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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Hepatite C e diabetes tipo 2: uma influência mútua e perigosa



Evidências de associação entre doenças resulta em campanha nacional de conscientização sobre os riscos e incentivo à testagem para hepatite C


Um olhar sobre os números de incidência do diabetes tipo 2 não deixam dúvidas: o mundo vive uma epidemia da doença. Estima-se que globalmente um a cada 10 indivíduos sofra com o quadro, que só no Brasil acomete mais de 14 milhões de pessoas. Esse cenário engajou autoridades em saúde e hoje sabe-se que o açúcar é apenas um dos vilões por trás do problema. O que pouca gente tem conhecimento é que a hepatite C colabora fortemente para o seu desenvolvimento.

Pesquisas científicas apontam que a infecção do fígado causada pelo vírus da hepatite C (HCV) aumenta em quatro vezes as chances de desenvolver o diabetes tipo 2. Isso acontece porque o HCV é capaz de alterar a sinalização da insulina e impedir que ela regule o metabolismo da glicose no organismo.

Em outras palavras, o vírus contribui para a instalação da Resistência Periférica à Insulina (RPI) e, desse modo, favorece a elevação de glicose no sangue. Na via oposta, esse desequilíbrio também aumenta o acúmulo de gordura no fígado (esteatose), fato que, por sua vez, acelera a progressão da hepatite C.

A associação se torna especialmente grave porque, assim como o próprio diabetes tipo 2, a hepatite C é também uma doença silenciosa, que avança sem sintomas na grande maioria dos casos.

Do total de brasileiros com diabetes, 50% ou 7 milhões não sabem ter a doença. Já no caso da hepatite C, o desconhecimento é proporcionalmente muito pior: 75% dos cerca de 1 milhão de portadores do vírus HCV seguem alheios à sua condição.

Em ambos os casos, porém, a ausência de diagnóstico oferece sérios riscos, podendo até ser letal. Atualmente, o diabetes é a principal causa de cegueira, insuficiência renal e amputações de pernas no Brasil, enquanto a hepatite C é a maior responsável por cirrose, câncer e transplante de fígado no mundo.


Na ponta do dedo

Para conscientizar a população e também a classe médica sobre essa influência mútua entre as doenças, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a biofarmacêutica Gilead Sciences se uniram este ano em torno da campanha Na Ponta do Dedo.

Além do alerta, a iniciativa, que conta também com o suporte das sociedades de Hepatites (SBH) e Infectologia (SBI), tem como objetivo incentivar a testagem para o vírus da hepatite C (anti-HCV), exame tão simples quanto o da glicemia, feito com uma gota de sangue – daí o nome “na ponta do dedo” –, e que já é expressamente recomendado pelo Conselho Federal de Medicina no Brasil.

Nos canais oficiais da campanha, o visitante encontra dados, dicas, referências nacionais e internacionais e uma vídeo-aula médica com Dr. Edison Parise “sobre tudo o que diz respeito à relação entre a hepatite C e o diabetes tipo 2”.

Apenas no mês de julho, quando é lembrado o Dia Mundial das Hepatites Virais (28/07), o site napontadodedo.com teve mais de 24 mil acessos. Já a fanpage no Facebook (@campanhanapontadodedo) acumula 16 mil fãs.

“Apesar da facilidade diagnóstica, há um baixo índice de detecção da hepatite C no país, fato que é um dos principais desafios por vencer no caminho para a erradicação da doença”, comenta Anita Campos, diretora médica da Gilead Sciences para os países da América do Sul.

“Do ponto de vista de saúde pública, pouco é falado sobre a relação entre a hepatite C e o aparecimento do diabetes tipo 2. Nossa ideia, portanto, é chamar a atenção para essa associação e seu impacto, e também incentivar a testagem em geral, principalmente entre os pacientes diabéticos”, explica Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

“Há um longo percurso a percorrer até atingir a meta da OMS de testar 90% das pessoas, mas há grande disposição das autoridades em saúde nacionais e, a julgar pelos números da nossa campanha, cresce o conhecimento e entendimento sobre a necessidade de atenção com a hepatite C e com a diabetes, o que nos causa grande satisfação”, afirma Campos.

A transmissão da Hepatite C se dá por contato com sangue infectado pelo vírus causador da doença. Hoje, os principais meios de infecção são por práticas sexuais de risco, uso de drogas injetáveis e procedimentos normais no dia a dia com uso de materiais perfuro cortantes, como o de manicures, por exemplo.

Considerando isso, a recomendação é levar o próprio equipamento para manicures; se fizer uso de drogas ilícitas injetáveis, utilizar sempre seringas descartáveis; e nas práticas sexuais de maior risco, não esquecer do preservativo.

“Se você tem ou teve alguma entre as experiências que configuram risco, é recomendado que se faça o teste anualmente ou até a cada semestre”, completa Campos.






Fontes:
1-     Negro, J Hepatol 2014
2-     Bruggmann, et al. Journal of Viral Hepatitis, 2014, 21, (Suppl. 1), 5–33
3-     Allison RD, et al.Increased incidence of cancer and cancer-related mortality among persons with chronic hepatitis C infection; J Hepatol 2015; 63:822-828

Sobre a Gilead Sciences
A Gilead Sciences é uma biofarmacêutica global com DNA científico e dedicada à pesquisa e desenvolvimento de terapias inovadoras para prevenção, tratamento e cura de doenças potencialmente fatais, como HIV/Aids, hepatites, entre outras. Além de responsável por grandes conquistas para a saúde e a qualidade de vida, como o primeiro antirretroviral single-tablet, a Gilead se destaca por seu programa de acesso universal. Sem paralelo na indústria, ele se apoia na diferenciação de preços e em licenciamentos exclusivos para fabricação de genéricos de acordo com critérios objetivos e transparentes, como PIB per capita, IDH, prevalência da doença e maturidade do sistema de saúde de cada país. A Gilead possui operações em mais de 30 países, com matriz em Foster City, Califórnia, nos Estados Unidos.





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