No Brasil,
existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos de idade. Seis por
cento delas sofrem do Mal de Alzheimer, segundo dados da Associação Brasileira
de Alzheimer (Abraz). Em todo o mundo, 15 milhões de pessoas têm Alzheimer. Nos
Estados Unidos, é a quarta causa de morte de idosos entre 75 e 80 anos,
perdendo apenas para infarto,
derrame e câncer.
A doença é caraterizada pela
deposição de resíduos insolúveis de uma proteína no cérebro, denominada
beta-amiloide. Inicia-se então uma cascata de eventos que levarão à deposição
de proteína TAU dentro do neurônio, proteína esta responsável pela sustentação
das estruturas intracelulares seguido de morte celular.
“O Alzheimer acomete
primeiramente a região temporal do cérebro, especialmente o córtex entorrinal e
o hipocampo, que estão envolvidas no circuito da memória. Hoje sabemos que a
deposição da proteína amiloide se inicia aproximadamente 15 a 20 anos antes dos
primeiros sintomas da doença, de forma assintomática. A progressão da doença,
com prejuízo do funcionamento das regiões cerebrais é que caracteriza a fase
sintomática da doença”, explica a endocrinologista Alessandra Rascovski,
especialista no assunto e que acaba de voltar de um curso com o renomado
Herbert Benson, do Instituto
Mente/Corpo da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.
Os principais fatores de
risco para doença de Alzheimer são problemas de saúde cardiovasculares como
hipertensão, diabetes, dislipidemia, tabagismo, etilismo, obesidade, apneia do
sono, sedentarismo e baixa escolaridade. A doença de Alzheimer de origem
genética corresponde a apenas 4% do total de casos.
“Estima-se que em 2050
teremos no mundo 130 milhoes de pessoas com a doença, e este crescimento
exponencial dos casos deverá ser causado pelo aumento da prevalência da doença
em países em desenvolvimento como o Brasil, onde a escolaridade é baixa e os
fatores de risco cardiovasculares não são adequadamente controlados”, alerta a
especialista.
Estudos recentes mostraram
que aproximadamente 30% dos casos da doença poderiam ser evitados com controle
dos fatores de risco. De acordo com este estudo, muitos casos podem ser
atribuídos à baixa escolaridade, sedentarismo e tabagismo. Assim, nos últimos
anos, vários países desenvolvidos têm implementado campanhas de prevenção da
doença, focando basicamente em estilo de vida saudável.
Um estudo mostrou que
mudança do estilo de vida (dieta, atividade física regular aeróbica, treino
cognitivo) em pacientes com muitos fatores de risco cardiovasculares podem
prevenir a instalação da doença.
Assim, para prevenção
primária da doença de Alzheimer, é recomendado:
a)
Atividade
física aeróbica regular, com meta de 150 min de atividade física/semana
b) Dieta estilo
mediterrâneo, com ingesta de peixe 2x/semana
c) Ingerir café
d) Novos aprendizados,
interação social
e)
Controle
de fatores de risco vasculares.
Dra. Alessandra finaliza:
“Hoje, com exames adequados é possível prevenir ou adiar o desenvolvimento da
doença. Até 7 anos dos primeiros sintomas ainda é possível tratar. A população
precisa aprender a se prevenir dessa epidemia”.
Dra. Alessandra Rascovski - Formação
Médica e Doutorado em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP; Médica
fundadora do Ambulatório Clínico de Obesidade mórbida do Hospital das Clínicas
de medicina da USP; Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira de Estudos sobre Obesidade
(ABESO); Especialista certificada em medicina mente-corpo e gerenciamento do
Stress pela Harvard Medical School - Mind Body Institute e pela “International
Stress Management Association no Brasil”. Vencedora do Prêmio Análise Medicina
“Endocrinologia e Metabologia” em 2008/2009/2012/2013. Atual diretora da
Equare, em São Paulo, centro especializado em estilo de vida com foco em
medicina integrativa e atendimento multidisciplinar.
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