Seconci-SP traz as principais
explicações sobre a doença e as formas de prevenção
O ‘Dia Nacional de Prevenção da Obesidade’, celebrado hoje, visa
chamar a atenção das pessoas para um problema que já atinge um em cada cinco
brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. Informações do órgão apontam
também que, de 2006 a 2016, a obesidade cresceu cerca de 60% entre a população
brasileira.
A endocrinologista do Seconci-SP (Serviço
Social da Construção) Carolina Spissirits Gomes de Amorim explica que
muitas pessoas associam o ganho excessivo de peso exclusivamente a fatores como
não comer a cada três horas, pular refeições e stress. Porém, segundo a
especialista, a alimentação (quantidade e qualidade) é o principal fator,
embora outras situações também colaboram para o problema.
“O consumo de bebidas alcoólicas e alimentos industrializados -
como refrigerantes, salgadinhos, embutidos, doces, sucos -, a falta de
atividade física, noites mal dormidas e, até mesmo, predisposição genética
podem contribuir para o ganho de peso”, ressalta a médica.
Exames como os testes de Bioimpedância e a medida da Prega
Cutânea podem ser usados para identificar o excesso de gordura. Contudo, o mais
utilizado na prática clínica é a medição do Índice de Massa Corporal (IMC) que,
através de um cálculo matemático considerando o peso e altura, determina se o
indivíduo está dentro do peso ideal. “Neste caso, pessoas com resultado acima
de 25 são consideradas com sobrepeso e, a partir de 30, com obesidade”,
esclarece a endocrinologista do Seconci-SP.
A médica ressalta também que, na maioria dos casos, o excesso de
peso contribui para o surgimento de doenças como diabetes, aumento do
colesterol, dos triglicérides e hipertensão arterial, além de problemas
articulares, especialmente, nos joelhos.
“Essas enfermidades costumam ser silenciosas e não apresentar
sintomas logo no início. Por isso, quando o trabalhador nos procura, realizamos
todos exames para verificar se ele já desenvolveu alguma dessas doenças e
iniciar o tratamento”, explica Carolina.
Uma vez com diagnóstico de obesidade, segundo a médica, o
tratamento vai depender do histórico clínico do paciente. “Normalmente
iniciamos por uma reeducação alimentar para a adoção de uma alimentação
balanceada e estimulamos a prática de exercícios físicos. Neste processo, podem
ser utilizados medicamentos, balão intragástrico e, até mesmo, cirurgia nos
casos que não respondem ao tratamento inicial”, comenta.
A especialista ressalta também que é muito comum a associação de
obesidade e transtornos emocionais. Por isso, no Seconci-SP, além do
acompanhamento com a nutricionista, os pacientes também recebem apoio
psicológico para ajudar neste processo de recuperação.
Evitando a obesidade
No caso dos trabalhadores da construção civil, o ritmo de
trabalho e os esforços físicos fazem com que fiquem fora do grupo de risco.
Contudo, a endocrinologista do Seconci-SP explica que a atividade profissional
não substitui a prática de exercícios físicos. A forma mais simples para sair
do sedentarismo é iniciar pela caminhada, lembrando que para que tenha real
benefício o mínimo deve ser de 150 minutos por semana, distribuídos em pelo
menos três dias.
Outro ponto
apontado pela especialista diz respeito aos alimentos que são consumidos
diariamente. É muito importante que a pessoa esteja atenta às gorduras e
açúcares que estão presentes na comida e nem sempre são visíveis. “Produtos
industrializados geralmente possuem baixo valor nutricional e alta concentração
calórica”, comenta. “O recomendável é optar por alimentos mais naturais, como
frutas, verduras e legumes”.
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