos pontos mais importantes
para evitar o sequestro da amígdala e nosso consequente comportamento negativo
é identificar os gatilhos que disparam nossa reatividade.
Daniel Goleman, phD em
psicologia por Harvard e grande estudioso da Inteligência Emocional, aponta
cinco principais gatilhos no local de trabalho:
1- Condescendência e falta de
respeito
2- Ser tratado injustamente
3- Sentir-se desconsiderado
4- Sentir que não é escutado e
que não lhe prestam atenção
5- Ficar submetido a metas
irrealistas
O que você pode fazer se notar
que está envolvido em algum exemplo dos citados acima?
1- Mentalize alguns comportamentos-chave
e auxilie seu cérebro a conseguir acessá-los mais facilmente quando necessário.
Para isso, sente-se em algum espaço calmo, feche os olhos e se imagine
vivenciando um momento de adversidade. Em seguida, imagine-se tendo um
comportamento positivo, assertivo e desejável nessa situação. Registre esse
comportamento e a emoção que vem junto em seu cérebro para que ele possa usá-lo
quando precisar driblar a amígdala.
2- Tente agir com empatia.
Escolha fazer daquele evento somente uma situação isolada e que não representa
a totalidade da pessoa. Isso facilita a diminuição da exigência que temos para
o outro e também do julgamento. (Vale a pena eu ficar nervoso e afirmar que o
gerente é um irresponsável em tudo o que ele faz só porque chegou tarde nessa
reunião?)
3- Aprenda a meditar. Além de
ser um bom hábito para nos autorregular, pode acelerar nossa consciência e
atenção para o momento presente e aumentar nossa capacidade de escolha em
situações de estresse.
Colocar em prática nosso
autodomínio e buscar uma visão clara da situação é um treino que requer
esforço, mas é possível.
Vivian Wolff - Coach de Vida e Carreira pelo
Integrated Coaching Institute (ICI); formada em Mindfulness pela Georgetown
University Institute for Transformational Leadership, Washington DC; com MBA em
Marketing Estratégico pela University de Catalunya, Barcelona
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