Pesquisa explica o ditado "cara feia pra
mim é fome"
Quem nunca
ficou de cara feia por estar com fome? Uma pesquisa realizada na Universidade
de Cambridge mostrou como as variações nos níveis de serotonina no cérebro - que
geralmente ocorrem quando alguém está com fome ou estressado - afetam o
controle da raiva. O fenômeno conhecido como "hangry" - junção de
hungry (fome) e angry (raiva) - faz algumas pessoas ficarem com raiva
quando o estômago está vazio.
De acordo com
o estudo, os níveis de serotonina dos voluntários saudáveis apresentaram
diferenças devido a alteração das dietas. Os pesquisadores analisaram também o
cérebro dos pacientes por ressonância magnética, mostrando expressões de raiva
ou tristeza para eles.
Segundo a
médica Ester London, neurologista do Hospital VITA, os baixos níveis de
serotonina deixam as comunicações entre regiões cerebrais mais fracas,
incluindo a região responsável pelas emoções e comportamentos sociais e também
a do planejamento de ações e movimentos. Logo, os resultados sugerem que,
quando os níveis de serotonina estão baixos, pode ser mais difícil controlar
respostas emocionais, como a raiva.
“A falta de
glicose leva à liberação de hormônios estressantes - como o cortisol e a adrenalina,
intensificando a predisposição ao mau humor na ausência de alimentação”,
explica Dra. Ester. De acordo com a neurologista, sabe-se que a serotonina
desempenha um papel fundamental na agressão, e com o auxílio da tecnologia, que
permitiu aprofundar os estudos e examinar o cérebro, constatou-se o quanto a
serotonina ajuda a regular os impulsos emocionais.
A fome e a
irritação interferem nas atividades corriqueiras e na concentração, tornando
tudo mais difícil. Para evitar a irritação é indicado que a pessoa coma alguma
coisa antes do estágio de fome "máxima". A sugestão é optar por
alimentos naturais, pois são mais ricos em nutrientes e ajudam a saciar a fome
por mais tempo, além de possuírem menor quantidade de calorias. “Doces e
gorduras são responsáveis por um grande aumento dos níveis de glicose no
sangue, porém, além de acabarem mais rapidamente, não resolvem o
problema", conclui a médica.
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