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quarta-feira, 12 de abril de 2017

Campanha do Ministério da Saúde marca abril como o mês da Segurança do Paciente



#SomosTodosSegurançadoPaciente


A iniciativa "Abril pela Segurança do Paciente" tem como objetivo conscientizar a população em geral e engajar usuários, cuidadores, profissionais e serviços de saúde em prol da segurança do paciente.

Confira a seguir alguns aspectos importantes, relacionados a esse contexto, que devem ser conhecidos.


O que é "Segurança do Paciente"?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua segurança do paciente como a ausência, no paciente, de danos desnecessários ou potenciais associados a assistência à saúde, ou ainda, a redução ao mínimo aceitável do risco de danos prescindíveis.


O que é evento adverso?

Um incidente que afeta o paciente, no decurso do tratamento, e que não está associado com a evolução das suas condições clínicas iniciais, e tem como resultado lesões ou danos prejudiciais temporários, permanentes ou que resultam em óbito. Os tipos de riscos e eventos adversos possuem diversas fontes e podem ser classificados conforme o seu acontecimento e evolução.
Exemplos de episódios que podem culminar em danos nos serviços de saúde:

Erros de identificação de pacientes;

Falhas de comunicação entre profissionais;

Erros de medicação;

Erros em procedimentos cirúrgicos;

Infecções associadas ao cuidado;

Queda dos pacientes.


Como surgiu esse movimento voltado para a segurança do paciente?

No ano de 2004 a Assembleia Mundial da Saúde amparou a concepção da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, uma iniciativa com o intuito de implementar desafios para melhorar a segurança dos cuidados de saúde. A atuação do Brasil neste contexto foi impulsionada com a publicação da portaria nº 529, de 1º de abril de 2013 que instaurou o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). O PNSP tem o propósito de contribuir, em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional, para a qualificação da assistência à saúde.


Com que frequência ocorrem eventos adversos?

Estimativas apontam que, aproximadamente, uma em cada 10 internações resulta em eventos adversos1.
A publicação de um estudo realizado no Brasil em hospitais públicos de ensino mostra que, a incidência de pacientes que sofreram eventos adversos foi de 7,6%, e destes, 66,7% poderiam ter sido evitados2.
Apesar da escassez de dados e de uma abordagem ainda insuficiente sobre a temática no Brasil, há uma hipótese de que os óbitos correlacionados a episódios de eventos adversos, referente a assistência à saúde hospitalar, abrangem em torno de 104.187 a 434.112 óbitos por ano3.
Nos Estados Unidos, relaciona-se que a terceira causa geral de morte no país seja devido a eventos adversos, por falhas na prestação do cuidado4.


O que está sendo feito para melhorias neste cenário?

Como já mencionado anteriormente, a OMS e o Ministério da Saúde, por exemplo, já trabalham nesse sentido com a implementação e disseminação de ações, protocolos e práticas que visam contribuir para a qualidade e segurança nos estabelecimentos de saúde. Existem páginas na internet que trazem maiores informações e materiais informativos:
www.who.int/patientsafety/en/
www.saude.gov.br/segurancadopaciente

O portal online da ANVISA fornece suporte para que possam ser registradas as notificações de eventos adversos e até mesmo o próprio paciente e/ou familiar são primordiais para colaboração com esse mecanismo de gestão de risco.

Diante a qualquer suspeita ou certificação de um evento adverso, é muito importante comunicar os profissionais da saúde ou os Núcleos de Segurança do Paciente existentes nas instituições ou até mesmo, realizar contato direto com a ANVISA, a fim de cooperar para as condutas de melhorias (www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm).

Seguindo esta linha de pesquisa, um projeto com a finalidade de avaliar a percepção da cultura de segurança do paciente entre profissionais de um hospital de ensino e os fatores (pessoais, psicológicos, sociais e culturais) que possam interferir com sua promoção e implantação, está sendo realizado pelo pesquisador Alan Maicon de Oliveira (mestrando na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, UNESP, Câmpus de Araraquara), sob a orientação da Prof.ª Dra. Luciane Cruz Lopes e coorientação do Prof. Dr. Marcus Tolentino Silva.

O estudo almeja ampliar os conhecimentos das vertentes que constituem esse panorama, bem como os aspectos que possam intervir de maneira positiva ou negativa e assim, colaborar com evidências que possam gerar avanços expressivos.

Todavia, fica a perspectiva que, todos podem fazer a sua parte para modificar/melhorar este cenário e edificar um sistema de saúde embasado na segurança.






Alan Maicon de Oliveira - Possui graduação em Farmácia e especialização em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica. Atualmente é mestrando em Ciências Farmacêuticas na Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, em Araraquara/SP. Área de concentração e linhas de Pesquisa: Gerenciamento de Risco em Saúde; Cultura de Segurança do Paciente.
alanmaicondeoliveira@gmail.com



Referências:
1. Brennan TA, Leape LL, Laird NM, Hebert L, Localio AR, Lawthers AG, et al. Incidence of Adverse Events and Negligence in Hospitalized Patients. New England Journal of Medicine. 1991;324(6):370-6.
2. Mendes W, Martins M, Rozenfeld S, Travassos C. The assessment of adverse events in hospitals in Brazil. International Journal for Quality in Health Care. 2009;21(4):279-84.
3. Couto RC, Pedrosa TMG, Rosa MB. Erros acontecem: A força da transparência no enfrentamento dos eventos adversos assistenciais em pacientes hospitalizados. Belo Horizonte: UFMG/IESS; 2016.
4. Makary MA, Daniel M. Medical error—the third leading cause of death in the US. BMJ. 2016;353



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